Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 28/03/2024

28 de Março de 2024

Tempo Comum no Ano B

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Tempo Comum no Ano B

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22/01/2015 15:13 - Atualizado em 22/01/2015 15:13

Tempo Comum no Ano B 0

22/01/2015 15:13 - Atualizado em 22/01/2015 15:13

Passado o tempo da Trezena e da Festa de São Sebastião que vivemos com intenso júbilo e solenidade, é bom recordar que estamos no Tempo Comum. Depois de concluído o Tempo de Natal, entramos nesse tempo que nos envia a caminhar com Cristo no início de sua vida pública.

Durante o ano, na liturgia celebramos a vida de Cristo desde as promessas do Messias, sua Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (embora muitos desses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossa vida, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos crentes.

No Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes hoje, no aqui e agora de nossa vida.

O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”. Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Fazemos o anúncio das festas móveis no Domingo da Epifania, chamando as pessoas a celebrar tudo centrado na Páscoa do Senhor. A celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começam com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.

Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito Romano, o mais conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas litúrgicas.

A Igreja estabeleceu, para o Rito Romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, aos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para o Tempo da Páscoa e para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.

O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Advento, Tempo do Natal, Tempo Comum (1), Tempo Quaresmal, Tempo Pascal e Tempo Comum (2). Além dos tempos, que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo, que chamamos Tempo Comum durante o ano. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança, acolhimento da Palavra de Deus. Temos, durante este tempo, as grandes festas de Cristo, de Maria e dos Santos. É o tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino.

O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra, quando devemos anunciar o Reino de Deus como consequência do mistério da Encarnação, chamando à conversão, convocando os discípulos e indo às casas e cidades. A segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do Reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse: ser sal da terra e luz do mundo. Anuncia que com a Ressurreição do Senhor o mundo novo deve ser construído. O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos. A cor utilizada no Tempo Comum é o verde, e tem como significado o crescimento e a esperança.

Em todo o tempo devemos buscar, incessantemente, o rosto sereno e radioso de Cristo Ressuscitado. Ensinou o Papa Francisco que: “Na noite da vida seremos julgados sobre o amor, sobre a proximidade e sobre a ternura para com os irmãos. Disto dependerá a nossa entrada ou não no Reino de Deus, a nossa colocação de um lado ou de outro. Jesus, com a sua vitória, abriu-nos o seu reino, mas depende de cada um de nós entrar nele já, desde esta vida – o Reino começa agora – tornando-nos concretamente próximos do irmão que pede pão, roupa, acolhimento, solidariedade e catequese. E se amamos deveras aquele irmão ou irmã, seremos levados a compartilhar com ele ou com ela o que temos de mais precioso, ou seja, o próprio Jesus e o seu Evangelho”! Realmente, é Jesus e o seu Evangelho o único itinerário que somos convidados a viver em nossa Arquidiocese, buscando a esperança contra toda esperança humana, que é Cristo Ressuscitado que está no meio de nós!

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Tempo Comum no Ano B

22/01/2015 15:13 - Atualizado em 22/01/2015 15:13

Passado o tempo da Trezena e da Festa de São Sebastião que vivemos com intenso júbilo e solenidade, é bom recordar que estamos no Tempo Comum. Depois de concluído o Tempo de Natal, entramos nesse tempo que nos envia a caminhar com Cristo no início de sua vida pública.

Durante o ano, na liturgia celebramos a vida de Cristo desde as promessas do Messias, sua Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (embora muitos desses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossa vida, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos crentes.

No Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes hoje, no aqui e agora de nossa vida.

O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”. Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Fazemos o anúncio das festas móveis no Domingo da Epifania, chamando as pessoas a celebrar tudo centrado na Páscoa do Senhor. A celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começam com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.

Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito Romano, o mais conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas litúrgicas.

A Igreja estabeleceu, para o Rito Romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, aos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para o Tempo da Páscoa e para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.

O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Advento, Tempo do Natal, Tempo Comum (1), Tempo Quaresmal, Tempo Pascal e Tempo Comum (2). Além dos tempos, que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo, que chamamos Tempo Comum durante o ano. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança, acolhimento da Palavra de Deus. Temos, durante este tempo, as grandes festas de Cristo, de Maria e dos Santos. É o tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino.

O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra, quando devemos anunciar o Reino de Deus como consequência do mistério da Encarnação, chamando à conversão, convocando os discípulos e indo às casas e cidades. A segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do Reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse: ser sal da terra e luz do mundo. Anuncia que com a Ressurreição do Senhor o mundo novo deve ser construído. O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos. A cor utilizada no Tempo Comum é o verde, e tem como significado o crescimento e a esperança.

Em todo o tempo devemos buscar, incessantemente, o rosto sereno e radioso de Cristo Ressuscitado. Ensinou o Papa Francisco que: “Na noite da vida seremos julgados sobre o amor, sobre a proximidade e sobre a ternura para com os irmãos. Disto dependerá a nossa entrada ou não no Reino de Deus, a nossa colocação de um lado ou de outro. Jesus, com a sua vitória, abriu-nos o seu reino, mas depende de cada um de nós entrar nele já, desde esta vida – o Reino começa agora – tornando-nos concretamente próximos do irmão que pede pão, roupa, acolhimento, solidariedade e catequese. E se amamos deveras aquele irmão ou irmã, seremos levados a compartilhar com ele ou com ela o que temos de mais precioso, ou seja, o próprio Jesus e o seu Evangelho”! Realmente, é Jesus e o seu Evangelho o único itinerário que somos convidados a viver em nossa Arquidiocese, buscando a esperança contra toda esperança humana, que é Cristo Ressuscitado que está no meio de nós!

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro