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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 12/09/2025

12 de Setembro de 2025

Dr. Guido Schäffer: médico, professor, esposo e pai

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Dr. Guido Schäffer: médico, professor, esposo e pai

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12/02/2021 00:00 - Atualizado em 13/02/2021 01:03
Por: Redação

Dr. Guido Schäffer: médico, professor, esposo e pai 0

A influência da família Schäffer foi fundamental na vida do Servo de Deus Guido Schäffer. Para seu pai, havia uma correspondência muito grande entre ele e o filho. Ambos tinham o mesmo nome: o primeiro, Guido Manoel Vidal Schäffer; o segundo, Guido Vidal França Schäffer. Ambos são médicos. O acaso não existe: para o pai, seu filho era um Guido aperfeiçoado, e esta melhora se deu pelas mãos de Deus.

O pequeno Guido Manoel Vidal Schäffer, mineiro de Juiz de Fora, ainda não tinha 5 anos completos quando chegou com seus pais ao Rio de Janeiro, em 1941. Em Copacabana, gostava de brincar na areia, à beira-mar. Filho único, tinha temperamento afável e introspectivo, voltado para a natureza. Ficava encantado com os arrastões promovidos pelos pescadores, que pegavam muitos peixes, e com as tábuas de madeira que alguns aventureiros usavam para enfrentar as ondas do mar.

Guido estudou no colégio Mello e Souza, em Copacabana. O trânsito de carros era leve, o que facilitava o passeio das crianças na praia. A julgar pelo tráfego hoje existente, esta situação não continuaria por muito tempo. O Brasil se desenvolvia rapidamente. Em 1965, o novo presidente, Juscelino Kubitschek, anunciava a construção de Brasília, a nova capital. Foi nesse ano que Guido entrou para a Faculdade Nacional de Medicina, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A vocação, em parte, teve influência materna. Guido era muito obediente aos pais, e sua mãe desejava que ele fosse médico. O lado materno da família era ligado à fazenda, ao comércio e ao trato com os animais. Tal gosto também se manifestou em Guido, que se tornou um amante da natureza e dos animais. Nas férias, gostava de ir para Juiz de Fora, para a chácara de sua avó. Na praia, se interessava mais pelo espetáculo dos peixes do que pelas ondas do mar. Guido era mais voltado ao estudo do que ao esporte.

Guido interessou-se pela clínica médica. Este profissional, cada vez mais raro hoje em dia, é conhecido como “generalista”, e sua dificuldade é justamente esta: é preciso entender muito bem de tudo. Um médico casado com a prima de sua mãe, chefe do serviço otorrino do Hospital da Gamboa, conseguiu para ele uma oportunidade da enfermaria de clínica do hospital. Logo depois, no segundo ano de medicina, Guido foi estagiar na Santa Casa de Misericórdia, na enfermaria de clínica propedêutica médica.

Guido graduou-se para uma carreira promissora, em 1962. O contato com os pacientes internados e a visão da necropsia mudaram sua consciência em relação a Deus e à religião. Dr. Guido afirmou que tinha Deus inconscientemente, e passou a tê-lo conscientemente por causa da anatomia patológica. E a medicina ainda lhe reservava outra grande felicidade: o encontro com Nazareth, sua esposa.

Os dois se conheceram num congresso de anatomia patológica, em Volta Redonda, em 1967. Nazareth era filha de um casal de médicos: seu pai, José, era urologista; sua mãe, Áurea, era ginecologista obstetra. Foi um amor fulminante. Casaram-se no ano seguinte, em 1968. Dr. Guido já tinha seis anos de formado, e aproximava-se dos seus 33 anos. Nazareth era 12 anos mais jovem.

Ângela, a primeira filha do casal, nasceu em 1970. Eles moravam em um apartamento de sala e dois quartos na zonal sul do Rio de Janeiro. Dr. Guido trabalhava na Zona Norte. Com a chegada do segundo filho, o Servo de Deus Guido, em 1974, e de Maurício, em 1976, a família foi se mudando para apartamentos maiores na rua Domingos Ferreira, em Copacabana.

Da Santa Casa de Misericórdia, Dr. Guido foi trabalhar no Hospital do IAPTEC, depois rebatizado de Hospital Federal de Bonsucesso. Em 1964, iniciou seu trabalho em Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz, onde acumularia os cargos de médico, professor e pesquisador. Em 1965, depois de aprovado em concurso público, passou um ano como patologista do Hospital Souza Aguiar, mas logo foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ele manejava os três lugares, sem complicações. Era uma verdadeira dança. Não havia sábado, domingo ou feriado, qualquer dia poderia ser um dia de trabalho para o Dr. Guido Schäffer.

Tamanha dedicação era correspondida. Sua esposa, embora gostasse muito de ensinar, resolveu equilibrar as ações. A família não precisava do seu dinheiro, mas do seu amor. Foi uma escolha sacrificada, pois ela viu sua mãe trabalhar fora a vida toda. Nazareth, porém, não se arrepende: foi aos seus filhos, sobretudo, que ela dedicou o seu talento para o ensino.

Nazareth cuidava para que seu marido estivesse sempre bem alimentado. Ela levantava cedo para preparar o seu almoço: cenouras, um ovo cozido, uma maçã, um iogurte, um sanduíche que não lhe fosse pesado, por causa da anatomia patológica. Dr. Guido comia ali mesmo, no hospital, e todo aquele amor o reconfortava. Ele higienizava as mãos, sentava em algum lugar mais calmo e fazia sua refeição.

Foi num almoço daqueles, em 1975, que ele teve uma iluminação. Dr. Guido passava por um momento difícil, pois o Dr. Paulo Dacorso Filho, seu mentor, havia falecido. Desde 1962, foram 13 anos de amizade e, agora, Guido estava sozinho em sua profissão. Guido, aos 39 anos, procurava por uma direção. De repente, ao contemplar o amor de sua esposa naquele prato de comida, uma voz falou ao seu peito:

— Faça a caridade!
Como num estalo, tudo se esclareceu. Não era os conhecimentos anatômicos, o reconhecimento profissional, o Prêmio Nobel de Medicina:
— Faça a caridade!

Dr. Guido se levantou em paz. Era a própria voz do Espírito Santo falando em seu peito. Coincidentemente, foi em 1975, em Copacabana, que se deu a fundação de uma comunidade católica de inspiração pentecostal; a Comunidade Bom Pastor. O acaso não existe: Schäffer, em alemão, significa 'pastor'. Na filosofia do Dr. Guido, Deus está à frente de tudo: é Ele o “Bom Pastor”.

Dr. Guido incentivou a participação de Nazareth na Comunidade Bom Pastor. A beleza moral de sua esposa o encantara desde o seu primeiro encontro e, com o passar do tempo, este encantamento só fez crescer. Depois de tantos anos juntos, o Dr. Guido ainda via uma mulher muito bonita em sua esposa. O pequeno Servo de Deus Guido Schäffer, testemunhando o exemplo daquele amor, iria guardar para sempre este ensinamento: o céu e a terra passarão, mas a minha palavra não passará (Mt 24,34).

Artigo retirado do livro “Guido -Mensageiro do Espírito Santo”- Padre Jorjão e Alexandre Pinheiro



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