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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 20/05/2024

20 de Maio de 2024

Voto livre é para ser livre!

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30/09/2016 16:53 - Atualizado em 30/09/2016 17:04

Voto livre é para ser livre! 0

30/09/2016 16:53 - Atualizado em 30/09/2016 17:04

temp_titleEleitores_30092016165136

A missão essencial da Igreja é evangelizadora e salvífica. Pela Palavra de Deus e os sacramentos, o homem é libertado, antes de tudo, dos poderes opressivos do pecado e introduzido na comunhão de amor a Deus e ao próximo.

Libertação, amor, justiça, paz, ordem ética, devem regular todas as relações humanas, sobretudo as relações entre o poder do Estado e o poder do povo.

A Igreja Católica, por razão do mandato imperativo de Cristo, deseja servir a todos os homens, em cada uma das suas dimensões, conduzindo-os ao bem integral da pessoa humana. Como membro da cidade de Deus, e, em seguida, como membro da cidade terrestre, um católico deve ser uma luz no meio do mundo.

Na verdade ele vive em duas cidades, mas é a mesma pessoa; na verdade há duas realidades diferentes, mas essa mesma pessoa goza da unidade humana e cristã. Ser católico nessa sua personalidade de ser, simultaneamente, Igreja e cidadão, demonstra-se, num período eleitoral, em ser um eleitor consciente, que vai buscar esse bem integral de todas as pessoas que vivem sob o poder do Estado.

O ser católico é ser luz, e ao considerar toda a milenar experiência da Igreja ao conviver com o Estado, e ao conhecer e seguir os ensinamentos dos Papas e dos bispos, sabe que, numa eleição para os poderes municipais, deve estar comprometido, em primeiro lugar, com Deus e, depois, com o futuro da sua cidade terrestre, ao escolher qual o candidato à prefeitura e qual o seu candidato à Câmara dos Vereadores.

Esse compromisso de ser católico e de ser cidadão lhe permitirá distinguir bem certas “luzes artificiais”, que impedem enxergar claramente qual a verdade e qual o caminho que os candidatos pensam em seguir depois de eleitos para obterem esse o bem total do ser humano.

Há a falsa luz do “enfoque muito estatístico”, que com seus números em porcentagens, crescentes ou decrescentes, trazem mais penumbra do que claridade para se dar um voto consciente.  Há o “enfoque combativo”, isto é, nos debates realizados até hoje só se viram armas de ataque, que dispararam palavras acusativas e desmoralizadoras às pessoas que concorrem a um mesmo cargo.  Há a luz do “enfoque religioso” que vem ganhando muito espaço nas eleições no Brasil, e usando a Deus, nos discursos, nas alianças e na panfletagem, só serve para confundir as pessoas que irão votar.

Quem, de verdade, entre os candidatos, ao cargo de prefeito da Cidade Maravilhosa e que querem ter o Poder Legislativo nas mãos como vereadores mostrou um programa de governo que visa direta e retamente o bem total dos cidadãos cariocas?

Vale a pena considerar aqui uma parte essencial e universal desse bem total. Há um ângulo precioso desse bem total, quando se vive em sociedade, que é o reconhecimento pleno da dignidade de toda e cada uma das pessoas que são governadas por um prefeito ou estão sujeitos às leis municipais.

Falo da dignidade humana da qual se derivam os autênticos direitos e deveres naturais. Nessas eleições municipais queria destacar um direito que merece um destaque maior: o direito à liberdade. Ser livre é a condição essencial da pessoa humana, que a torna sujeito ativo e responsável da vida em sociedade.

Diante da liberdade humana é condenado todo mecanismo de manipulação da consciência do cidadão, são desmascaradas todas as formas de individualismo social ou político, presente em partidos, independentemente de sua siglas, e nos seus programas sociais.

Com a luz da liberdade humana, único sinal irradiante do ser digno de qualquer homem e de qualquer mulher, visualizam-se, através do voto consciente, muitas barreiras que os poderes Executivo e Legislativo pretendem erguer e impedir a livre iniciativa e a responsabilidade das pessoas e dos grupos sociais, religiosos e educacionais.

A liberdade humana não pode ser desvirtuada por um coletivismo partidário ou por ideias mascaradas que, com astúcia eleitoral, pretendem ocultar as pretensões do estabelecimento de uma só cultura para o povo carioca. Uma só cultura, a da morte (aborto e eutanásia), uma só cultura, a feminista radicalizada (ideologia de gênero na educação fundamental, média e superior), uma só cultura, a que sonha com uma uniformização das pessoas, a partir dos interesses de grupos mais fortes, ao invés de contribuírem para criarem uma cultura da liberdade, moderna e sadia, para se viver a unidade dentro da diversidade do mundo atual.

O respeito pela liberdade religiosa, pela liberdade cultural, pela liberdade na educação, somada à liberdade de construir uma família, que seja de verdade, a primeira e fundamental escola de fé e dos valores humanos, ampliada pela defesa da liberdade no exercício dos verdadeiros direitos humanos, e finalmente, a proteção da liberdade humana contra os possíveis abusos por parte dos poderes públicos, tudo isso tem que iluminar um voto consciente do católico carioca no dia 2 de outubro.

Essa luz da dignidade e da liberdade humana apresenta para nós, cariocas, uma questão importante: qual foi o candidato à prefeitura e à Câmara dos Vereadores que nos debates que participou, nas entrevistas que deu à mídia, nos seus discursos para o povo, comprometeu-se até o fundo, da sua consciência de homem e de mulher, com esse sinal inequívoco da dignidade humana?

Cidadão carioca, você é livre para votar! É um direito constitucional que visa proteger o Estado democrático de Direito e a sua dignidade interior!

Católico carioca, você é livre e responsável pela escolha do futuro prefeito do Rio de Janeiro e do seu representante no legislativo municipal! É o seu dever por ser um filho de Deus no meio de tantos outros filhos que compõem o tecido social da nossa Cidade Maravilhosa!

Cidadãos!, Católicos! O voto não só é livre! Votar é garantir a sua liberdade humana!

Eleitores, votem a favor da liberdade!

Futuro prefeito e senhores vereadores defendam a liberdade do povo carioca, a liberdade das crianças, dos jovens, dos adultos, dos idosos, do homem, da mulher, dos doentes, dos portadores de deficiências, dos pobres, dos ricos, dos negros, dos brancos, dos moradores de rua! Defendam sua própria e profunda liberdade de servidores do povo!

O voto é para ser livres e não escravos de pessoas com poderes nas mãos, que só querem “usar” o povo, e não servi-lo!

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30/09/2016 16:53 - Atualizado em 30/09/2016 17:04

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A missão essencial da Igreja é evangelizadora e salvífica. Pela Palavra de Deus e os sacramentos, o homem é libertado, antes de tudo, dos poderes opressivos do pecado e introduzido na comunhão de amor a Deus e ao próximo.

Libertação, amor, justiça, paz, ordem ética, devem regular todas as relações humanas, sobretudo as relações entre o poder do Estado e o poder do povo.

A Igreja Católica, por razão do mandato imperativo de Cristo, deseja servir a todos os homens, em cada uma das suas dimensões, conduzindo-os ao bem integral da pessoa humana. Como membro da cidade de Deus, e, em seguida, como membro da cidade terrestre, um católico deve ser uma luz no meio do mundo.

Na verdade ele vive em duas cidades, mas é a mesma pessoa; na verdade há duas realidades diferentes, mas essa mesma pessoa goza da unidade humana e cristã. Ser católico nessa sua personalidade de ser, simultaneamente, Igreja e cidadão, demonstra-se, num período eleitoral, em ser um eleitor consciente, que vai buscar esse bem integral de todas as pessoas que vivem sob o poder do Estado.

O ser católico é ser luz, e ao considerar toda a milenar experiência da Igreja ao conviver com o Estado, e ao conhecer e seguir os ensinamentos dos Papas e dos bispos, sabe que, numa eleição para os poderes municipais, deve estar comprometido, em primeiro lugar, com Deus e, depois, com o futuro da sua cidade terrestre, ao escolher qual o candidato à prefeitura e qual o seu candidato à Câmara dos Vereadores.

Esse compromisso de ser católico e de ser cidadão lhe permitirá distinguir bem certas “luzes artificiais”, que impedem enxergar claramente qual a verdade e qual o caminho que os candidatos pensam em seguir depois de eleitos para obterem esse o bem total do ser humano.

Há a falsa luz do “enfoque muito estatístico”, que com seus números em porcentagens, crescentes ou decrescentes, trazem mais penumbra do que claridade para se dar um voto consciente.  Há o “enfoque combativo”, isto é, nos debates realizados até hoje só se viram armas de ataque, que dispararam palavras acusativas e desmoralizadoras às pessoas que concorrem a um mesmo cargo.  Há a luz do “enfoque religioso” que vem ganhando muito espaço nas eleições no Brasil, e usando a Deus, nos discursos, nas alianças e na panfletagem, só serve para confundir as pessoas que irão votar.

Quem, de verdade, entre os candidatos, ao cargo de prefeito da Cidade Maravilhosa e que querem ter o Poder Legislativo nas mãos como vereadores mostrou um programa de governo que visa direta e retamente o bem total dos cidadãos cariocas?

Vale a pena considerar aqui uma parte essencial e universal desse bem total. Há um ângulo precioso desse bem total, quando se vive em sociedade, que é o reconhecimento pleno da dignidade de toda e cada uma das pessoas que são governadas por um prefeito ou estão sujeitos às leis municipais.

Falo da dignidade humana da qual se derivam os autênticos direitos e deveres naturais. Nessas eleições municipais queria destacar um direito que merece um destaque maior: o direito à liberdade. Ser livre é a condição essencial da pessoa humana, que a torna sujeito ativo e responsável da vida em sociedade.

Diante da liberdade humana é condenado todo mecanismo de manipulação da consciência do cidadão, são desmascaradas todas as formas de individualismo social ou político, presente em partidos, independentemente de sua siglas, e nos seus programas sociais.

Com a luz da liberdade humana, único sinal irradiante do ser digno de qualquer homem e de qualquer mulher, visualizam-se, através do voto consciente, muitas barreiras que os poderes Executivo e Legislativo pretendem erguer e impedir a livre iniciativa e a responsabilidade das pessoas e dos grupos sociais, religiosos e educacionais.

A liberdade humana não pode ser desvirtuada por um coletivismo partidário ou por ideias mascaradas que, com astúcia eleitoral, pretendem ocultar as pretensões do estabelecimento de uma só cultura para o povo carioca. Uma só cultura, a da morte (aborto e eutanásia), uma só cultura, a feminista radicalizada (ideologia de gênero na educação fundamental, média e superior), uma só cultura, a que sonha com uma uniformização das pessoas, a partir dos interesses de grupos mais fortes, ao invés de contribuírem para criarem uma cultura da liberdade, moderna e sadia, para se viver a unidade dentro da diversidade do mundo atual.

O respeito pela liberdade religiosa, pela liberdade cultural, pela liberdade na educação, somada à liberdade de construir uma família, que seja de verdade, a primeira e fundamental escola de fé e dos valores humanos, ampliada pela defesa da liberdade no exercício dos verdadeiros direitos humanos, e finalmente, a proteção da liberdade humana contra os possíveis abusos por parte dos poderes públicos, tudo isso tem que iluminar um voto consciente do católico carioca no dia 2 de outubro.

Essa luz da dignidade e da liberdade humana apresenta para nós, cariocas, uma questão importante: qual foi o candidato à prefeitura e à Câmara dos Vereadores que nos debates que participou, nas entrevistas que deu à mídia, nos seus discursos para o povo, comprometeu-se até o fundo, da sua consciência de homem e de mulher, com esse sinal inequívoco da dignidade humana?

Cidadão carioca, você é livre para votar! É um direito constitucional que visa proteger o Estado democrático de Direito e a sua dignidade interior!

Católico carioca, você é livre e responsável pela escolha do futuro prefeito do Rio de Janeiro e do seu representante no legislativo municipal! É o seu dever por ser um filho de Deus no meio de tantos outros filhos que compõem o tecido social da nossa Cidade Maravilhosa!

Cidadãos!, Católicos! O voto não só é livre! Votar é garantir a sua liberdade humana!

Eleitores, votem a favor da liberdade!

Futuro prefeito e senhores vereadores defendam a liberdade do povo carioca, a liberdade das crianças, dos jovens, dos adultos, dos idosos, do homem, da mulher, dos doentes, dos portadores de deficiências, dos pobres, dos ricos, dos negros, dos brancos, dos moradores de rua! Defendam sua própria e profunda liberdade de servidores do povo!

O voto é para ser livres e não escravos de pessoas com poderes nas mãos, que só querem “usar” o povo, e não servi-lo!

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Autor

Dom Antonio Augusto Dias Duarte

Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro