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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 28/03/2024

28 de Março de 2024

Paz: fruto da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento

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Paz: fruto da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento

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26/12/2014 09:59 - Atualizado em 26/12/2014 10:00

Paz: fruto da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento 0

26/12/2014 09:59 - Atualizado em 26/12/2014 10:00

Há muito tempo que a mensagem do Magistério da Igreja publicada no início de cada ano fala do anseio de paz almejado por cada ser humano. Somos convidados a refletir e celebrar a paz. Celebrar a paz, mesmo em meio às dificuldades de cada época e situação. Ao celebrar a paz estamos proclamando nossa confiança na humanidade. Todos podem aprender a celebrar e construir a paz.

Devemos partir do pressuposto de que todos os homens constituem uma só família humana. Pelo simples fato de termos nascido neste mundo, participamos da mesma herança e temos em comum a mesma origem com todos os demais seres humanos. Acima das questões de riqueza e diversidade humana, diferentes culturas, línguas e histórias, somos convidados a afirmar uma radical solidariedade da família humana. Isto é fundamental para nossa vida em comum sobre a face da Terra. Assim, como haverá paz verdadeira se não se estiver atento ao desenvolvimento, à dignidade humana? Como construir paz duradoura sem levar em conta a rede de relações das realidades sociais, econômicas e políticas que tantas vezes desfavorecem um grupo ou uma nação à custa de outros? Precisamos continuar a afirmar de forma real e concreta que verdadeiramente somos todos iguais em dignidade, porque fomos criados à imagem de Deus, que é nosso Pai.

A solidariedade e o desenvolvimento são, então, elementos fundamentais para a construção da paz. Com efeito, os vínculos comuns de humanidade exigem de nós que se viva em harmonia e se procure promover o que é bom para os outros e para a comunidade humana no seu conjunto.

Portanto, neste processo de construir a paz não se pode deixar de lado a Justiça. Ela está em relação permanente e dinâmica com a paz. Justiça e paz têm em vista o bem de cada um e de todos. Quando uma é ameaçada, vacilam as duas; quando se ofende a Justiça, põe-se em perigo também a paz (cf. Mensagem de João Paulo II – Dia Mundial da Paz –1998).

A família é o espaço onde primeiro se verifica as possibilidades de um desenvolvimento integral para o conjunto da sociedade. Nela, aprende-se a viver a solidariedade, a partilha, a preocupação com o outro, a justiça, portanto, a construir a paz. Onde a família tornou-se um elemento social secundário, relativizada por diversas interferências alheias à vontade do Criador, perde-se o ambiente de geração de pessoas verdadeiramente preocupadas em construir a paz.

O homem é um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade. É fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia.

Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade, e leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade. À luz da Palavra de Deus, precisamos considerar todos os homens, “já não escravos, mas irmãos”. (cf. Mensagem do Papa Francisco – Dia Mundial da Paz – 2015)

Neste tempo em que nossos corações estão voltados para desejar um novo ano de paz e prosperidade, peçamos ao Senhor da vida que nos ilumine e fortaleça na criação de condições para que nossas famílias e cada pessoa sejam o berço de novas relações de justiça, amor e solidariedade para construirmos verdadeiramente a paz.

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Paz: fruto da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento

26/12/2014 09:59 - Atualizado em 26/12/2014 10:00

Há muito tempo que a mensagem do Magistério da Igreja publicada no início de cada ano fala do anseio de paz almejado por cada ser humano. Somos convidados a refletir e celebrar a paz. Celebrar a paz, mesmo em meio às dificuldades de cada época e situação. Ao celebrar a paz estamos proclamando nossa confiança na humanidade. Todos podem aprender a celebrar e construir a paz.

Devemos partir do pressuposto de que todos os homens constituem uma só família humana. Pelo simples fato de termos nascido neste mundo, participamos da mesma herança e temos em comum a mesma origem com todos os demais seres humanos. Acima das questões de riqueza e diversidade humana, diferentes culturas, línguas e histórias, somos convidados a afirmar uma radical solidariedade da família humana. Isto é fundamental para nossa vida em comum sobre a face da Terra. Assim, como haverá paz verdadeira se não se estiver atento ao desenvolvimento, à dignidade humana? Como construir paz duradoura sem levar em conta a rede de relações das realidades sociais, econômicas e políticas que tantas vezes desfavorecem um grupo ou uma nação à custa de outros? Precisamos continuar a afirmar de forma real e concreta que verdadeiramente somos todos iguais em dignidade, porque fomos criados à imagem de Deus, que é nosso Pai.

A solidariedade e o desenvolvimento são, então, elementos fundamentais para a construção da paz. Com efeito, os vínculos comuns de humanidade exigem de nós que se viva em harmonia e se procure promover o que é bom para os outros e para a comunidade humana no seu conjunto.

Portanto, neste processo de construir a paz não se pode deixar de lado a Justiça. Ela está em relação permanente e dinâmica com a paz. Justiça e paz têm em vista o bem de cada um e de todos. Quando uma é ameaçada, vacilam as duas; quando se ofende a Justiça, põe-se em perigo também a paz (cf. Mensagem de João Paulo II – Dia Mundial da Paz –1998).

A família é o espaço onde primeiro se verifica as possibilidades de um desenvolvimento integral para o conjunto da sociedade. Nela, aprende-se a viver a solidariedade, a partilha, a preocupação com o outro, a justiça, portanto, a construir a paz. Onde a família tornou-se um elemento social secundário, relativizada por diversas interferências alheias à vontade do Criador, perde-se o ambiente de geração de pessoas verdadeiramente preocupadas em construir a paz.

O homem é um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade. É fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia.

Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade, e leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade. À luz da Palavra de Deus, precisamos considerar todos os homens, “já não escravos, mas irmãos”. (cf. Mensagem do Papa Francisco – Dia Mundial da Paz – 2015)

Neste tempo em que nossos corações estão voltados para desejar um novo ano de paz e prosperidade, peçamos ao Senhor da vida que nos ilumine e fortaleça na criação de condições para que nossas famílias e cada pessoa sejam o berço de novas relações de justiça, amor e solidariedade para construirmos verdadeiramente a paz.

Cônego Manuel Manangão
Autor

Cônego Manuel Manangão

Vigário Episcopal para a Caridade Social