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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 15/05/2024

15 de Maio de 2024

Queremos o bem maior

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18/09/2015 13:49 - Atualizado em 18/09/2015 13:49

Queremos o bem maior 0

18/09/2015 13:49 - Atualizado em 18/09/2015 13:49

Em qualquer roda de conversa, papo vai, papo vem, e sempre se acaba caindo em questões como a crise econômica atual, os escândalos de corrupção... E por que tanto nos revoltam? Porque todo ser humano busca a verdade. Uma prova disso é que ninguém gosta de se sentir enganado. Valores como verdade, honestidade, lealdade, coerência de vida clamam fundo dentro de nós.

Agora, imagine essa situação. O governo decide criar uma lei que regulamenta a corrupção, alegando que é impossível conter os corruptos. Já que não se consegue evitar nem punir os crimes, a solução para esse problema, então, seria normatizar a “roubalheira”. Digamos que políticos, juízes, empreiteiros, servidores públicos e demais classes fossem amparados por lei para que pudessem se apropriar do dinheiro público, que deveria ser destinado á saúde ou educação, por exemplo. Mas calma! Não é como você está pensando... Afinal, a corrupção vai ser normatizada! Seria algo como: verbas podem ser desviadas, licitações podem ser fraudadas, etc., desde que não se ultrapasse o teto de, digamos, 10% do orçamento previsto para aquele ano. É a moralização da corrupção que hoje segue desenfreada.

E agora? Com toda essa perspectiva de organização e controle, você ficaria satisfeito com a solução para os bilhões que vão engordar as contas bancárias de uns poucos?! Você, cidadão – que como nós, madruga pra dar duro no serviço e paga seus impostos corretamente, você que não dirige depois de beber, nem suborna policial, não “cola” na prova da faculdade, nem pega resma de papel do seu serviço para usar em casa – como você se sentiria com uma medida dessas? A solução para o que está errado é fingir que o fato passou a ser certo? A limitação do montante roubado, em nome de se ter um “mal menor” do que se tem hoje, se sustenta?

Um princípio semelhante a esse cenário absurdo criado acima é o que pensa em termo de legislação para o consumo de drogas. Atualmente, tramita no Supremo Tribunal Federal – STF o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas. Até o momento, três ministros votaram a favor da liberação da maconha e um deles levantou a discussão da quantidade que seria permitida. Aqui, tomamos a liberdade de citar o comentário do presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso: "É como questionar se um veneno é melhor ou pior do que outro, não se deve usar nenhum tipo de veneno". Como defendem muitos especialistas, nos filiamos àqueles que afirmam que o dano à saúde deve ser o principal argumento contrário a essa medida.

Seria essa a solução? Devemos nos conformar com o número crescente de drogadictos, como se eles fossem só números mesmo numa estatística e não seres humanos? São pessoas, com uma história de vida destroçada pela escravidão das drogas. Quantas vidas perdidas, quantas famílias destroçadas. É mais fácil atacar as consequências dos problemas. Mais fácil, nunca mais eficaz. “A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, concorda. Ambos defendem que não há droga mais branda, todas são nocivas, dependendo da quantidade e frequência do uso. Segundo ela, o uso recorrente de maconha aumenta a probabilidade de transtornos mentais como a esquizofrenia, depressão e psicose”. (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/09/1680313-descriminalizacao-so-da-maconha-tem-resistencia-de-especialistas.shtml)

Chega de um debate superficial. Chega de desculpas e paliativos. Não queremos o mal menor. Queremos o bem maior. Não é legalização das drogas que vai garantir a paz. Paz só se consegue com justiça. E justiça nunca rimou com escravidão, com vícios, com desordem... Só teremos uma sociedade plena com seres humanos plenos e livres, e a liberdade só vem pela verdade. Cansamos de ver leis que remediam os problemas, sem solucioná-los. O que diminui a violência não é a legalização das drogas, é o amor. O que diminui a corrupção não é a coerção, mas uma formação justa nos valores que regem o bem comum. Coisas assim, vem de berço. Alguém ainda duvida que vale a pena investir nas famílias para que sejam fortes e sólidas formadoras de um mundo melhor?!

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18/09/2015 13:49 - Atualizado em 18/09/2015 13:49

Em qualquer roda de conversa, papo vai, papo vem, e sempre se acaba caindo em questões como a crise econômica atual, os escândalos de corrupção... E por que tanto nos revoltam? Porque todo ser humano busca a verdade. Uma prova disso é que ninguém gosta de se sentir enganado. Valores como verdade, honestidade, lealdade, coerência de vida clamam fundo dentro de nós.

Agora, imagine essa situação. O governo decide criar uma lei que regulamenta a corrupção, alegando que é impossível conter os corruptos. Já que não se consegue evitar nem punir os crimes, a solução para esse problema, então, seria normatizar a “roubalheira”. Digamos que políticos, juízes, empreiteiros, servidores públicos e demais classes fossem amparados por lei para que pudessem se apropriar do dinheiro público, que deveria ser destinado á saúde ou educação, por exemplo. Mas calma! Não é como você está pensando... Afinal, a corrupção vai ser normatizada! Seria algo como: verbas podem ser desviadas, licitações podem ser fraudadas, etc., desde que não se ultrapasse o teto de, digamos, 10% do orçamento previsto para aquele ano. É a moralização da corrupção que hoje segue desenfreada.

E agora? Com toda essa perspectiva de organização e controle, você ficaria satisfeito com a solução para os bilhões que vão engordar as contas bancárias de uns poucos?! Você, cidadão – que como nós, madruga pra dar duro no serviço e paga seus impostos corretamente, você que não dirige depois de beber, nem suborna policial, não “cola” na prova da faculdade, nem pega resma de papel do seu serviço para usar em casa – como você se sentiria com uma medida dessas? A solução para o que está errado é fingir que o fato passou a ser certo? A limitação do montante roubado, em nome de se ter um “mal menor” do que se tem hoje, se sustenta?

Um princípio semelhante a esse cenário absurdo criado acima é o que pensa em termo de legislação para o consumo de drogas. Atualmente, tramita no Supremo Tribunal Federal – STF o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas. Até o momento, três ministros votaram a favor da liberação da maconha e um deles levantou a discussão da quantidade que seria permitida. Aqui, tomamos a liberdade de citar o comentário do presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso: "É como questionar se um veneno é melhor ou pior do que outro, não se deve usar nenhum tipo de veneno". Como defendem muitos especialistas, nos filiamos àqueles que afirmam que o dano à saúde deve ser o principal argumento contrário a essa medida.

Seria essa a solução? Devemos nos conformar com o número crescente de drogadictos, como se eles fossem só números mesmo numa estatística e não seres humanos? São pessoas, com uma história de vida destroçada pela escravidão das drogas. Quantas vidas perdidas, quantas famílias destroçadas. É mais fácil atacar as consequências dos problemas. Mais fácil, nunca mais eficaz. “A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, concorda. Ambos defendem que não há droga mais branda, todas são nocivas, dependendo da quantidade e frequência do uso. Segundo ela, o uso recorrente de maconha aumenta a probabilidade de transtornos mentais como a esquizofrenia, depressão e psicose”. (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/09/1680313-descriminalizacao-so-da-maconha-tem-resistencia-de-especialistas.shtml)

Chega de um debate superficial. Chega de desculpas e paliativos. Não queremos o mal menor. Queremos o bem maior. Não é legalização das drogas que vai garantir a paz. Paz só se consegue com justiça. E justiça nunca rimou com escravidão, com vícios, com desordem... Só teremos uma sociedade plena com seres humanos plenos e livres, e a liberdade só vem pela verdade. Cansamos de ver leis que remediam os problemas, sem solucioná-los. O que diminui a violência não é a legalização das drogas, é o amor. O que diminui a corrupção não é a coerção, mas uma formação justa nos valores que regem o bem comum. Coisas assim, vem de berço. Alguém ainda duvida que vale a pena investir nas famílias para que sejam fortes e sólidas formadoras de um mundo melhor?!

Tatiana e Ronaldo de Melo
Autor

Tatiana e Ronaldo de Melo

Núcleo de Formação e Espiritualidade da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro