02 de Fevereiro de 2025
Alimentados por Deus
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24/07/2015 18:32 - Atualizado em 24/07/2015 18:37
Alimentados por Deus 0
24/07/2015 18:32 - Atualizado em 24/07/2015 18:37
O episódio da multiplicação dos pães, narrado nos evangelhos (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,12-17; Jo 6,1-15), nos revela a ação de Deus alimentando o seu povo. Esse milagre parece ter sido de importância fundamental para a Igreja primitiva. Ele, em primeiro lugar, foi identificado como um evento próprio do tempo messiânico e foi narrado à luz da experiência das celebrações eucarísticas das primeiras comunidades cristãs. Isso fica claro na sequência de ações e palavras realizadas por Jesus, a fim de que a multiplicação ocorresse: tomou o pão em suas mãos, deu graças, partiu-o e deu-o aos discípulos para que o distribuíssem aos presentes.
Na Escritura Sagrada, a refeição aparece como ocasião para expressar a comunhão de vida entre Deus e o os homens. No Primeiro Testamento, o relato da criação nos revela que Deus é o criador da ordem natural das coisas: da terra, capaz de germinar os seus frutos, e do homem, desejoso de Deus e hábil ao trabalho. No plano divino original, o homem foi criado para trabalhar e viver dos frutos da terra. Outro importante episódio bíblico acontece durante a travessia do deserto. O povo de Deus diante da possibilidade de morrer de fome e de sede é alimentado por Deus com o maná, com as cordonizes, bem como com a água de Mara (Ex 15,24-25; 16,12-14). Ainda numa situação de carestia, o Antigo Testamento nos apresenta o profeta Elias sendo também nutrido com pão cozido e água, por Deus, no deserto (1Rs 19,6-8). Tanto o povo de Israel quanto o profeta foram sustentados por Deus, a fim de que vivessem e cumprissem sua missão. Além disso, os profetas anunciavam o reino definitivo de Deus através da imagem de um grande banquete festivo (Is 25,6-12).
No Novo Testamento, Jesus alimentou os seus discípulos e as multidões, como apresentado nas narrativas evangélicas da multiplicação dos pães. Ademais, o Senhor frequentou, segundo os evangelhos, várias refeições (Mt 9,10; Mc 2,15; Lc 7,36). Nelas, Ele ensinava, perdoava, vocacionava, rezava, julgava e partilhava a mesa com os pecadores e os publicanos (Lc 15,2). Em suas parábolas, Ele introduz também o tema do banquete festivo com o intuito de ensinar sobre a alegria e o clima familiar do reino escatológico de Deus (Mt 8,11; Lc 14,15). No fim de sua vida, Jesus se reúne com os seus discípulos numa ceia pascal e deixa o memorial de sua morte e ressurreição, identificando seu corpo com o pão e seu sangue com o vinho (Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20). Após a ressurreição, Jesus apareceu e ceou com seus discípulos (Lc 24,30; Jo 21,12). O banquete eucarístico é o grande dom deixado pelo Senhor para os seus discípulos, no qual ele oferece seu corpo, como verdadeira comida, e seu sangue, como verdadeira bebida (Jo 6,55). Desta forma, na vida de Jesus Cristo o gesto da refeição tem um valor capital. Ele se apresentou como o pão da vida descido dos céus (Jo 6,51).
A Igreja, na celebração da eucarística, se sente alimentada pelo próprio Deus. O Catecismo da Igreja Católica, nº1382, chama o sacramento de “o banquete sagrado da comunhão do corpo e do sangue do Senhor”. Na missa, no momento da comunhão, o sacerdote é quem deposita na boca ou na mão dos fiéis a hóstia como um sinal da presença de Deus que alimenta seu povo. Desta forma, alimentados por Deus na celebração eucarística, se abre ao cristão uma tríplice vocação. Ele é chamado a ser faminto e sedento de justiça (Mt 5,6), ou seja, viver no mundo cumprindo a vontade do Pai, alimentando o mundo com o seu testemunho de caridade. Ele é, ainda, chamado a saciar a fome e a sede de Deus presente no mundo, anunciando que a fé em Jesus é o verdadeiro alimento (Jo 6,57). E, por fim, é chamado a acolher e cuidar do próprio Senhor presente nos menores dos irmãos, sedentos e famintos do alimento material (Mt 25,35). A vocação do cristão terminará no dia em que ele entrar no banquete final anunciado por Jesus aos seus discípulos (Lc 14,17).
Alimentados por Deus
24/07/2015 18:32 - Atualizado em 24/07/2015 18:37
O episódio da multiplicação dos pães, narrado nos evangelhos (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,12-17; Jo 6,1-15), nos revela a ação de Deus alimentando o seu povo. Esse milagre parece ter sido de importância fundamental para a Igreja primitiva. Ele, em primeiro lugar, foi identificado como um evento próprio do tempo messiânico e foi narrado à luz da experiência das celebrações eucarísticas das primeiras comunidades cristãs. Isso fica claro na sequência de ações e palavras realizadas por Jesus, a fim de que a multiplicação ocorresse: tomou o pão em suas mãos, deu graças, partiu-o e deu-o aos discípulos para que o distribuíssem aos presentes.
Na Escritura Sagrada, a refeição aparece como ocasião para expressar a comunhão de vida entre Deus e o os homens. No Primeiro Testamento, o relato da criação nos revela que Deus é o criador da ordem natural das coisas: da terra, capaz de germinar os seus frutos, e do homem, desejoso de Deus e hábil ao trabalho. No plano divino original, o homem foi criado para trabalhar e viver dos frutos da terra. Outro importante episódio bíblico acontece durante a travessia do deserto. O povo de Deus diante da possibilidade de morrer de fome e de sede é alimentado por Deus com o maná, com as cordonizes, bem como com a água de Mara (Ex 15,24-25; 16,12-14). Ainda numa situação de carestia, o Antigo Testamento nos apresenta o profeta Elias sendo também nutrido com pão cozido e água, por Deus, no deserto (1Rs 19,6-8). Tanto o povo de Israel quanto o profeta foram sustentados por Deus, a fim de que vivessem e cumprissem sua missão. Além disso, os profetas anunciavam o reino definitivo de Deus através da imagem de um grande banquete festivo (Is 25,6-12).
No Novo Testamento, Jesus alimentou os seus discípulos e as multidões, como apresentado nas narrativas evangélicas da multiplicação dos pães. Ademais, o Senhor frequentou, segundo os evangelhos, várias refeições (Mt 9,10; Mc 2,15; Lc 7,36). Nelas, Ele ensinava, perdoava, vocacionava, rezava, julgava e partilhava a mesa com os pecadores e os publicanos (Lc 15,2). Em suas parábolas, Ele introduz também o tema do banquete festivo com o intuito de ensinar sobre a alegria e o clima familiar do reino escatológico de Deus (Mt 8,11; Lc 14,15). No fim de sua vida, Jesus se reúne com os seus discípulos numa ceia pascal e deixa o memorial de sua morte e ressurreição, identificando seu corpo com o pão e seu sangue com o vinho (Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20). Após a ressurreição, Jesus apareceu e ceou com seus discípulos (Lc 24,30; Jo 21,12). O banquete eucarístico é o grande dom deixado pelo Senhor para os seus discípulos, no qual ele oferece seu corpo, como verdadeira comida, e seu sangue, como verdadeira bebida (Jo 6,55). Desta forma, na vida de Jesus Cristo o gesto da refeição tem um valor capital. Ele se apresentou como o pão da vida descido dos céus (Jo 6,51).
A Igreja, na celebração da eucarística, se sente alimentada pelo próprio Deus. O Catecismo da Igreja Católica, nº1382, chama o sacramento de “o banquete sagrado da comunhão do corpo e do sangue do Senhor”. Na missa, no momento da comunhão, o sacerdote é quem deposita na boca ou na mão dos fiéis a hóstia como um sinal da presença de Deus que alimenta seu povo. Desta forma, alimentados por Deus na celebração eucarística, se abre ao cristão uma tríplice vocação. Ele é chamado a ser faminto e sedento de justiça (Mt 5,6), ou seja, viver no mundo cumprindo a vontade do Pai, alimentando o mundo com o seu testemunho de caridade. Ele é, ainda, chamado a saciar a fome e a sede de Deus presente no mundo, anunciando que a fé em Jesus é o verdadeiro alimento (Jo 6,57). E, por fim, é chamado a acolher e cuidar do próprio Senhor presente nos menores dos irmãos, sedentos e famintos do alimento material (Mt 25,35). A vocação do cristão terminará no dia em que ele entrar no banquete final anunciado por Jesus aos seus discípulos (Lc 14,17).
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