Arquidiocese do Rio de Janeiro

30º 24º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 13/05/2024

13 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (6): interpretação e tradução da Bíblia

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do e-mail.
E-mail enviado com sucesso.

13 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (6): interpretação e tradução da Bíblia

Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do erro.
Erro relatado com sucesso, obrigado.

24/07/2015 13:55 - Atualizado em 24/07/2015 13:55

A Palavra de Deus na Bíblia (6): interpretação e tradução da Bíblia 0

24/07/2015 13:55 - Atualizado em 24/07/2015 13:55

2. A hermenêutica cristã dos livros do AT

Apostolicidade e fé ortodoxa na linha da regula fidei tornaram-se logo critérios de canonicidade. Outros critérios eram a leitura litúrgica e o uso público destes livros em uma variedade de Igrejas, o que indicava a universalidade (...) O único critério era a consciência da Igreja suscitada pelo mesmo Espírito que provia aqueles escritos. O Cânon se torna a coleção de livros apostólicos, nos quais a tradição católica reflete a si mesma (GRECH, 1986, p. 116).

3. A unidade dos testamentos

Se o problema da interpretação ocupa o centro do debate nos primeiros séculos cristãos, deve-se afirmar que ele já nasce com a formação mesma das Escrituras ‘cristãs’(dito Novo Testamento), já que para certos ambientes o dito cristão não é senão que glosa, às vezes ‘heterodoxa’, da verdadeira Palavra, aquela da Tanak.

(...) Muitas questões surgiram na época subapostólica até Clemente de Alexandria, como o valor para nós cristãos do Antigo Testamento, o problema do cânon, o valor da tradição como intérprete da Escritura e o método de adaptação à cultura contemporânea, são problemas que retornam hoje, seja da teologia protestante, como naquela católica. (GRECH, 2005, p. 108)

Por isso, o primeiro problema crucial é a relação entre AT e NT, ou ainda Vetus in Novum. Dividem-se opiniões entre os fundadores dos caminhos, que depois a Igreja assumirá como doutrina e modo de proceder pelos séculos. Aqui, coloca-se a questão não só do uso dos textos judaicos pelos cristãos, como também sua ‘correta’ interpretação, mas, sobretudo, a exigência do Kérygma cristão que se impõe como fio condutor e chave hermenêutica que possibilita uma ‘leitura’ plena das Escrituras (Antigo e Novo Testamentos):

Ficava assim levantado o problema da relação entre “antigo” e “novo”, entre a herança Judaica e a novidade cristã . A Bíblia cristã e a própria ortodoxia cristã não estarão plenamente formadas até que, nos finais do séc. II, tenha-se resolvido esta questão (TREBOLLE, p. 626)

Podemos esquematizar a vasta problemática através da obra metafórica de Marcião e dos Gnósticos, de um lado, e de Justino e Irineu, de outro. Além disso, enfrentamos dois problemas de fundo da hermenêutica cristã primitiva: as relações entre a Escritura cristã e aquela judaica e a solução, que implica na tipologia .

Leia os comentários

Deixe seu comentário

Resposta ao comentário de:

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do comentário.
Comentário enviado para aprovação.

A Palavra de Deus na Bíblia (6): interpretação e tradução da Bíblia

24/07/2015 13:55 - Atualizado em 24/07/2015 13:55

2. A hermenêutica cristã dos livros do AT

Apostolicidade e fé ortodoxa na linha da regula fidei tornaram-se logo critérios de canonicidade. Outros critérios eram a leitura litúrgica e o uso público destes livros em uma variedade de Igrejas, o que indicava a universalidade (...) O único critério era a consciência da Igreja suscitada pelo mesmo Espírito que provia aqueles escritos. O Cânon se torna a coleção de livros apostólicos, nos quais a tradição católica reflete a si mesma (GRECH, 1986, p. 116).

3. A unidade dos testamentos

Se o problema da interpretação ocupa o centro do debate nos primeiros séculos cristãos, deve-se afirmar que ele já nasce com a formação mesma das Escrituras ‘cristãs’(dito Novo Testamento), já que para certos ambientes o dito cristão não é senão que glosa, às vezes ‘heterodoxa’, da verdadeira Palavra, aquela da Tanak.

(...) Muitas questões surgiram na época subapostólica até Clemente de Alexandria, como o valor para nós cristãos do Antigo Testamento, o problema do cânon, o valor da tradição como intérprete da Escritura e o método de adaptação à cultura contemporânea, são problemas que retornam hoje, seja da teologia protestante, como naquela católica. (GRECH, 2005, p. 108)

Por isso, o primeiro problema crucial é a relação entre AT e NT, ou ainda Vetus in Novum. Dividem-se opiniões entre os fundadores dos caminhos, que depois a Igreja assumirá como doutrina e modo de proceder pelos séculos. Aqui, coloca-se a questão não só do uso dos textos judaicos pelos cristãos, como também sua ‘correta’ interpretação, mas, sobretudo, a exigência do Kérygma cristão que se impõe como fio condutor e chave hermenêutica que possibilita uma ‘leitura’ plena das Escrituras (Antigo e Novo Testamentos):

Ficava assim levantado o problema da relação entre “antigo” e “novo”, entre a herança Judaica e a novidade cristã . A Bíblia cristã e a própria ortodoxia cristã não estarão plenamente formadas até que, nos finais do séc. II, tenha-se resolvido esta questão (TREBOLLE, p. 626)

Podemos esquematizar a vasta problemática através da obra metafórica de Marcião e dos Gnósticos, de um lado, e de Justino e Irineu, de outro. Além disso, enfrentamos dois problemas de fundo da hermenêutica cristã primitiva: as relações entre a Escritura cristã e aquela judaica e a solução, que implica na tipologia .

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos
Autor

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos

Doutor em Teologia Bíblica