Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Festa de São Sebastião

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Festa de São Sebastião

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Festa de São Sebastião 0

20/01/2015 00:00

A nossa arquidiocese se alegra pelo dia 20 de janeiro, pois temos a graça de celebrarmos o dia do nosso padroeiro, ainda mais em alusão aos 450 anos de fundação de nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Este santo-homem que viveu com coragem e foi um anunciador da verdade que é o Cristo. A cidade está ligada ao seu padroeiro desde a sua fundação e, além dos dados históricos, a vida de São Sebastião é inspiração para todos os que aqui vivem. Vale a pena refletir sobre a sua vida.

Sebastião nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e a dos irmãos.

Ao entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos, havia a intolerância religiosa! Nos meios pagãos e mesmo no endeusamento do imperador, os cristãos adoravam o Deus uno e trino.

Esse mistério o levava a consolar de maneira secreta e sábia os cristãos que eram presos; uma evangelização eficaz pelo testemunho. São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E quando denunciado como cristão, lá estava ele diante do imperador furioso. Mas nosso santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que mesmo sendo um bom soldado era um cristão convicto.

Condenado à morte, São Sebastião recebeu as flechas para que, agonizando devagar, pudesse renegar a sua fé e adorar ao augusto imperador que se autoproclamava deus. Mas ele foi salvo por seus companheiros cristãos. Curado, comparece diante do Imperador e professa a sua fé em Jesus Cristo Ressuscitado. E ele admoesta o imperador, que deveria se converter ao Cristo, renunciando aos ídolos e as paixões desordenadas. O imperador num ímpeto de fúria e de raiva determinou aos seus guardas que matassem Sebastião a cacetadas, atirando-lhe pedaços ou bolas de chumbo.

Aqui está a novidade: mesmo tendo sofrido com as flechadas, mesmo tendo passado quase pela morte física, Sebastião teve a coragem de denunciar os desmandos e a idolatria do imperador Diocleciano. Relativizou a sua vida humana para ganhar a vida eterna. Inscreveu com o seu sangue, no livro da vida, o testemunho vivaz de Sebastião que fez florescer na Igreja nascente o autêntico seguimento de Cristo, no despojamento total, na confiança absoluta somente em Deus.

Neste dia em que celebramos São Sebastião, patrono da agricultura, da pecuária, patrono das polícias, das forças públicas de segurança, das Forças Armadas e do Rio de Janeiro, supliquemos ao glorioso mártir que interceda por todos nós para que sejamos, como ele, testemunhas da esperança num mundo cansado e desesperançado. Que animados pelo Espírito vivamos contagiando com o bem as pessoas ao nosso redor. Assim propomos a todos a construção de um mundo de paz e entendimento na fraternidade que nos deve unir e na esperança a que a fé nos indica. Que sejamos sinais que podemos conviver uns com os outros, que vivamos o perdão e a reconciliação e até o amor ao inimigo. E que, inspirados por nosso padroeiro, possamos ver o fim das guerras, não somente a guerra urbana, as guerras intercontinentais ou étnicas, mas a guerra silenciosa que destrói o outro, que joga o outro no precipício.

São Sebastião denunciou as incongruências do imperador, mas o chamou a conversão. O mal campeia o mundo, as pessoas são livres para serem maldosas. Mas o cristão não pode carregar o mal no seu coração e nem nas suas atitudes. Peçamos ao glorioso mártir que nos ajude a testemunhar e viver o amor, o perdão, a caridade e a renúncia sempre em favor da vida e da acolhida do irmão.

Que neste Ano da Esperança em que a nossa cidade completa 450 anos façamos o propósito de presenteá-la com o testemunho de esperança que contagie a todos os seus habitantes a construir a civilização do amor. Temos certeza de que São Sebastião nos ajudará com suas preces.

Oremos:

São Sebastião, / corajoso missionário em tempos difíceis, / testemunha do Evangelho através da própria vida, / dedicado amigo dos cristãos perseguidos, / protetor contra a violência, as doenças e as guerras! / São Sebastião, / padroeiro de nossa cidade! / intercedei por nós junto ao Pai / a fim de que, inspirados por vosso testemunho, / nos tornemos a cada dia / firmes no caminho do bem, / perseverantes na prática das virtudes, / fiéis mensageiros do amor de Deus, / construtores da justiça e da paz, / consolo e ânimo dos que sofrem, / defensores dos aflitos, / solidários, na dor e nos tormentos, / instrumentos constantes de evangelização. / Amém.

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Festa de São Sebastião

20/01/2015 00:00

A nossa arquidiocese se alegra pelo dia 20 de janeiro, pois temos a graça de celebrarmos o dia do nosso padroeiro, ainda mais em alusão aos 450 anos de fundação de nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Este santo-homem que viveu com coragem e foi um anunciador da verdade que é o Cristo. A cidade está ligada ao seu padroeiro desde a sua fundação e, além dos dados históricos, a vida de São Sebastião é inspiração para todos os que aqui vivem. Vale a pena refletir sobre a sua vida.

Sebastião nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e a dos irmãos.

Ao entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos, havia a intolerância religiosa! Nos meios pagãos e mesmo no endeusamento do imperador, os cristãos adoravam o Deus uno e trino.

Esse mistério o levava a consolar de maneira secreta e sábia os cristãos que eram presos; uma evangelização eficaz pelo testemunho. São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E quando denunciado como cristão, lá estava ele diante do imperador furioso. Mas nosso santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que mesmo sendo um bom soldado era um cristão convicto.

Condenado à morte, São Sebastião recebeu as flechas para que, agonizando devagar, pudesse renegar a sua fé e adorar ao augusto imperador que se autoproclamava deus. Mas ele foi salvo por seus companheiros cristãos. Curado, comparece diante do Imperador e professa a sua fé em Jesus Cristo Ressuscitado. E ele admoesta o imperador, que deveria se converter ao Cristo, renunciando aos ídolos e as paixões desordenadas. O imperador num ímpeto de fúria e de raiva determinou aos seus guardas que matassem Sebastião a cacetadas, atirando-lhe pedaços ou bolas de chumbo.

Aqui está a novidade: mesmo tendo sofrido com as flechadas, mesmo tendo passado quase pela morte física, Sebastião teve a coragem de denunciar os desmandos e a idolatria do imperador Diocleciano. Relativizou a sua vida humana para ganhar a vida eterna. Inscreveu com o seu sangue, no livro da vida, o testemunho vivaz de Sebastião que fez florescer na Igreja nascente o autêntico seguimento de Cristo, no despojamento total, na confiança absoluta somente em Deus.

Neste dia em que celebramos São Sebastião, patrono da agricultura, da pecuária, patrono das polícias, das forças públicas de segurança, das Forças Armadas e do Rio de Janeiro, supliquemos ao glorioso mártir que interceda por todos nós para que sejamos, como ele, testemunhas da esperança num mundo cansado e desesperançado. Que animados pelo Espírito vivamos contagiando com o bem as pessoas ao nosso redor. Assim propomos a todos a construção de um mundo de paz e entendimento na fraternidade que nos deve unir e na esperança a que a fé nos indica. Que sejamos sinais que podemos conviver uns com os outros, que vivamos o perdão e a reconciliação e até o amor ao inimigo. E que, inspirados por nosso padroeiro, possamos ver o fim das guerras, não somente a guerra urbana, as guerras intercontinentais ou étnicas, mas a guerra silenciosa que destrói o outro, que joga o outro no precipício.

São Sebastião denunciou as incongruências do imperador, mas o chamou a conversão. O mal campeia o mundo, as pessoas são livres para serem maldosas. Mas o cristão não pode carregar o mal no seu coração e nem nas suas atitudes. Peçamos ao glorioso mártir que nos ajude a testemunhar e viver o amor, o perdão, a caridade e a renúncia sempre em favor da vida e da acolhida do irmão.

Que neste Ano da Esperança em que a nossa cidade completa 450 anos façamos o propósito de presenteá-la com o testemunho de esperança que contagie a todos os seus habitantes a construir a civilização do amor. Temos certeza de que São Sebastião nos ajudará com suas preces.

Oremos:

São Sebastião, / corajoso missionário em tempos difíceis, / testemunha do Evangelho através da própria vida, / dedicado amigo dos cristãos perseguidos, / protetor contra a violência, as doenças e as guerras! / São Sebastião, / padroeiro de nossa cidade! / intercedei por nós junto ao Pai / a fim de que, inspirados por vosso testemunho, / nos tornemos a cada dia / firmes no caminho do bem, / perseverantes na prática das virtudes, / fiéis mensageiros do amor de Deus, / construtores da justiça e da paz, / consolo e ânimo dos que sofrem, / defensores dos aflitos, / solidários, na dor e nos tormentos, / instrumentos constantes de evangelização. / Amém.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro