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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 03/02/2025

03 de Fevereiro de 2025

Jesus, Maria, José

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27/12/2013 17:16 - Atualizado em 27/12/2013 17:43

Jesus, Maria, José 0

27/12/2013 17:16 - Atualizado em 27/12/2013 17:43

Jesus, Maria, José / Arqrio

Dentro do clima do Natal, celebra-se a festa da Sagrada Família. O lar de Jesus, em Nazaré, aquecido pelo amor de Maria, e sustentado pelo trabalho de José, é um estímulo para as famílias dos cristãos. O Filho de Deus quis vivenciar o afeto famíliar para aprender a ser homem, harmonizando as relações recíprocas que possibilitam a construção da felicidade. Experimentando a maternidade de Maria e a paternidade de José, “era-lhes submisso” (Lc 2, 51). Assim vivencia o mandamento da lei: “Honra teu pai e tua mãe” (Ex 20, 12).

A existência de Jesus em família é o aprendizado de uma cultura na sua dimensão social e religiosa. Ele mergulhou na raiz de sua gente numa espécie de “judaidade” adquirida. Eis o sentido da vida oculta em Nazaré por Ele assimilada. Por isso, os evangelhos transmitem os aspectos da observância das prescrições da lei, em relação às peregrinações no templo, às refeições pascais e outras tradições domésticas. Jesus ouvia e lia as escrituras com Maria e José. Frequentava com eles a sinagoga. Aprendeu a salmodiar. Praticou o que chamamos de leitura orante da Bíblia. Aplicou a si desde pequeno, o que faria depois, os textos bíblicos, sapienciais, proféticos e messiânicos.

A família católica se enriquece quando afirma suas referências genuínas, desde o sacramento do matrimônio, que o povo chama muito bem de “casamento na igreja”. Enriquece-se, quando se prepara para batizar os filhos e crismá-los. Ao recordar e aplicar o que disse Jesus: “Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim” (Mt 19, 14). Ocorre desde o sinal da Cruz e as principais orações, aprendidas de cor, através dos pais, sobretudo o pai-nosso e a ave-maria, até a iniciação cristã com a catequese infantil e a eucaristia dominical. O mesmo se diga da oração conjugal e da familiar, do rosário e das ladainhas, da devoção a Maria, das festas dos padroeiros, das grandes comemorações do mistério cristão: Natal e Páscoa. Do uso de símbolos e sacramentais. Da veneração das imagens.

A cultura católica, recebida e transmitida, prepara as gerações de hoje para os desafios desagregadores cada vez mais insidiosos. Mergulhando as raízes nas fontes vivas desta tradição renovada, surgiram vários movimentos de casais e de famílias. Elaborou-se a pastoral familiar. São ofertas disponíveis para quem deseja viver o evangelho da família. São experiências que dão frutos.

Paulo apresenta preceitos gerais de vida cristã (Cl 3, 12-21) que são aplicáveis nas relações conjugais e familiares. Fala ao coração. Por isso, diz: “revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade”. O caminho é o itinerário dos sentimentos altruístas que promovem o bem. Vale para cada um e para todos: marido, esposa, pai, mãe, filhos, irmãos. Não há regras precisas, pois não é receituário pronto e acabado. Porém, exigem empenho criativo e generoso diante da necessidade do outro.

As razões do coração supõem a superação dos sentimentos feridos e magoados por rivalidades, decepções e injúrias, através de um preceito maior. Este brota da experiência originária do perdão: “suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós” (v. 13). Tal preceito maior decorre da realidade da vida em Cristo. Decorre também da necessidade constante do perdão, o que significa ser muitas vezes desculpados. Igualmente, precisamos pedir perdão, que significa reconhecer os erros. Ambas as atitudes são sempre difíceis. No entanto, são possíveis. Elas são desafios a serem superados. Ocorrido o perdão, o amor é purificado e potencializado. Pacificam-se os espíritos. Recupera-se a alegria.

A família é chamada a ser escola de perdão para ser aprendizado de amor. O mesmo se diz do relacionamento conjugal pelo qual os filhos aprendem, vendo como os pais procedem.

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Jesus, Maria, José / Arqrio

Jesus, Maria, José

27/12/2013 17:16 - Atualizado em 27/12/2013 17:43

Dentro do clima do Natal, celebra-se a festa da Sagrada Família. O lar de Jesus, em Nazaré, aquecido pelo amor de Maria, e sustentado pelo trabalho de José, é um estímulo para as famílias dos cristãos. O Filho de Deus quis vivenciar o afeto famíliar para aprender a ser homem, harmonizando as relações recíprocas que possibilitam a construção da felicidade. Experimentando a maternidade de Maria e a paternidade de José, “era-lhes submisso” (Lc 2, 51). Assim vivencia o mandamento da lei: “Honra teu pai e tua mãe” (Ex 20, 12).

A existência de Jesus em família é o aprendizado de uma cultura na sua dimensão social e religiosa. Ele mergulhou na raiz de sua gente numa espécie de “judaidade” adquirida. Eis o sentido da vida oculta em Nazaré por Ele assimilada. Por isso, os evangelhos transmitem os aspectos da observância das prescrições da lei, em relação às peregrinações no templo, às refeições pascais e outras tradições domésticas. Jesus ouvia e lia as escrituras com Maria e José. Frequentava com eles a sinagoga. Aprendeu a salmodiar. Praticou o que chamamos de leitura orante da Bíblia. Aplicou a si desde pequeno, o que faria depois, os textos bíblicos, sapienciais, proféticos e messiânicos.

A família católica se enriquece quando afirma suas referências genuínas, desde o sacramento do matrimônio, que o povo chama muito bem de “casamento na igreja”. Enriquece-se, quando se prepara para batizar os filhos e crismá-los. Ao recordar e aplicar o que disse Jesus: “Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim” (Mt 19, 14). Ocorre desde o sinal da Cruz e as principais orações, aprendidas de cor, através dos pais, sobretudo o pai-nosso e a ave-maria, até a iniciação cristã com a catequese infantil e a eucaristia dominical. O mesmo se diga da oração conjugal e da familiar, do rosário e das ladainhas, da devoção a Maria, das festas dos padroeiros, das grandes comemorações do mistério cristão: Natal e Páscoa. Do uso de símbolos e sacramentais. Da veneração das imagens.

A cultura católica, recebida e transmitida, prepara as gerações de hoje para os desafios desagregadores cada vez mais insidiosos. Mergulhando as raízes nas fontes vivas desta tradição renovada, surgiram vários movimentos de casais e de famílias. Elaborou-se a pastoral familiar. São ofertas disponíveis para quem deseja viver o evangelho da família. São experiências que dão frutos.

Paulo apresenta preceitos gerais de vida cristã (Cl 3, 12-21) que são aplicáveis nas relações conjugais e familiares. Fala ao coração. Por isso, diz: “revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade”. O caminho é o itinerário dos sentimentos altruístas que promovem o bem. Vale para cada um e para todos: marido, esposa, pai, mãe, filhos, irmãos. Não há regras precisas, pois não é receituário pronto e acabado. Porém, exigem empenho criativo e generoso diante da necessidade do outro.

As razões do coração supõem a superação dos sentimentos feridos e magoados por rivalidades, decepções e injúrias, através de um preceito maior. Este brota da experiência originária do perdão: “suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós” (v. 13). Tal preceito maior decorre da realidade da vida em Cristo. Decorre também da necessidade constante do perdão, o que significa ser muitas vezes desculpados. Igualmente, precisamos pedir perdão, que significa reconhecer os erros. Ambas as atitudes são sempre difíceis. No entanto, são possíveis. Elas são desafios a serem superados. Ocorrido o perdão, o amor é purificado e potencializado. Pacificam-se os espíritos. Recupera-se a alegria.

A família é chamada a ser escola de perdão para ser aprendizado de amor. O mesmo se diz do relacionamento conjugal pelo qual os filhos aprendem, vendo como os pais procedem.

Dom Edson de Castro Homem
Autor

Dom Edson de Castro Homem

Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro