Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 03/05/2024

03 de Maio de 2024

Carta aberta Aos trabalhadores e ao povo do Rio de Janeiro pela passagem do dia 1º de maio de 2015

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03 de Maio de 2024

Carta aberta Aos trabalhadores e ao povo do Rio de Janeiro pela passagem do dia 1º de maio de 2015

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01/05/2015 00:00

Carta aberta Aos trabalhadores e ao povo do Rio de Janeiro pela passagem do dia 1º de maio de 2015 0

01/05/2015 00:00

Comemoramos hoje o Dia do Trabalhador. Dia em que nos lembramos de todos os que dão a vida para construir o futuro e a riqueza das nações.

Há 129 anos se deram os acontecimentos que originaram o Dia Mundial do Trabalho. Os anseios de ontem continuam ainda a ser os nossos anseios.

A Igreja, celebrando a Festa de São José Operário, quer reafirmar a dignidade e grande do trabalho e da pessoa humana. O mundo do trabalho precisa ser um espaço que dignifique o ser humano como pessoa criada por Deus.

Já em 1891, a encíclica “Rerum Novarum” nos chamava a atenção para a necessidade de que os trabalhadores tivessem em seus direitos as garantias de condições dignas de vida. Era o desejo de que se pensasse na saúde, no repouso do trabalhador, na qualidade do ambiente de trabalho, no número de horas de trabalho diário, (cf. RN 20-38). O trabalho devia ser lugar de realização da vida das pessoas.

Mas, a riqueza gerada, que devia ser usada em favor do bem comum e de cada trabalhador, cada pessoa, é, no entanto, por má gestão e corrupção cenário de abandono e gastança.

Toda a política econômica deveria estruturar-se a partir da dignidade de cada pessoa humana e do bem comum. Mas estas questões às vezes parecem ser somente apêndices adicionados para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral.

A necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar; e não apenas por uma exigência pragmática de obter resultados e ordenar a sociedade, mas também para curar duma mazela que a torna frágil e indigna e que só poderá levá-la a novas crises. Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais (Evangelii Gaudium 202-203).

Não existe pior pobreza material do que aquela que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho. O desemprego juvenil, a informalidade e a falta de direitos laborais não são inevitáveis, mas o resultado da opção social prévia, de um sistema econômico que coloca os lucros acima do homem”, disse o Papa. É preciso agir, a luz do evangelho, contra uma sociedade de valores invertidos, que busca vantagens sobre o outro. Prova disto é o quadro de trabalhadores em situação de escravidão ou similar a esta, que ainda existente no território brasileiro, situação que agride profundamente dignidade humana. É preciso saber usar com sabedoria o que Deus nos dá, para que nenhuma família jamais fique sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos respeitados e nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá, (Cf. Papa Francisco out/2014 - declaração, perante trabalhadores)

Mas, a corrupção e o uso da ad­ministração pública como troca de favores tem sido elementos que corroem o desejo  construir uma sociedade justa e fraterna.

Nos pergunta o Papa Francisco: “Ao falar de corrupção política ou económica, quem paga isto?  Os pobres pagam sempre o preço da corrupção”. Pagam com os hospitais sem remédios, os doentes que não são cuidados, as crianças sem escolas, a inflação em alta, os trabalhadores sem emprego, sem moradia e transporte público de qualidade. Todos pagam pela corrupção dos grandes (cf. Homilia da Missa de 16/06/14).

Mas, a nossa fé nos impulsiona a, vivendo o mandamento do Amor (Jo 13,34), nos colocarmos ao serviço dos sofridos e necessitados, e cooperar para que sejam abolidas as situações que degradam a vida humana. Devemos ser sempre, individual e comunitariamente, um sinal de Esperança no mundo, pois o que nos move é Cristo que manifesta a proximidade de Deus, que com seu amor misericordioso nos purifica.

É na partilha e no amor fraterno, propostos por Jesus, que encontraremos a saída rumo às mudanças necessárias para realizar o plano de Deus em toda a criação.

Saudamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras com um forte abraço fraternal no Cristo Ressuscitado, penhor de vida nova e conclamamos todos a viver a realidade do trabalho à luz do Evangelho.

Pastorais Sociais da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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01/05/2015 00:00

Comemoramos hoje o Dia do Trabalhador. Dia em que nos lembramos de todos os que dão a vida para construir o futuro e a riqueza das nações.

Há 129 anos se deram os acontecimentos que originaram o Dia Mundial do Trabalho. Os anseios de ontem continuam ainda a ser os nossos anseios.

A Igreja, celebrando a Festa de São José Operário, quer reafirmar a dignidade e grande do trabalho e da pessoa humana. O mundo do trabalho precisa ser um espaço que dignifique o ser humano como pessoa criada por Deus.

Já em 1891, a encíclica “Rerum Novarum” nos chamava a atenção para a necessidade de que os trabalhadores tivessem em seus direitos as garantias de condições dignas de vida. Era o desejo de que se pensasse na saúde, no repouso do trabalhador, na qualidade do ambiente de trabalho, no número de horas de trabalho diário, (cf. RN 20-38). O trabalho devia ser lugar de realização da vida das pessoas.

Mas, a riqueza gerada, que devia ser usada em favor do bem comum e de cada trabalhador, cada pessoa, é, no entanto, por má gestão e corrupção cenário de abandono e gastança.

Toda a política econômica deveria estruturar-se a partir da dignidade de cada pessoa humana e do bem comum. Mas estas questões às vezes parecem ser somente apêndices adicionados para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral.

A necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar; e não apenas por uma exigência pragmática de obter resultados e ordenar a sociedade, mas também para curar duma mazela que a torna frágil e indigna e que só poderá levá-la a novas crises. Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais (Evangelii Gaudium 202-203).

Não existe pior pobreza material do que aquela que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho. O desemprego juvenil, a informalidade e a falta de direitos laborais não são inevitáveis, mas o resultado da opção social prévia, de um sistema econômico que coloca os lucros acima do homem”, disse o Papa. É preciso agir, a luz do evangelho, contra uma sociedade de valores invertidos, que busca vantagens sobre o outro. Prova disto é o quadro de trabalhadores em situação de escravidão ou similar a esta, que ainda existente no território brasileiro, situação que agride profundamente dignidade humana. É preciso saber usar com sabedoria o que Deus nos dá, para que nenhuma família jamais fique sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos respeitados e nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá, (Cf. Papa Francisco out/2014 - declaração, perante trabalhadores)

Mas, a corrupção e o uso da ad­ministração pública como troca de favores tem sido elementos que corroem o desejo  construir uma sociedade justa e fraterna.

Nos pergunta o Papa Francisco: “Ao falar de corrupção política ou económica, quem paga isto?  Os pobres pagam sempre o preço da corrupção”. Pagam com os hospitais sem remédios, os doentes que não são cuidados, as crianças sem escolas, a inflação em alta, os trabalhadores sem emprego, sem moradia e transporte público de qualidade. Todos pagam pela corrupção dos grandes (cf. Homilia da Missa de 16/06/14).

Mas, a nossa fé nos impulsiona a, vivendo o mandamento do Amor (Jo 13,34), nos colocarmos ao serviço dos sofridos e necessitados, e cooperar para que sejam abolidas as situações que degradam a vida humana. Devemos ser sempre, individual e comunitariamente, um sinal de Esperança no mundo, pois o que nos move é Cristo que manifesta a proximidade de Deus, que com seu amor misericordioso nos purifica.

É na partilha e no amor fraterno, propostos por Jesus, que encontraremos a saída rumo às mudanças necessárias para realizar o plano de Deus em toda a criação.

Saudamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras com um forte abraço fraternal no Cristo Ressuscitado, penhor de vida nova e conclamamos todos a viver a realidade do trabalho à luz do Evangelho.

Pastorais Sociais da Arquidiocese do Rio de Janeiro