Arquidiocese do Rio de Janeiro

28º 23º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 25/04/2024

25 de Abril de 2024

Missão: um projeto de vida

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25 de Abril de 2024

Missão: um projeto de vida

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05/07/2015 13:21 - Atualizado em 05/07/2015 13:22
Por: Padre Luís Maurício Telles da Silva (Paróquia Sagrada Família, na Saúde; Membro do Conselho Missioná

Missão: um projeto de vida 0

Missão: um projeto de vida / Arqrio

Introdução

Neste final de semana nossa Igreja Particular do Rio de Janeiro realiza dois momentos importantes para nossa vida pastoral: Acolhemos a imagem da Virgem Maria, Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, por ocasião da preparação dos 300 anos da aparição que será celebrada em 2017. E “apressadamente” (Lc 1, 49) como a Virgem de Nazaré, numa atitude de prontidão e de urgência ao Evangelho, todas as nossas paróquias com suas representações se encontram na Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro renovando a graça batismal que nos consagrou à missão de Jesus Cristo: somos discípulos missionários! E animados pelo nosso pastor, Cardeal Orani João Tempesta somos enviados como testemunhas da esperança: “Daí a razão da vossa esperança” (1Pd 3,15).

Assim, orientados pela Coordenação de Pastoral, vamos caminhando nos passos do 11º Plano Pastoral, que nos motivou a renovar nossa fé, vivenciando os Sacramentos de Iniciação Cristã – Batismo, Crisma e Eucaristia – (2013); fomos impelidos pela caridade de Cristo, e com generosidade nosso povo ofereceu 180 toneladas de alimentos para irmãos que vivem no Haiti (2014); e neste Ano Pastoral de 2015 somos convidados a viver o testemunho da esperança cristã, assumindo o “Estado permanente de Missão”.

Igreja Missionária – Igreja alegre em saída

Queremos assumir a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” (EG) – do Papa Francisco, como um novo ardor missionário que revigora a nossa vocação de Igreja missionária e servidora, que atua como presença de vida e de esperança.

A alegria missionária enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus: “a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária” (EG, 21). Por isso, nos sentimos convidados a uma nova etapa de evangelização, marcada pela alegria onde repousa esperança em Jesus (cf. EG, 1.2.3.7) No encontro pessoal e comunitário com Cristo, reconhecemos que a relação da Igreja com o seu Senhor torna-se intimidade itinerante e, desta convivência, nasce uma comunhão missionária (cf. EG, 23; Jo 1,35-42): “Aqui está a fonte da ação evangelizadora. Porque se alguém acolheu esse amor que lhe envolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de comunicá-lo aos outros?”(EG, 8) – “ai de mim, se não evangelizar!” (1Cor 9,16). Desejamos que a alegria deste encontro com o amor revelado de Deus chegue a todas as pessoas nas diversas e adversas situações da vida humana. Isto porque conhecer Jesus foi o melhor que aconteceu em nossa vida e comunicá-Lo aos irmãos e irmãs é a nossa alegria (cf. Documento de Aparecida - DA, 29; EG, 10). A convivência com o Senhor é o ponto de partida da missão. Nós partimos de Cristo, nós partimos de uma convivência permanente com o Senhor (cf.DA, 41; Evangelii Nuntidiandi - EN, 80; EG, 101).

A missão é uma constante “tensão para o anúncio” e uma “tarefa primária da Igreja (Redemptoris Mater - RM, 34 - AAS 83 (1991), 280) – “a atividade missionária ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja, e a causa missionária deve ser causa de todas as causas” (RM,34.40.86). A tônica de nossa atividade pastoral é de natureza missionária. E a tarefa missionária se abre agora a toda a Igreja, neste tempo, como aconteceu em Pentecostes (cf. Atos 2,1-11; DA, 171, EG, 11).

Nosso empenho é transformar a consciência missionária de nosso Batismo em uma decisão missionária que deve impregnar a vida da Igreja particular em todos os seus organismos: planos pastorais, clero, paróquias, leigos, comunidades religiosas, movimentos e todas as instituições eclesiais que compõem a Igreja local. Espera-se uma conversão pastoral a partir da qual a Igreja arquidiocesana seja, de fato, uma comunidade de discípulos missionários que, afetivamente e efetivamente, ao redor de Cristo, mestre e pastor, respira e vive a corresponsabilidade na missão: “O projeto pastoral da diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos” (DA, 371).

O que é motivação para toda Igreja diocesana se realiza no desempenho e tarefa pastoral de cada uma das comunidades, pois segundo o Papa Francisco: “Temos, porém, de reconhecer que o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu suficientemente fruto, tornando-se ainda mais próximas das pessoas, sendo âmbitos de viva comunhão e participação e orientando-se completamente para a Missão” (EG, 28). O apelo permanece!

Nos passos do 11º Plano Pastoral de Conjunto

A consciência e atividade missionária crescerão à medida que nos aproximarmos fundamentalmente das diretrizes pastorais de nossa arquidiocese. O 11º Plano de Pastoral de Conjunto exerce seu serviço de pedagogia pastoral, conduzindo-nos como batizados, membros de “Comunidade de Comunidades” (cf. Doc. 100 da CNBB ) a uma conversão pessoal e pastoral que realize o serviço evangélico, serviço de instauração do Reino (cf. DA, 365-372): “Uma Igreja que anuncia e reanuncia Jesus Cristo numa rede de comunidades, serviços e ministérios, em permanente estado de missão, a serviço da vida em todas as suas instâncias” (Diretrizes do 11º PPC).

Para dar continuidade ao tempo proposto para realização das ações evangelizadoras em nossa arquidiocese, e tendo vivido, respectivamente, o Ano da Fé e o Ano da Caridade, vivemos o ano de 2015 sob o “Sinal da Esperança”. Nosso objetivo é encorajar nossas comunidades para a missão pela força da Palavra de Deus que faz brotar a comunhão, o diálogo, o anúncio e o testemunho de Jesus Cristo. Queremos assumir a causa missionária como prioridade para realizarmos o testemunho da esperança: com coresponsabilidade dar testemunho de Cristo, pelo qual somos salvos e libertos. “É na esperança que fomos salvos” (Rm 8,24 - cf. SpesSalvi,1). Assim, a Coordenação de Pastoral de nossa arquidiocese, sensível à multiforme graça de Deus (cf. 1Pe 4,10), une-se ao Conselho Missionário Diocesano, convocando toda a Igreja Particular do Rio de Janeiro a viver o Ano da Esperança – Ano Missionário.

Empenhemo-nos para confirmar e promover nossa identidade missionária e orientar nossa vida pastoral para o exercício permanente da missão de Cristo. Segundo o 11º Plano de Pastoral de nossa arquidiocese, queremos reavivar nossa vocação missionária de testemunhas da esperança para o anúncio e conhecimento do amor de Deus:

“Trata-se de uma atitude em nível pessoal e em nível pastoral. Em nível pessoal, destacam-se o testemunho e o engajamento em alguma atividade evangelizadora. Em nível grupal, todas as pastorais, associações e demais entidades não podem ficar satisfeitas com o que já realizam. É preciso ir mais longe, chegando a ambientes e situações até então não atingidas. Esta é a grande passagem que o Documento de Aparecida nos interpela a fazer: passagem de uma pastoral de conservação ou manutenção para uma pastoral decididamente missionária” (11º Plano de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro, 113).

O documento ainda destaca:

“Em nossos dias, a missionaridade não é mais atributo de uma pastoral específica, no caso, a Pastoral Missionária. Cresce cada vez mais a consciência de que todas as pastorais, movimentos, associações e demais organismos são missionários e precisam assumir de modo mais intenso esta perspectiva missionária nas suas opções e prioridades...” (11º Plano de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro, 114).

Somos missionários de Cristo e com Cristo que é missionário do Pai, somos chamados e enviados aos pobres, aos jovens; às crianças, aos idosos, às famílias; às escolas e universidades; ao mundo do trabalho e da cultura; aos meios de comunicação, aos hospitais e doentes, às comunidades, aos marginalizados da vida social; aos empresários; aos presidiários; aos políticos e magistrados; aos centros de decisão e aos novos areópagos da realidade humana. A todos somos enviados como testemunhas da esperança (cf. DA, 407-519). Somos discípulos missionários para atravessar a realidade desta grande metrópole, proclamando que “Deus habita esta cidade”.

Ação Missionária - Visitação

O Ano da Esperança – Ano Missionário deverá acontecer na realidade pastoral de cada comunidade inserida na Igreja Particular do Rio de Janeiro. Cada paróquia, no conjunto de suas comunidades, e todo organismo vivo da arquidiocese acolhe e realiza o projeto pastoral – missionário de 2015, com o devido “discernimento evangélico”, com novos métodos e criativas ações pastorais de acordo com a realidade e necessidades locais.

Convocamos toda Igreja Particular a não deixar extinguir o espírito missionário nascido do Batismo, conservado no acolhimento da Palavra de Deus e nutrido pela Eucaristia; deixemo-nos envolver pela graça eficaz de Pentecostes. E com a Virgem Maria, Senhora Aparecida e com os apóstolos, sejamos unânimes na oração e na comunhão operosa para que a força impetuosa do Espírito faça de nós testemunhas da esperança até os confins do mundo (cf. Atos 1,8 e 2,1-13).

Somos amados, convocados e enviados! E isto resplandece como marco de nossa vocação eclesial. Convidamos nossas comunidades de discípulos missionários a envolverem-se com a mística própria da cena Lucana1, 49-59: A visitação da Virgem Maria à sua prima Isabel revela o encontro da promessa e da realização salvadora de nosso Deus. As duas alianças se complementam, designando e apontando alegremente que o fruto bendito do seio de Maria é esperança agora realizada. O desejo ardente de salvação de todo Israel sinaliza-se na maternidade de cada uma das mulheres – Isabel e Maria –, que dão testemunho da unicidade de toda história salvífica.

A alegria entusiasta do menino João já anuncia a plena Encarnação do amor de Deus. João, no seio de Isabel, acolhe e testemunha a Luz. Prefigura a missão revelada de anunciar o Cordeiro de Deus. E o senhorio proclamado por Isabel, na grata surpresa da vinda da Mãe do seu Senhor, justifica a Palavra evangélica de que o menino de Maria é Senhor e Messias, para a Glória de Deus Pai (cf. Fil 2,2-11), e que o seu Reino que vem ao encontro de todos os povos não terá fim.

Isabel, João e Maria contemporizam a esperança “esperante”, ativa, profética, alegre e cantante dos feitos de Deus na vida de seu povo: “Veio em socorro de Israel seu servo lembrado de sua bondade.” (Lc 1,54). E entre nós manifestou-se a bondade, Jesus, nossa esperança, nosso Salvador (cf. 1Pe 3,15; Tt 3,4).

O missionário e a missionária são portadores desta bondade como testemunho vivo da esperança de que nosso Deus vem ao nosso encontro e não “arreda os pés” da vida de seu povo. A atitude de saída, de encontro, de diálogo, de serviço, de anúncio, de testemunho de comunhão, de visitação portadora de Jesus Cristo e de seu projeto de vida é missão: anúncio da esperança para o acolhimento do Evangelho da Alegria.

A espiritualidade da esperança é nascida dos pobres do Senhor e desvela-se em Isabel e em Maria: – “E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel” (Sf 3,12). A visitação de Maria à casa de Isabel e de Zacarias indica a relação de espera e de confiança no amor de Deus. Sinaliza a realização da Promessa de Deus e proclama a “esperança que não decepciona” (Rm 5,5). Este encontro ilustra a inquietude do missionário que “apressadamente” como a “Virgem da Prontidão” e com determinação assume uma atitude de saída. E com disponibilidade evangélica se faz presente de forma gratuita e alegre, anunciando a esperança.

Conclusão

Todo este empenho pastoral-missionário sinaliza um dinamismo de encontro pessoal e comunitário (cf. EG, 10; DA, 360) com o Senhor Jesus. Nossa ação missionária e evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da Memória agradecida, pois sabemo-nos amados pelo Senhor Jesus.

Esforcemo-nos para testemunhar a esperança – e esta é Cristo, revelador do amor do Pai. Deixemo-nos transformar como Igreja missionária, convertendo-nos em Igreja de Saída (cf. EG, 20-24). Igreja convertida, a partir do Coração do Evangelho (cf. EG, 34-39), para alcançar a todos (cf. EG, 46-49): “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!” (EG, 49).

Que a Virgem Maria, “Virgem da Prontidão” e “Mãe do Evangelho vivente” interceda por nós, para que sintamos a urgência da hora presente. E como Ela mesma, “apressadamente”, coloquemo-nos disponíveis ao serviço do Evangelho.

E que São Sebastião, nosso padroeiro, interceda por toda nossa Igreja arquidiocesana para que atravessemos esta grande cidade como alegres testemunhas da Esperança.

Foto: Carlos Moioli 

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