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23 de Abril de 2024

‘É um dom imenso ser chamado por Deus’

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‘É um dom imenso ser chamado por Deus’

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17/11/2017 11:58 - Atualizado em 17/11/2017 12:06
Por: Nathalia Cardoso

‘É um dom imenso ser chamado por Deus’ 0

Filho de Edenézio Rodrigues da Costa e Zenaide Aparecida Muruci da Costa, Rafael Muruci da Costa, de 29 anos, foi o primeiro vocacionado ao sacerdócio de sua comunidade, Paróquia São Rafael Arcanjo, em Vista Alegre. Ele foi ordenado diácono transitório no dia 4 de novembro, em uma celebração presidida pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta. A missa foi cantada pela Schola Cantorum do Seminário de São José, e contou também com a presença do bispo auxiliar Dom Roque Costa Souza.

Rafael escolheu como lema: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4, 32). A celebração de ordenação contou com a presença de padres, seminaristas e da família do agora diácono. Também compareceram pessoas de paróquias onde ele realizou trabalho pastoral enquanto seminarista.

“Eu me senti extremamente abençoado por Deus. Esse é um momento muito especial em nossa vida, em que nos prostramos, entregamos nossa vida e prometemos obediência ao bispo. É um ritual tão bonito. Eu pedi a Deus a graça de não chorar porque sou muito emotivo e já sabia que seria um momento de muito sentimento. Mas não chorei. Consegui aproveitar tudo do início ao fim”, contou Rafael.

Segundo ele, o sentimento maior no momento da celebração foi de gratidão. “Ali estavam pessoas que eu amo muito e pessoas que fizeram de tudo para que a celebração saísse perfeita”, pontuou ele, que tem a visão reduzida.

Vocação

Os pais de Rafael sempre foram católicos. Mas sua história vocacional teve início em 2002, quando seu avô faleceu. Na missa de sétimo dia, o pároco da época, ao final da celebração, disse para dona Zenaide: “Esse menino vai ser padre”. Foi uma profecia, segundo o diácono: “Minha mãe ficou sem entender e eu não levei a sério. Pensei que fosse por causa da idade. Mas não: foi profético mesmo”, afirmou.

Depois disso, ele participou de retiros e do grupo de coroinhas da paróquia. Com isso, foi aprendendo sobre a Igreja e criando carinho pela religião. “Eu via o padre Afonso Crispim (hoje falecido) celebrando a missa e ficava encantado. Mesmo doente, ele celebrava todos os dias. Aquilo foi um testemunho e tanto na minha vida”, contou.

Em 2009, foi convidado por um amigo para participar de um retiro do Grupo Vocacional Arquidiocesano (GVA), e esse momento ajudou em sua decisão. Ele fazia faculdade de Administração na PUC-Rio, com bolsa integral. Mas passou a ir ao GVA todos os domingos.

Durante o tempo em que estudava na PUC, ele ia com frequência ao sacrário da Igreja do Sagrado Coração de Jesus para tentar discernir a vocação e sempre acabava chorando.

“Eu tinha duas coisas na frente da minha vocação: primeiramente, o sonho da carreira, que é comum aos jovens da idade em que eu estava, e depois a vontade de fazer sucesso. De repente surgia um novo sonho naquele horizonte. E eu chorava porque não queria abandonar aquele sonho antigo”, contou o diácono. “Mas Jesus vai tocando o coração e nos cativando até aceitarmos nossa vocação”, complementou.

Segundo ele, muitas pessoas o aconselhavam a não deixar a faculdade para entrar no seminário, uma vez que seria difícil conseguir outra bolsa de estudos caso algo desse errado. Mas padre Afonso o incentivou a seguir a vocação.

“Ele me disse: ‘Você tem que parar de levar em consideração o respeito dos homens e começar a levar a sério a vontade de Deus na sua vida’. Eu sempre fui muito medroso, mas com aquelas palavras dele, eu tomei coragem e fui”, disse. Entrou no seminário em seguida, em 2010.

Seminário

Seu maior desafio no seminário foi o fato de enxergar muito pouco. Isso fez com que nos primeiros meses ele fosse tratado como alguém que precisava de cuidados constantes.

“Era mesmo um desafio para mim. Todos no seminário foram muito caridosos comigo no início, quando fui fazer trabalho pastoral. Depois de um tempo, eu mesmo fui pegando confiança e eles me enviando para lugares mais distantes. Passei por um período de crise em que pensei não ser capaz de ser padre. Mas eu tive pessoas que confiaram na minha vocação e hoje sou muito grato por isso”, apontou.

A ordenação dele estava prevista para o ano passado, mas ele preferiu adiar um ano porque ainda não se sentia preparado.

“Passamos por dificuldades no seminário, mas isso ajuda a confirmar a vocação. É como um namoro: passado o período da paixão, vêm as crises. Se conseguirmos passar por elas, vem o amor genuíno. E é bom que a paixão passe, para dar lugar ao amor. Assim, construímos uma história concreta e madura com Deus”, frisou ele, que participou da Schola Cantorum durante o período em que esteve no seminário.

São José

Rafael contou que se tornou devoto de São José no seminário, e ficou muito surpreso quando, ao final da celebração de ordenação, Dom Orani anunciou sua provisão em uma paróquia dedicada ao padroeiro.

“E eu tinha colocado como parte do repertório da missa justamente o Hino de São José, como uma forma de gratidão por tudo o que ele fez por mim”, contou ele, emocionado.

Sacerdócio

Para Rafael, o sacerdócio é a uma forma de salvar o mundo através da salvação das almas.

“Isso, para mim, é um sonho e uma coisa fantástica. Não há nada melhor no mundo do que ajudar as pessoas a chegarem ao céu. Quando me deparei com a possibilidade de ser essa pessoa que ajuda, não sabia se seria capaz, mas sabia que era o que eu queria fazer. É um dom imenso ser chamado por Deus e ser digno dessa graça. E é isso o que eu quero fazer não só aqui como por toda a eternidade”, afirmou. “Eu me lancei. Deus me segurou e hoje me sustenta com muito amor, carinho e generosidade”, finalizou.

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