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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 03/02/2025

03 de Fevereiro de 2025

Santíssima Trindade em nossa vida

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Santíssima Trindade em nossa vida

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31/05/2015 00:00

Santíssima Trindade em nossa vida 0

31/05/2015 00:00

Segundo o Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus ordenou o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, acompanhado do ensinamento, em vista do discipulado ou seguimento (Mt 28,19-20). Conforme textos antigos, batizava-se, mergulhando na água três vezes o catecúmeno. Cada mergulho era antecedido da pergunta e consequente resposta: Crês em Deus, o Pai todo-poderoso? Creio. Crês em Jesus Cristo, o Filho de Deus...? Creio. Crês no Espírito Santo...? Creio. Observa-se a íntima relação da fé na Santíssima Trindade com a celebração e administração do Batismo. Somos mergulhados em Deus desde o início da nossa existência cristã.

O Catecismo da Igreja Católica recorda: “Os cristãos são batizados “em nome” do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e não “nos nomes” destes três, pois só existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade”. É o mistério central da fé, revelado por Jesus: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27). Quanto ao Espírito Santo, Jesus o anuncia como “outro defensor” ou advogado e consolador. É Ele quem nos recorda tudo o que o Senhor ensinou. (Jo 14, 26).

Segundo Lucas, o início de nossa salvação e seu cumprimento são obras da ação trinitária. Deus, o Pai, enviou o anjo Gabriel a Maria, a cheia de graça. Anuncia-lhe o Filho do qual será Mãe: “Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 32). Respondendo à indagação de Maria, diz-lhe: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o santo que nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 35).

Portanto, a doutrina sobre Deus, uno e trino, que a Igreja estabeleceu, com o progressivo desenvolvimento da linguagem dogmática, fruto dos primeiros concílios, fundamenta-se nas Escrituras e na Tradição viva.  O próprio Paulo, cujos textos antecedem o escrito dos evangelhos, afirma a ação trinitária: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos (1Cor 12, 4). Portanto, refere-se ao modo de agir do Espírito Santo, do Senhor Jesus, de Deus o Pai, na comunhão recíproca. Nas introduções e saudações aprecia o modo trinitário de dizer. A mais explícita é: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” (2Cor 13, 13).

Nos sacramentos e na devoção somos sempre assinalados pela Trindade, desde o Batismo. A oração litúrgica se dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito. O sinal-da-cruz, quando bem aproveitado na catequese, demonstra com as palavras o mistério do nosso Deus. Apresenta-nos no gesto de persignar-se outro mistério, nossa redenção pela paixão e morte de Jesus.

Na espiritualidade, experiência significativa e pessoal de Deus, a Trindade é vivida no relacionamento com cada pessoa divina, especialmente através da oração. Deus é o Pai com o qual nos relacionamos como filhos no Filho, na fraternidade de irmãos. Expressa a dimensão da família de Deus bem ao gosto de Jesus. Jesus é o Senhor, nosso Redentor e Salvador, irmão e amigo, companheiro no itinerário da vida até a morte para a eternidade. O Espírito é nosso santificador, hóspede divino, que se une ao nosso espírito e se faz um conosco. Consola-nos e defende-nos. Recorda-nos e atualiza o ensinamento do Mestre. É também nosso Mestre interior, penhor de nossa salvação, pois pela graça nos prepara à visão beatífica de Deus. Enfim, a Trindade é a finalidade de todo culto de louvor, agradecido, agora e na eternidade. 

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Santíssima Trindade em nossa vida

31/05/2015 00:00

Segundo o Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus ordenou o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, acompanhado do ensinamento, em vista do discipulado ou seguimento (Mt 28,19-20). Conforme textos antigos, batizava-se, mergulhando na água três vezes o catecúmeno. Cada mergulho era antecedido da pergunta e consequente resposta: Crês em Deus, o Pai todo-poderoso? Creio. Crês em Jesus Cristo, o Filho de Deus...? Creio. Crês no Espírito Santo...? Creio. Observa-se a íntima relação da fé na Santíssima Trindade com a celebração e administração do Batismo. Somos mergulhados em Deus desde o início da nossa existência cristã.

O Catecismo da Igreja Católica recorda: “Os cristãos são batizados “em nome” do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e não “nos nomes” destes três, pois só existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade”. É o mistério central da fé, revelado por Jesus: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27). Quanto ao Espírito Santo, Jesus o anuncia como “outro defensor” ou advogado e consolador. É Ele quem nos recorda tudo o que o Senhor ensinou. (Jo 14, 26).

Segundo Lucas, o início de nossa salvação e seu cumprimento são obras da ação trinitária. Deus, o Pai, enviou o anjo Gabriel a Maria, a cheia de graça. Anuncia-lhe o Filho do qual será Mãe: “Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 32). Respondendo à indagação de Maria, diz-lhe: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o santo que nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 35).

Portanto, a doutrina sobre Deus, uno e trino, que a Igreja estabeleceu, com o progressivo desenvolvimento da linguagem dogmática, fruto dos primeiros concílios, fundamenta-se nas Escrituras e na Tradição viva.  O próprio Paulo, cujos textos antecedem o escrito dos evangelhos, afirma a ação trinitária: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos (1Cor 12, 4). Portanto, refere-se ao modo de agir do Espírito Santo, do Senhor Jesus, de Deus o Pai, na comunhão recíproca. Nas introduções e saudações aprecia o modo trinitário de dizer. A mais explícita é: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” (2Cor 13, 13).

Nos sacramentos e na devoção somos sempre assinalados pela Trindade, desde o Batismo. A oração litúrgica se dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito. O sinal-da-cruz, quando bem aproveitado na catequese, demonstra com as palavras o mistério do nosso Deus. Apresenta-nos no gesto de persignar-se outro mistério, nossa redenção pela paixão e morte de Jesus.

Na espiritualidade, experiência significativa e pessoal de Deus, a Trindade é vivida no relacionamento com cada pessoa divina, especialmente através da oração. Deus é o Pai com o qual nos relacionamos como filhos no Filho, na fraternidade de irmãos. Expressa a dimensão da família de Deus bem ao gosto de Jesus. Jesus é o Senhor, nosso Redentor e Salvador, irmão e amigo, companheiro no itinerário da vida até a morte para a eternidade. O Espírito é nosso santificador, hóspede divino, que se une ao nosso espírito e se faz um conosco. Consola-nos e defende-nos. Recorda-nos e atualiza o ensinamento do Mestre. É também nosso Mestre interior, penhor de nossa salvação, pois pela graça nos prepara à visão beatífica de Deus. Enfim, a Trindade é a finalidade de todo culto de louvor, agradecido, agora e na eternidade. 

Dom Edson de Castro Homem
Autor

Dom Edson de Castro Homem

Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro