03 de Fevereiro de 2025
Subida e descida
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Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo
A solenidade da Ascensão do Senhor nos permite aguardar a realização da promessa da descida do Espírito Santo. Ambos os movimentos se relacionam: “É do vosso interesse que eu parta, pois se eu não for o Paráclito, não virá a vós. Mas, se eu for o enviarei a vós” (Jo 16, 7). A Liturgia destes dias quer que a expectativa deste santo desejo seja vivida por nós: Vinde, ó Santo Espírito de Deus!
A subida do Filho corresponde a sua elevação ou glorificação à direita do Pai, como apreciam dizer as Escrituras. Portanto, expressa a nova e definitiva condição de ressuscitado, que não está mais conosco, pelo contato físico. A teologia narrativa dos Atos nos apresenta esta sublime realidade, não só com a elevação em si, mas com a experiência visual: “uma nuvem O ocultou a seus olhos” (At 1, 9).
São João Paulo II comentou ambos os movimentos na Carta Encíclica “Dominum et Vivificantem”, em ótica sacramental. Por causa da “partida” do Filho, o Espírito Santo veio e vem continuamente como Consolador e Espírito da verdade. “Vem” e está continuamente presente no mistério da Igreja; ora se manifesta na sua história, mas sem deixar de conduzir sempre o seu curso. O ministério sacramental, todas as vezes que é realizado, comporta em si o mistério da “partida” de Cristo mediante a Cruz e a ressurreição, em virtude da qual vem o Espírito Santo. Vem e atua: “dá a vida” (n. 63). O Papa utiliza a imagem do “ritmo do Espírito” sinônimo do movimento de sua descida.
A elevação do “olhar atentamente para o céu enquanto ele ia” corresponde à visão dos “dois homens vestidos de branco” (At 1, 10), seres celestes, que convidam os discípulos a baixar e a estender os olhos ao horizonte: “Por que estais aí a olhar para o céu?” (1,11). Quando o Espírito descer sobre eles, em pentecostes, hão de visualizar a terra dos homens, como missão universal. Em todos os lugares. Em qualquer circunstância. Em todos os tempos. Obra sempre inacabada.
Desde o dia da ascensão se estabelece a comunicação do Evangelho pleno, no envio dos pregadores ao mundo inteiro como mestres: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações” (Mt 28, 19). Porém, como o Papa Francisco nos lembrou: para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele “vem em auxílio da nossa fraqueza (Rm 8,26)”. Esta confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos de O invocar constantemente (“Evangelii Gaudium”, 280). Servem, pois, esses dias de preparação de Pentecostes para recordar-nos tais verdades dinamizadoras. Servem para intensificar em nós o desejo do Espírito. Para crescer a vontade de viver, com saúde e força, a fim de difundir com entusiasmo o evangelho da alegria.
Conforme a motivação dos seres celestes, apresentados como “homens vestidos de branco” e não como anjos (At 1, 10), a extensão do olhar é dirigida às pessoas a serem evangelizadas no mundo e além, na longa perspectiva do retorno do Senhor: “virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (v. 11). Tal motivação da extensão do tempo reabastece a nossa paciência histórica, em meio às dificuldades e tropeços, e é fonte de ação e de transformação ao longo prazo. Aqui, certamente, também se insere a avaliação do Papa que “o tempo é superior ao espaço” (Ibidem, 223). O dia da ascensão fala de ambos, do lugar e do tempo da evangelização. Aponta para o realismo da missão.
O Papa Francisco é ousado e assim nos quer: “evangelizadores com espírito”. Explica muito bem seu desejo: “evangelizadores que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo”; “com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o tempo e lugar, mesmo contra a corrente”; “com palavras, mas, sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus” (Ibidem, 259). Enfim “com o Espírito Santo, já que Ele é a alma da Igreja evangelizadora” ( Ibidem, 261).
Enfim, o Apocalipse sintetiza no desejo a conclusão do livro e a expectativa do tempo, a modo de oração litúrgica, em meio ao sofrimento e à perseguição dos cristãos no mundo: “O Espírito e a Esposa dizem: Vem!” (Ap 22, 17). Assim, a Igreja, nas batalhas da vida com a colaboração do Espírito Santo, prepara a conclusão da história e a volta de Cristo, pelo anúncio, o culto e o testemunho.
Subida e descida
01/06/2014 00:00
Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo
A solenidade da Ascensão do Senhor nos permite aguardar a realização da promessa da descida do Espírito Santo. Ambos os movimentos se relacionam: “É do vosso interesse que eu parta, pois se eu não for o Paráclito, não virá a vós. Mas, se eu for o enviarei a vós” (Jo 16, 7). A Liturgia destes dias quer que a expectativa deste santo desejo seja vivida por nós: Vinde, ó Santo Espírito de Deus!
A subida do Filho corresponde a sua elevação ou glorificação à direita do Pai, como apreciam dizer as Escrituras. Portanto, expressa a nova e definitiva condição de ressuscitado, que não está mais conosco, pelo contato físico. A teologia narrativa dos Atos nos apresenta esta sublime realidade, não só com a elevação em si, mas com a experiência visual: “uma nuvem O ocultou a seus olhos” (At 1, 9).
São João Paulo II comentou ambos os movimentos na Carta Encíclica “Dominum et Vivificantem”, em ótica sacramental. Por causa da “partida” do Filho, o Espírito Santo veio e vem continuamente como Consolador e Espírito da verdade. “Vem” e está continuamente presente no mistério da Igreja; ora se manifesta na sua história, mas sem deixar de conduzir sempre o seu curso. O ministério sacramental, todas as vezes que é realizado, comporta em si o mistério da “partida” de Cristo mediante a Cruz e a ressurreição, em virtude da qual vem o Espírito Santo. Vem e atua: “dá a vida” (n. 63). O Papa utiliza a imagem do “ritmo do Espírito” sinônimo do movimento de sua descida.
A elevação do “olhar atentamente para o céu enquanto ele ia” corresponde à visão dos “dois homens vestidos de branco” (At 1, 10), seres celestes, que convidam os discípulos a baixar e a estender os olhos ao horizonte: “Por que estais aí a olhar para o céu?” (1,11). Quando o Espírito descer sobre eles, em pentecostes, hão de visualizar a terra dos homens, como missão universal. Em todos os lugares. Em qualquer circunstância. Em todos os tempos. Obra sempre inacabada.
Desde o dia da ascensão se estabelece a comunicação do Evangelho pleno, no envio dos pregadores ao mundo inteiro como mestres: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações” (Mt 28, 19). Porém, como o Papa Francisco nos lembrou: para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele “vem em auxílio da nossa fraqueza (Rm 8,26)”. Esta confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos de O invocar constantemente (“Evangelii Gaudium”, 280). Servem, pois, esses dias de preparação de Pentecostes para recordar-nos tais verdades dinamizadoras. Servem para intensificar em nós o desejo do Espírito. Para crescer a vontade de viver, com saúde e força, a fim de difundir com entusiasmo o evangelho da alegria.
Conforme a motivação dos seres celestes, apresentados como “homens vestidos de branco” e não como anjos (At 1, 10), a extensão do olhar é dirigida às pessoas a serem evangelizadas no mundo e além, na longa perspectiva do retorno do Senhor: “virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (v. 11). Tal motivação da extensão do tempo reabastece a nossa paciência histórica, em meio às dificuldades e tropeços, e é fonte de ação e de transformação ao longo prazo. Aqui, certamente, também se insere a avaliação do Papa que “o tempo é superior ao espaço” (Ibidem, 223). O dia da ascensão fala de ambos, do lugar e do tempo da evangelização. Aponta para o realismo da missão.
O Papa Francisco é ousado e assim nos quer: “evangelizadores com espírito”. Explica muito bem seu desejo: “evangelizadores que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo”; “com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o tempo e lugar, mesmo contra a corrente”; “com palavras, mas, sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus” (Ibidem, 259). Enfim “com o Espírito Santo, já que Ele é a alma da Igreja evangelizadora” ( Ibidem, 261).
Enfim, o Apocalipse sintetiza no desejo a conclusão do livro e a expectativa do tempo, a modo de oração litúrgica, em meio ao sofrimento e à perseguição dos cristãos no mundo: “O Espírito e a Esposa dizem: Vem!” (Ap 22, 17). Assim, a Igreja, nas batalhas da vida com a colaboração do Espírito Santo, prepara a conclusão da história e a volta de Cristo, pelo anúncio, o culto e o testemunho.
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