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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 28/04/2024

28 de Abril de 2024

Livros do Antigo Testamento (106)

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28 de Abril de 2024

Livros do Antigo Testamento (106)

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17/05/2019 00:00 - Atualizado em 18/05/2019 13:41

Livros do Antigo Testamento (106) 0

17/05/2019 00:00 - Atualizado em 18/05/2019 13:41

Neste artigo, depois de uma introdução geral, iniciaremos uma série dedicada ao último grupo de livros proféticos. Uma biblioteca épica que pode ser considerada a época áurea da literatura bíblica, seja por seus textos poéticos, seja pela teologia, ou ainda, pelos momentos e contextos tão radicais e exigentes, aqueles nos quais os enviou a seu povo.

O LIVRO DE ISAÍAS

Este livro se apresenta com o título ‘Visão de Isaías, filho de Amós’ (1,1) e, na Bíblia hebraica, aparece como o primeiro dos ‘Profetas posteriores’, em relação aos ‘Profetas anteriores’ (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis).

É uma obra de 66 capítulos, com três partes muito distintas na época, na temática, na inspiração literária e nos autores:

Primeiro Isaías: 1-39

Segundo Isaías: 40-55;

Terceiro Isaías: 56-66.

Exporei uma breve introdução antes de cada um desses blocos, partindo do pressuposto de que se trata de três profetas diferentes, cujos escritos foram recolhidos sob o nome comum do profeta Isaías, do século VIII a.C..

CONTEXTO

A compreensão correta desta obra tripartida exige que não esqueçamos os seguintes fatos históricos da sua época:

740: morte de Ozias; Jotam, rei de Judá; vocação de Isaías.

736: Acaz, rei de Judá (736-716).

734: guerra Siro-efraimita.

732: a Síria é anexada pela Assíria.

721: queda da Samaria e fim do Reino do Norte.

716: Ezequias, rei de Judá (716-687).

703: embaixada de Merodac-Baladan.

701: invasão de Senaquerib.

587: queda de Jerusalém.

539: queda da Babilônia.

538: édito de Ciro.

520-515: reconstrução do Templo.

445-423: Neemias em Jerusalém.

397: Esdras em Jerusalém.

TEOLOGIA CRISTÃ DE ISAÍAS

Nestes texto se prega a política da fé: se não acreditardes, não subsistireis: 7,9 e da confiança em Deus, razão por que a sua profecia está preenchida de temas messiânicos ligados à dinastia, segundo as promessas feitas por Deus a David: 2 Sm 7,13-16:

Ele me construirá um templo e firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um pai, e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, eu o castigarei com vara de homens e com açoites de homens, mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti. Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre.

O messianismo de Isaías brota deste chão dinástico, que vai influenciar decisivamente as correntes messiânicas posteriores e o messianismo de Jesus Cristo, tão bem expresso nos evangelhos da infância de Mateus e Lucas.

Ligado ao tema da fé está o tema central da santidade de Deus (1,4) e o tema do Resto de Israel (1,9; 6,13)

Is 10, 20-22:

Naquele tempo, o restante de Israel e os remanescentes da casa de Jacó deixa­rão de apoiar-se naquele que os fere, mas se apoiarão com confiança no Senhor, o Santo de Israel. Um resto voltará, um resto de Jacó, para o Deus forte. Ainda que teu povo fosse inumerável como a areia do mar, dele só voltará um resto. A destruição está resolvida, a justiça vai tirar a desforra.

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Livros do Antigo Testamento (106)

17/05/2019 00:00 - Atualizado em 18/05/2019 13:41

Neste artigo, depois de uma introdução geral, iniciaremos uma série dedicada ao último grupo de livros proféticos. Uma biblioteca épica que pode ser considerada a época áurea da literatura bíblica, seja por seus textos poéticos, seja pela teologia, ou ainda, pelos momentos e contextos tão radicais e exigentes, aqueles nos quais os enviou a seu povo.

O LIVRO DE ISAÍAS

Este livro se apresenta com o título ‘Visão de Isaías, filho de Amós’ (1,1) e, na Bíblia hebraica, aparece como o primeiro dos ‘Profetas posteriores’, em relação aos ‘Profetas anteriores’ (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis).

É uma obra de 66 capítulos, com três partes muito distintas na época, na temática, na inspiração literária e nos autores:

Primeiro Isaías: 1-39

Segundo Isaías: 40-55;

Terceiro Isaías: 56-66.

Exporei uma breve introdução antes de cada um desses blocos, partindo do pressuposto de que se trata de três profetas diferentes, cujos escritos foram recolhidos sob o nome comum do profeta Isaías, do século VIII a.C..

CONTEXTO

A compreensão correta desta obra tripartida exige que não esqueçamos os seguintes fatos históricos da sua época:

740: morte de Ozias; Jotam, rei de Judá; vocação de Isaías.

736: Acaz, rei de Judá (736-716).

734: guerra Siro-efraimita.

732: a Síria é anexada pela Assíria.

721: queda da Samaria e fim do Reino do Norte.

716: Ezequias, rei de Judá (716-687).

703: embaixada de Merodac-Baladan.

701: invasão de Senaquerib.

587: queda de Jerusalém.

539: queda da Babilônia.

538: édito de Ciro.

520-515: reconstrução do Templo.

445-423: Neemias em Jerusalém.

397: Esdras em Jerusalém.

TEOLOGIA CRISTÃ DE ISAÍAS

Nestes texto se prega a política da fé: se não acreditardes, não subsistireis: 7,9 e da confiança em Deus, razão por que a sua profecia está preenchida de temas messiânicos ligados à dinastia, segundo as promessas feitas por Deus a David: 2 Sm 7,13-16:

Ele me construirá um templo e firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um pai, e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, eu o castigarei com vara de homens e com açoites de homens, mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti. Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre.

O messianismo de Isaías brota deste chão dinástico, que vai influenciar decisivamente as correntes messiânicas posteriores e o messianismo de Jesus Cristo, tão bem expresso nos evangelhos da infância de Mateus e Lucas.

Ligado ao tema da fé está o tema central da santidade de Deus (1,4) e o tema do Resto de Israel (1,9; 6,13)

Is 10, 20-22:

Naquele tempo, o restante de Israel e os remanescentes da casa de Jacó deixa­rão de apoiar-se naquele que os fere, mas se apoiarão com confiança no Senhor, o Santo de Israel. Um resto voltará, um resto de Jacó, para o Deus forte. Ainda que teu povo fosse inumerável como a areia do mar, dele só voltará um resto. A destruição está resolvida, a justiça vai tirar a desforra.

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos
Autor

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos

Doutor em Teologia Bíblica