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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 23/04/2024

23 de Abril de 2024

Cultura do diálogo e do encontro

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26/12/2014 10:11 - Atualizado em 26/12/2014 10:11
Por: ecumenismo

Cultura do diálogo e do encontro 0

temp_titleecumenismo_26122014101030O diácono Nelson Águia, secretário da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, destacou a atuação do Papa Francisco em 2014 como marcada, principalmente, pela promoção da cultura do encontro, algo que o Papa prega desde o início de seu pontificado. O melhor exemplo disso foi a visita que o Sumo Pontífice fez recentemente à Turquia, onde se encontrou com Bartolomeu I, patriarca da Igreja Apostólica Católica Ortodoxa, separada da Igreja Católica Apostólica Romana há 960 anos. A Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, impulsionada pelo exemplo de Francisco e seguindo seus ensinamentos, também viveu um ano de intensas atividades na busca pelo diálogo e pela unidade com as demais religiões.

“Foi maravilhosa a visita do Papa Francisco à Turquia porque, assim como Bento XVI e João Paulo II, ele visitou uma mesquita. Tirou os sapatos para entrar de meias, em respeito ao lugar sagrado, e rezou com o imã, autoridade religiosa do islamismo, pela unidade e a harmonia entre as religiões”, frisou o diácono Nelson. Ele acrescentou: “através do encontro com Bartolomeu I, o Papa estava buscando a união da Igreja Católica Apostólica Romana com a Ortodoxa. São 960 anos de divisão. Chegou a hora de partir para o próximo passo e começar a sanar as feridas”, destacou o diácono.

Solidariedade

Deste lado do oceano, no início do ano de 2014, um juiz federal alegou, em vídeos publicados na internet, que as religiões afro-brasileiras não eram crenças válidas. O motivo, segundo ele, era que elas não contêm os traços que caracterizariam uma religião, que seriam um texto-base, como o Corão ou a Bíblia, estrutura hierárquica e um Deus a ser venerado.

Foi feito um recurso contra a decisão dele, no qual a Arquidiocese do Rio interferiu, junto com as demais religiões, como “Amicus Curiae”. Segundo o “Glóssário Jurídico”, o termo significa “amigo da corte” e demonstra interesse de uma instituição com representatividade por alguma causa. A arquidiocese também participou de um ato de desagravo contra a intolerância religiosa e em solidariedade às religiões afro-brasileiras no dia 21 de maio na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O ato é uma espécie de pedido de desculpas às religiões afro por elas terem sido “rebaixadas” pelo juiz. Muitas lideranças religiosas estavam presentes. Alguns meses depois, a Justiça determinou a retirada dos vídeos da internet.

Promoção do diálogo

Em outubro, a Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso promoveu o “Seminário Monoteísta” com jovens judeus e muçulmanos na Mesquita da Luz, na Tijuca. O tema escolhido foi a “Criação”, por ser comum entre as religiões participantes e também porque foi interessante, segundo o diácono, para a troca de experiências acerca de como cada religião acredita ter acontecido a criação.

“O Papa sempre diz para não nos apegarmos somente às questões doutrinárias. Ele propõe que nos fixemos na prática do diálogo, da fraternidade e do encontro. Nos convida a colocarmos nossas diferenças de lado, ainda que sejam diferenças doutrinárias ou teológicas, e a ‘sentarmos juntos’, porque o mundo precisa do nosso testemunho de unidade e de amor”, afirmou o diácono, que assumiu, por provisão do cardeal, a função de secretário da comissão assim que foi ordenado diácono, em 2010.

Outras iniciativas

Em junho deste ano, na Igreja Nossa Senhora de Copacabana, aconteceu a Vigília Ecumênica de Pentecostes, com a presença do cardeal arcebispo Dom Orani Tempesta e de representantes de outras religiões cristãs. Na ocasião, Dom Orani pregou a unidade entre os cristãos, assim como fez Jesus.

“A arquidiocese e o cardeal estão na liderança proativa quando se trata do diálogo e da harmonia e paz entre as religiões. O cardeal é muito respeitado pelas outras lideranças religiosas e pela sociedade. Ele sempre prega e vive plenamente a unidade em nossa arquidiocese”, destacou o diácono, contando que o carinho e o apoio que a comissão recebe do cardeal são muito importantes porque a motiva a fazer cada vez mais na busca pela paz entre as religiões.

“O cardeal vive plenamente o seu lema episcopal: ‘para que todos sejam um’ ”, afirmou.

Alguns meses depois da vigília, em setembro, a arquidiocese recebeu, com uma cerimônia formal, cerca de 45 monges do Budismo Primordial Honmon Butsuryu Shu (HBS), que vieram ao Brasil com a finalidade de conhecer a comunidade budista do país e pregar a paz e o combate à intolerância religiosa.

Também visitou a Arquidiocese do Rio, em outubro, o novo arcebispo ortodoxo da Igreja Russa do Patriarcado de Moscou, na América do Sul, Dom Leonid (G?rb??hov). Durante a visita, Dom Leonid demonstrou desejo em estreitar os laços de amizade entre as duas Igrejas no Rio de Janeiro.

Segundo o diácono Nelson, a Igreja deu um grande avanço rumo ao diálogo neste ano de 2014. Isso é importante porque, segundo ele, “mesmo que a Igreja tenha ‘pecados’ em algumas questões, o importante agora é aprender com o passado e dar uma resposta ao que a sociedade espera hoje para seguir adiante”.

Finalidade da comissão

Criada para garantir o diálogo entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro, as demais religiões cristãs e outras lideranças religiosas, a comissão busca cumprir a principal missão da Igreja, que é a de promover o bem e a paz.

“Nenhuma pessoa de boa vontade vê a religião como promotora de divisão. Todos querem ver numa religião a prática do bem em relação ao próximo, da caridade, a efetivação do amor”, frisou o diácono.

Ele afirmou que a experiência vivida como secretário da comissão o faz crescer espiritualmente, além de ser uma fonte de graça e bênçãos na vida dele.

“É maravilhoso fazer parte dessa comissão. Através dela, sinto a bondade e o amor de Deus em relação a todos os homens e mulheres de boa vontade, que lutam pelo amor e a paz. Ela é uma fonte de bênçãos em minha vida. Inclusive já tive oportunidade de falar tudo isso para o cardeal”, contou o diácono.


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