A Semana Santa é para os cristãos a semana mais importante do ano, chamada “Semana Maior”. Ela oferece a oportunidade do católico imergir nos acontecimentos centrais da redenção, de reviver o mistério pascal, o grande mistério da fé.

O que é viver a Semana Santa? O que significa seguir Jesus em seu caminho no Calvário para a Cruz e a ressurreição? O Papa Francisco respondeu a esses questionamentos em uma de suas catequeses, em março do ano passado.

“Significa que este é também o meu, o teu, o nosso caminho. Viver a Semana Santa seguindo Jesus não somente com a emoção do coração; viver a Semana Santa seguindo Jesus quer dizer aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, para ir para as periferias da existência”, afirmou na ocasião.

Para o Pontífice, viver a Semana Santa é entrar sempre mais na lógica de Deus, na lógica da Cruz, que não é antes de tudo aquela da dor e da morte, mas aquela do amor e da doação de si que traz vida. “Seguir, acompanhar Cristo, permanecer com Ele exige um ‘sair’. Sair de si mesmo, de um modo cansado e rotineiro de viver a fé, da tentação de fechar-se nos próprios padrões que terminam por fechar o horizonte da ação criativa de Deus. Lembrem-se bem: sair de nós mesmos, como Jesus, como Deus saiu de si mesmo em Jesus, e Jesus saiu de si mesmo por todos nós.”

“A Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor nos doa para abrir as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias, dos movimentos, das associações, e ‘sair’ de encontro aos outros, fazer-nos próximos para levar a luz e a alegria da nossa fé. Sair sempre!”, ensinou o Papa.

Para viver bem cada um dos passos da Semana Santa, o pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Alto da Boa Vista, e vice-diretor das escolas Mater Ecclesiae, padre Fabio Siqueira, explicou o significado de cada uma das celebrações vividas pela Igreja.

“A Semana Santa, como nós temos hoje, é um pouco herdada da liturgia da Igreja de Jerusalém. Como lá, eles tinham guardado os lugares onde Nosso Senhor sofreu os últimos acontecimentos da sua entrega, da sua paixão e, depois da sua ressurreição, era possível celebrar estes acontecimentos em cada local. Por isso que atualmente existe essa quase reprodução histórica dos últimos passos de Jesus Cristo”, considerou padre Fabio.

O arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta, e os bispos auxiliares Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Dom Edson de Castro Homem, Dom Luiz Henrique da Silva Brito, Dom Pedro Cunha Cruz, Dom Paulo Cezar Costa e Dom Roque Costa Souza seguem uma agenda de celebrações em diversas paróquias do Rio de Janeiro.

Confira a programação, confirmada até o fechamento desta edição, das celebrações a partir de quarta-feira da Semana Santa. A agenda de Dom Luiz Henrique da Silva Brito ainda não havia sido fechada.

QUARTA-FEIRA SANTA - 16 de abril

No ínicio da Semana Santa a Igreja não prescreve celebrações solenes específicas. Entretanto, algumas paróquias fazem celebrações devocionais para envolver os fiéis no sentido espiritual dos dias que antecedem o Tríduo Pascal. Segundo padre Fabio, as duas celebrações mais comuns realizadas na Arquidiocese do Rio são o Ofício de Trevas e a Procissão do Encontro.

O Ofício de Trevas é uma celebração muito parecida com o Ofício das Leituras da Liturgia das Horas, onde são rezados salmos e feitas algumas leituras bíblicas. Ele carrega esse nome por causa do candelabro usado para a celebração, que vai sendo apagado ao longo do rito.

Já a procissão reproduz o encontro de Jesus com Nossa Senhora, retratada em uma das estações da Via-Sacra. Cada lugar a realiza de uma maneira diferente e própria da paróquia e dos fiéis.

- Dom Orani:  às 20h, missa na Basílica Santuário Coração de Maria, no Méier;

- Dom Edson: às 19h, missa na Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro

- Dom Paulo: às 18h30, missa na Paróquia Sagrada Família, na Saúde

- Dom Luiz Henrique: 19h, missa na Paróquia Dom Bosco, no Riachuelo - envolverá outras paróquias do Vicariato Norte (N. Sra. da Luz e N. Sra. Auxiliadora)

QUINTA-FEIRA SANTA

Missa dos Santos Óleos - 17 de abril

Prelúdio do Tríduo Pascal, que começa nos ritos da tarde da Quinta-Feira Santa, é a solene Missa dos Santos Óleos, que o arcebispo celebra de manhã com todo o presbitério, e juntos renovam as promessas sacerdotais pronunciadas no dia da ordenação. É um gesto de grande valor, uma ocasião propícia aos sacerdotes para que reafirmem a própria fidelidade a Cristo, que os escolheu como seus ministros.

Nesta mesma missa serão abençoados o óleo dos enfermos e o dos catecúmenos, e será consagrado o do Crisma. Estes são ritos com os quais simbolicamente se significam a plenitude do sacerdócio de Cristo e a comunhão eclesial que deve animar o povo cristão, reunido para o sacrifício e vivificado na unidade pelo dom do Espírito Santo.

- Dom Orani, bispos auxiliares e clero da arquidiocese, às 9h, na Catedral

 

Missa da Ceia do Senhor - 17 de abril

Na missa seguinte, chamada in Coena Domini, celebrada na noite do mesmo dia, a Igreja comemora a instituição da Eucaristia, o sacerdócio ministerial e o mandamento novo da caridade, deixado por Jesus aos seus discípulos, em que se recordam as palavras cheias de mistério ditas na última ceia do Senhor com seus apóstolos.

A missa também é marcada pelo “lava-pés”, após a homilia. Segundo o padre Fabio, o gesto de lavar os pés na celebração surgiu em um ambiente monástico, quando era comum no mosteiro que o abade lavasse os pés dos irmãos em um gesto de humildade e reconciliação, para manter a paz na comunidade.

A Igreja encoraja, depois da celebração da Santa Missa, a vigiar na presença do Santíssimo Sacramento, recordando a hora triste que Jesus passou em solidão e oração, antes de ser preso para ser depois condenado à morte.

- Dom Orani e Dom Pedro: às 18h na Catedral

- Dom Antonio: às 19h na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema

- Dom Edson: às 20h na Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro

- Dom Paulo: às 20h na Paróquia São Pedro Apóstolo, no Encantado

- Dom Luiz Henrique: 19h30, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú

 

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR - 18 de abril

A Sexta-Feira Santa é dia da paixão e da crucifixão do Senhor. Todos os anos, estando em silêncio diante de Jesus pregado no madeiro da cruz, os católicos sentem o quanto são cheias de amor as palavras por Ele pronunciadas na vigília, durante a Última Ceia.

Neste dia não há celebração de missa e não se ministram outros sacramentos. Tradicionalmente às 15h é celebrada uma ação litúrgica composta por quatro partes. A primeira é da liturgia da palavra, na qual se faz algumas leituras e se lê o relato da paixão segundo São João. Depois há o momento da adoração da Cruz, no sentido de profunda veneração. Logo após, os fiéis fazem a oração universal, momento em que a Igreja reza por diversas intenções. E, em seguida, há a comunhão das hóstias consagradas no dia anterior.

- Dom Orani: às 15h na comunidade de Antares, em Santa Cruz

- Dom Antonio: Ação litúrgica, às 15h, e procissão do Senhor morto, às 18h, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema

- Dom Edson: Ação Litúrgica da Paixão, às 15h; e procissão, às 17h, na Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro

- Dom Paulo: às 15h, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, em Ricardo de Albuquerque

- Dom Luiz Henrique: 15h, na Paróquia Divino Espírito Santo, no Maracanã

 

SÁBADO SANTO - 19 de abril

A esperança nascida da celebração de sexta-feira alimenta-se no grande silêncio do Sábado Santo, na expectativa da ressurreição de Jesus. Justamente se recomenda que se conserve durante todo o dia um clima orante, favorável à meditação e à reconciliação.

A Vigília Pascal é rica em simbolismo, como a bênção do fogo e da água. O círio pascal também é abençoado, aceso para representar a luz de Cristo que guia os fiéis. A liturgia da palavra também é diferente, com um número maior de passagens e salmos. E assim como os presbíteros renovaram suas promessas sacerdotais, cada batizado renova as suas promessas batismais.

“É interessante que muitas pessoas não sabem o verdadeiro sentido da vigília pascal. Ela é o momento culminante para a vida da Igreja e de qualquer comunidade cristã.  Ninguém deve deixar de participar”, enfatizou padre Fabio.

- Dom Orani e Dom Pedro: às 9h, Ofício (Rio Celebra), na Igreja São Pedro, no Rio Comprido

- Dom Orani: às 20h, Vigília Pascal, na Igreja São Francisco, em Senador Camará

- Dom Antonio: às 23h, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema

- Dom Edson: às 20h, na Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro

- Dom Paulo: às 20h, na Paróquia São Judas Tadeu, em Senador Vasconcelos

- Dom Luiz Henrique: 19h, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú

 

DOMINGO - PÁSCOA DO SENHOR - 20 de abril

O recolhimento e o silêncio do Sábado Santo conduzem os fiéis na noite da solene vigília pascal, “mãe de todas as vigílias”, quando irromper em todas as igrejas e comunidades o cântico da alegria pela ressurreição de Cristo.

Porém, a Páscoa não acaba no domingo. De acordo com as normas universais para o ano litúrgico, a Igreja ensina que os 50 dias da Páscoa sejam celebrados com um grande domingo, e a primeira semana é chamada Oitava de Páscoa. “No judaísmo, quando uma festa é muito solene, essa festa dura uma semana. Mas como para nós a Páscoa é a festa mais solene, ela dura uma semana de semanas, por isso sete vezes sete, no total de 49 dias, culminando com o 50º dia que é Pentecostes”, detalhou.

- Dom Orani: às 10h na Catedral

- Dom Antônio: às 11h30 na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema

- Dom Edson: Procissão do Ressuscitado, às 6h; Missa Campal, às 7h; e missas às 10h e às 18h, na Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro

- Dom Paulo: às 19h, na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Sulacap

- Dom Pedro: às 9h30, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Padre Miguel

- Dom Roque: às 9h, na Paróquia São Miguel, em Magalhães Bastos

- Dom Luiz Henrique: 18h, na Paróquia São Francisco Xavier, na Tijuca

 

Celebrações na Basílica de Lourdes presididas por Dom Giovanni d’Aniello

O núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, estará no Rio de Janeiro para as celebrações da Semana Santa dentro das comemorações do centenário dos 100 anos da Basílica Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel. Confira a programação:

16/4 - Quarta-Feira Santa

19h - Via-Sacra na Praça Barão de Drumond (local onde ficava situada a antiga Matriz de Vila Isabel)

17/4 - Quinta-Feira Santa

19h - Solene missa pontifical

18/4 - Sexta-Feira Santa

9h - Solene Procissão do Encontro - As procissões sairão da Paróquia Divino Espírito Santo no Maracanã (homens) e da Praça Barão de Drumond (mulheres)

15h - Solene ação litúrgica da Paixão do Senhor

18h - Procissão do Senhor Morto

19/4 - Sábado Santo

20h - Solene Missa Pontifical de Aleluia

20/04 - Domingo da Ressurreição

10h - Missa de ação de graças pelo centenário de criação da Matriz de Vila Isabel