Arquidiocese do Rio de Janeiro

29º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 09/05/2024

09 de Maio de 2024

Um filho caríssimo para Bispo Coadjutor da Campanha

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Um filho caríssimo para Bispo Coadjutor da Campanha

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20/05/2015 07:14 - Atualizado em 20/05/2015 07:15

Um filho caríssimo para Bispo Coadjutor da Campanha 0

20/05/2015 07:14 - Atualizado em 20/05/2015 07:15

São Sebastião do Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015.

 Meu caro irmão D. Pedro Cunha,

            No dia em que a Nunciatura Apostólica no Brasil faz conhecer que Vossa Excelência é nomeado, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, para Bispo Coadjutor da Campanha, no Sul de Minas Gerais, quero unir-me ao meu caríssimo bispo auxiliar, que tive a graça de sagrá-lo e de conviver nestes anos, e manifestar a minha ação de graças pela sua dedicação ao serviço episcopal no âmbito de nossa Arquidiocese, particularmente, pela sua dedicação incansável ao nosso Seminário Arquidiocesano de São José, que tantos frutos e imensas consolações tem trazido ao meu coração de Arcebispo do Rio de Janeiro. Obrigado de coração pelo seu excelente trabalho junto as Vocações e ao nosso Seminário. Só Deus para pagar em dobro a sua dedicação.

            Conheço um pouco a região de sua nova Diocese: não só porque fui Administrador Apostólico de Claraval, na mesma Província Eclesiástica de Pouso Alegre, mas também porque já tive a graça de conhecer algumas cidades e paróquias daquela região abençoada. Estou imensamente feliz em poder enviar, como grande presente da Igreja do Rio de Janeiro, mais um bispo para ser o pastor próprio daquela Igreja. Nos últimos anos da década de 50 do século passado o Rio de Janeiro presenteava a Diocese da Campanha com Dom Othon Motta, que lá foi bispo virtuoso por mais de vinte anos, tendo morrido com “odores de santidade”. Agora é a sua vez de seguir os mesmos caminhos de Dom Othon.

            Quero lembra-lo, Excelência, que cada comunidade cristã sabe que está chamada a abrir-se a luz do Evangelho de Nosso Senhor. A Diocese deve “sair do seu recinto”, firme na fé, amparada pela oração e encorajada pelos próprios pastores, a fim de viver e de anunciar a Cristo, Salvador de cada homem e de cada mulher. Por isso, como Bispo Coadjutor da Campanha, caberá a Vossa Excelência encorajar a sua Igreja a alargar a sua presença além do perímetro litúrgico, levando a sociedade o vigoroso espírito do Evangelho. A sua formação acadêmica apurada, seus trabalhos no âmbito político-social e a sua perspicácia pastoral o ajudará muito nesta missão sublime.

            Lembro-lhe, caro irmão, as palavras de São João Paulo II: “o Bispo é pai: sabe que qualquer dom perfeito vem de Deus”. Por isso me lembro da bondade do povo sul mineiro, que o irá receber certamente com tanta generosidade e compartilhará com o seu ministério as suas alegrias e as suas tristezas. O seu novo ministério será de serviço ao povo de Deus a e sociedade.

            Posso dar testemunho que o seu exemplo é uma escola aos seus futuros fiéis. O povo de Deus juntamente com o seus sacerdotes, os religiosos, vão constituir um apostolado que forme centros de encontro com o Senhor, que nos ensina a amar e abre nossos olhos à dignidade de cada pessoa, especialmente os mais pobres, aqueles que moram nas periferias da imensa Diocese da Campanha, desde os contrafortes da Mantiqueira até as águas azuis do Lago de Furnas. Tenha dedicação aos idosos, às pessoas esquecidas pela sociedade e pelos governos que vivem no meio de nós. Tudo isso será fácil porque cabe ao bispo experimentar a compaixão de Jesus, aquela compaixão que nos torna testemunhas convictas da salvação, do amor e da misericórdia, que é caridade (Rm 12, 9-10).

            Um pensamento pessoal, querido Dom Pedro, quero dirigir aos jovens da Diocese da Campanha: que pelo seu exemplo e pela sua jovialidade, pelo seu sorriso, estes jovens possam progredir na herança recebida de seus antepassados. Com bispo Vossa Excelência cuidará dos jovens, ouvirá os seus desafios, “dado que anunciamos a Cristo, e não a nós mesmos, somos chamados a ser um exemplo para o povo de Deus”(cf. 1 Pd 5,3). A sua proximidade com os jovens o ajudará a compreender as dificuldades que eles e as suas famílias experimentam na vida cotidiana, quer no manejo rural do café, do milho, da soja ou do gado, quer nos trabalhos da indústria, tão pujante na cidade de Varginha e Três Corações; e do agronegócio, particularmente com a qualificada produção de café e a exitosa experiência do cooperativismo agropecuário em Três Pontas e Boa Esperança, presente nestas quatro maiores cidades da extensa nova Diocese.

            Tenho certeza que a sua missão será permeada pelo Evangelho. Este Evangelho que alimenta a grande família católica desta Igreja. Espero que Vossa Excelência, no início como Bispo Coadjutor de nosso venerável irmão Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, continue dando testemunho desta unidade episcopal, tão bonita e tão satisfatoriamente vivida entre nós aqui no Rio de Janeiro, seja como uma luz para a Diocese da Campanha. Ficaremos alegres em testemunhar a unidade do Bispo Diocesano e do seu Coadjutor em favor da edificação da sociedade do amor.

            Dom Pedro: São João Paulo II disse que o Brasil precisava de santos. É precisamente na sua nova Diocese que a santidade é vivida de forma heroica pelos leigos e pelos clérigos e consagrados. A Diocese já viu elevada à glória dos altares a Beata Nhá Chica, leiga consagrada, que do alto do Morro da Conceição, em Baependi santificou com conselhos preciosos a gente simples do povo de Deus e até autoridades civis, militares e eclesiásticas. O testemunho de Nhá Chica é um tesouro que caberá a Vossa Excelência tornar mais conhecido de toda a Igreja no Brasil. A sua nova Diocese teve um sacerdote santo: Cônego Francisco de Paula Victor, carinhosamente conhecido de Padre Victor, santificou a cidade de Três Pontas, por mais de cinquenta anos. Todo dia 22 de setembro é a sua festa, com caminhadas entre as cidades vizinhas até a cidade de Três Pontas. Estamos aguardando para breve a sua beatificação. Na mesma cidade de Três Pontas santificou a sua vida na consagração carmelitana, Madre Teresa Margarida, conhecida carinhosamente como Nossa Mãe. Muitos são os testemunhos de graças de sua vida santa. As três dimensões da vida diocesana: leigos, sacerdotes e religiosos demonstraram virtudes heroicas para serem seguidas na sua nova Igreja Particular. O seu exemplo e a sua conduta irrepreensível ajudará muito o crescimento espiritual deste Bispado.

            Desejo que a sua missão em favor do reverendo clero, dos religiosos e do povo santo de Deus seja de profunda consumação de sua vida e dos seus dotes espirituais e intelectuais em favor daquele amado povo.

            Sou-lhe agradecido, em meu nome e dos demais Bispos Auxiliares, do clero e do povo do Rio de Janeiro, pela sua presença bonita em nosso meio. O Rio de Janeiro continuará sendo sempre a sua casa e a sua Arquidiocese. Seja feliz em Campanha e reze por nossa Igreja.

 

            De Vossa Excelência Reverendíssima,

            Dev.mo. no Senhor,

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.

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20/05/2015 07:14 - Atualizado em 20/05/2015 07:15

São Sebastião do Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015.

 Meu caro irmão D. Pedro Cunha,

            No dia em que a Nunciatura Apostólica no Brasil faz conhecer que Vossa Excelência é nomeado, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, para Bispo Coadjutor da Campanha, no Sul de Minas Gerais, quero unir-me ao meu caríssimo bispo auxiliar, que tive a graça de sagrá-lo e de conviver nestes anos, e manifestar a minha ação de graças pela sua dedicação ao serviço episcopal no âmbito de nossa Arquidiocese, particularmente, pela sua dedicação incansável ao nosso Seminário Arquidiocesano de São José, que tantos frutos e imensas consolações tem trazido ao meu coração de Arcebispo do Rio de Janeiro. Obrigado de coração pelo seu excelente trabalho junto as Vocações e ao nosso Seminário. Só Deus para pagar em dobro a sua dedicação.

            Conheço um pouco a região de sua nova Diocese: não só porque fui Administrador Apostólico de Claraval, na mesma Província Eclesiástica de Pouso Alegre, mas também porque já tive a graça de conhecer algumas cidades e paróquias daquela região abençoada. Estou imensamente feliz em poder enviar, como grande presente da Igreja do Rio de Janeiro, mais um bispo para ser o pastor próprio daquela Igreja. Nos últimos anos da década de 50 do século passado o Rio de Janeiro presenteava a Diocese da Campanha com Dom Othon Motta, que lá foi bispo virtuoso por mais de vinte anos, tendo morrido com “odores de santidade”. Agora é a sua vez de seguir os mesmos caminhos de Dom Othon.

            Quero lembra-lo, Excelência, que cada comunidade cristã sabe que está chamada a abrir-se a luz do Evangelho de Nosso Senhor. A Diocese deve “sair do seu recinto”, firme na fé, amparada pela oração e encorajada pelos próprios pastores, a fim de viver e de anunciar a Cristo, Salvador de cada homem e de cada mulher. Por isso, como Bispo Coadjutor da Campanha, caberá a Vossa Excelência encorajar a sua Igreja a alargar a sua presença além do perímetro litúrgico, levando a sociedade o vigoroso espírito do Evangelho. A sua formação acadêmica apurada, seus trabalhos no âmbito político-social e a sua perspicácia pastoral o ajudará muito nesta missão sublime.

            Lembro-lhe, caro irmão, as palavras de São João Paulo II: “o Bispo é pai: sabe que qualquer dom perfeito vem de Deus”. Por isso me lembro da bondade do povo sul mineiro, que o irá receber certamente com tanta generosidade e compartilhará com o seu ministério as suas alegrias e as suas tristezas. O seu novo ministério será de serviço ao povo de Deus a e sociedade.

            Posso dar testemunho que o seu exemplo é uma escola aos seus futuros fiéis. O povo de Deus juntamente com o seus sacerdotes, os religiosos, vão constituir um apostolado que forme centros de encontro com o Senhor, que nos ensina a amar e abre nossos olhos à dignidade de cada pessoa, especialmente os mais pobres, aqueles que moram nas periferias da imensa Diocese da Campanha, desde os contrafortes da Mantiqueira até as águas azuis do Lago de Furnas. Tenha dedicação aos idosos, às pessoas esquecidas pela sociedade e pelos governos que vivem no meio de nós. Tudo isso será fácil porque cabe ao bispo experimentar a compaixão de Jesus, aquela compaixão que nos torna testemunhas convictas da salvação, do amor e da misericórdia, que é caridade (Rm 12, 9-10).

            Um pensamento pessoal, querido Dom Pedro, quero dirigir aos jovens da Diocese da Campanha: que pelo seu exemplo e pela sua jovialidade, pelo seu sorriso, estes jovens possam progredir na herança recebida de seus antepassados. Com bispo Vossa Excelência cuidará dos jovens, ouvirá os seus desafios, “dado que anunciamos a Cristo, e não a nós mesmos, somos chamados a ser um exemplo para o povo de Deus”(cf. 1 Pd 5,3). A sua proximidade com os jovens o ajudará a compreender as dificuldades que eles e as suas famílias experimentam na vida cotidiana, quer no manejo rural do café, do milho, da soja ou do gado, quer nos trabalhos da indústria, tão pujante na cidade de Varginha e Três Corações; e do agronegócio, particularmente com a qualificada produção de café e a exitosa experiência do cooperativismo agropecuário em Três Pontas e Boa Esperança, presente nestas quatro maiores cidades da extensa nova Diocese.

            Tenho certeza que a sua missão será permeada pelo Evangelho. Este Evangelho que alimenta a grande família católica desta Igreja. Espero que Vossa Excelência, no início como Bispo Coadjutor de nosso venerável irmão Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, continue dando testemunho desta unidade episcopal, tão bonita e tão satisfatoriamente vivida entre nós aqui no Rio de Janeiro, seja como uma luz para a Diocese da Campanha. Ficaremos alegres em testemunhar a unidade do Bispo Diocesano e do seu Coadjutor em favor da edificação da sociedade do amor.

            Dom Pedro: São João Paulo II disse que o Brasil precisava de santos. É precisamente na sua nova Diocese que a santidade é vivida de forma heroica pelos leigos e pelos clérigos e consagrados. A Diocese já viu elevada à glória dos altares a Beata Nhá Chica, leiga consagrada, que do alto do Morro da Conceição, em Baependi santificou com conselhos preciosos a gente simples do povo de Deus e até autoridades civis, militares e eclesiásticas. O testemunho de Nhá Chica é um tesouro que caberá a Vossa Excelência tornar mais conhecido de toda a Igreja no Brasil. A sua nova Diocese teve um sacerdote santo: Cônego Francisco de Paula Victor, carinhosamente conhecido de Padre Victor, santificou a cidade de Três Pontas, por mais de cinquenta anos. Todo dia 22 de setembro é a sua festa, com caminhadas entre as cidades vizinhas até a cidade de Três Pontas. Estamos aguardando para breve a sua beatificação. Na mesma cidade de Três Pontas santificou a sua vida na consagração carmelitana, Madre Teresa Margarida, conhecida carinhosamente como Nossa Mãe. Muitos são os testemunhos de graças de sua vida santa. As três dimensões da vida diocesana: leigos, sacerdotes e religiosos demonstraram virtudes heroicas para serem seguidas na sua nova Igreja Particular. O seu exemplo e a sua conduta irrepreensível ajudará muito o crescimento espiritual deste Bispado.

            Desejo que a sua missão em favor do reverendo clero, dos religiosos e do povo santo de Deus seja de profunda consumação de sua vida e dos seus dotes espirituais e intelectuais em favor daquele amado povo.

            Sou-lhe agradecido, em meu nome e dos demais Bispos Auxiliares, do clero e do povo do Rio de Janeiro, pela sua presença bonita em nosso meio. O Rio de Janeiro continuará sendo sempre a sua casa e a sua Arquidiocese. Seja feliz em Campanha e reze por nossa Igreja.

 

            De Vossa Excelência Reverendíssima,

            Dev.mo. no Senhor,

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro