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03 de Maio de 2024

Missão de simplificar a teologia

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10/04/2014 19:19 - Atualizado em 11/04/2014 15:30
Por: Cláudia Brito de Albuquerque e Sá (claudiabrito@testemunhodefe.com.br)

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Missão de simplificar a teologia / Arqrio

A Arquidiocese do Rio vai recordar a memória do monge, filósofo e teólogo Dom Estêvão Tavares Bettencourt, considerado um dos maiores conhecedores de assuntos bíblicos do Brasil. A Sagrada Eucaristia será presidida pelo bispo auxiliar e diretor das escolas de fé e catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida da Arquidiocese do Rio, Dom Luiz Henrique da Silva Brito, em 14 de abril, às 15h, na Capela do Edifício João Paulo II, na Glória.

A missa por ocasião do sexto ano de falecimento de Dom Estêvão faz parte das celebrações dos 50 anos das escolas de fé, que acontecerão até dezembro deste ano.

“Convidamos a comunidade diocesana para estar presente nesse momento de homenagem e oração em memória daquele que foi durante quase três décadas o diretor das nossas escolas de fé. Contamos com a presença e a oração dos fiéis para que possamos continuar conduzindo esse trabalho”, disse o vice-diretor das escolas, padre Fábio Siqueira.

Entre as atividades comemorativas do ano jubilar, está o retiro que acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de maio, na Casa de Retiro Padre Anchieta, em São Conrado. Informações pelo email vicediretor@materecclesiae.com.br e site: www.materecclesiae.com.br.

Vida dedicada à fé

A escola Mater Ecclesiae foi fundada em 1964. Quando assumiu a direção, na década de 80, Dom Estêvão ampliou os trabalhos, criando os cursos por correspondência, e fez apostilas sobre todos os tratados da teologia, que estão sendo transformadas em livros.

“Eu conheci Dom Estêvão quando ele era diretor espiritual dos oblatos do Mosteiro de São Bento. Não tive a graça de ser aluno dele, mas fui professor das escolas. O que mais chamava a atenção em Dom Estêvão era a sua dedicação à vida espiritual e disposição para o trabalho sempre, apesar de sua fragilidade física”, observou padre Fábio.

Segundo o sacerdote, após a morte de Dom Estêvão foram descobertas correspondências dele com teólogos de outras partes do mundo. “Ele sanava dúvidas e discutia sobre questões importantes. Era um homem completamente antenado com as grandes discussões teológicas do seu tempo”, recordou.

Para o vice-diretor das escolas, o objetivo de Dom Estêvão era explicar a doutrina católica em uma linguagem que pudesse ser compreendida pelos fiéis cristãos.

“Com a capacidade imensa que tinha, ele poderia ter desenvolvido uma obra própria. Seu grande mérito foi criar uma obra de divulgação da teologia para que os leigos pudessem ter acesso de maneira segura, fidedigna à doutrina católica, e ter as suas mais diversas questões respondidas, seja através dos opúsculos ou então de todos os anos de “Pergunte e Responderemos”, na Rádio Catedral FM 106,7 e na revista”, recordou.

Histórico

Flávio Tavares Bettencourt (nome de batismo de Dom Estêvão) nasceu em 16 de setembro de 1919, no Rio de Janeiro. Aos quatro anos mudou-se com a família para Paris (França), onde iniciou seus estudos no Lyceé Buffon. Retornou ao Brasil em 1928, e estudou no Colégio São Bento do Rio de Janeiro, onde conheceu mais de perto a vida monástica.

Ingressou no mosteiro no dia 1º de fevereiro de 1936, recebendo o hábito da Ordem Beneditina, em 6 de outubro do mesmo ano, das mãos de Dom Abade Tomas Keller, que lhe deu o nome religioso de Estêvão, considerando a devoção do então noviço pelos mártires da Igreja Antiga.

Apaixonado pelos estudos, o jovem já tinha profundo conhecimento do grego, latim, francês, inglês e alemão. Em 1937, fez no mosteiro seus primeiros votos no dia 7 de outubro. No mês seguinte, foi enviado por Dom Keller para Roma, onde fez doutorado no Pontifício Ateneu de Santo Anselmo (filosofia) e no Pontifício Instituto Bíblico (teologia).

De volta ao Brasil, em 1945, iniciou sua carreira acadêmica como professor de Sagrada Escritura na Escola Teológica do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, cadeira que ocupou até pouco antes de sua morte. Exerceu ainda a função de professor na Universidade Santa Úrsula, na PUC do Rio de Janeiro, na Universidade Católica de Petrópolis, no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na Escola Luz e Vida de Catequese, no Instituto Pio X e na Escola Mater Ecclesiae.

Foi também diretor do Instituto de Teologia da Universidade Santa Úrsula, decano do Centro de Teologia, Filosofia e Ciências Sociais, vice-reitor da Faculdade de Filosofia João Paulo II, membro dos Conselhos Universitários e de Ensino e Pesquisa do Ministério da Educação, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos, presidente da Liga de Estudos Bíblicos, consultor da Comissão Episcopal de Doutrinas e membro da Comissão de Diálogos Judeu-Cristãos, ambas da CNBB, bem como diretor da Escola Mater Ecclesiae e redator da revista “Comunnio”, ao lado de teólogos de grande prestígio, como Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), com quem mantinha grande amizade.

Participou de várias conferências e debates no Brasil e no exterior (Chile, Venezuela, Itália, Austrália etc.) e, em 1973, esteve em Jerusalém especializando-se em arqueologia e exegese bíblica entre docentes de prestígio mundial, incluindo mestres dominicanos e franciscanos.

O escritor prestigiado conta, além dos artigos em vários periódicos, com 21 livros publicados (especialmente nas áreas bíblica e de estudo das seitas), além de cinco traduções (inclusive da Primeira e Segunda Carta aos Coríntios, da Bíblia de Jerusalém), 66 opúsculos (dentre os quais a maioria possui sucessivas edições e/ou tradução para o espanhol) e 24 cursos por correspondência ministrados pela Escola Mater Ecclesiae, que atinge a milhares de alunos no Brasil e no exterior.

Editou, desde 1957, a revista “Pergunte e Responderemos” (também pelas Edições Lumen Christi), da qual foi autor e redator de toda matérias publicadas. Mesmo idoso e adoentado, porém lúcido, continuou a editá-la e, tendo falecido em 14 de abril de 2008, deixou-a pronta até setembro do mesmo ano, quando saiu o número 555.

Dom Estêvão começou a dar sinais de maiores problemas de saúde a partir de 2001, quando já estava com 82 anos. No dia de sua morte, acordou no horário de costume, às 4h30, para rezar o Ofício e pouco antes de tomar o café da manhã faleceu de infarto agudo do miocárdio.

Confira o artigo do arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta sobre Dom Estêvão

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