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Cardeal Filoni aborda consciência missionária

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05/02/2014 15:35 - Atualizado em 05/02/2014 16:03
Por: Fabíola Goulart (fabiolagoulart@testemunhodefe.com.br) e Igor Marques (igor@testemunhodefe.com.br)

Cardeal Filoni aborda consciência missionária 0

Cardeal Filoni aborda consciência missionária / Arqrio

A conferência que abriu os trabalhos desta quarta-feira, 5 de fevereiro, foi conduzida pelo Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, do Vaticano. Ele voltou a abordar o tema da missão Ad gentes da Igreja, desta vez com foco na fenomenologia da consciência missionária.

>>> Missionariedade é identidade da Igreja, diz Cardeal Filoni

A natureza missionária da Igreja foi mais uma vez destacada, desta vez tendo como base documentos escritos pelos papas João Paulo II e Bento XVI até os dias de hoje, com Francisco. Segundo o Cardeal Filoni, a exigência de enfrentar com novo impulso nos métodos, nas formas e com um renovado anúncio do Evangelho era comumente vista como indispensável depois das profundas transformações sociais.

A missão Ad gentes, que corresponde à evangelização de outras tradições religiosas, se torna necessária nos dias de hoje, de acordo com o cardeal, porque difere da atividade pastoral realizada em meio aos fiéis e das iniciativas a serem tomadas para a recomposição da unidade entre os cristãos.

Uma Igreja em missão pelo mundo

temp_titleDSC_0461_site_05022014154828Dom Fernando Filoni ainda apresentou números recentes da realidade da missão Ad gentes da Igreja pelo mundo. As Igrejas missionárias que dependem da Congregação para a Evangelização dos Povos são 1.110 Igrejas, ajudadas quase inteiramente por agentes locais, entre eles, sacerdotes, religiosos, religiosas e catequistas.

Nessas regiões, os católicos estão crescendo de forma constante, ao mesmo tempo em que diminui fortemente os missionários que uma vez vinham da Europa e da América do Norte. Porém, houve um aumento considerável de seminários, institutos religiosos locais e as primeiras vocações missionárias provenientes da América Latina.

Hoje, nos territórios que dependem da Congregação, existem 96 institutos universitários agregados ou afiliados à Pontifícia Universidade Urbaniana, 34 Seminários Maiores (com 21.825 seminaristas), 406 Seminários Menores (com 4.184 seminaristas propedêuticos e 47.143 menores), além de 1.882 noviços e 4.139 noviças. Os números são de 2013.

Uma Igreja em transformação

Nos 50 anos pós-conciliar, a tradicional missão Ad gentes passou por uma profunda mudança. Segundo o cardeal, alguns fenômenos podem ser citados diante dessa transformação, como a forte perda o impulso missionário nas vocações, o aumento da solidariedade eclesial aos países missionários e em fase de desenvolvimento e a ação do laicato católico.

Outra transformação ocorria dentro das Igrejas particulares e dizia respeito a dois aspectos: os missionários e a cooperação entre as Igrejas. A criação de muitas dioceses e a organização das Conferências Episcopais também ajudaram a alterar o cenário de missão das últimas décadas.

O cardeal também chamou a atenção para a evangelização ad gentes nos países e tradição cristã, tão reforçada pelo Papa Francisco que “sonha com uma Igreja em saída missionária capaz de transformar tudo”. Para Dom Fernando, é preciso ter atenção aos não-cristãos que vivem nas dioceses brasileiras e também a nova geração de não-batizados, além de uma re-evangelização dos próprios batizados.

Neste contexto, ele destacou a obra missionária realizada pelos movimentos leigos e associações de fiéis. “Tenho que dizer com satisfação que alguns desses movimentos ganharam uma consciência missionária extraordinária, que deveria ser mais valorizada pelos pastores”, afirmou.

Ao olhar para a realidade missionária da América Latina, em especial a do Brasil, o Cardeal Filoni reconheceu uma significativa resposta aos apelos iniciados no Concílio Vaticano II, porém pode fazer mais. “Não se pode pensar que uma região, como a latino-americana, que no âmbito de Igreja universal nos deu um papa na pessoa do Cardeal Bergoglio, na possa dar e fazer mais, tendo por cinco séculos recebido tanto em termos de fé, de missionários e apoio econômico!”, exortou.

“Desejo à Igreja no Brasil uma consciência missionária profunda, não apenas ad intra, mas também ad gentes, na consciência de que uma Igreja amadurecida não deixará de ter no coração a obra missionária no mundo e que o entusiasmo pela evangelização seja semente de renovação espiritual e moral de nosso povo”, finalizou.

Testemunhos missionários

As palavras do Cardeal Filoni tocaram o coração e a memória dos bispos presentes. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza/CE, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, recordou de quando era pároco em Pernambuco, sua terra natal. A experiência da época com crianças através da Pontifícia Infância e Adolescência Missionária o fez lembrar do crescimento da consciência missionária em todos os lugares. “A Igreja houve uma época que pensava em terra de missão. Hoje a Igreja tem consciência que toda a terra é terra de missão. A Igreja do Brasil vive, na sua primeira urgência da Missão Evangelizadora, este estado permanente de missão”, disse ele.

A experiência de evangelização com índios também veio à mente. “Muitas vezes a gente pensa quando se fala em anunciar o Evangelho que vamos levar Jesus Cristo, mas quando chegamos lá, Jesus Cristo já está, o Espírito Santo já foi a nossa frente. Temos que ser capazes de detectar a ação do Espírito Santo e a partir daí fazer crescer, isso é inculturação”, partilhou Dom Vasconcelos.

Há 35 anos no Brasil, Dom Salvador Paruzzo se considera um missionário. Ainda sacerdote, ele atendeu um pedido de um bispo brasileiro que passava pela Itália para vir a Brasil ajudar a Diocese de Piracicaba/SP. Não voltou mais e há 15 anos é bispo da Diocese de Ourinhos/SP. “Realmente essa conferência nos ajudou a redescobrir a beleza da missão ad gentes e nos unir ao Papa Francisco nesse anúncio do Evangelho e da alegria”, declarou.

O bispo diocesano de Campos/RJ, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, considera que a conferência “despertou ainda mais a nossa fé na obra missionária da Santa Igreja, na certeza que é o espírito Santo que a conduz”. “É uma conscientização que, graças a Deus, vai criando raízes e também um compromisso que vem sendo assumido com muita responsabilidade pela Igreja hoje”, avaliou Dom Roberto, que recordou a experiência evangelizadora vivida na Jornada Mundial da Juventude Rio2013.


Fotos: Gustavo de Oliveira


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