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25 de Abril de 2024

Água é tema de debate no Vicariato Norte

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Água é tema de debate no Vicariato Norte

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28/03/2017 12:15 - Atualizado em 28/03/2017 12:15
Por: Cláudio Santos - Coordenador para a Caridade Social Vicariato Episcopal Norte

Água é tema de debate no Vicariato Norte 0

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A Campanha da Fraternidade 2017 aborda a diversidade e os desafios de cada um dos seis biomas brasileiros. O tema também abarca a questão dos recursos hídricos, considerando que o Brasil 12% da água doce superficial do planeta. Visando aprofundar o debate dessa questão, os vicariatos para a caridade social e o episcopal norte promoveram no último dia 22 de março, data em que se comemora o Dia Mundial da Água, um debate na Paróquia Sagrados Corações, Tijuca, que abordou a água como um direito humano frente ao processo de mercantilização desse recurso em todo o mundo.

O vereador Reimont trouxe informações acerca do processo de privatização da água em curso no Estado e na Cidade do Rio de Janeiro por conta dos inúmeros problemas que estão sendo denunciados pela população e pela Pastoral do Meio Ambiente, sobretudo na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. Segundo o vereador, as críticas são decorrentes de um modelo que encara a água como um bem econômico que exclui do consumo as periferias e regiões de difícil acesso:

"Considerar a água um bem como qualquer outro recurso natural  é direcioná-la e assim, busca influenciar as políticas para a gestão do patrimônio hídrico de vários países e direcioná-las para a sua mercantilização, excluindo as populações mais pobres da partilha desse valioso recurso, como hoje acontece na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A questão da água é uma questão de justiça ambiental que deve ser enfrentada, inclusive para promover o acesso da água potável a todos os seres humanos do planeta" - declarou.

Representando a Pastoral da Ecologia da Paróquia São José e Nossa Senhora das Dores, o biólogo Rodrigo Borba resgatou dados importantes sobre a água que precisam da reflexão de toda a sociedade, pois milhões de pessoas morrem em todo o mundo por  problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene:

"Dois terços de nosso planeta é formado por este precioso líquido, mas apenas cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável. Segundo a ONU, todos os anos 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene"- afirmou

Borba destacou ainda que 70% das doenças que levam a internações hospitalares decorrem de contato com água imprópria para o consumo e que a escassez hídrica tem sido uma preocupação da Igreja:

 "A situação tem sido agravada pela ganância e o avanço das grandes potências para conquistar  territórios. Na Encíclica Laudato Si, o papa Francisco externa sua preocupação com a questão da água e teme que haja, ainda neste século um cenário favorável à novos conflitos pelo controle das reservas hídricas" - concluiu.

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Encerrando o debate, Carmem Silva, coordenadora vicarial dos círculos bíblicos e animadora da CF 2017, destacou o agir arquidiocesano proposto pelo cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta para o bioma Mata Atlântica que engloba dezessete estados brasileiros, incluindo a Cidade do Rio de Janeiro:

"O primeiro agir é o esforço para reduzir o consumo, pois as agressões ambientais e a produção são ditadas pelo ritmo do nosso consumo. Outro agir proposto por Dom Orani é elevar a consciência ecológica das paróquias e comunidades com a formação de núcleos da Pastoral da Ecologia para o desenvolvimento de práticas ecológicas como a destinação adequada de resíduos como o óleo de cozinha, latas de alumínio e garrafas plásticas, plantio de hortas comunitárias e apoio a produção agroecológica. O cardeal também que haja o acompanhamento do plano municipal de saneamento básico e da revitalização de áreas de proteção ambiental ameaçadas pela degradação e especulação imobiliária" - concluiu.

Para Cláudio Santos, coordenador vicarial para a caridade social, debater a questão da água e seus desafios contempla a Doutrina Social da Igreja, uma vez que a escassez de água nas regiões periféricas é fruto de decisões políticas e a participação ativa dos leigos como sal e luz do mundo se faz necessária em meio a ganância e as injustiças causadas por um modelo que deseja transformar a vida em mercadoria:

"A Doutrina Social da Igreja tem como pilar a primazia do bem comum e a água é para nós cristãos um dom de Deus para a vida da humanidade que deve ser preservado e utilizado por todos os seres, pois é indispensável à vida. Valorizar e garantir que todos tenham acesso a esse bem comum, sobretudo os mais pobres, pois são bem-aventurados todos os que tem fome e sede de justiça ambiental" - finalizou.

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Fotos: Cláudio Santos

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