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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 14/05/2024

14 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (32): Interpretação e tradução da Bíblia

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14 de Maio de 2024

A Palavra de Deus na Bíblia (32): Interpretação e tradução da Bíblia

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07/02/2016 00:00

A Palavra de Deus na Bíblia (32): Interpretação e tradução da Bíblia 0

07/02/2016 00:00

Caro leitor, percorremos um trajeto contemporâneo da leitura e da interpretação da Bíblia através de consciência atual da Igreja sobre o uso de métodos científicos e literários aplicados a textos da Sagrada Escritura.

Quais sãos as vantagens para a sua atualização? Há problemas e ameaças ao sentido que nestes séculos a Igreja, como comunidade interpretativa autêntica da Bíblia, produziu sobre estes textos e que compõem, de certa maneira, a base da sua doutrina cristã? Devemos utilizar indiscriminadamente todos os métodos e abordagens?

Muitas perguntas e questionamentos importantes que precisam ser respondidos adequadamente. Por isso, prosseguimos na leitura e comentários do Documento “A interpretação da Bíblia na Igreja” (1993) da Pontifícia Comissão Bíblica.

Constatando a enorme influência da retórica na cultura helenística, um número crescente de exegetas utiliza tratados de retórica clássica para melhor analisar certos aspectos dos escritos bíblicos, sobretudo daqueles do Novo Testamento. Outros exegetas concentram a atenção sobre os traços específicos da tradição literária bíblica. Enraizada na cultura semítica, ela manifesta uma forte preferência pelas composições simétricas, graças às quais as relações são estabelecidas entre os diversos elementos do texto. O estudo das múltiplas formas de paralelismo e de outros procedimentos semíticos de composição deve permitir um melhor discernimento da estrutura literária dos textos e assim chegar a maior compreensão de sua mensagem1.

Nestes últimos anos diversos autores se dão conta de uma questão crucial, escrito em grego, o estudo do Novo Testamento não pode prescindir do conhecimento da cultura helênica tão fortemente difundida pelo Mediterrâneo, berço do cristianismo.

Por outro lado, entre os escritos do Novo Testamento, 28 livros, 21 são cartas, isto significa que tinham impacto interpretativo, como textos orais, lidos em público, e visando atingir o comportamento e a compreensão dos fiéis, em suas reuniões e cultos.

A Retórica, como arte do discurso persuasivo pode explicar o desempenho esperado pela leitura publica e oral das cartas paulinas ou Joaninas, no seio destas Comunidades.

Tomando um ponto de vista mais geral, a “nova retórica” quer ser algo mais que um inventário de figuras de estilo, de artifícios oratórios e de espécies de discurso. Ela busca o porquê tal uso específico da linguagem é eficaz e chega a comunicar uma convicção. Ela se quer “realista”, recusando de se limitar à simples análise formal. Ela dá à situação de debate a atenção que lhe é devida. Ela estuda o estilo e a composição enquanto meios de exercer uma ação sobre o auditório. Com esta finalidade ela aproveita as contribuições recentes de disciplinas como a linguística, a semiótica, a antropologia e a sociologia.2

Outro tema que importa aos biblistas católicos, por causa do avanço de seitas e grupos radicais do neopentecostalismo na América latina e no Brasil, em particular, é o uso da chamada “Nova retórica”. Uma tecnologia de leitura do texto bíblica voltada exclusivamente a perceber e explorar seu desempenho na audição e leitura por parte de leitores em geral.

O estudo quer ‘meios de exercer uma ação sobre o auditório’; não interessa tanto o que o texto diz, como ele estabelece com a assembleia os efeitos desejados pelo dirigente (pastor) sobre aquele reunião de ouvintes do texto sagrado.

Aplicada à Bíblia, a ‘nova retórica” quer penetrar no coração da linguagem da revelação enquanto linguagem religiosa persuasiva e medir seu impacto no contexto social da comunicação.

Porque elas trazem um enriquecimento ao estudo crítico dos textos, as análises retóricas merecem muita estima, sobretudo em suas recentes pesquisas. Elas reparam uma negligência que durou muito tempo e fazem descobrir ou colocam mais em evidência perspectivas originais. A “nova retórica” tem razão de chamar a atenção para a capacidade persuasiva e convincente da linguagem3.

A Bíblia não é simplesmente enunciação de verdades. E uma mensagem dotada de uma função de comunicação em certo contexto, uma mensagem que comporta um dinamismo de argumentação e uma estratégia retórica.

Este método chamado ‘Nova Retórica’ prevê que a Bíblia, seja um livro que produz ação sobre os ouvintes, que dirija a vida de quem escuta.

1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

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A Palavra de Deus na Bíblia (32): Interpretação e tradução da Bíblia

07/02/2016 00:00

Caro leitor, percorremos um trajeto contemporâneo da leitura e da interpretação da Bíblia através de consciência atual da Igreja sobre o uso de métodos científicos e literários aplicados a textos da Sagrada Escritura.

Quais sãos as vantagens para a sua atualização? Há problemas e ameaças ao sentido que nestes séculos a Igreja, como comunidade interpretativa autêntica da Bíblia, produziu sobre estes textos e que compõem, de certa maneira, a base da sua doutrina cristã? Devemos utilizar indiscriminadamente todos os métodos e abordagens?

Muitas perguntas e questionamentos importantes que precisam ser respondidos adequadamente. Por isso, prosseguimos na leitura e comentários do Documento “A interpretação da Bíblia na Igreja” (1993) da Pontifícia Comissão Bíblica.

Constatando a enorme influência da retórica na cultura helenística, um número crescente de exegetas utiliza tratados de retórica clássica para melhor analisar certos aspectos dos escritos bíblicos, sobretudo daqueles do Novo Testamento. Outros exegetas concentram a atenção sobre os traços específicos da tradição literária bíblica. Enraizada na cultura semítica, ela manifesta uma forte preferência pelas composições simétricas, graças às quais as relações são estabelecidas entre os diversos elementos do texto. O estudo das múltiplas formas de paralelismo e de outros procedimentos semíticos de composição deve permitir um melhor discernimento da estrutura literária dos textos e assim chegar a maior compreensão de sua mensagem1.

Nestes últimos anos diversos autores se dão conta de uma questão crucial, escrito em grego, o estudo do Novo Testamento não pode prescindir do conhecimento da cultura helênica tão fortemente difundida pelo Mediterrâneo, berço do cristianismo.

Por outro lado, entre os escritos do Novo Testamento, 28 livros, 21 são cartas, isto significa que tinham impacto interpretativo, como textos orais, lidos em público, e visando atingir o comportamento e a compreensão dos fiéis, em suas reuniões e cultos.

A Retórica, como arte do discurso persuasivo pode explicar o desempenho esperado pela leitura publica e oral das cartas paulinas ou Joaninas, no seio destas Comunidades.

Tomando um ponto de vista mais geral, a “nova retórica” quer ser algo mais que um inventário de figuras de estilo, de artifícios oratórios e de espécies de discurso. Ela busca o porquê tal uso específico da linguagem é eficaz e chega a comunicar uma convicção. Ela se quer “realista”, recusando de se limitar à simples análise formal. Ela dá à situação de debate a atenção que lhe é devida. Ela estuda o estilo e a composição enquanto meios de exercer uma ação sobre o auditório. Com esta finalidade ela aproveita as contribuições recentes de disciplinas como a linguística, a semiótica, a antropologia e a sociologia.2

Outro tema que importa aos biblistas católicos, por causa do avanço de seitas e grupos radicais do neopentecostalismo na América latina e no Brasil, em particular, é o uso da chamada “Nova retórica”. Uma tecnologia de leitura do texto bíblica voltada exclusivamente a perceber e explorar seu desempenho na audição e leitura por parte de leitores em geral.

O estudo quer ‘meios de exercer uma ação sobre o auditório’; não interessa tanto o que o texto diz, como ele estabelece com a assembleia os efeitos desejados pelo dirigente (pastor) sobre aquele reunião de ouvintes do texto sagrado.

Aplicada à Bíblia, a ‘nova retórica” quer penetrar no coração da linguagem da revelação enquanto linguagem religiosa persuasiva e medir seu impacto no contexto social da comunicação.

Porque elas trazem um enriquecimento ao estudo crítico dos textos, as análises retóricas merecem muita estima, sobretudo em suas recentes pesquisas. Elas reparam uma negligência que durou muito tempo e fazem descobrir ou colocam mais em evidência perspectivas originais. A “nova retórica” tem razão de chamar a atenção para a capacidade persuasiva e convincente da linguagem3.

A Bíblia não é simplesmente enunciação de verdades. E uma mensagem dotada de uma função de comunicação em certo contexto, uma mensagem que comporta um dinamismo de argumentação e uma estratégia retórica.

Este método chamado ‘Nova Retórica’ prevê que a Bíblia, seja um livro que produz ação sobre os ouvintes, que dirija a vida de quem escuta.

1 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

2 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

3 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos
Autor

Padre Pedro Paulo Alves dos Santos

Doutor em Teologia Bíblica