Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 19/04/2024

19 de Abril de 2024

Artigo 21: “Bem-aventurados os puros...”

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Artigo 21: “Bem-aventurados os puros...”

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01/02/2018 00:00 - Atualizado em 02/02/2018 09:25

Artigo 21: “Bem-aventurados os puros...” 0

01/02/2018 00:00 - Atualizado em 02/02/2018 09:25

Se olharmos a questão da pureza, constataremos que segundo a interpretação do homem no Antigo Testamento, estar impuro, significava estar sujo. Essa conotação acabou gerando atitudes externas de purificação, como o simples gesto de lavar-se, que seria necessariamente suficiente para também “lavar a alma”.

Na proposta de vida expressa por Jesus em todo Novo testamento não vemos simples regras exteriores de comportamento, mas sim o objetivo profundo de tornar o nosso coração verdadeiramente puro “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5,8)

Quem pode dizer: “Eu nunca tive nenhum pensamento impuro na vida!”? Todos nós já passamos por situações assim. As palavras de Cristo não nos acusam, mas nos impelem e nos desafiam a uma nova mentalidade que quer impregnar nossas consciências e motivar novas atitudes, ou seja, a um novo “ethos”, o novo princípio de toda ética e justiça. É o “ethos da redenção” do corpo e do coração (cf. Rm 8,23). Jesus aponta o caminho: o respeito, a temperança e o domínio dos desejos na sua raiz. Não se trata de exortar: “Não olhem para uma linda mulher!”. Cristo não nos diz isso. Ele nos convida: “Olhem, mas só se for com amor!” “No Sermão da Montanha, Cristo não convida o homem a volta ao estado da “inocência original”... mas chama-o a reencontrar... as formas vivas do homem novo.” (Teologia do Corpo, 49, 3, 23 de dezembro de 1980).

E o que é a pureza? Pela Teologia do Corpo, São João Paulo II nos lembra que o nosso corpo, a nossa vida, enfim, todo o nosso ser existe para ser um dom para o outro. Revelamos, assim, o significado esponsal do nosso corpo (que já mencionamos na primeira parte das catequeses). Não somos objetos a serem usados. Não podemos jamais nos conformar com isso! Fomos criados como um presente que dá e recebe amor. A pureza é a virtude que protege da tendência ruim de usar os outros e de nos deixarmos ser usados. Ela nos protege do utilitarismo. Ou, nas palavras do próprio autor da Teologia do Corpo, trata-se da “manutenção do corpo em santidade e honra” (cf. Teologia do Corpo, 54, 4), referindo-se a I Ts 4, 3-5. Isso nos remete à “norma personalista”, muito cara ao Santo Padre: a única atitude apropriada para tratar uma outra pessoa é o amor. E o que é o amor? Doar-se inteiramente para o bem do outro!

O que acontece se minha expressão de “amor” é impura? Se eu começo a ter para o outro atos de impureza, eu posso estar “roubando” a salvação dela! Acabamos colaborando para tirar a Graça da sua vida, lhe afastando de Deus. O que parecer ser bom... Pode não ser um bem. Isso nos leva a refletir que tipos de músicas ouvimos e dançamos, que tipos de filmes ou programas assistimos, que tipos de roupas vestimos, que tipo de relacionamentos construímos... Vemos homens que oferecem uma mera caricatura do amor, com o mero interesse de ganhar sexo em troca. E mulheres que oferecem sexo ou sensualidade para ganharem uma migalha de amor.

A pureza é a glória do corpo humano perante Deus. É o sol divino brilhando através do nosso corpo humano. Pureza é cobrir o que sagrado para revelar o mistério da minha pessoa. Homens: protejam as mulheres, sejam o guardiões da sua santidade. Aprendam a olhar para as mulheres com amor. Mulheres: ajudem os homens a viverem essa vocação. Eduquem o olhar masculino. Cada pessoa humana não vale pelo que tem, pelas belas partes sensuais do seu corpo. Valemos pelo que somos!

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus?” (I Cor 6,19). O que significa isso? São João Paulo II explica: “... o pecado contra o corpo é também “profanação do templo”. A dignidade do corpo humano... é determinada não só pelo espírito humano... mas também pela realidade sobrenatural que é a morada e contínua presença do Espírito Santo no homem...” (Teologia do Corpo, 54, 4). Portanto, continua o papa: “A pureza é exigência do amor. É a dimensão da sua verdade interior no “coração” do homem.” (Teologia do Corpo, 49, 7, 23 de dezembro de 1980).

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Artigo 21: “Bem-aventurados os puros...”

01/02/2018 00:00 - Atualizado em 02/02/2018 09:25

Se olharmos a questão da pureza, constataremos que segundo a interpretação do homem no Antigo Testamento, estar impuro, significava estar sujo. Essa conotação acabou gerando atitudes externas de purificação, como o simples gesto de lavar-se, que seria necessariamente suficiente para também “lavar a alma”.

Na proposta de vida expressa por Jesus em todo Novo testamento não vemos simples regras exteriores de comportamento, mas sim o objetivo profundo de tornar o nosso coração verdadeiramente puro “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5,8)

Quem pode dizer: “Eu nunca tive nenhum pensamento impuro na vida!”? Todos nós já passamos por situações assim. As palavras de Cristo não nos acusam, mas nos impelem e nos desafiam a uma nova mentalidade que quer impregnar nossas consciências e motivar novas atitudes, ou seja, a um novo “ethos”, o novo princípio de toda ética e justiça. É o “ethos da redenção” do corpo e do coração (cf. Rm 8,23). Jesus aponta o caminho: o respeito, a temperança e o domínio dos desejos na sua raiz. Não se trata de exortar: “Não olhem para uma linda mulher!”. Cristo não nos diz isso. Ele nos convida: “Olhem, mas só se for com amor!” “No Sermão da Montanha, Cristo não convida o homem a volta ao estado da “inocência original”... mas chama-o a reencontrar... as formas vivas do homem novo.” (Teologia do Corpo, 49, 3, 23 de dezembro de 1980).

E o que é a pureza? Pela Teologia do Corpo, São João Paulo II nos lembra que o nosso corpo, a nossa vida, enfim, todo o nosso ser existe para ser um dom para o outro. Revelamos, assim, o significado esponsal do nosso corpo (que já mencionamos na primeira parte das catequeses). Não somos objetos a serem usados. Não podemos jamais nos conformar com isso! Fomos criados como um presente que dá e recebe amor. A pureza é a virtude que protege da tendência ruim de usar os outros e de nos deixarmos ser usados. Ela nos protege do utilitarismo. Ou, nas palavras do próprio autor da Teologia do Corpo, trata-se da “manutenção do corpo em santidade e honra” (cf. Teologia do Corpo, 54, 4), referindo-se a I Ts 4, 3-5. Isso nos remete à “norma personalista”, muito cara ao Santo Padre: a única atitude apropriada para tratar uma outra pessoa é o amor. E o que é o amor? Doar-se inteiramente para o bem do outro!

O que acontece se minha expressão de “amor” é impura? Se eu começo a ter para o outro atos de impureza, eu posso estar “roubando” a salvação dela! Acabamos colaborando para tirar a Graça da sua vida, lhe afastando de Deus. O que parecer ser bom... Pode não ser um bem. Isso nos leva a refletir que tipos de músicas ouvimos e dançamos, que tipos de filmes ou programas assistimos, que tipos de roupas vestimos, que tipo de relacionamentos construímos... Vemos homens que oferecem uma mera caricatura do amor, com o mero interesse de ganhar sexo em troca. E mulheres que oferecem sexo ou sensualidade para ganharem uma migalha de amor.

A pureza é a glória do corpo humano perante Deus. É o sol divino brilhando através do nosso corpo humano. Pureza é cobrir o que sagrado para revelar o mistério da minha pessoa. Homens: protejam as mulheres, sejam o guardiões da sua santidade. Aprendam a olhar para as mulheres com amor. Mulheres: ajudem os homens a viverem essa vocação. Eduquem o olhar masculino. Cada pessoa humana não vale pelo que tem, pelas belas partes sensuais do seu corpo. Valemos pelo que somos!

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus?” (I Cor 6,19). O que significa isso? São João Paulo II explica: “... o pecado contra o corpo é também “profanação do templo”. A dignidade do corpo humano... é determinada não só pelo espírito humano... mas também pela realidade sobrenatural que é a morada e contínua presença do Espírito Santo no homem...” (Teologia do Corpo, 54, 4). Portanto, continua o papa: “A pureza é exigência do amor. É a dimensão da sua verdade interior no “coração” do homem.” (Teologia do Corpo, 49, 7, 23 de dezembro de 1980).

Tatiana e Ronaldo de Melo
Autor

Tatiana e Ronaldo de Melo

Núcleo de Formação e Espiritualidade da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro