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26 de Abril de 2024

Regional Leste 1 lança CF na Catedral do Rio

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Regional Leste 1 lança CF na Catedral do Rio

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17/02/2018 15:09 - Atualizado em 19/02/2018 11:33
Por: Priscila Xavier

Regional Leste 1 lança CF na Catedral do Rio 0

Com o início do período da Quaresma, tempo em que a Igreja vivencia 40 dias de penitência, preparando-se para a Páscoa do Senhor, começam, também, as reflexões da Campanha da Fraternidade (CF), que busca levar, tanto os fiéis quanto a sociedade, a refletirem sobre as situações sociais mais urgentes.

Na manhã deste sábado, 17 de fevereiro, o Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou a CF, durante a missa Rio Celebra, presidida pelo presidente do Regional Leste 1 e arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, sob o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt 23,8), na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no Centro da cidade.

Estiveram presentes na celebração o vice-presidente do Regional Leste 1 e arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, o secretário do Regional Leste 1 e bispo de Duque de Caxias, Dom Tarcísio Nascentes dos Santos; o bispo de Nova Friburgo, Dom Edney Gouvêa Mattoso; o bispo de Barra do Piraí e Volta Redonda, Dom Francisco Biasin; o bispo de Petrópolis, Dom Gregório da Paixão; o bispo de Itaguaí, Dom José Ubiratan Lopes, e o administrador da Administração Apostólica São João Maria Vianney, Dom Fernando Arêas Rifan.

Além destes, também estiveram na celebração de lançamento os bispos auxiliares do Rio de Janeiro: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Dom Joel Portella Amado, Dom Juarez Dellorto Secco, Dom Luiz Henrique da Silva Brito, Dom Paulo Alves Romão, Dom Paulo Celso do Nascimento, Dom Roque Costa Souza e o bispo auxiliar emérito, Dom Assis Lopes; e de Niterói: Dom Luiz Antônio Ricci.

Na homilia, o cardeal destacou a necessidade de cada fiel ser instrumento de paz. “Reunimo-nos para lançar a CF e nos comprometermos com ela. Juntos, podemos construir a paz e sermos instrumentos dela. Embora a CF nasça na Igreja Católica, ela é destinada a toda a sociedade. A Palavra de Deus, hoje, nos fala sobre nos desarmamos. Por vezes, não carregamos armas nas mãos, mas sim, na língua. Somos chamados a sermos profetas”, declarou.

Ele ainda ressaltou a importância de vivenciar o amor de Deus e, consequentemente, contagiar os demais. “É um desafio para todos nós, cristãos, mas também para toda a sociedade. Que, pela conversão, possamos experimentar o amor de Deus e contagiar a todos. Precisamos anunciar novos tempos em nossa cidade”, enfatizou.

Violência: perda dos valores e da dignidade humana

Esperamos que essa presença organize melhor a segurança do Estado, dando às pessoas a possibilidade de viverem paz, sem guerras e tiroteios. Que o aspecto da segurança se organize, possibilitando ao Estado uma melhoria, não somente nesta questão, mas também na dignidade. Rezamos para que haja paz e que, cada vez mais, cesse a violência.

Para Dom Francisco Rezende Dias, a perda dos valores e do sentido de Deus trazem, como consequência, a violência e o egoísmo. “Toda a violência, não só no Rio, mas em todo o país e no mundo, mas de maneira especial no Brasil, contradiz a imagem que temos de povo acolhedor e alegre. Pelo menos 13% das mortes mundiais acontecem no Brasil, porém, somos apenas 3% da população mundial. Dessa forma, quando perdemos os valores de respeito, liberdade, dignidade, o sentido de Deus, produzimos ídolos em nossa vida, em especial o ídolo do dinheiro. A partir desse, o outro passa a não ser meu irmão, por isso, muitos deixam de pensar nos outros e passa a pensar em si mesmo”, afirmou.

De acordo com Dom Joel Portella, tudo o que é capaz de tirar a dignidade humana pode ser considerado ato de violência. “A CF já abordou o tema da violência, nos anos 1970. Uma de suas abordagens era a violência aguda, voltada para a criminalidade e todas essas questões que nos impactam, em nível nacional, sem mencionar as guerras e a questão dos refugiados. São várias faces de um mesmo fenômeno. Violência é muito mais do que vemos acontecer ao nosso redor. A CF deste ano reitera a consciência da Igreja de que a violência é mais do que crime, mas sim, tudo aquilo que retira do ser humano o necessário para a sua dignidade de filho de Deus, como a corrupção, por exemplo”, frisou.

Já Dom Tarcísio Nascentes ressaltou a importância dos leigos na missão da Igreja. “Todos nós batizamos somos sujeitos eclesiais e, dessa forma, somos chamados a sermos sal, luz, fermento na Igreja e, sobretudo, no mundo. Os leigos constituem a maior parcela do povo de Deus. Por isso, se quisermos construir uma cultura de paz, precisamos construir isso desde a infância, por exemplo. Esta é a missão dos leigos: serem presença nas pastorais e sociedade. A presença laical é fundamental, porque eles são o perfume de Cristo em meio à sociedade”, argumentou.

Momento cultural e ecumênico

Após a celebração, Dom Francisco Biasin fez a leitura da carta dos bispos do Regional Leste 1 sobre a Campanha da Fraternidade. Em seguida, foi realizado um momento cultural, que contou com a presença da banda animadora da Pastoral da Juventude de Niterói; o Coral da População de Rua da Arquidiocese do Rio; o Grupo Luar, de Caxias; a Casa do Menor, de Nova Iguaçu.

Além destas, a Pastoral Afro, de Volta Redonda – cujo movimento na Campanha da Fraternidade de 1988, também esteve presente. Segundo a coordenadora, Magna Almeida de Souza, ao longo dos anos, poucas mudanças foram realizadas, com relação à violência contra os negros no país. “Essa campanha é fundamental porque a gente percebe que, nesses 30 anos, pouco ou quase nada avançou. Vivemos em um mundo cada vez mais individualista. Trabalhamos em conjunto com as pastorais carcerárias e do menor. Acolhemos as famílias cujos filhos estão no Degase, visitamos esses locais para conversar com os jovens, no intituito evitar que eles retornem às ruas”, sublinhou. 

Ainda na Catedral, aconteceu um momento ecumênico que reuniu representantes das religiões: muçulmana, Sheik Mahdi Soltani e Carlos Menezes; israelita, Paulo Maltz; evangélica, pastores João Pereira, Estêvão Rolando, Joel Simão e Otoni de Paula; espírita, Helio Ribeiro e Joaquim Mentor; e candomblecista, Pai Marcio de Jagum.

Encerramento

No fim, a membro do grupo de mães acompanhadas pela Pastoral do Menor, Mônica Cunha contou seu testemunho, representando as vítimas das formas agudas de violência. “Em 2000, meu filho foi assassinado. Desde então, travo uma luta por justiça e igualdade, mostrando para a sociedade que o adolescente autor de ato infracional não deve ser morto. A violência está grande em todo o estado, mas essa violência tem cor e local específico: o povo negro, que vive nas favelas e nas periferias, são eles que mais sofrem. As mães negras já não aguentam mais perder seus filhos. Agradeço a todos os religiosos por estarem conosco nessa luta”, afirmou.


>> LEIA A MENSAGEM DO REGIONAL LESTE 1: "EM NOME DE CRISTO, ANUNCIAMOS: VÓS SOIS TODOS IRMÃOS!"

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