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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 09/05/2024

09 de Maio de 2024

Fundação para promoção da Educação Católica

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Fundação para promoção da Educação Católica

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12/11/2015 00:00 - Atualizado em 16/11/2015 12:10

Fundação para promoção da Educação Católica 0

12/11/2015 00:00 - Atualizado em 16/11/2015 12:10

O Papa Francisco criou um organismo para a promoção da educação católica: a Fundação Gravissimum educationis. O quirógrafo – documento de próprio punho – escrito pelo Santo Padre foi publicado na última quarta-feira de outubro, 28, pela Santa Sé Apostólica.

Francisco acolhe, assim, a um pedido da Congregação para a Educação Católica, criando a fundação como pessoa jurídica pública canônica e como pessoa jurídica civil. A Fundação deve se ocupar de finalidades científicas e culturais voltadas a promover a educação católica no mundo.

A criação da Fundação se dá por ocasião do 50º aniversário da Declaração Gravissimum educationis sobre a educação cristã, promulgada pelo Concílio Vaticano II em 28 de outubro de 1965. O Santo Padre agradece à Congregação para a Educação Católica pelas iniciativas promovidas em comemoração deste cinquentenário.

No documento, Francisco lembra que a Igreja reconhece que a extrema importância da educação na vida do homem e a sua incidência sempre maior no progresso social contemporâneo estão profundamente ligadas ao cumprimento do mandato recebido de seu divino Fundador: anunciar o mistério da salvação a todos os homens e de instaurar tudo em Cristo. A Fundação será regida pelas leis canônicas vigentes na Igreja e pelas leis civis vigentes na Cidade do Vaticano, bem como por seu Estatuto.

Já este ano, quando o Papa visitou o Equador, ele fez um discurso aos professores e alunos da Universidade Católica de Quito. Disse o Papa: “Convosco, educadores, eu me interrogo: Velais pelos vossos alunos, ajudando-os a desenvolver um espírito crítico, um espírito livre, capaz de cuidar do mundo atual? Um espírito que seja capaz de procurar novas respostas para os múltiplos desafios que a sociedade nos coloca? Sois capazes de estimulá-los para não se desinteressarem da realidade que os rodeia? Como entra, nos currículos universitários ou nas diferentes áreas do trabalho educativo, a vida que nos rodeia com as suas perguntas, interpelações, controvérsias? Como geramos e acompanhamos o debate construtivo que nasce do diálogo em prol de um mundo mais humano”?

Perante a globalização do paradigma tecnocrático que tende a “crer que toda a aquisição de poder seja simplesmente progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de plenitude de valores, como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia” (LS 105), é-nos pedido, com urgência, que nos animemos a pensar, a debater sobre a nossa situação atual, sobre o tipo de cultura que queremos ou pretendemos não só para nós, mas também para os nossos filhos, para os nossos netos. Esta terra recebemo-la como herança, como um dom, como um presente. Far-nos-á bem interrogarmo-nos: Como queremos deixá-la? Qual é a orientação, o sentido que queremos dar à existência? Com que finalidade passamos por este mundo? Para que lutamos e trabalhamos? (LS 160).

As comunidades educativas têm um papel fundamental, essencial na construção da cidadania e da cultura. Não basta realizar análises, descrições da realidade; é necessário gerar as áreas, espaços de verdadeira pesquisa, debates que gerem alternativas para as problemáticas especialmente de hoje.

Já em 12 de maio de 2014, o Papa Francisco teve um encontro com estudantes e professores em Roma. Ali ele manifestou “o seu amor pela escola. Amo a escola, porque ela é sinônimo de abertura à realidade, porque é um ponto de encontro e porque educa de verdade. A escola não é um estacionamento, é um local de encontro no caminho, e nós precisamos dessa cultura do encontro para nos conhecermos, nos amarmos e caminharmos juntos. Na escola aprendemos não só conhecimento, mas também hábitos e valores”, destacou.

O Papa Francisco disse que ir à escola significa abrir a mente e o coração à realidade. “Em sua grande riqueza e dimensões, existe o direito de perceber a realidade”. O Papa contou que foi sua primeira professora que o fez gostar da escola, quando ele tinha apenas seis anos. “Nunca consegui esquecê-la; depois, eu a encontrei por toda a vida, até que ela partiu aos 98 anos”.

Assim, ao criar esta fundação, o Papa Francisco quer dar maior atenção à educação católica e como esta tem praticado o carisma de educar, humanizar e evangelizar. Em sintonia com todo o Orbe católico, podemos nos perguntar: como têm sido as nossas práticas evangelizadoras nas universidades e escolas católicas? É claro que sabemos dos vários alunos de outros credos que são nossos alunos. Mas, mesmo em meio a estes, como tem sido o nosso acolhimento?

Que esta fundação possa realmente, como todos nós que somos membros da Congregação da Educação Católica, ser a voz abalizada para que possamos dialogar com o mundo e anunciar, com renovado ardor missionário, os valores do Evangelho.

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Fundação para promoção da Educação Católica

12/11/2015 00:00 - Atualizado em 16/11/2015 12:10

O Papa Francisco criou um organismo para a promoção da educação católica: a Fundação Gravissimum educationis. O quirógrafo – documento de próprio punho – escrito pelo Santo Padre foi publicado na última quarta-feira de outubro, 28, pela Santa Sé Apostólica.

Francisco acolhe, assim, a um pedido da Congregação para a Educação Católica, criando a fundação como pessoa jurídica pública canônica e como pessoa jurídica civil. A Fundação deve se ocupar de finalidades científicas e culturais voltadas a promover a educação católica no mundo.

A criação da Fundação se dá por ocasião do 50º aniversário da Declaração Gravissimum educationis sobre a educação cristã, promulgada pelo Concílio Vaticano II em 28 de outubro de 1965. O Santo Padre agradece à Congregação para a Educação Católica pelas iniciativas promovidas em comemoração deste cinquentenário.

No documento, Francisco lembra que a Igreja reconhece que a extrema importância da educação na vida do homem e a sua incidência sempre maior no progresso social contemporâneo estão profundamente ligadas ao cumprimento do mandato recebido de seu divino Fundador: anunciar o mistério da salvação a todos os homens e de instaurar tudo em Cristo. A Fundação será regida pelas leis canônicas vigentes na Igreja e pelas leis civis vigentes na Cidade do Vaticano, bem como por seu Estatuto.

Já este ano, quando o Papa visitou o Equador, ele fez um discurso aos professores e alunos da Universidade Católica de Quito. Disse o Papa: “Convosco, educadores, eu me interrogo: Velais pelos vossos alunos, ajudando-os a desenvolver um espírito crítico, um espírito livre, capaz de cuidar do mundo atual? Um espírito que seja capaz de procurar novas respostas para os múltiplos desafios que a sociedade nos coloca? Sois capazes de estimulá-los para não se desinteressarem da realidade que os rodeia? Como entra, nos currículos universitários ou nas diferentes áreas do trabalho educativo, a vida que nos rodeia com as suas perguntas, interpelações, controvérsias? Como geramos e acompanhamos o debate construtivo que nasce do diálogo em prol de um mundo mais humano”?

Perante a globalização do paradigma tecnocrático que tende a “crer que toda a aquisição de poder seja simplesmente progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de plenitude de valores, como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia” (LS 105), é-nos pedido, com urgência, que nos animemos a pensar, a debater sobre a nossa situação atual, sobre o tipo de cultura que queremos ou pretendemos não só para nós, mas também para os nossos filhos, para os nossos netos. Esta terra recebemo-la como herança, como um dom, como um presente. Far-nos-á bem interrogarmo-nos: Como queremos deixá-la? Qual é a orientação, o sentido que queremos dar à existência? Com que finalidade passamos por este mundo? Para que lutamos e trabalhamos? (LS 160).

As comunidades educativas têm um papel fundamental, essencial na construção da cidadania e da cultura. Não basta realizar análises, descrições da realidade; é necessário gerar as áreas, espaços de verdadeira pesquisa, debates que gerem alternativas para as problemáticas especialmente de hoje.

Já em 12 de maio de 2014, o Papa Francisco teve um encontro com estudantes e professores em Roma. Ali ele manifestou “o seu amor pela escola. Amo a escola, porque ela é sinônimo de abertura à realidade, porque é um ponto de encontro e porque educa de verdade. A escola não é um estacionamento, é um local de encontro no caminho, e nós precisamos dessa cultura do encontro para nos conhecermos, nos amarmos e caminharmos juntos. Na escola aprendemos não só conhecimento, mas também hábitos e valores”, destacou.

O Papa Francisco disse que ir à escola significa abrir a mente e o coração à realidade. “Em sua grande riqueza e dimensões, existe o direito de perceber a realidade”. O Papa contou que foi sua primeira professora que o fez gostar da escola, quando ele tinha apenas seis anos. “Nunca consegui esquecê-la; depois, eu a encontrei por toda a vida, até que ela partiu aos 98 anos”.

Assim, ao criar esta fundação, o Papa Francisco quer dar maior atenção à educação católica e como esta tem praticado o carisma de educar, humanizar e evangelizar. Em sintonia com todo o Orbe católico, podemos nos perguntar: como têm sido as nossas práticas evangelizadoras nas universidades e escolas católicas? É claro que sabemos dos vários alunos de outros credos que são nossos alunos. Mas, mesmo em meio a estes, como tem sido o nosso acolhimento?

Que esta fundação possa realmente, como todos nós que somos membros da Congregação da Educação Católica, ser a voz abalizada para que possamos dialogar com o mundo e anunciar, com renovado ardor missionário, os valores do Evangelho.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro