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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 24/04/2024

24 de Abril de 2024

Sacerdotes como agentes pastorais privilegiados

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Sacerdotes como agentes pastorais privilegiados

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22/07/2016 11:10 - Atualizado em 22/07/2016 11:19
Por: Da redação

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Sacerdotes como agentes pastorais privilegiados / Arqrio

“Deus vive na cidade: A Igreja em saída para comunicá-Lo” é o tema da terceira edição do Seminário de Comunicação para Padres, que será realizado de 13 a 16 de setembro, no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, no Rio de Janeiro.

Entre os três conferencistas convidados, que  auxiliarão os participantes nas principais reflexões, está o decano da Faculdade de Comunicação Institucional da Universidade Santa Croce, em Roma, padre José Maria La Porte, que atua como professor de fundamento da comunicação institucional e Doutrina da Igreja sobre comunicação.

Nesta entrevista, concedida a um dos responsáveis pela organização do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, e publicada no jornal Testemunho de Fé, o conferencista aborda o perfil do comunicador e ações concretas de evangelização.

Testemunho de Fé (TF) – Diante de uma realidade urbana, como é possível evangelizar?

Padre José Maria La Porte – As realidades urbanas do século 20 mudaram a tipologia dos relacionamentos, mas não se trata de um cenário estático. No início, vimos crescer as cidades através das periferias anônimas, populosíssimas, em contextos desumanos. Mas as periferias de Rio, New York, Paris ou Madri não permanecem estáticas.

Testemunho de Fé (TF) – Por que acontecem as mudanças?

Padre José Maria – Conforme passa o tempo, também graças as paróquias, as igrejas, os grandes espaços anônimos se fragmentam e readquirem humanidade: as grandes populações anônimas se fragmentam em pequenas realidades, se tornando aquilo que em algum tempo atrás eram bairros: agora os quarteirões se tornaram pequenas realidades por si, autônomas e cheias de vida, começaram a entender as empresas e também os políticos. Nos encontramos diante a uma bela oportunidade também do ponto de vista da fé.

Testemunho de Fé (TF) – Como deveria ser o perfil do comunicador cristão?

Padre José Maria – Um comunicador cristão deveria ter uma grande dose de humanidade e uma grande sensibilidade para comunicar-la através da realidade da vida vivida. Como? Através das histórias que apresentam a fé de uma mãe, o testemunho de um jovem, os sonhos de uma jovem adolescente em chave cristã, abertos bem além: quem não quer amar e ser amado para sempre?

Testemunho de Fé (TF) – Algum exemplo?

Padre José Maria – Uma vez em Roma, em uma pizzaria encontrei uma senhora indiana de religião islâmica que fazia turismo com o marido. Estavam vindo do Canadá, mas tinha crescido na Índia. Me disse: “os melhores anos da minha vida foram aqueles que vivi na escola católica com as irmãs; o quanto me queriam bem! Quantas amigas fiz e o quanto me respeitaram!” Para mim é um exemplo de caridade cristã encarnada através da vida de um grupo de irmãs.

Testemunho de Fé (TF) – É possível mostrar com atitudes concretas a presença de Deus em um contexto urbano?

Padre José Maria – Penso que o problema não é o contexto urbano. Por vezes evangelizar no contexto urbano é mais fácil que evangelizar em um contexto de guerra, em áreas culturais de minoria cristã, em zonas de florestas tropicais ou nos Andes. Uma possível atitude seria ajudar as pessoas a humanizar a própria existência a partir do contexto da fé: devemos encontrar Deus na parada do ônibus ou no metrô; enquanto se faz as compras de mercado, se come, se escuta música ou se joga futebol na rua. Este é o verdadeiro desafio: repropor a fé e inculturá-la em um contexto difícil, de pobreza econômica e de degradação social.

Testemunho de Fé (TF) – Mas não são situações distantes?

Padre José Maria – Na realidade, os sacerdotes destes contextos, penso, estão muito mais próximos das pessoas do que daqueles que pregam em situações de maiores riquezas econômicas. Nesta segunda realidade, os bens materiais podem produzir uma grande aridez e fechamento. Recordo um sacerdote da periferia de Roma que há alguns anos atrás se viu novamente com a Igreja cheia quando começou a fazer a novena da Imaculada Conçeição às 6h da manhã, antes das pessoas irem ao trabalho (ao invés de fazer a noite, que era vazia), e se viu com 30 fiéis com martelos para ajudar a arrumar o altar quando pediu ajuda. As pessoas mais generosas na maioria das vezes são as que possuem menos meios econômicos.

Testemunho de Fé (TF) – O que o senhor pensa sobre o Brasil?

Padre José Maria – O Brasil é um país enorme, com pessoas muito comunicativas e cheias de sentimento, onde se desenvolveu tantas iniciativas de comunicação. Basta pensar nos prêmios internacionais obtidos no âmbito publicitário e cinematográfico. Para mim é a primeira vez que tenho a oportunidade de olhar de perto este ‘vulcão criativo’, também em âmbito eclesial. Estou feliz de ir. Não podemos esquecer que também os brasileiros estão ajudando a revigorar a fé em muitos países da Europa, onde estive, com meios muito particulares e devoções muito radicadas.

Testemunho de Fé (TF) – Quais são as suas expectativas para encontrar com tantos comunicadores das dioceses do Brasil?

Padre José Maria – Quando vou a um outro país levo comigo muitas expectativas na mala, particularmente quando devo encontrar os comunicadores e sacerdotes, prontos a discutir e repensar os argumentos a pôr em discussão. Gostaria de escutar as iniciativas de sucesso que levaram os jovens à fé; tenho certeza que existem no Brasil, particularmente em uma sociedade digital que vive de partilhar.

Desejo com todo o coração que neste terceiro seminário apareçam ideias. Cabe dizer que conseguiremos ver juntas novas iniciativas e novas possibilidades de apresentar a fé em um contexto midiático, com toda a sua beleza, envolvimento também dos fiéis. Vejo os sacerdotes como agentes pastorais privilegiados, em condições de formar os fiéis com uma saudável dieta midiática e de ajudar-los a viver como cristãos também em contextos digitais.

Serviço

Para participar do seminário, também aberto para leigos referencias de comunicação em suas dioceses, entrar em contato com Heloísa Fragoso nos seguintes e-mails: heloisafragoso@arquidiocese.org.br, ou cordenacaopastoral@arquidiocese.org.br, ou pelo telefone (21) 2292-3132.

Foto: Divulgação

 

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