25 de Abril de 2024
Programa de Apadrinhamento do TJRJ é apresentado ao Governo Diocesano
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19/04/2018 11:40 - Atualizado em 19/04/2018 11:40
Por: Diácono Roberto Martins
Programa de Apadrinhamento do TJRJ é apresentado ao Governo Diocesano 0
Existe nas instituições de acolhimento um sentimento de solidão vivido por crianças e adolescentes, entre outros aspectos, decorrente da ausência de referências afetivas. Com o intuito de criar uma consciência solidária e atenta à preeminente necessidade de amparo afetivo desses jovens acolhidos em instituições no Rio de Janeiro, além de efetivar os princípios de garantia previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Tribunal de Justiça do Rio propõe parceria com a sociedade civil para um programa de apadrinhamento que está em prática desde 2014.
Reconhecendo a importância da Igreja Católica na área social, o presidente da Coordenadoria Judiciária de Articulação das Varas de Infância, Juventude e Idoso (Cevij), juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza – autor do programa –, apresentou ao arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, seus bispos auxiliares e vigários episcopais, no último dia 3 de abril, a cartilha “Apadrinhar: Amar e agir para realizar sonhos”, com diretrizes e normas do programa. O presidente da Cevij enfatizou a importância do encontro.
“A Igreja tem uma capilaridade gigantesca, e muitos serviços vêm sendo realizados nessa área há muito tempo. Ela sabe e identifica as famílias carentes e as situações de vulnerabilidade, e, dentro desse contexto, precisamos conjugar os esforços de todos que estão realizando ações em favor das crianças e dos adolescentes para conseguir avançar. A importância de apresentar o trabalho para o governo diocesano do Rio é exatamente nos colocar à disposição para saber desses trabalhos que estão sendo realizados e como nós, Tribunal de Justiça, podemos unir esforços para tentar avançar cada vez mais com essa pauta”, disse o juiz Sergio Luiz.
O programa de apadrinhamento visa atender as crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade, mesmo que estas estejam acolhidas ou não em alguma instituição. Existem hoje três modalidades: o apadrinhamento provedor (ajuda material para instituição de acolhimento ou ajuda direta para a criança e adolescente como, por exemplo, um pagamento de um curso profissionalizante, uma obra necessária e alimentação); o apadrinhamento prestador de serviço ou colaborador (a pessoa natural ou jurídica que se cadastra para atender de forma gratuita às necessidades institucionais de crianças e adolescentes, conforme a sua especialidade profissional: médicos, pediatra, professor, etc.); e o apadrinhamento afetivo (a pessoa física que visita regularmente o afilhado, a partir de 8 anos, buscando-o para passar fins de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia, proporcionando as promoções sociais e afetivas, e revelando a ele as possibilidades de convivências familiar e social saudáveis, que geram experiências gratificantes).
Segundo o juiz Sergio Ribeiro, um aditivo com duas novas modalidades será criado. “Vamos ter o apadrinhamento familiar para identificar famílias em situações de vulnerabilidade e, com isso, tentar evitar que se chegue a medidas extremas do acolhimento. Outra vertente será o apadrinhamento socioeducativo para os adolescentes privados de liberdade, pois temos certeza que se for dedicada uma atenção especial a esses meninos e meninas, o índice de ressocialização será muito grande”, contou.
Espera-se que os resultados deste programa venham refletir direta e indiretamente na sociedade, pois o investimento material e o vínculo socioafetivo poderão proporcionar a essas crianças e adolescentes desenvolvimento saudável, além da oportunidade de quebrarem o ciclo da exclusão e da invisibilidade social, possibilitando a conscientização e a construção de uma base mais sólida de cidadania.
Para mais informações sobre o “Programa de Apadrinhamento”, acesse o site www.apadrinhar.org. Já a cartilha “Apadrinhar: Amar e agir para realizar sonhos” pode ser encontrada na Cevij, das 9h às 18h, no 9º andar do Palácio da Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Fórum Central, na Avenida Erasmo Braga, 115, no Centro.
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