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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Deus está sempre presente

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16/03/2015 00:00

Deus está sempre presente 0

16/03/2015 00:00

Deus nunca nos abandona, mesmo quando cometemos infidelidades. Mas Ele nos purifica e, como nos tempos do Êxodo, vem para salvar e conduzir o Seu povo. É a quaresma: refazer o caminho do povo escravo para a terra prometida. Esse dia não pode estar longe. Por isso, a força que esta certeza nos proporciona é que preparamos com alegria o caminho do Senhor (cf. Is 40,1-11).

Aquele que não confia, abandona os meios que o conduzem, eis por que devemos fomentar a esperança em todos os meios eclesiais. Uma das mais necessárias missões da Igreja hoje: ser sinal de esperança! Há cansaço e desânimos em todos os tempos e situações. Mas quem tem a experiência da presença de um Deus conosco que venceu a morte e está Ressuscitado tem uma missão importantíssima para a sociedade. Ter um cansaço após um trabalho bem realizado é bom, mas no ficar estressado por realizar um trabalho há um sinal de falha ou de erro, e aí não tem esperança que nos alavanca.

Jesus não ficou parado quando soube da morte do amigo Lázaro, mas dirigiu-se a Bethânia e lá disse as palavras que são alimento para a nossa esperança: “Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre” (Jo 11, 21-26). A esperança não exclui o temor salutar de Deus, um temor benéfico que acompanhe uma firme esperança. Santo Tomas mesmo liga a esperança ao dom do temor de Deus (cf. S.Th., II-II q. 19), afinal, esperança sem temor é presunção, esperança com temor filial é esperança real, esperança com temor exagerado é desconfiança e temor sem esperança é desespero.

Apesar dos pecados, devemos nós todos, homens e mulheres, confiar no Senhor, pois Ele confia em nós. Não nos esqueçamos de que Deus é misericordioso e esse tem sido o anúncio constante da Igreja! Como somos pecadores necessitamos de acolher essa misericórdia.

A Escritura nos lembra que “Saiu o semeador a semear”. Somos também nós semeadores de esperança, de uma feliz esperança. Feliz: só pode ser feliz realmente quem é fértil, quem não se desertifica. As sementes sempre trazem vida, mas precisam morrer para que os frutos e as flores apareçam. Não se pode colher melancia, se semeio amores-perfeitos; deixa de colher abóboras quem semeou cravos. Somente Deus sabe o que convém para o verdadeiro bem de cada um e, por isso mesmo, nos convêm as boas sementes que temos em mãos! Como a semente se deixa envolver pela terra, assim o nosso coração se deixa envolver pela esperança vinda do Espírito Santo, que nos ajuda no caminho nem sempre fácil da santidade e felicidade.

Envolvimento lembra afeição, ternura, acolhimento, amizade. Se não nos deixarmos envolver pelo Espírito Santo, iremos complicar as coisas e não teremos a real esperança que é mais simples, mas é forte e nos fortalece a cada instante. Ele sabe que semeará sementes à beira do caminho, no pedregulho, entre espinhos, mas também em terra boa. Portanto, abramos as portas do nosso coração para sermos a “boa terra”. As sementes da Esperança infundidas pelo próprio Deus em cada um de nós morrem para se transformar e, ao fazê-lo, revelam toda a beleza que traziam escondida.

Como semente nas mãos do Semeador, como uma areia submissa ao sopro do “Ruah” de vida, não perca a esperança que rompe as barreiras. Eis que um novo Gênesis está a acontecer! Que se faça luz em nossa vida cada vez que nela estivermos semeando a boa semente da esperança. Nisso, Deus Pai das misericórdias será glorificado e cada um de nós poderemos esvaziar as mãos que, pouco a pouco, de novo ficarão cheias de outras boas sementes para espalharmos pelos campos do mundo, pois Deus não nos abandona nunca, afinal, Ele não desiste de nós, Ele é a nossa Esperança.

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Deus está sempre presente

16/03/2015 00:00

Deus nunca nos abandona, mesmo quando cometemos infidelidades. Mas Ele nos purifica e, como nos tempos do Êxodo, vem para salvar e conduzir o Seu povo. É a quaresma: refazer o caminho do povo escravo para a terra prometida. Esse dia não pode estar longe. Por isso, a força que esta certeza nos proporciona é que preparamos com alegria o caminho do Senhor (cf. Is 40,1-11).

Aquele que não confia, abandona os meios que o conduzem, eis por que devemos fomentar a esperança em todos os meios eclesiais. Uma das mais necessárias missões da Igreja hoje: ser sinal de esperança! Há cansaço e desânimos em todos os tempos e situações. Mas quem tem a experiência da presença de um Deus conosco que venceu a morte e está Ressuscitado tem uma missão importantíssima para a sociedade. Ter um cansaço após um trabalho bem realizado é bom, mas no ficar estressado por realizar um trabalho há um sinal de falha ou de erro, e aí não tem esperança que nos alavanca.

Jesus não ficou parado quando soube da morte do amigo Lázaro, mas dirigiu-se a Bethânia e lá disse as palavras que são alimento para a nossa esperança: “Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre” (Jo 11, 21-26). A esperança não exclui o temor salutar de Deus, um temor benéfico que acompanhe uma firme esperança. Santo Tomas mesmo liga a esperança ao dom do temor de Deus (cf. S.Th., II-II q. 19), afinal, esperança sem temor é presunção, esperança com temor filial é esperança real, esperança com temor exagerado é desconfiança e temor sem esperança é desespero.

Apesar dos pecados, devemos nós todos, homens e mulheres, confiar no Senhor, pois Ele confia em nós. Não nos esqueçamos de que Deus é misericordioso e esse tem sido o anúncio constante da Igreja! Como somos pecadores necessitamos de acolher essa misericórdia.

A Escritura nos lembra que “Saiu o semeador a semear”. Somos também nós semeadores de esperança, de uma feliz esperança. Feliz: só pode ser feliz realmente quem é fértil, quem não se desertifica. As sementes sempre trazem vida, mas precisam morrer para que os frutos e as flores apareçam. Não se pode colher melancia, se semeio amores-perfeitos; deixa de colher abóboras quem semeou cravos. Somente Deus sabe o que convém para o verdadeiro bem de cada um e, por isso mesmo, nos convêm as boas sementes que temos em mãos! Como a semente se deixa envolver pela terra, assim o nosso coração se deixa envolver pela esperança vinda do Espírito Santo, que nos ajuda no caminho nem sempre fácil da santidade e felicidade.

Envolvimento lembra afeição, ternura, acolhimento, amizade. Se não nos deixarmos envolver pelo Espírito Santo, iremos complicar as coisas e não teremos a real esperança que é mais simples, mas é forte e nos fortalece a cada instante. Ele sabe que semeará sementes à beira do caminho, no pedregulho, entre espinhos, mas também em terra boa. Portanto, abramos as portas do nosso coração para sermos a “boa terra”. As sementes da Esperança infundidas pelo próprio Deus em cada um de nós morrem para se transformar e, ao fazê-lo, revelam toda a beleza que traziam escondida.

Como semente nas mãos do Semeador, como uma areia submissa ao sopro do “Ruah” de vida, não perca a esperança que rompe as barreiras. Eis que um novo Gênesis está a acontecer! Que se faça luz em nossa vida cada vez que nela estivermos semeando a boa semente da esperança. Nisso, Deus Pai das misericórdias será glorificado e cada um de nós poderemos esvaziar as mãos que, pouco a pouco, de novo ficarão cheias de outras boas sementes para espalharmos pelos campos do mundo, pois Deus não nos abandona nunca, afinal, Ele não desiste de nós, Ele é a nossa Esperança.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro