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17 de Abril de 2025

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19/09/2014 09:22 - Atualizado em 19/09/2014 09:57
Por: Igor Marques (igor@testemunhodefe.com.br)

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temp_titleseminrio_propedeutico__19092014092056Preparando corações e amadurecendo o chamado vocacional, o Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos tem a missão de acompanhar os seminaristas que desejam ingressar no Seminário de São José com a reta intenção de um dia serem presbíteros da Igreja. 

Numa rotina diversificada de estudos, formação e participação de eventos culturais, o Propedêutico trabalha com um conceito principal de liberdade, da consciência e do entendimento que entrar para o Seminário é um passo importante na vida do vocacionado. 

Ainda neste ano, 2014, o Seminário Propedêutico irá inaugurar novas dependências, a fim de melhor acomodar os seminaristas. Já foi confirmado que a capela do local será dedicada a Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos. Desde 2012, o Propedêutico funciona numa área improvisada nas dependências do Seminário de São José. 

O atual reitor, padre Leandro Lenin Silva Tavares Cardoso, é quem acompanha o trabalho formativo dos vocacionados. Na entrevista, ele falou da história do local, das atividades do Seminário e da importância de “cuidar e zelar por santas vocações sacerdotais”. 

Testemunho de Fé (TF) - Como surgiu o Seminário Propedêutico na Arquidiocese do Rio?
Padre Leandro Lenin Silva Tavares Cardoso - O Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos foi fundado no dia 8 de dezembro de 2003 pelo então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Sheid, que tinha a intenção de colaborar para a formação dos presbíteros. Ele queria uma casa de iniciação para os propedeutas. Nosso primeiro endereço foi uma casa na Rua Conde do Bonfim, na Tijuca, que funciona desde 2004. Fiz parte da primeira turma, que tinha como reitor monsenhor Helio Pacheco. Todas as turmas que são conduzidas para o Seminário de São José passam para essa casa de formação inicial. Os jovens que frequentaram o grupo vocacional durante um ano são selecionados para iniciar a sua formação sacerdotal e, por fim, entram nessa casa. Na caminhada do Propedêutico, algumas tônicas são mais evidentes, como por exemplo, a formação humana, tendo em vista a história de cada um desde criança e em que momento Deus tocou o coração dele. Assim, a juventude ganha confiança para seguir em frente e para descobrir a verdade. O jovem aprende a ser plenamente cristão. Assim, valoriza-se a formação espiritual a partir de uma rotina sólida de oração, de contato com o sagrado e a vida litúrgica.

TF - Qual a rotina dos seminaristas do Propedêutico?
Padre Leandro Lenin - A rotina se equipara muito a do Seminário Maior, mas tem seus aspectos particulares. Os seminaristas acordam às 6h, depois as orações são às 6h30 e, em seguida, participam do café da manhã. Depois, os seminaristas entram para as aulas pela manhã. Terminadas as aulas, vamos para o almoço e, na parte da tarde, trabalhamos com uma atividade comunitária, exercícios físicos ou tempos de estudo individuais. A missa é o ponto mais alto do dia e celebrada normalmente às 17h30. Nessa ocasião, há o contato mais íntimo com o sagrado através da Eucaristia. Todo seminarista participa diariamente da missa até o fim da sua vida, a não ser que ele esteja doente ou com uma emergência. Daí que vem o equilíbrio que demonstra o gosto vocacional. Não se acostumam com o sagrado, mas buscam sempre uma novidade bonita e a oportunidade de sempre estar com Deus.

TF - Como inserir o vocacionado numa relação de convivência com os demais?
Padre Leandro Lenin - É muito interessante que quando ingressam no Seminário os jovens passam a fazer todas as atividades juntos. Eles aprendem a fazer tudo em comunidade. Isso significa partilha da vida e dos dons que a providência nos ofereceu. É uma dimensão que dá um novo entendimento sobre cada ação. Temos um tema no Seminário: “Há um tempo para cada coisa”, do livro bíblico do Eclesiastes. Vemos o Propedêutico como um tempo de discernimento e preparação da vocação.

TF - Qual a importância de inserir os seminaristas num contexto social?
Padre Leandro Lenin - Além das atividades diárias do próprio seminário, também proporcionamos aos seminaristas momentos de enriquecimento cultural e de formação. Oferecemos aulas de música, de etiqueta e muitas atividades culturais para que eles possam aprender a se sociabilizar com um todo. É no Propedêutico também que passam a ter compreensão da estrutura hierárquica da Igreja, estudam línguas, como espanhol e francês, e são preparados para o vestibular. Temos também matérias específicas como história e língua portuguesa. Estimulamos o jovem a estudar filosofia e a ingressar na PUC. Eles se envolvem com diversas atividades culturais, como ir ao museu, assistir filmes mais clássicos com conteúdo a ser trabalhado, e participam de passeios em diversos pontos turísticos da cidade. Nessa interação, contamos com o apoio dos professores, padres e leigos, que vão inserindo ideias superficiais e introdutoras na mente dos alunos. Cada seminarista aprende a colocar em prática ensinamentos em cada campo. Todo Catecismo da Igreja Católica é ensinado de forma sistemática. Ampliamos o tema essencial a esse conteúdo e é introduzido o Novo Testamento.

TF - Ao ingressarem no Seminário, os jovens abrem mão do convívio familiar. Como lidam com essa ausência?
Padre Leandro Lenin - Deus coloca uma inspiração no coração do jovem. Para ser padre, é muito importante que se ingresse no ambiente do Seminário não só para crescer no conhecimento acadêmico, mas também amadurecer em todas as outras dimensões próprias do ser humano. Porém, para esse passo é preciso mudar radicalmente de vida e deixar sua casa e família. Falamos para eles: “Olha! Está na hora da mudança. É hora de um sim”. É justamente a passagem da vida da família para a adulta. Nesse novo ambiente longe dos pais, o jovem aprende a lidar com o diferente. É difícil, mas muito interessante. Além disso, sabemos que Deus escreve uma história muito individualizada. Isso é uma experiência rica, de troca e de aprender a respeitar o espaço do outro.

TF – Como é a seleção dos seminaristas e como são direcionados após o período?
Padre Leandro Lenin - Desde o grupo vocacional até o ingresso no Propedêutico o candidato escreve sua própria carta pedindo para entrar. Esse pedido é aceito ou não de acordo com o histórico do candidato. Pois, em alguns casos, ele precisa de um amadurecimento. Ao final do Seminário, compreendido os aspectos vivenciados no ano, consideradas as disposições e consultado diariamente o diretor espiritual, o seminaristas têm seu coração livre e disponibilizado a seguir em frente no Seminário de São José. Eles escrevem também uma carta pessoal de autorização de ingresso para o Seminário. Caso seja “não”, não é uma tragédia, mas o formador e o formando concordam que se precisa aprofundar mais alguns aspectos para que se tenha essa liberdade e alegria de ser um sacerdote.

TF - Desempenhando a função de reitor, como é sua relação com os seminaristas?
Padre Leandro Lenin - Estar no Seminário é considerar que Deus me presenteia com a juventude. O que torna os meus dois anos de padre um sacerdócio sempre jovem e voltado ao primeiro amor. Às vezes penso comigo mesmo: “Nossa! Que pureza! Que coragem de seguir em frente desses meninos!”. Fazem e servem em tudo até com certo radicalismo pelo Senhor. Então, isso me encoraja muito a cumprir o meu ministério com muito carinho. Ser reitor de uma casa com pessoas privilegiadas pelo chamado do Senhor me faz ter um sentimento de orgulho de poder contribuir para os primeiros passos da juventude, que com certeza irão florescer. A função de reitor me faz ser pastor de ovelhas que querem um dia se tornar pastores também. Sou muito grato a Deus pela delicadeza de me confiar esse chamado.

 

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