03 de Fevereiro de 2025
Quinta meditação da Quaresma
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Mais próximos da celebração dos acontecimentos da nossa redenção, somos convidados a aprofundar os sentidos da hora, vocábulo utilizado pelo Evangelho de João que se aplica à morte de Jesus (Jo 12, 20-33). Conhecê-la é conhecê-Lo.
Os gregos desejam ver Jesus. Este desejo é transmitido por André e Filipe. Então, Jesus aproveitou para explicar os significados da hora que se aproxima, na qual eles O contemplarão. Primeiramente, a hora da morte, que é glória. Porém, como pode o divino manifestar-se na Cruz? Não esconde a divindade? Entretanto, Jesus garante: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou” (8,27). Começa a responder ao desejo dos gregos, dizendo: “É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem” (v. 23).
Trata-se da hora da morte enquanto é vida. Este paradoxo é conhecido na natureza e em pessoas cuja morte ocasionou um projeto vital para os outros ou uma referência animadora de atitudes humanitárias. Por isso, Jesus disse de si mesmo: “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só, mas se morrer, produzirá muito fruto” (v. 24). De fato, sua morte é portadora de vida em abundância para muitos e de vida eterna para os salvos. Contém em si o gérmen da nossa ressurreição e da nossa eternidade.
Trata-se da hora da morte do Condenado enquanto é juízo do mundo e do seu príncipe, isto é, de Satanás (v.31). É o julgamento dos homens que preferiram as trevas à luz (3, 19) ao escolherem o mal. A rejeição ao Sumo Bem, no entanto, publica a vitória do amor no coração aberto do Crucificado. Semelhante espetáculo de crueldade e de desumanidade se repete tantas vezes na história, inclusive em nossos dias. Superamos, porém, estes impactos decepcionantes, encontrando no amor de Jesus a nossa esperança (Cf. 1Tm 1,1).
Trata-se da hora da morte enquanto apelo de alcance universal. Apenas em companhia de alguns, inclusive de sua mãe compassiva, Jesus morreu só e isolado. Entretanto, desde a morte expressa a força de atração: “Quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (v.32). Assim, satisfaz o desejo dos gregos, pois, elevado e transpassado, aparece aos olhos de todos como Redentor e Salvador Universal. Realmente, “olharão para aqu’Ele que transpassaram” (19, 37). Enfim, o Ressuscitado projetará a cena: “Todos os olhos O verão, até mesmo os que O transpassaram e todas as tribos da Terra baterão no peito por causa d’Ele”. (Ap 1, 7)
A última semana da Quaresma nos leva ao clímax do desejo até a hora sublime da graça: “Queremos ver Jesus!” (v. 21). Vê-Lo crucificado e traspassado para reconhecê-Lo na intimidade, e estabelecermos laços de comunhão afetiva. O desejo responde a sua vontade primeira: “Permanecei em mim, como Eu em vós” (15, 4). É possível corresponder ao de Jesus, colaborando com o Espírito Santo em nós, memória viva também da última hora. Para tanto, a sociedade de hoje precisa ser despertada e com urgência. Já acordados, nós saímos cedo às ruas, a fim de despertar os que dormem (cf. Ef 5, 14). Este reavivar no Espírito é o objetivo dos exercícios quaresmais, oferecidos com criatividade e realizados com empenho.
O tempo quaresmal nos motiva a santificarmos, de fato, a semana que chamamos de santa. Os católicos, por sua vez, não podem se dissipar ou dispersar pelos apelos do feriadão e do veraneio. Contra a corrente, permanecerão com Jesus durante o tempo de sua hora. As celebrações litúrgicas são por si mesmas os melhores estimulantes.
Quinta meditação da Quaresma
22/03/2015 00:00
Mais próximos da celebração dos acontecimentos da nossa redenção, somos convidados a aprofundar os sentidos da hora, vocábulo utilizado pelo Evangelho de João que se aplica à morte de Jesus (Jo 12, 20-33). Conhecê-la é conhecê-Lo.
Os gregos desejam ver Jesus. Este desejo é transmitido por André e Filipe. Então, Jesus aproveitou para explicar os significados da hora que se aproxima, na qual eles O contemplarão. Primeiramente, a hora da morte, que é glória. Porém, como pode o divino manifestar-se na Cruz? Não esconde a divindade? Entretanto, Jesus garante: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou” (8,27). Começa a responder ao desejo dos gregos, dizendo: “É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem” (v. 23).
Trata-se da hora da morte enquanto é vida. Este paradoxo é conhecido na natureza e em pessoas cuja morte ocasionou um projeto vital para os outros ou uma referência animadora de atitudes humanitárias. Por isso, Jesus disse de si mesmo: “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só, mas se morrer, produzirá muito fruto” (v. 24). De fato, sua morte é portadora de vida em abundância para muitos e de vida eterna para os salvos. Contém em si o gérmen da nossa ressurreição e da nossa eternidade.
Trata-se da hora da morte do Condenado enquanto é juízo do mundo e do seu príncipe, isto é, de Satanás (v.31). É o julgamento dos homens que preferiram as trevas à luz (3, 19) ao escolherem o mal. A rejeição ao Sumo Bem, no entanto, publica a vitória do amor no coração aberto do Crucificado. Semelhante espetáculo de crueldade e de desumanidade se repete tantas vezes na história, inclusive em nossos dias. Superamos, porém, estes impactos decepcionantes, encontrando no amor de Jesus a nossa esperança (Cf. 1Tm 1,1).
Trata-se da hora da morte enquanto apelo de alcance universal. Apenas em companhia de alguns, inclusive de sua mãe compassiva, Jesus morreu só e isolado. Entretanto, desde a morte expressa a força de atração: “Quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (v.32). Assim, satisfaz o desejo dos gregos, pois, elevado e transpassado, aparece aos olhos de todos como Redentor e Salvador Universal. Realmente, “olharão para aqu’Ele que transpassaram” (19, 37). Enfim, o Ressuscitado projetará a cena: “Todos os olhos O verão, até mesmo os que O transpassaram e todas as tribos da Terra baterão no peito por causa d’Ele”. (Ap 1, 7)
A última semana da Quaresma nos leva ao clímax do desejo até a hora sublime da graça: “Queremos ver Jesus!” (v. 21). Vê-Lo crucificado e traspassado para reconhecê-Lo na intimidade, e estabelecermos laços de comunhão afetiva. O desejo responde a sua vontade primeira: “Permanecei em mim, como Eu em vós” (15, 4). É possível corresponder ao de Jesus, colaborando com o Espírito Santo em nós, memória viva também da última hora. Para tanto, a sociedade de hoje precisa ser despertada e com urgência. Já acordados, nós saímos cedo às ruas, a fim de despertar os que dormem (cf. Ef 5, 14). Este reavivar no Espírito é o objetivo dos exercícios quaresmais, oferecidos com criatividade e realizados com empenho.
O tempo quaresmal nos motiva a santificarmos, de fato, a semana que chamamos de santa. Os católicos, por sua vez, não podem se dissipar ou dispersar pelos apelos do feriadão e do veraneio. Contra a corrente, permanecerão com Jesus durante o tempo de sua hora. As celebrações litúrgicas são por si mesmas os melhores estimulantes.
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