26 de Abril de 2024
“Igreja e sociedade”: conhecer para entender
Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.
27/02/2015 09:09 - Atualizado em 27/02/2015 09:09
Por: Nathalia Cardoso (nathaliacardoso@testemunhodefe.com.br)
“Igreja e sociedade”: conhecer para entender 0
“Fraternidade: Igreja e Sociedade” é o tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano de 2015, que a Igreja no Brasil propõe para reflexão no tempo da Quaresma.
As dimensões eclesiais do tema, refletidas por Evaristo Eduardo de Miranda, em seu livro “Eu vim para servir – comunidade, Igreja e sociedade”, lançado em 2014 pela Edições Loyola, serviu como subsídio para elaborar o texto-base da Campanha da Fraternidade.
Evaristo, que é diretor do Instituto Ciência e Fé, e também agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Campinas (SP), fez sua reflexão tomando como base a ideia do apóstolo Paulo de que a Igreja seria um corpo, o corpo místico de Cristo.
Em entrevista concedida ao Sistema de Comunicação da Arquidiocese do Rio, ele explicou que existe uma reflexão sobre esse corpo, e o catolicismo, em particular, tem uma visão do corpo de Cristo que possui uma expressão elevadíssima, que é a Eucaristia.
“Esse sacramento é, por excelência, o sacramento da Igreja. Jesus não falou: ‘Tomai e comei. Isto será o meu corpo depois que eu morrer’. Ele disse: ‘isso é o meu corpo. Já é o meu corpo’. O que significa que o corpo d’Ele estava lá também. Isso significa, entre outras coisas, uma dimensão eclesial muito forte”, explicou o estudioso.
CF-2015
O objetivo geral da campanha é propiciar e melhorar o diálogo entre Igreja e sociedade. Para isso, são abordados no texto-base, diversos aspectos que devem ser pensados e trabalhados pelos cristãos, a fim de se atingir o objetivo. Entre esses aspectos estão o debate acerca da laicidade do Estado, a promoção do ecumenismo e propostas para a ação pastoral da Igreja, a fim de combater os principais desafios que a sociedade enfrenta na atualidade.
Baseado nessas propostas da CF, Evaristo propôs em seu livro questionamentos que os cristãos devem se fazer durante esse período de reflexão, que é a Quaresma, em que se trabalha a Campanha da Fraternidade.
“Quando dizemos que somos membros da Igreja, estamos dizendo que somos membros de um corpo. E o questionamento que devemos nos fazer é: será que sou um membro sadio? Será que sou um membro necessário? Será que sou um membro fraco, frágil? Será que sou um membro flexível? Ou rígido?”, questionou.
Repensar a Igreja
Na publicação, o autor ressaltou a importância de se pensar a religião católica no contexto atual. Segundo ele, desde a década de 70 a Igreja vem reduzindo seu número de fiéis. Esta é, inclusive, uma das preocupações que a CNBB expôs no texto-base da CF deste ano. Uma das explicações para este fato é, segundo ele, que outras igrejas vêm emergindo, enquanto muda esse contexto. Portanto, a Igreja Católica precisa fazer uma reflexão “de outra natureza”.
“Estamos vivendo outro mundo. O catolicismo está em franca retração no Brasil. Saímos de 92% de católicos nos anos 70 para menos de 60% agora. E de dez anos para cá esse número vem diminuindo em termos absolutos. Estamos vivendo outra época. Precisamos fazer uma reflexão acerca disso”, incentivou.
Ele argumenta que na década de 90 a Igreja tinha um papel social relevante, era ouvida pelos governantes e fazia documentos proféticos. Essa não é mais a situação em que vive. Portanto, é necessário que haja novos direcionamentos.
“Se a Campanha da Fraternidade é sobre Igreja e sociedade, temos que refletir um pouco sobre o que é Igreja. O conceito de Igreja é difícil porque recobre tanto a realidade material quanto realidades sobrenaturais. Mas acho que podemos aproveitar a ocasião deste ano para refletir sobre o que é Igreja ‘para mim’, para cada um, de maneira pessoal. No livro, trabalhei sete dimensões, todas elas relevantes, para que sejamos capazes de conhecê-las, vivê-las e dentro delas progredir”, frisou ele.
Deixe seu comentário
Resposta ao comentário de: