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28 de Março de 2024

“Ser catequista é ser jardineiro de gente”

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31/08/2015 16:52 - Atualizado em 31/08/2015 16:53
Por: Priscila Xavier (priscila@testemunhodefe.com.br)

“Ser catequista é ser jardineiro de gente” 0

“Ser catequista é ser jardineiro de gente” / Arqrio

No quarto domingo de agosto, considerado pela Igreja o Mês Vocacional, comemora-se o Dia do Catequista. Essa é uma missão sublime e essencial na vida da Igreja, na qual os catecúmenos, após serem formados, recebem os Sacramentos da Iniciação Cristã, podendo assim, servir a Deus através do chamado sacerdotal, religioso, leigo e matrimonial.

Os catequistas são aqueles que escutam a voz do Senhor e se colocam a caminho para cumprir a última ordem de Jesus: “fazer discípulos entre todas as nações e ensinar-lhes a observar tudo que lhes tinha mandado” (Mt 29,19). Esses discípulos carregam a missão de educar e instruir o povo escolhido por Deus na fé, na caridade, no amor e de edificar o Corpo de Cristo. Tal chamado já é confirmado nos corações dos catequistas que, apesar das dificuldades, aceitam seguir o caminho escolhido por Deus.

“Ser catequista é permitir ser um instrumento de Deus na vida de Seus filhos e responder ao chamado de Deus”, disseram as catequistas Aline Marques e Haidê, ambas da Paróquia São Pedro do Mar, no Recreio.

Já Eliane Andrade, da Paróquia Santa Margarida Maria, no Leblon, contou o que seria fundamental na vida de um catequista.

“É importante entregar-se de todo o coração e sentir, em todos os momentos, a presença do Espírito Santo”, concluiu.

“Como educador na fé dos irmãos, o catequista é um devedor a todos do Evangelho que anuncia. Está aqui o ponto de partida: ajudar àqueles que estão iniciando ou reiniciando a vida cristã a entrarem nesta dinâmica do encontro com Cristo: a descobrirem que Ele está vivo no meio de nós, nos vê, nos ouve, compreende, perdoa, ama e, por isso, quer ficar conosco e nos ensinar que Ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida”, sublinhou a coordenadora arquidiocesana da Iniciação Cristã, irmã Lúcia Imaculada.

“O que nos move é a alegria de fazer o que Cristo nos pede e a esperança de ver nossas crianças trabalhando por uma Igreja renovada”, sublinharam os catequistas da Paróquia Santos Anjos, no Leblon.

A Arquidiocese do Rio possui mais de oito mil catequistas, entre 25 e 45 anos, para os mais de 60 mil catequizandos de todas as idades espalhados pelas 266 paróquias cariocas. Embora a maioria sejam mulheres, o número de homens assumindo a catequese tem aumentado.

Com relação à Iniciação Cristã Infantil, irmã Lucia destacou que muitos desafios internos e externos são enfrentados, principalmente a dificuldade com as famílias.

“Há desafios internos, como a rotatividade de catequistas, a resistência de alguns no planejamento em conjunto e a falta de participação nos eventos promovidos pelos vicariatos ou em nível arquidiocesano. Já os desafios externos incluem a dificuldade de envolver a família dos catequizandos. Quando os valores da fé cristã são vividos por todos os membros, a família torna-se por excelência uma comunidade catequética. Cristo, presente na Igreja, vive também na comunidade familiar que é a Igreja doméstica”, completou.

As catequistas Patrícia Almeida, Marta Carneiro da Rocha e Úrsula Lobão, todas da Paróquia Santa Margarida Maria, contam sobre a diferença de quando a criança passa a frequentar a catequese e o comportamento da mesma nos últimos dias de encontro que antecedem a Primeira Eucaristia, além da alegria de poder servir através do chamado vocacional.

“Tinha uma criança no grupo que, no início, se negava a participar dos encontros e ficava com a cabeça debruçada sobre a mesa. No final do ano, ela era uma das mais empolgadas da catequese”, lembrou Patrícia.

“É maravilhoso ajudar as crianças a terem esse encontro decisivo e transformador com a pessoa de Jesus Cristo. Ficamos felizes em colaborar um pouquinho com a caminhada delas na fé”, acrescentaram Marta e Úrsula.

A catequese de adultos ganhou força durante o Concílio Vaticano II, o qual propôs a volta do catecumenato. Por isso, foi criado o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica), que contém vários itinerários, com tempos e etapas celebrativas. Em 2008, o Rica foi reeditado e a Arquidiocese do Rio o assumiu como roteiro de formação na fé. Junto ao ritual, foi criado também o Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã, que engloba a Pastoral do Batismo, catequese especial e a iniciação de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

“É preciso realizar com aqueles que se aproximam da comunidade eclesial a proposta de uma fé cada vez mais esclarecida, celebrada e vivenciada, a fim de gerar uma resposta livre e consciente da parte daquele a quem a Boa Nova é anunciada. Essa resposta deve levar ao encontro vital com Jesus e a Igreja”, afirmou irmã Lucia.

O catecumenato adulto quando bem vivenciado gera frutos que, consequentemente, produzirão ainda mais frutos para servir à Igreja. Os catequistas Lourdes e Heraldo Braga, da Paróquia Santa Margarida Maria, hoje colhem os frutos das sementes que foram plantadas em terra boa.

“Nossa primeira catecúmena não se sentia capaz e confiante de trabalhar em nenhuma pastoral. Há cinco anos, conseguiu romper essa barreira pessoal e, logo após ter recebido o Sacramento da Crisma, foi convidada para estruturar e coordenar a Pastoral de Gestantes que, na época, se iniciava em nossa paróquia”, disseram Lourdes e Heraldo.

Mesmo em meio às mudanças dos tempos atuais, a Igreja jamais deixou de ser um canal de evangelização. Em meio a um século em “crise”, Deus continua a enviar vocações e operários à Sua messe que, em meio aos obstáculos e cansaços da vida, continuam a missão que lhe foi confiada: fazer discípulos entre todos os povos.

“Ser discípulo de Cristo nunca foi, não é e jamais será fácil. No entanto, através dos séculos, a Igreja jamais deixou de cumprir a missão de evangelizar, sempre acertando o passo entre o tempo e a eternidade. Não podemos perder o impulso missionário; a Igreja sempre lutou contra a corrente em todos os tempos. Ser catequista é ser jardineiro de gente”, disse a fundadora e superiora da Congregação de Nossa Senhora de Belém, Madre Maria Helena Cavalcanti.

Testemunhos

“Iniciei em março de 2015 e realizo a missão que o Senhor me confiou com muito amor e dedicação. Tenho 20 catequizandos na faixa etária de 4 a 8 anos, e atuar na pré-catequese infantil é saber olhar com os olhos de uma criança. É uma fase em que precisam de atenção e amor, pois estão começando a conhecer Jesus. Por isso, buscamos sempre semear no coração da criança o quanto é especial e amada por Deus, através das atividades propostas nos encontros.

Acredito que a catequese começa em casa, na família, no amor de Deus que partilhamos com os filhos e com todos. Por isso a importância da evangelização com os familiares dos catequizandos para que incentivem seus filhos no caminho da fé.”

Vânia Gil Matos, catequista da Paróquia Santa Bárbara e Santa Cecília, em Vigário Geral

“Ser catequista é uma missão repleta de desafios e bênçãos. Poder plantar a semente do amor de Deus no coração das crianças é extraordinário. Sempre penso que Cristo não me confia apenas às crianças que passam pela catequese, mas também às famílias. Hoje sei que sou vocacionada neste amor e que a caminhada deve ser baseada na acolhida, perseverança e esperança. A capacitação vem com a confiança de que é Deus quem faz a obra. Eu apenas me deixo ser um instrumento; mesmo diante da minha condição humana, Deus é quem age. Louvado seja Deus por me conceder essa graça, e peço a bênção para todas as catequistas. Que Ele nos guie e ilumine nosso caminho, a fim da nossa doação ser sempre integral para sua honra e glória.”

Priscila Cruz, catequista da Paróquia São Pedro do Mar, no Recreio

“Grande missão o Senhor nos confiou: testemunhar, revelar o amor de Deus aos irmãos. O catequista é instrumento vivo do qual Deus se comunica com os homens; é um educador da fé. Ser catequista é ter consciência da imensidão dos desafios. Porém, somos animados por uma firme certeza de que quando Deus nos chama, Ele nos capacita. Uma vida de intensa oração e dedicação torna o catequista fonte de água viva.”

Flora Maria Senra, coordenadora vicarial da Iniciação Cristã da Infância e do Adolescente e atua na Paróquia São Pedro do Mar, no Recreio

“Com a finalidade de aprender sobre as Sagradas Escrituras me inscrevi no curso bíblico e iniciei meus estudos. Foi neste momento, desejando receber mais da Igreja, que fui chamada a servir.

Quando fui convidada para essa missão, confesso que me considerava altamente inepta para o chamado. Acreditava que para ser catequista tinha de ser alguém PhD em teologia. Porém, apesar das minhas dificuldades e falta de conhecimento, queria muito ajudar. Não fazia ideia de como seria esse trabalho de evangelização. Também não imaginava que no serviço encontraria o que tanto desejava.

Perseverando no sim ao chamado do Pai, através do sacerdote, posso dizer que a catequese santifica não apenas os catequizandos, mas nós catequistas também, pois vivemos o constante exercício de nos abandonar na mão de Deus como um pincel na mão do artista. E essa graça, como tudo que provém de Cristo, transborda para toda a comunidade que tem em seu seio o trabalho catequético.  Amadurecer na fé e crescer na esperança é caminho necessário para o bem maior que é a caridade, virtude maior para qual todo batizado é vocacionado.”

Sharlene Braga, catequista do Santuário de São Judas Tadeu, no Cosme Velho

“Ser catequista era um sonho desde mais novo, e como eu sempre gostei muito de criança, a pré-catequese foi perfeita para mim. Esse período tem sido maravilhoso e muito empolgante; me surpreendo cada vez mais com as crianças. O que mais me emocionou foi o meu primeiro dia como catequista: ver em cada criança o desejo de perguntar, o interesse, até mesmo aquelas perguntas que não tinham a ver com o tema do encontro.”

Pedro Sousa, catequista da Paróquia São José Operário, no Complexo da Maré

“Muitas vezes, aceitamos o convite do padre ou de outra pessoa da paróquia com insegurança, mas por saber que é uma necessidade da nossa Igreja e uma solicitação muito clara de Jesus, aceitamos esse desafio que, com o passar do tempo, percebemos o quão prazeroso e enriquecedor ele é.”

Ester Matos, catequista da Paróquia Santa Margarida Maria, na Lagoa

Foto: Divulgação

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