02 de Fevereiro de 2025
O que devo fazer?
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13/10/2015 10:14 - Atualizado em 13/10/2015 10:14
O que devo fazer? 0
13/10/2015 10:14 - Atualizado em 13/10/2015 10:14
Nas páginas dos Evangelhos encontramos o relato do jovem rico. Esse personagem bíblico pode representar todos os homens que se questionam de forma profunda sobre o sentido e a maneira de conduzir a vida. A sua pergunta feita a Jesus – “Bom mestre, que devo fazer de bom para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17) – é paradigmática. Ela representa a busca na religião cristã das respostas fundamentais para o significado e para a meta do viver. São João Paulo II, na “Veritatis Splendor 8”, comenta a indagação do jovem rico nestes termos: “Do fundo do coração surge a pergunta que o jovem rico dirige a Jesus de Nazaré, uma pergunta essencial e irresistível na vida de cada homem: refere-se, de fato, ao bem moral a praticar e à vida eterna”. A posição de Jesus diante daquele jovem continua sendo a mesma diante dos homens que se aproximam para perguntar-lhe pelo caminho e pela meta das suas vidas. Vejamos o alcance das palavras do Senhor.
A resposta de Jesus sobre a maneira de ganhar a vida eterna se impõe de forma muito concreta. Em primeiro lugar, Jesus disse: “Tu conheces os mandamentos” (Mc 10,19). O caminho da vida passa necessária e urgentemente pelo amor ao próximo. Não matar, não cometer adultério, não roubar, não levantar falso testemunho, não prejudicar ninguém e honrar teu pai e tua mãe são atitudes em conformidade com a vontade de Deus manifestada na primeira Aliança e legitimada por Jesus. Este termina com as ilusões de felicidade e de plenitude desvinculadas de um compromisso em relação ao outro. Valores como a vida, o respeito, a dignidade, a verdade e a família não podem ser negligenciados. A Igreja, por isso, entende o decálogo como um ensinamento sobre “a verdadeira humanidade do homem” (CIC 2070).
Jesus, ainda, é capaz de fazer o homem ir além das “dez palavras”. Por isso, a sua resposta ao jovem rico possui uma proposta mais profunda e radical: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mc 10,21). Duas atitudes importantes e uma consequência fundamental: “dar aos pobres” e “seguir Jesus” para “ter um tesouro no céu”. A primeira atitude liberta o coração humano para viver uma ética do amor. O agir cristão não é limitado por um código moral, mas por uma ação do Espírito Santo no coração do fiel. O Espírito move o homem a ultrapassar as medidas da justiça e adentrar nas esferas da misericórdia. A segunda atitude coloca o coração humano em comunhão com a fonte do bem – Jesus Cristo. O seguimento decidido como discípulo de Jesus é indispensável para uma vida de cumprimento da vontade de Deus. A vida do cristão não se caracteriza por atos isolados e estanques, mas por uma conduta constante e perseverante em conformidade com a vida do Senhor: uma vida de entrega amorosa pelos irmãos.
Estes dois convites acima – “dar aos pobres” e “seguir-me” – são dirigidos, hoje, a todos aqueles que se aproximam de Jesus para perguntar-lhe o que se deve fazer para ganhar a vida eterna. A esse respeito São João Paulo II afirma: “esta vocação ao amor perfeito não está reservada só para um círculo de pessoas. O convite ‘vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres’ com a promessa ‘terás um tesouro no céu’ dirige-se a todos” (VS 18). A reação do jovem rico à proposta de Jesus foi o sentimento de tristeza e a recusa em se abrir para o amor perfeito. A Igreja é constantemente interpelada por esse episódio bíblico. Ela é chamada a renovar a sua alegria e a sua resposta em viver os mandamentos divinos e os conselhos evangélicos. Ela é enviada a oferecer a resposta de seu Senhor a todos os homens que se aproximam para perguntar sobre o sentido e a meta da vida humana. A vocação e a missão da Igreja se encontram na alegria do “sim” dado ao projeto de amor do Pai, revelado em Cristo.
O que devo fazer?
13/10/2015 10:14 - Atualizado em 13/10/2015 10:14
Nas páginas dos Evangelhos encontramos o relato do jovem rico. Esse personagem bíblico pode representar todos os homens que se questionam de forma profunda sobre o sentido e a maneira de conduzir a vida. A sua pergunta feita a Jesus – “Bom mestre, que devo fazer de bom para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17) – é paradigmática. Ela representa a busca na religião cristã das respostas fundamentais para o significado e para a meta do viver. São João Paulo II, na “Veritatis Splendor 8”, comenta a indagação do jovem rico nestes termos: “Do fundo do coração surge a pergunta que o jovem rico dirige a Jesus de Nazaré, uma pergunta essencial e irresistível na vida de cada homem: refere-se, de fato, ao bem moral a praticar e à vida eterna”. A posição de Jesus diante daquele jovem continua sendo a mesma diante dos homens que se aproximam para perguntar-lhe pelo caminho e pela meta das suas vidas. Vejamos o alcance das palavras do Senhor.
A resposta de Jesus sobre a maneira de ganhar a vida eterna se impõe de forma muito concreta. Em primeiro lugar, Jesus disse: “Tu conheces os mandamentos” (Mc 10,19). O caminho da vida passa necessária e urgentemente pelo amor ao próximo. Não matar, não cometer adultério, não roubar, não levantar falso testemunho, não prejudicar ninguém e honrar teu pai e tua mãe são atitudes em conformidade com a vontade de Deus manifestada na primeira Aliança e legitimada por Jesus. Este termina com as ilusões de felicidade e de plenitude desvinculadas de um compromisso em relação ao outro. Valores como a vida, o respeito, a dignidade, a verdade e a família não podem ser negligenciados. A Igreja, por isso, entende o decálogo como um ensinamento sobre “a verdadeira humanidade do homem” (CIC 2070).
Jesus, ainda, é capaz de fazer o homem ir além das “dez palavras”. Por isso, a sua resposta ao jovem rico possui uma proposta mais profunda e radical: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mc 10,21). Duas atitudes importantes e uma consequência fundamental: “dar aos pobres” e “seguir Jesus” para “ter um tesouro no céu”. A primeira atitude liberta o coração humano para viver uma ética do amor. O agir cristão não é limitado por um código moral, mas por uma ação do Espírito Santo no coração do fiel. O Espírito move o homem a ultrapassar as medidas da justiça e adentrar nas esferas da misericórdia. A segunda atitude coloca o coração humano em comunhão com a fonte do bem – Jesus Cristo. O seguimento decidido como discípulo de Jesus é indispensável para uma vida de cumprimento da vontade de Deus. A vida do cristão não se caracteriza por atos isolados e estanques, mas por uma conduta constante e perseverante em conformidade com a vida do Senhor: uma vida de entrega amorosa pelos irmãos.
Estes dois convites acima – “dar aos pobres” e “seguir-me” – são dirigidos, hoje, a todos aqueles que se aproximam de Jesus para perguntar-lhe o que se deve fazer para ganhar a vida eterna. A esse respeito São João Paulo II afirma: “esta vocação ao amor perfeito não está reservada só para um círculo de pessoas. O convite ‘vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres’ com a promessa ‘terás um tesouro no céu’ dirige-se a todos” (VS 18). A reação do jovem rico à proposta de Jesus foi o sentimento de tristeza e a recusa em se abrir para o amor perfeito. A Igreja é constantemente interpelada por esse episódio bíblico. Ela é chamada a renovar a sua alegria e a sua resposta em viver os mandamentos divinos e os conselhos evangélicos. Ela é enviada a oferecer a resposta de seu Senhor a todos os homens que se aproximam para perguntar sobre o sentido e a meta da vida humana. A vocação e a missão da Igreja se encontram na alegria do “sim” dado ao projeto de amor do Pai, revelado em Cristo.
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