Após 15 anos de missão na Arquidiocese do Rio de Janeiro como missionário fidei donum, Dom Robert Józef Chrząszcz foi ordenado bispo auxiliar de Cracóvia, na Polônia, pelas mãos do arcebispo local, Dom Marek Jedraszewski, no dia 6 de fevereiro.

A celebração, realizada no Santuário São João Paulo II, em Cracóvia, contou com a presença de dez bispos, entre eles, um dos coordenantes, o arcebispo emérito de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi o secretário particular de São João Paulo II, também de sacerdotes de sua turma de seminário, e de seus familiares.

“Ao povo brasileiro deixo a minha gratidão por tamanho carinho com o qual me acolheram por 15 anos. Agradeço a Deus todos os dias por me permitirem viver junto a vocês”, disse Dom Robert, na língua portuguesa, no final da celebração.

“A Dom Orani, aos bispos e a todo o clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro o meu muito obrigado pela acolhida, confiança e apoio que sempre depositaram em minha pessoa. Estaremos sempre unidos em oração”, acrescentou.

“Aos paroquianos da Paróquia Santa Luzia, da São Pedro do Mar e a todos os meus amigos do Brasil o meu profundo agradecimento. Vocês me acolheram por esses 15 anos e fizeram-me sentir em casa. Deixo aqui a minha gratidão a cada um de vocês que colaboraram para o meu crescimento espiritual e pessoal. Levarei vocês sempre em meu coração, e que Nossa Senhora Aparecida interceda por nós. Rezem por mim”, concluiu.

Amigos e irmãos de missão
Representando a Arquidiocese do Rio de Janeiro estava presente o bispo auxiliar Dom Tiago Stanislaw, que conhece Dom Roberto desde os tempos de estudos no seminário, na Polônia. Eles fizeram parte da mesma turma de ordenação, vieram em missão e trabalharam juntos no Rio de Janeiro.

“Dom Robert é um amigo irmão desde os tempos de seminário, em Cracóvia. Sempre tivemos proximidade. Acompanho sua vida e vocação, pois trabalhávamos na mesma arquidiocese. Vim para o Brasil e, depois de um tempo, ele também chegou. Agora, a Igreja o convidou para um novo desafio. Deus tem seus planos quando nos contempla. É uma satisfação, por outro lado um desafio, que deve ficar à altura de Sua graça”, disse o bispo auxiliar do Rio.

“Rezo na intenção de Dom Robert, porque compreendo as preocupações da missão. Coloco sua vida e missão na presença de Deus, desejando-lhe as melhores bênçãos para bem desempenhar o serviço à Igreja, em especial, na Arquidiocese de Cracóvia”, acrescentou.

Dom Tiago destacou que Dom Robert irá desempenhar sua missão como bispo auxiliar de Cracóvia, tendo na bagagem as boas experiências do ministério sacerdotal que desempenhou na sua pátria e também no Brasil.

“Os 15 anos de missão no Rio foram uma experiência nova, mas de certa maneira, uma continuação da vida sacerdotal que desempenhou na Polônia. Porém, é preciso destacar que ele foi preparado para desempenhar o episcopado na Igreja na Polônia pela Igreja no Brasil. Sua experiência de trabalho no Rio foi importante porque abraçou desafios por muitos anos como pároco de uma comunidade, cuidando da construção da matriz, da vida pastoral e das necessidades dos paroquianos. Também foi vigário episcopal e coordenador dos coroinhas. Ele se preparou para aquilo que é o serviço de um bispo. O que não muda é aqu'Ele a quem servimos, isto é, a Deus, e também aqueles a quem somos enviados, os fiéis, nossos paroquianos”, disse.

Dom Tiago acrescentou que a nomeação feita pelo Papa Francisco revela a universalidade da Igreja.
“A Igreja da Polônia enviou o padre Robert para trabalhar no Brasil, no Rio de Janeiro, e o Rio o devolveu já como bispo eleito. Agora, ele terá a oportunidade de aproveitar as experiências que adquiriu. Existem diferenças culturais de viver a fé entre a Polônia e o Brasil, mas quando experiências se encontram há um resultado muito bonito, transparecendo a beleza e a riqueza da Igreja Católica”, finalizou Dom Tiago

Universalidade da Igreja
Outro representante da Arquidiocese do Rio de Janeiro na ordenação foi o reitor do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater, padre Marcos André Nascimento.

“A minha participação na celebração de ordenação de Dom Robert, que esteve conosco em missão na Arquidiocese do Rio, é motivo de dar graças de uma maneira toda especial a Deus pelo amor que Ele tem por mim, pela Igreja, pelo mundo todo. Fui enviado à Polônia em 1996, há quase 25 anos, para estudar e me preparar para o sacerdócio. Agora, ao participar da celebração de ordenação, vejo a confirmação de que a Igreja é universal, da qual, por muitos caminhos Deus suscita missionários para que possam anunciar o Evangelho, e assim, as pessoas possam se encontrar com o amor de Deus”, disse padre Marcos.

Caminhos de Deus
Entre os leigos presentes estava a jovem Jéssica Pinheiro Wadoń, que foi paroquiana do então cônego Robert, no Rio de Janeiro, na Paróquia Santa Luzia, em Gardênia Azul, agora casada e residindo na Polônia.

“Fiquei muito emocionada em presenciar esse grande momento na vida do Dom Robert. Pude perceber como ele estava concentrado e jubiloso em cumprir a vontade de Deus. Por providência divina sou sua ex-paroquiana e moro na Polônia há dois anos. Me sinto abençoada por Deus tê-lo conduzido até a sua terra natal. Para mim é como se uma parte do Brasil tivesse chegado. Tenho certeza de que a Polônia ganhou um grande bispo. Um sacerdote com experiência missionária, que conheceu a realidade de um povo diferente, dedicado à paróquia em todos os sentidos: espiritualidade, liturgia, comunidade, melhorias na infraestrutura, obras sociais. Sempre fazendo tudo com muita fé e amor. Assim como ele construiu uma paróquia no Rio, creio que construirá muitas boas obras na Arquidiocese de Cracóvia, e levará muitas almas para o céu”, disse Jéssica.

Carlos Moioli