14 de Maio de 2024
A Palavra de Deus na Bíblia (36): Interpretação e tradução da Bíblia
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04/03/2016 00:00 - Atualizado em 11/03/2016 18:15
A Palavra de Deus na Bíblia (36): Interpretação e tradução da Bíblia 0
04/03/2016 00:00 - Atualizado em 11/03/2016 18:15
No artigo anterior tivemos a ocasião de expor os princípios operativos e hermenêuticos do método semiótico, segundo a análise do Documento “a interpretação da Bíblia na Igreja” (1993), objeto de nossas reflexões acerca da maneira católica de ler e interpretar as Sagradas Escrituras.
Cabe-nos agora a apresentação da avaliação crítica deste método literário em relação à exegese bíblica. Parte-se do princípio que estes métodos foram criados e desenvolvidos para tratar de textos literários ficCionais, não para existirem originariamente para a interpretação de textos religiosos. O documento, no entanto, se posiciona com abertura em relação ao seu uso na esfera da exegese bíblica:
A descrição dada pela semiótica, e, sobretudo o enunciado de seus pressupostos, já deixam perceber as contribuições e os limites deste método. Estando mais atenta ao fato de que cada texto bíblico é um todo coerente que obedece a mecanismos linguísticos precisos, a semiótica contribui à nossa compreensão da Bíblia, Palavra de Deus expressa em linguagem humana¹.
Mas isso não generaliza o uso deste método e sua utilidade na interpretação das Escrituras. A Igreja, através da Pontifícia Comissão Bíblica, exorta que algumas atitudes críticas precedam o uso do método semiótica em campo bíblico:
A semiótica pode ser utilizada para o estudo da Bíblia apenas quando este método de análise é separado de certos pressupostos desenvolvidos na filosofia estruturalista, isto é, a negação dos sujeitos e da referência extra-textual².
Vamos ao ponto, o que quis dizer aqui a Igreja: primeiro, que a autoria bíblica é indispensável ao conhecimento da mensagem bíblica, o texto bíblico haure sua autoridade e verdade da Inspiração Divina. A Bíblia não é um texto ‘anônimo’, disposição do leitor.
Segundo, a interpretação exegética deve seguir os traços do método histórico crítico que considera indispensável referir os textos aos seus respectivos contextos histórico-culturais e religiosos. Segundo a concepção, a natureza histórica da experiência judaico-cristã não poder ser perdida. Além disso, é preciso afirmar aquilo que os apóstolos atestaram sobre a dimensão histórica da mensagem cristã:³
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1, 20-21).
Ou segundo o juízo expresso no documento: trata-se do ‘real’; esta Palavra se dirige ao hodie (hoje) histórico dos crentes-ouvintes desta mensagem:
A Bíblia é a Palavra sobre o real que Deus pronunciou em uma história e que Ele nos dirige hoje por intermédio de autores humanos. A abordagem semiótica deve ser aberta à história: primeiramente àquela dos atores dos textos, em seguida àquela de seus autores e de seus leitores. O risco é grande, entre os utilizadores da análise semiótica, de ficar em um estudo formal do conteúdo e de não liberar a mensagem dos textos.
Por fim, mesmo fazendo graves recomendações sobre a utilização do método no campo exegético, o documento estimula o seu estudo e implicações colaborativas na construção de uma construção moderna e atual da leitura bíblica.
Se ela não se perde nos mistérios de uma linguagem complicada, mas é ensinada em termos simples em seus elementos principais, a análise semiótica pode dar aos cristãos o gosto de estudar o texto bíblico e de descobrir algumas de suas dimensões de sentido; sem possuir todos os conhecimentos históricos que se relacionam à produção do texto e a seu mundo sociocultural⁴.
Ela pode, assim, mostrar-se útil na própria pastoral para uma certa apropriação da Escritura em ambientes não especializados.
Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade (2 Pedro 1,16).
Referências:
1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
4 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
A Palavra de Deus na Bíblia (36): Interpretação e tradução da Bíblia
04/03/2016 00:00 - Atualizado em 11/03/2016 18:15
No artigo anterior tivemos a ocasião de expor os princípios operativos e hermenêuticos do método semiótico, segundo a análise do Documento “a interpretação da Bíblia na Igreja” (1993), objeto de nossas reflexões acerca da maneira católica de ler e interpretar as Sagradas Escrituras.
Cabe-nos agora a apresentação da avaliação crítica deste método literário em relação à exegese bíblica. Parte-se do princípio que estes métodos foram criados e desenvolvidos para tratar de textos literários ficCionais, não para existirem originariamente para a interpretação de textos religiosos. O documento, no entanto, se posiciona com abertura em relação ao seu uso na esfera da exegese bíblica:
A descrição dada pela semiótica, e, sobretudo o enunciado de seus pressupostos, já deixam perceber as contribuições e os limites deste método. Estando mais atenta ao fato de que cada texto bíblico é um todo coerente que obedece a mecanismos linguísticos precisos, a semiótica contribui à nossa compreensão da Bíblia, Palavra de Deus expressa em linguagem humana¹.
Mas isso não generaliza o uso deste método e sua utilidade na interpretação das Escrituras. A Igreja, através da Pontifícia Comissão Bíblica, exorta que algumas atitudes críticas precedam o uso do método semiótica em campo bíblico:
A semiótica pode ser utilizada para o estudo da Bíblia apenas quando este método de análise é separado de certos pressupostos desenvolvidos na filosofia estruturalista, isto é, a negação dos sujeitos e da referência extra-textual².
Vamos ao ponto, o que quis dizer aqui a Igreja: primeiro, que a autoria bíblica é indispensável ao conhecimento da mensagem bíblica, o texto bíblico haure sua autoridade e verdade da Inspiração Divina. A Bíblia não é um texto ‘anônimo’, disposição do leitor.
Segundo, a interpretação exegética deve seguir os traços do método histórico crítico que considera indispensável referir os textos aos seus respectivos contextos histórico-culturais e religiosos. Segundo a concepção, a natureza histórica da experiência judaico-cristã não poder ser perdida. Além disso, é preciso afirmar aquilo que os apóstolos atestaram sobre a dimensão histórica da mensagem cristã:³
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1, 20-21).
Ou segundo o juízo expresso no documento: trata-se do ‘real’; esta Palavra se dirige ao hodie (hoje) histórico dos crentes-ouvintes desta mensagem:
A Bíblia é a Palavra sobre o real que Deus pronunciou em uma história e que Ele nos dirige hoje por intermédio de autores humanos. A abordagem semiótica deve ser aberta à história: primeiramente àquela dos atores dos textos, em seguida àquela de seus autores e de seus leitores. O risco é grande, entre os utilizadores da análise semiótica, de ficar em um estudo formal do conteúdo e de não liberar a mensagem dos textos.
Por fim, mesmo fazendo graves recomendações sobre a utilização do método no campo exegético, o documento estimula o seu estudo e implicações colaborativas na construção de uma construção moderna e atual da leitura bíblica.
Se ela não se perde nos mistérios de uma linguagem complicada, mas é ensinada em termos simples em seus elementos principais, a análise semiótica pode dar aos cristãos o gosto de estudar o texto bíblico e de descobrir algumas de suas dimensões de sentido; sem possuir todos os conhecimentos históricos que se relacionam à produção do texto e a seu mundo sociocultural⁴.
Ela pode, assim, mostrar-se útil na própria pastoral para uma certa apropriação da Escritura em ambientes não especializados.
Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade (2 Pedro 1,16).
Referências:
1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
4 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html
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