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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

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13/07/2015 17:12 - Atualizado em 13/07/2015 17:12

Tempo de Oração 0

13/07/2015 17:12 - Atualizado em 13/07/2015 17:12

Estarei nesta semana participando do retiro anual do clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro, desta segunda-feira, dia 13 de julho até a próxima sexta-feira, dia 17 de julho, no Centro de Estudos Sumaré. Cada cristão vive a sua espiritualidade segundo a própria vocação, ligada à caridade e à imitação de Cristo. É muito importante a ligação a Cristo para compreender a origem e natureza do sacerdócio. É a partir do envio e missão dos Apóstolos que se compreende a participação dos presbíteros, isto é, como participantes do Único Sacerdócio de Cristo Cabeça, Sacerdote, Profeta e Rei (LG 17. 21. 28; PO 2-3. 5-6). Importantíssima é também a ligação que se faz do sacerdócio ministerial com toda a Igreja, correspondente à igualdade dos batizados (LG ,23). Não pela hierarquia, mas como Povo de Deus que, no sacerdócio comum dos fiéis, tem ao seu serviço o sacerdócio ministerial. Não se trata de uma mera função, mas de ser sacramento de Cristo, Cabeça da Igreja. Daí o Concílio Ecumênico Vaticano II referir que entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial a diferença não é só em grau, mas em essência (LG, 10) (COZZENS, 2004).

A espiritualidade sacerdotal está relacionada com os ministérios (serviços) e tem como finalidade a vivência da caridade pastoral. A missão e identidade do presbítero são temas que merecem atenção. “A santidade do sacerdote exigiu clarificar a sua identidade”. Por isso, a Presbiterorum Ordinis intitula o seu primeiro capítulo: “O presbiterado na missão da Igreja”. A este respeito diz Santiago del Cura Elena: “Nem a natureza da Igreja pode entender-se à margem da sua missão nem a missão que lhe é própria pode deixar-se ao lado quando se intenta compreender a identidade do sacerdócio ministerial. […] Quer dizer, a missão e a identidade do sacerdócio ministerial reflete-se na sua condição do serviço eclesial ao sacerdócio comum de todos os batizados” (ELENA, 2010, p.40-41).

Como todos os cristãos, os presbíteros estão chamados à salvação (cf. Mt 5,48). Pelo sacramento da Ordem, os presbíteros são configurados com Cristo sacerdote, como ministros da cabeça, para a construção e edificação do seu corpo, que é a Igreja, enquanto cooperadores da Ordem episcopal. Este é o fundamento da vida peculiar dos presbíteros: atuar tal como são, “fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de Cristo” (PO, 12) de quem é instrumento. Esta forma de agir foi obtida na ordenação com uma “graça especial” (PO, 12) que, mediante o seu ministério, leva a uma vida orientada para a perfeição. Isto “muito concorre para o desempenho frutuoso do seu ministério” (PO,12). Assim, a noção conciliar sobre a espiritualidade do sacerdote origina uma renovação evangélica pronta para confrontar novas situações de evangelização. Daí a dimensão missionária do chamamento à santidade sacerdotal da Presbyterorum Ordinis.

Se o sacerdote é, pois, “instrumento vivo de Cristo Sacerdote” (PO, 12), é, por ele mesmo, “o máximo testemunho do amor” (PO 11). É na linha bíblica de proximidade e epifania de Deus, cujo ponto culminante é Cristo (Jo 3,16), de quem o sacerdote ministro é “sinal” e “aroma” (2Cor 2,15), “glória” ou expressão (Jo 17, 10). (NINOT, 1994).

O sentido de comunhão eclesial é parte substancial da espiritualidade do sacerdote. “O ministério sacerdotal, porém, sendo ministério da própria Igreja, só em comunhão hierárquica com todo o corpo se pode desempenhar” (PO,15). Na prática, isso traduz-se numa união afetiva e efetiva com o próprio bispo (PO, 7), com os demais sacerdotes do Presbitério (PO, 8) e com a comunidade eclesial, a qual serve (PO, 9) (NINOT, 1994).

É neste sentido que temos várias turmas durante o ano para proporcionar um momento de reflexão e oração aos presbíteros no retiro anual. Cada um se inscreve na época que escolhe para facilitar seus deslocamentos, porém somos todos chamados a esse momento importante em nossas vidas. O retiro é mais uma oportunidade de encontro: conosco mesmos, com o outro e com Deus que é a causa de toda a nossa entrega por meios dos nossos ministérios. Por isso nestes dias estarei rezando nas intenções da Arquidiocese, de todas as pastorais, associações, movimentos e grupos de serviço. Estarei rezando pelos doentes e pelos que estão nos leitos hospitalares. Estarei unido a todos os que estão nas penitenciárias ou nas periferias existenciais. Estarei, por fim, rezando por todos os que me acompanham pelas redes sociais. Só Cristo basta para nossas vidas e vamos ouvi-lo para Adorá-Lo.


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13/07/2015 17:12 - Atualizado em 13/07/2015 17:12

Estarei nesta semana participando do retiro anual do clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro, desta segunda-feira, dia 13 de julho até a próxima sexta-feira, dia 17 de julho, no Centro de Estudos Sumaré. Cada cristão vive a sua espiritualidade segundo a própria vocação, ligada à caridade e à imitação de Cristo. É muito importante a ligação a Cristo para compreender a origem e natureza do sacerdócio. É a partir do envio e missão dos Apóstolos que se compreende a participação dos presbíteros, isto é, como participantes do Único Sacerdócio de Cristo Cabeça, Sacerdote, Profeta e Rei (LG 17. 21. 28; PO 2-3. 5-6). Importantíssima é também a ligação que se faz do sacerdócio ministerial com toda a Igreja, correspondente à igualdade dos batizados (LG ,23). Não pela hierarquia, mas como Povo de Deus que, no sacerdócio comum dos fiéis, tem ao seu serviço o sacerdócio ministerial. Não se trata de uma mera função, mas de ser sacramento de Cristo, Cabeça da Igreja. Daí o Concílio Ecumênico Vaticano II referir que entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial a diferença não é só em grau, mas em essência (LG, 10) (COZZENS, 2004).

A espiritualidade sacerdotal está relacionada com os ministérios (serviços) e tem como finalidade a vivência da caridade pastoral. A missão e identidade do presbítero são temas que merecem atenção. “A santidade do sacerdote exigiu clarificar a sua identidade”. Por isso, a Presbiterorum Ordinis intitula o seu primeiro capítulo: “O presbiterado na missão da Igreja”. A este respeito diz Santiago del Cura Elena: “Nem a natureza da Igreja pode entender-se à margem da sua missão nem a missão que lhe é própria pode deixar-se ao lado quando se intenta compreender a identidade do sacerdócio ministerial. […] Quer dizer, a missão e a identidade do sacerdócio ministerial reflete-se na sua condição do serviço eclesial ao sacerdócio comum de todos os batizados” (ELENA, 2010, p.40-41).

Como todos os cristãos, os presbíteros estão chamados à salvação (cf. Mt 5,48). Pelo sacramento da Ordem, os presbíteros são configurados com Cristo sacerdote, como ministros da cabeça, para a construção e edificação do seu corpo, que é a Igreja, enquanto cooperadores da Ordem episcopal. Este é o fundamento da vida peculiar dos presbíteros: atuar tal como são, “fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de Cristo” (PO, 12) de quem é instrumento. Esta forma de agir foi obtida na ordenação com uma “graça especial” (PO, 12) que, mediante o seu ministério, leva a uma vida orientada para a perfeição. Isto “muito concorre para o desempenho frutuoso do seu ministério” (PO,12). Assim, a noção conciliar sobre a espiritualidade do sacerdote origina uma renovação evangélica pronta para confrontar novas situações de evangelização. Daí a dimensão missionária do chamamento à santidade sacerdotal da Presbyterorum Ordinis.

Se o sacerdote é, pois, “instrumento vivo de Cristo Sacerdote” (PO, 12), é, por ele mesmo, “o máximo testemunho do amor” (PO 11). É na linha bíblica de proximidade e epifania de Deus, cujo ponto culminante é Cristo (Jo 3,16), de quem o sacerdote ministro é “sinal” e “aroma” (2Cor 2,15), “glória” ou expressão (Jo 17, 10). (NINOT, 1994).

O sentido de comunhão eclesial é parte substancial da espiritualidade do sacerdote. “O ministério sacerdotal, porém, sendo ministério da própria Igreja, só em comunhão hierárquica com todo o corpo se pode desempenhar” (PO,15). Na prática, isso traduz-se numa união afetiva e efetiva com o próprio bispo (PO, 7), com os demais sacerdotes do Presbitério (PO, 8) e com a comunidade eclesial, a qual serve (PO, 9) (NINOT, 1994).

É neste sentido que temos várias turmas durante o ano para proporcionar um momento de reflexão e oração aos presbíteros no retiro anual. Cada um se inscreve na época que escolhe para facilitar seus deslocamentos, porém somos todos chamados a esse momento importante em nossas vidas. O retiro é mais uma oportunidade de encontro: conosco mesmos, com o outro e com Deus que é a causa de toda a nossa entrega por meios dos nossos ministérios. Por isso nestes dias estarei rezando nas intenções da Arquidiocese, de todas as pastorais, associações, movimentos e grupos de serviço. Estarei rezando pelos doentes e pelos que estão nos leitos hospitalares. Estarei unido a todos os que estão nas penitenciárias ou nas periferias existenciais. Estarei, por fim, rezando por todos os que me acompanham pelas redes sociais. Só Cristo basta para nossas vidas e vamos ouvi-lo para Adorá-Lo.


Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro