29 de Abril de 2025
Uma cerimônia especial de cardinalato
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17/02/2014 14:55
Por: Fabíola Goulart (fabiolagoulart@testemunhodefe.com.br). Colaboração: Igor Marques
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No próximo dia 22 de fevereiro, os olhos dos católicos do Rio de Janeiro estarão voltados para o Vaticano, onde o arcebispo da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta, será criado cardeal da Igreja. Este é o primeiro Consistório Ordinário Público do Papa Francisco para a criação de novos cardeais, e promete emocionar o mundo.
Entre os momentos mais marcantes da cerimônia estão a imposição do barrete, o recebimento do anel cardinalício e o título de uma Igreja de Roma.
No momento da imposição do barrete, os cardeais recordam que “devem estar prontos a comportar-se com fortaleza até a efusão do sangue, pelo incremento da fé cristã, pela paz e a tranquilidade do povo de Deus”.
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Por sua vez, a entrega do anel é acompanhada pela advertência: “Sabe que, com o amor do Príncipe dos Apóstolos, se reforça o teu amor para com a Igreja”. E então o Santo Padre entrega o título correspondente a cada novo cardeal de sua igreja em Roma.
Há também um momento do juramento: os novos cardeais fazem com palavras que carregam um profundo significado espiritual e eclesial. Diante de todos, os novos cardeais proclamam sua fé com a oração do Credo e fazem o juramento.
Preparação
Dom Orani tem seu primeiro compromisso no Vaticano no dia 19 de fevereiro em uma audiência geral com o Santo Padre. Nos dois dias seguintes, ele participa de um retiro junto com os novos cardeais.
Mestre e doutor em Direito Canônico, o monsenhor André Sampaio explicou que é o próprio Papa que indica o tema que os prelados refletem no retiro. Somente após viver estes dias de preparação espiritual e participar da celebração do Consistório é que eles fazem parte do Colégio Cardinalício.
“Porém, já nesse período que vai do anúncio até a presença no Consistório Ordinário Público, eles podem começar a serem destinados para algumas funções, visto que os cardeais são aqueles que auxiliam, que colaboram com o Sumo Pontífice. Então podem ser nomeados para algumas participações em algum ato do governo dentro dos dicastérios romanos, como aconteceu com Dom Orani no Pontifício Conselho para os Leigos”, apontou monsenhor André. No dia seguinte, dia 23 de fevereiro, será a primeira missa dos novos cardeais com o Papa Francisco, também na Basílica São Pedro. Toda a programação de Dom Orani em sua passagem pelo Vaticano está disponível no portal da Arquidiocese: www.arqrio.org.
Novo brasão para o cardinalato
Quando um bispo é criado cardeal, seu brasão se modifica para indicar a nova condição do prelado. O escudo permanece o mesmo, modificando as insígnias que o ornam.
O escudo do brasão de Dom Orani é partido. A primeira metade tem sobre o campo negro uma banda enxadrezada de vermelho e prata, formada de duas tiras. Na segunda, sobre campo azul, estão duas faixas enxadrezadas de preto e prata, dispostas em duas tiras em cada faixa, trazendo, por diferença, um lambel vermelho com duas pontas aparentes.
Os elementos remetem ao escudo familiar de São Bernardo, que é o principal atributo heráldico da Ordem Cisiterciense, ao qual Dom Orani pertence, com as faixas enxadrezadas e o lambel. A cor azul sinaliza a devoção mariana do arcebispo.
As mudanças mais significativas estão na mudança da cor verde para a vermelha, própria dos cardeais, e o galero (aquele chapéu sobre o escudo) que ganha uma nova fileira de borlas, agora somando 15 borlas de cada lado. A cruz patriarcal continua dupla e de cor dourada. O pálio, símbolo da qualidade de metropolita do arcebispo, também permanece.
As roupas de um cardeal
A indumentária cardinalícia que Dom Orani vestirá a partir do dia 22 de fevereiro não vai sofrer muitas alterações. A maior delas é na cor da roupa. Bispos e arcebispos costumam usar o barrete e solidéu de cor violeta. Como cardeal, Dom Orani passa a usar a cor vermelha. O barrete será entregue pelo Papa na cerimônia de criação do cardeal.
A veste cardinalícia na cor vermelha representa o sangue do martírio e indica que cada cardeal, de certa forma, está pronto a dar a vida por Cristo e a sua Igreja em toda e qualquer circunstância.
O arcebispo receberá também um anel, símbolo de renovado vínculo de unidade que une o cardeal estreitamente à Igreja e ao Papa. A aliança contém em sua face uma imagem escolhida pelo Santo Padre. No interior do anel são gravadas as armas do Pontífice.
Tratamento
Os cardeais são normalmente designados por “Eminência Reverendíssima” e gozam do direito de incluir antes do seu sobrenome a palavra “Cardeal”, ainda que isso não seja habitual na língua portuguesa. Após a sua criação como cardeal, o arcebispo do Rio poderá ser chamado “Sua Eminência Reverendíssima Dom Orani João Cardeal Tempesta”.
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