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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 14/05/2024

14 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (75): Interpretação e tradução da Bíblia

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14 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (75): Interpretação e tradução da Bíblia

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23/12/2016 14:18 - Atualizado em 23/12/2016 14:19

A Palavra de Deus na Bíblia (75): Interpretação e tradução da Bíblia 0

23/12/2016 14:18 - Atualizado em 23/12/2016 14:19

Ainda sobre a tarefa eclesial do “exegeta católico”, é preciso dizer algo sobre a importância da pesquisa, do ensinamento e das publicações na realidade daqueles que, por mandato eclesial, exercem a função do exame crítico das Escrituras e da divulgação dos resultados para o Povo de Deus.

2. Pesquisa

A tarefa exegética é vasta demais para poder ser bem conduzida por um único indivíduo. Impõe-se uma divisão de trabalho, especialmente para a pesquisa, que requer especialistas em diferentes domínios. Os inconvenientes possíveis da especialização serão evitados graças a esforços interdisciplinares1.

Diante de uma tarefa tão complexa, dada a vastidão de conhecimentos exigidos para bem interpretar as Escrituras Sagradas, o exegeta insere-se na rede da investigação multidisciplinar, típica de saberes complexos, na qual produção se exigem sujeitos de diversas procedências científico-acadêmicas: história antiga, arqueologia, línguas, geografia, filosofia etc.

É muito importante para o bem da Igreja inteira e para sua irradiação no mundo moderno que um número suficiente de pessoas bem formadas seja consagrado à pesquisa em diferentes setores da ciência exegética2.

A Igreja percebe a necessidade crucial que para tal ofício não sejam colocados em função, sujeitos não preparados ou que tenham conhecimento diletante. É preciso uma forma de dedicação integral, em vista de tão relevante serviço prestado à eclesialidade. A Igreja indica que a atividade do exegeta católico seja integral, ‘pessoas consagradas’ à pesquisa.

Preocupados com as necessidades mais imediatas do ministério, os bispos e os superiores religiosos são muitas vezes tentados a não levar suficientemente a sério a responsabilidade que lhes incumbe de prover a esta necessidade fundamental3.

É bem verdade que diante de questões urgentes e dramáticas, como a carência de sacerdotes, o serviço aos pobres, a administração dos sacramentos, a questão da formação e da atuação integral de pesquisa de exegetas numa diocese possa parecer secundária, mas as consequências do descuidado com esta necessidade imperiosa para o são funcionamento eclesial são graves:

Mas uma carência neste ponto expõe a Igreja a graves inconvenientes, pois pastores e fiéis arriscam de estarem à mercê de uma ciência exegética estranha à Igreja e privada de relações com a vida da fé4.

Declarando que “o estudo da Santa Escritura” deve ser “como a alma da teologia” (Dei Verbum 24), o II Concílio do Vaticano mostrou toda a importância da pesquisa exegética. Ao mesmo tempo também lembrou implicitamente aos exegetas católicos que suas pesquisas têm uma relação essencial com a teologia, da qual eles devem se mostrar conscientes:

24. A sagrada teologia apoia-se, como em seu fundamento perene, na Palavra de Deus escrita e na sagrada Tradição, e nela se consolida firmemente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé, toda a verdade contida no mistério de Cristo. As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus, e, pelo fato de serem inspiradas, são verdadeiramente a Palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia (3). Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura5.

3. Ensinamento

A declaração do Concílio faz igualmente compreender o papel fundamental que é dado ao ensinamento da exegese nas faculdades de teologia, seminários e escolasticados.

É evidente que o nível dos estudos não será uniforme nestes diferentes casos. É desejável que o ensinamento da exegese seja dado por homens e por mulheres. Mais técnico nas faculdades, esse ensinamento terá uma orientação mais diretamente pastoral nos seminários. Mas ele não poderá nunca esquecer uma dimensão intelectual séria. Proceder de outra maneira seria falta de respeito com a Palavra de Deus6.

O ensino da exegese católica deverá ter várias sedes, com escopos diversos. Voltados para públicos e exigências diversas. Cursos voltados para a formação de leigos, para os seminários, ou para ao âmbito específico da pesquisa rigorosa da academia. Nota-se com muita clareza no texto a referência ao fato que o estudo e o ensino eclesial da exegese cabe a eclesiásticos e leigos, portanto, sem restrições de gêneros.

Referências:

1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

4 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

5 http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html

6 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

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A Palavra de Deus na Bíblia (75): Interpretação e tradução da Bíblia

23/12/2016 14:18 - Atualizado em 23/12/2016 14:19

Ainda sobre a tarefa eclesial do “exegeta católico”, é preciso dizer algo sobre a importância da pesquisa, do ensinamento e das publicações na realidade daqueles que, por mandato eclesial, exercem a função do exame crítico das Escrituras e da divulgação dos resultados para o Povo de Deus.

2. Pesquisa

A tarefa exegética é vasta demais para poder ser bem conduzida por um único indivíduo. Impõe-se uma divisão de trabalho, especialmente para a pesquisa, que requer especialistas em diferentes domínios. Os inconvenientes possíveis da especialização serão evitados graças a esforços interdisciplinares1.

Diante de uma tarefa tão complexa, dada a vastidão de conhecimentos exigidos para bem interpretar as Escrituras Sagradas, o exegeta insere-se na rede da investigação multidisciplinar, típica de saberes complexos, na qual produção se exigem sujeitos de diversas procedências científico-acadêmicas: história antiga, arqueologia, línguas, geografia, filosofia etc.

É muito importante para o bem da Igreja inteira e para sua irradiação no mundo moderno que um número suficiente de pessoas bem formadas seja consagrado à pesquisa em diferentes setores da ciência exegética2.

A Igreja percebe a necessidade crucial que para tal ofício não sejam colocados em função, sujeitos não preparados ou que tenham conhecimento diletante. É preciso uma forma de dedicação integral, em vista de tão relevante serviço prestado à eclesialidade. A Igreja indica que a atividade do exegeta católico seja integral, ‘pessoas consagradas’ à pesquisa.

Preocupados com as necessidades mais imediatas do ministério, os bispos e os superiores religiosos são muitas vezes tentados a não levar suficientemente a sério a responsabilidade que lhes incumbe de prover a esta necessidade fundamental3.

É bem verdade que diante de questões urgentes e dramáticas, como a carência de sacerdotes, o serviço aos pobres, a administração dos sacramentos, a questão da formação e da atuação integral de pesquisa de exegetas numa diocese possa parecer secundária, mas as consequências do descuidado com esta necessidade imperiosa para o são funcionamento eclesial são graves:

Mas uma carência neste ponto expõe a Igreja a graves inconvenientes, pois pastores e fiéis arriscam de estarem à mercê de uma ciência exegética estranha à Igreja e privada de relações com a vida da fé4.

Declarando que “o estudo da Santa Escritura” deve ser “como a alma da teologia” (Dei Verbum 24), o II Concílio do Vaticano mostrou toda a importância da pesquisa exegética. Ao mesmo tempo também lembrou implicitamente aos exegetas católicos que suas pesquisas têm uma relação essencial com a teologia, da qual eles devem se mostrar conscientes:

24. A sagrada teologia apoia-se, como em seu fundamento perene, na Palavra de Deus escrita e na sagrada Tradição, e nela se consolida firmemente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé, toda a verdade contida no mistério de Cristo. As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus, e, pelo fato de serem inspiradas, são verdadeiramente a Palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia (3). Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura5.

3. Ensinamento

A declaração do Concílio faz igualmente compreender o papel fundamental que é dado ao ensinamento da exegese nas faculdades de teologia, seminários e escolasticados.

É evidente que o nível dos estudos não será uniforme nestes diferentes casos. É desejável que o ensinamento da exegese seja dado por homens e por mulheres. Mais técnico nas faculdades, esse ensinamento terá uma orientação mais diretamente pastoral nos seminários. Mas ele não poderá nunca esquecer uma dimensão intelectual séria. Proceder de outra maneira seria falta de respeito com a Palavra de Deus6.

O ensino da exegese católica deverá ter várias sedes, com escopos diversos. Voltados para públicos e exigências diversas. Cursos voltados para a formação de leigos, para os seminários, ou para ao âmbito específico da pesquisa rigorosa da academia. Nota-se com muita clareza no texto a referência ao fato que o estudo e o ensino eclesial da exegese cabe a eclesiásticos e leigos, portanto, sem restrições de gêneros.

Referências:

1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

4 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

5 http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html

6 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos
Autor

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos

Doutor em Teologia Bíblica