13 de Maio de 2024
A Palavra de Deus na Bíblia (68): Interpretação e tradução da Bíblia
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04/11/2016 17:50 - Atualizado em 04/11/2016 17:51
A Palavra de Deus na Bíblia (68): Interpretação e tradução da Bíblia 0
04/11/2016 17:50 - Atualizado em 04/11/2016 17:51
No trajeto anterior de nossa leitura, expusemos alguns elementos sobre o papel e a relevância da Exegese Patrística, no legítimo e indispensável esforço da Igreja em compreender e explicar as Sagradas Escrituras em cada tempo, seguindo sempre a unidade essencial de sentido. Neste artigo, ainda percorremos alguns traços desta atividade eclesial de valor fundamental para os fiéis de todos os tempos.
Nos Padres da Igreja, a leitura da Escritura e sua interpretação ocupam um lugar considerável. Testemunhas disso são, em primeiro lugar, as obras diretamente ligadas ao entendimento das Escrituras, isto é, as homilias e os comentários, mas também as obras de controvérsia e de teologia, em que o apelo à Escritura serve de argumento principal1.
Esta atividade ligada à inteligência das Escrituras, muito cedo desenvolvida oficialmente no seio da Igreja, reflete na verdade um critério católico de leitura das Escrituras Sagradas, aquele de estabelecer entroncamentos entre as Escrituras e a tradição eclesial, ambiência fértil para uma autêntica interpretação bíblica. Este vínculo foi quebrado com a Reforma Protestante, no século 16 (1517), com a leitura luterana da Bíblia. É o que nos ensina com tanta clareza a Dei Verbum nº 1 9:
“A sagrada tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada tradição, por sua vez, transmite integralmente, aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de Verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; de onde resulta, assim, que a Igreja não tira somente da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.”2
A Constituição Dogmática conciliar não hesita em estabelecer um paralelo que, se esquecido ou negado, tem o poder de adulterar a inteligência católica da leitura bíblica. Os esforços ecumênicos, indispensáveis à composição da unidade eclesial, não podem colocar em xeque esta estrutura entrelaçada entre as Escrituras e a tradição sem desfigurar gravemente umas das invenções geniais do Espírito Santo ao longo da vida e a da ação da Igreja.
Referências:
A Palavra de Deus na Bíblia (68): Interpretação e tradução da Bíblia
04/11/2016 17:50 - Atualizado em 04/11/2016 17:51
No trajeto anterior de nossa leitura, expusemos alguns elementos sobre o papel e a relevância da Exegese Patrística, no legítimo e indispensável esforço da Igreja em compreender e explicar as Sagradas Escrituras em cada tempo, seguindo sempre a unidade essencial de sentido. Neste artigo, ainda percorremos alguns traços desta atividade eclesial de valor fundamental para os fiéis de todos os tempos.
Nos Padres da Igreja, a leitura da Escritura e sua interpretação ocupam um lugar considerável. Testemunhas disso são, em primeiro lugar, as obras diretamente ligadas ao entendimento das Escrituras, isto é, as homilias e os comentários, mas também as obras de controvérsia e de teologia, em que o apelo à Escritura serve de argumento principal1.
Esta atividade ligada à inteligência das Escrituras, muito cedo desenvolvida oficialmente no seio da Igreja, reflete na verdade um critério católico de leitura das Escrituras Sagradas, aquele de estabelecer entroncamentos entre as Escrituras e a tradição eclesial, ambiência fértil para uma autêntica interpretação bíblica. Este vínculo foi quebrado com a Reforma Protestante, no século 16 (1517), com a leitura luterana da Bíblia. É o que nos ensina com tanta clareza a Dei Verbum nº 1 9:
“A sagrada tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada tradição, por sua vez, transmite integralmente, aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de Verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; de onde resulta, assim, que a Igreja não tira somente da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.”2
A Constituição Dogmática conciliar não hesita em estabelecer um paralelo que, se esquecido ou negado, tem o poder de adulterar a inteligência católica da leitura bíblica. Os esforços ecumênicos, indispensáveis à composição da unidade eclesial, não podem colocar em xeque esta estrutura entrelaçada entre as Escrituras e a tradição sem desfigurar gravemente umas das invenções geniais do Espírito Santo ao longo da vida e a da ação da Igreja.
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