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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 13/05/2024

13 de Maio de 2024

Livros do Antigo Testamento (61)

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Livros do Antigo Testamento (61)

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06/07/2018 11:01 - Atualizado em 06/07/2018 11:02

Livros do Antigo Testamento (61) 0

06/07/2018 11:01 - Atualizado em 06/07/2018 11:02

Neste artigo prosseguimos na elucidação das riquezas teológicas do Livro dos Números. Um texto aparentemente tão árido, por sua composição e narrativa, no entanto, este livro nos recoloca em contato com o Êxodo e o Levítico.

1. Do Sinai a Moab (10,11-21,35).

Foi a primeira vez que partiram por ordem recebida do Senhor através de Moisés. E também pela primeira vez se pôs em marcha a bandeira do acampamento dos filhos de Judá segundo os seus agrupamentos, tendo à sua testa Nachon, filho de Aminadab; à testa da tribo dos filhos de Issacar estava Natanael, filho de Suar; à testa da tribo dos filhos de Zabulão estava Eliab, filho de Helon. Desmontado o tabernáculo, partiram os filhos de Gérson e os filhos de Merari levando o tabernáculo. Pôs-se em marcha a bandeira do acampamento de Rúben segundo os seus agrupamentos e, à sua testa, estava Eliçur, filho de Chediur. À testa da tribo dos filhos de Simeão estava Chelumiel, filho de Surichadai. À testa da tribo dos filhos de Gad estava Eliasaf, filho de Deuel. Partiram, então, os queatitas, levando os objetos sagrados; levantaram o tabernáculo enquanto se aguardava a chegada deles. Partiu a bandeira do acampamento dos filhos de Efraim segundo os seus agrupamentos e, à testa dele, Elichamá, filho de Amiud. À testa da tribo dos filhos de Manassés estava Gamaliel, filho de Pedaçur. À testa da tribo dos filhos de Benjamim estava Abidan, filho de Guideoni. Partiu a bandeira do acampamento dos filhos de Dan, à retaguarda de todos os acampamentos, segundo os seus agrupamentos, e, à testa da tribo, estava Aiézer, filho de Amichadai. À testa da tribo dos filhos de Aser estava Paguiel, filho de Ocran. À testa da tribo dos filhos de Neftali estava Airá, filho de Enan. Estas as ordens de marcha em que partiram os filhos de Israel segundo os seus agrupamentos. Moisés disse a Hobab, filho de Reuel, o madianita, sogro de Moisés: “Nós partimos para o lugar que o Senhor prometeu que vos havia de dar. Vem conosco e nós te faremos bem, porque o Senhor prometeu o bem a Israel”. Mas ele respondeu-lhe: “Não irei senão para a minha terra e para a minha parentela”. Ele retorquiu-lhe: “Não nos abandones, porque conheces os nossos acampamentos no deserto e serás o nosso guia. Se nos acompanhares e obtivermos o bem que o Senhor nos prometeu dar, também te faremos bem”. Partiram do monte do Senhor, caminhando durante três dias, e a Arca da aliança do Senhor foi à frente deles, durante três dias, para lhes indicar um sítio onde descansar. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia quando partiam do acampamento. Ora, quando a Arca partia, Moisés dizia: “Levanta-Te, Senhor, e dispersem-se os teus inimigos! Fujam os teus adversários diante da tua face!” Mas, quando a Arca parava, dizia: “Volta, Senhor! Multipliquem-se os milhares de Israel!” (Nm 10, 13- 36).

Descreve-se a caminhada para Cadés-Barnea, mesmo na fronteira sul de Canaã e, depois, a inflexão para oriente e a errância penosa durante 40 anos através do deserto até à chegada a Moab, já na fronteira da Terra Prometida.

No centro da narrativa de números encontra-se o drama de um caminho dito ‘errante’, que durará por mais de 40 anos pelo deserto. O que parece uma tragédia, na verdade é a realização de uma promessa divina, que Israel iria aprender a palmilhar os ‘caminhos do Senhor’.

Um longo texto que encerra ao menos dois elementos que compõem a faina de Israel pelo deserto. De um lado, deixar-se guiar por Deus, através de Moisés, pelo deserto: “Foi a primeira vez que partiram por ordem recebida do Senhor através de Moisés.”(Nm 10, 13).

O deserto é um caminho exigente, precisa-se de firme decisão para atravessá-lo. As coordenadas não dependem somente do uso de instrumentos de orientação (bússolas), mas de ‘deixar-se guiar por Deus’.

Na situação do pecado original estávamos perdidos, exatamente por termos criado rotas do pecado, que nos tornara errantes de nosso futuro: a Salvação Divina.

Do outro, crer que este roteiro de vida, que este percurso implicaria na manutenção das promessas de Deus. Por isso, os descrentes e desobedientes irão falir no percurso. Desistem e morrem.

Como sabemos pelo Livro do Levítico, não basta partir em busca da Terra Prometida. Deus deveria revelar a estrada segura. Por isso, a Arca da Aliança tinha que estar sobre os ombros deste povo a caminho.

Não se tratava de chegar a algum lugar, mas de aprender a seguir os roteiros divinos: “Partiram do monte do Senhor caminhando durante três dias, e a Arca da aliança do Senhor foi à frente deles, durante três dias, para lhes indicar um sítio onde descansar. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia quando partiam do acampamento”.

Um elemento que não se pode renunciar a refletir é o aspecto protoeclesial. Não se parte para a Terra Prometida senão como povo de Deus, coesão entre as 12 tribos: “E também, pela primeira vez, se pôs em marcha a bandeira do acampamento dos filhos de Judá segundo os seus agrupamentos”.

As bandeiras e os acampamentos dos filhos de Jacó não eram células isoladas entre si, tendo uma meta imaginária à frente. Como mais se caminha, mais coesos em torno das orientações de Deus.

O caminho pelo deserto ou é vivido na unidade, com Deus e entre as 12 tribos, ou será morte certa. Se o pecado dividiu, agora Deus providencia o remédio: marchar juntos!

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Livros do Antigo Testamento (61)

06/07/2018 11:01 - Atualizado em 06/07/2018 11:02

Neste artigo prosseguimos na elucidação das riquezas teológicas do Livro dos Números. Um texto aparentemente tão árido, por sua composição e narrativa, no entanto, este livro nos recoloca em contato com o Êxodo e o Levítico.

1. Do Sinai a Moab (10,11-21,35).

Foi a primeira vez que partiram por ordem recebida do Senhor através de Moisés. E também pela primeira vez se pôs em marcha a bandeira do acampamento dos filhos de Judá segundo os seus agrupamentos, tendo à sua testa Nachon, filho de Aminadab; à testa da tribo dos filhos de Issacar estava Natanael, filho de Suar; à testa da tribo dos filhos de Zabulão estava Eliab, filho de Helon. Desmontado o tabernáculo, partiram os filhos de Gérson e os filhos de Merari levando o tabernáculo. Pôs-se em marcha a bandeira do acampamento de Rúben segundo os seus agrupamentos e, à sua testa, estava Eliçur, filho de Chediur. À testa da tribo dos filhos de Simeão estava Chelumiel, filho de Surichadai. À testa da tribo dos filhos de Gad estava Eliasaf, filho de Deuel. Partiram, então, os queatitas, levando os objetos sagrados; levantaram o tabernáculo enquanto se aguardava a chegada deles. Partiu a bandeira do acampamento dos filhos de Efraim segundo os seus agrupamentos e, à testa dele, Elichamá, filho de Amiud. À testa da tribo dos filhos de Manassés estava Gamaliel, filho de Pedaçur. À testa da tribo dos filhos de Benjamim estava Abidan, filho de Guideoni. Partiu a bandeira do acampamento dos filhos de Dan, à retaguarda de todos os acampamentos, segundo os seus agrupamentos, e, à testa da tribo, estava Aiézer, filho de Amichadai. À testa da tribo dos filhos de Aser estava Paguiel, filho de Ocran. À testa da tribo dos filhos de Neftali estava Airá, filho de Enan. Estas as ordens de marcha em que partiram os filhos de Israel segundo os seus agrupamentos. Moisés disse a Hobab, filho de Reuel, o madianita, sogro de Moisés: “Nós partimos para o lugar que o Senhor prometeu que vos havia de dar. Vem conosco e nós te faremos bem, porque o Senhor prometeu o bem a Israel”. Mas ele respondeu-lhe: “Não irei senão para a minha terra e para a minha parentela”. Ele retorquiu-lhe: “Não nos abandones, porque conheces os nossos acampamentos no deserto e serás o nosso guia. Se nos acompanhares e obtivermos o bem que o Senhor nos prometeu dar, também te faremos bem”. Partiram do monte do Senhor, caminhando durante três dias, e a Arca da aliança do Senhor foi à frente deles, durante três dias, para lhes indicar um sítio onde descansar. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia quando partiam do acampamento. Ora, quando a Arca partia, Moisés dizia: “Levanta-Te, Senhor, e dispersem-se os teus inimigos! Fujam os teus adversários diante da tua face!” Mas, quando a Arca parava, dizia: “Volta, Senhor! Multipliquem-se os milhares de Israel!” (Nm 10, 13- 36).

Descreve-se a caminhada para Cadés-Barnea, mesmo na fronteira sul de Canaã e, depois, a inflexão para oriente e a errância penosa durante 40 anos através do deserto até à chegada a Moab, já na fronteira da Terra Prometida.

No centro da narrativa de números encontra-se o drama de um caminho dito ‘errante’, que durará por mais de 40 anos pelo deserto. O que parece uma tragédia, na verdade é a realização de uma promessa divina, que Israel iria aprender a palmilhar os ‘caminhos do Senhor’.

Um longo texto que encerra ao menos dois elementos que compõem a faina de Israel pelo deserto. De um lado, deixar-se guiar por Deus, através de Moisés, pelo deserto: “Foi a primeira vez que partiram por ordem recebida do Senhor através de Moisés.”(Nm 10, 13).

O deserto é um caminho exigente, precisa-se de firme decisão para atravessá-lo. As coordenadas não dependem somente do uso de instrumentos de orientação (bússolas), mas de ‘deixar-se guiar por Deus’.

Na situação do pecado original estávamos perdidos, exatamente por termos criado rotas do pecado, que nos tornara errantes de nosso futuro: a Salvação Divina.

Do outro, crer que este roteiro de vida, que este percurso implicaria na manutenção das promessas de Deus. Por isso, os descrentes e desobedientes irão falir no percurso. Desistem e morrem.

Como sabemos pelo Livro do Levítico, não basta partir em busca da Terra Prometida. Deus deveria revelar a estrada segura. Por isso, a Arca da Aliança tinha que estar sobre os ombros deste povo a caminho.

Não se tratava de chegar a algum lugar, mas de aprender a seguir os roteiros divinos: “Partiram do monte do Senhor caminhando durante três dias, e a Arca da aliança do Senhor foi à frente deles, durante três dias, para lhes indicar um sítio onde descansar. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia quando partiam do acampamento”.

Um elemento que não se pode renunciar a refletir é o aspecto protoeclesial. Não se parte para a Terra Prometida senão como povo de Deus, coesão entre as 12 tribos: “E também, pela primeira vez, se pôs em marcha a bandeira do acampamento dos filhos de Judá segundo os seus agrupamentos”.

As bandeiras e os acampamentos dos filhos de Jacó não eram células isoladas entre si, tendo uma meta imaginária à frente. Como mais se caminha, mais coesos em torno das orientações de Deus.

O caminho pelo deserto ou é vivido na unidade, com Deus e entre as 12 tribos, ou será morte certa. Se o pecado dividiu, agora Deus providencia o remédio: marchar juntos!

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos
Autor

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos

Doutor em Teologia Bíblica