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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“Não podemos viver sem o domingo!”

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“Não podemos viver sem o domingo!”

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31/07/2015 18:16 - Atualizado em 31/07/2015 18:16

“Não podemos viver sem o domingo!” 0

31/07/2015 18:16 - Atualizado em 31/07/2015 18:16

A liturgia de hoje nos coloca em contato com dois textos que nos apontam para o Mistério da Eucaristia: Ex 16,2-4.12-15 e Jo 6,24-35.

Na primeira leitura, temos o milagre do maná. O termo “maná” vem da pergunta que os israelitas fazem em Ex 16,15: Que é isto? Em hebraico: Man hû’? Diante da murmuração dos israelitas, Deus responde com a sua generosidade, enviando-lhe o maná como sustento diário. Em Ex 16,4 há uma observação digna de nota: o povo deve recolher cada dia só o suficiente para aquele dia. Isso quer dizer que Israel deve aprender a viver da providência de Deus, confiando que a cada dia Ele há de lhes dar o que é necessário para a sua subsistência.

Esses dois elementos são interessantes para se destacar nesta perícope do Êxodo: a bondade de Deus que responde ao clamor do povo, embora esse clamor seja mais “murmuração” que “clamor confiante”; e o chamado que o mesmo Deus faz ao povo para confiar na sua providência, recolhendo cada dia somente o que é necessário.

Esse texto, todavia, deve ser lido à luz do Novo Testamento. A perícope evangélica é que aponta o seu sentido pleno. Lemos hoje, na liturgia, mais um trecho do grande discurso do Pão da Vida de Jo 6. João narra nos primeiros versículos a multiplicação dos pães, prefiguração da Eucaristia. Agora, na perícope deste domingo, encontramos Jesus de novo diante da multidão, agora do outro lado do mar. A Palavra de Jesus dirigida às multidões é dura: esta veio não porque ouviu a Palavra e nela acreditou, mas porque comeu pão.

A partir dessa constatação, Jesus introduz o ensinamento novo: trabalhar não pelo pão que perece, não pelo alimento meramente terrestre, mas pelo alimento eterno que o Filho do Homem dá. Esse alimento cheio de eternidade é a Eucaristia. Somos convidados a procurar o Cristo, não porque Ele há de resolver nossos problemas temporais. Quem procura Jesus só em virtude da necessidade de resolução das dificuldades do dia-a-dia ainda está trabalhando pelo “pão que perece”. Jesus deve ser procurado, amado, porque Ele é Deus e nos dá o mais precioso dom, um maná que é seu próprio Corpo e Sangue, alimento de eternidade, porque comungamos da Eucaristia para sermos guardados por ela para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Pão do Céu, e quem vai a Ele nunca mais terá fome.

Podemos rezar de maneira muito mais consciente o salmo responsorial: O Senhor deu a comer o pão do céu. Se o Antigo Israel cantava com alegria esse salmo, relembrando o maná do deserto, com muito mais propriedade, nós – Novo Israel – podemos cantá-lo, louvando a Deus pelo verdadeiro “pão do céu”, Cristo, que nos alimenta no deserto da nossa vida, enquanto caminhamos para a Jerusalém Celeste.

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“Não podemos viver sem o domingo!”

31/07/2015 18:16 - Atualizado em 31/07/2015 18:16

A liturgia de hoje nos coloca em contato com dois textos que nos apontam para o Mistério da Eucaristia: Ex 16,2-4.12-15 e Jo 6,24-35.

Na primeira leitura, temos o milagre do maná. O termo “maná” vem da pergunta que os israelitas fazem em Ex 16,15: Que é isto? Em hebraico: Man hû’? Diante da murmuração dos israelitas, Deus responde com a sua generosidade, enviando-lhe o maná como sustento diário. Em Ex 16,4 há uma observação digna de nota: o povo deve recolher cada dia só o suficiente para aquele dia. Isso quer dizer que Israel deve aprender a viver da providência de Deus, confiando que a cada dia Ele há de lhes dar o que é necessário para a sua subsistência.

Esses dois elementos são interessantes para se destacar nesta perícope do Êxodo: a bondade de Deus que responde ao clamor do povo, embora esse clamor seja mais “murmuração” que “clamor confiante”; e o chamado que o mesmo Deus faz ao povo para confiar na sua providência, recolhendo cada dia somente o que é necessário.

Esse texto, todavia, deve ser lido à luz do Novo Testamento. A perícope evangélica é que aponta o seu sentido pleno. Lemos hoje, na liturgia, mais um trecho do grande discurso do Pão da Vida de Jo 6. João narra nos primeiros versículos a multiplicação dos pães, prefiguração da Eucaristia. Agora, na perícope deste domingo, encontramos Jesus de novo diante da multidão, agora do outro lado do mar. A Palavra de Jesus dirigida às multidões é dura: esta veio não porque ouviu a Palavra e nela acreditou, mas porque comeu pão.

A partir dessa constatação, Jesus introduz o ensinamento novo: trabalhar não pelo pão que perece, não pelo alimento meramente terrestre, mas pelo alimento eterno que o Filho do Homem dá. Esse alimento cheio de eternidade é a Eucaristia. Somos convidados a procurar o Cristo, não porque Ele há de resolver nossos problemas temporais. Quem procura Jesus só em virtude da necessidade de resolução das dificuldades do dia-a-dia ainda está trabalhando pelo “pão que perece”. Jesus deve ser procurado, amado, porque Ele é Deus e nos dá o mais precioso dom, um maná que é seu próprio Corpo e Sangue, alimento de eternidade, porque comungamos da Eucaristia para sermos guardados por ela para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Pão do Céu, e quem vai a Ele nunca mais terá fome.

Podemos rezar de maneira muito mais consciente o salmo responsorial: O Senhor deu a comer o pão do céu. Se o Antigo Israel cantava com alegria esse salmo, relembrando o maná do deserto, com muito mais propriedade, nós – Novo Israel – podemos cantá-lo, louvando a Deus pelo verdadeiro “pão do céu”, Cristo, que nos alimenta no deserto da nossa vida, enquanto caminhamos para a Jerusalém Celeste.

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida