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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

Atrair todos a Cristo

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07/12/2014 00:00

Atrair todos a Cristo 0

07/12/2014 00:00

“O tempo novo que Deus irá inaugurar será marcado pelo seu reinado, porque os seus atributos estarão todos juntos, trazendo a felicidade ao coração do homem (cf. Sl 84, 13)”   

Os primeiros domingos do tempo do Advento, que estamos celebrando, enfatizam para nós o mistério da segunda vinda do Senhor. Cada ano, este tempo litúrgico nos recorda que o Senhor, que veio uma primeira vez revestido da nossa humildade, virá uma segunda e definitiva vez, revestido agora da sua glória, para instaurar definitivamente o seu Reino. Assim nos ensina o Prefácio do Advento I: “Revestido da nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos.”

Nós vivemos nessa perspectiva da segunda vinda do Senhor. Se para alguns pode parecer que a sua segunda vinda está demorando, basta lançar um olhar para a segunda leitura deste domingo. É São Pedro, na sua segunda carta, quem afirma: “para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (cf. 2Pd 3,8). O apóstolo ainda afirma que o Senhor parece demorar, retardando a sua segunda vinda, mas Ele, na verdade, está usando de “paciência” para conosco. É desejo de Cristo voltar para levar a todos e, por isso, ele espera pacientemente o momento certo.

Nós, contudo, precisamos estar vigilantes. Como vimos pouco acima no prefácio do Advento, “ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos”. Devemos estar “vigilantes”, atentos aos nossos sentimentos, pensamentos e ações, para que o Senhor nos encontre preparados, seja por ocasião da sua segunda e definitiva vinda, seja por ocasião da nossa passagem desse mundo para o Pai.

A primeira leitura é o início do chamado Dêutero-Isaías. O livro do profeta Isaías costuma ser dividido em três partes. A primeira compreende os capítulos 1-39 e remonta, embora não na sua totalidade, ao período pré-exílico. A segunda parte do livro compreende os capítulos 40-55 e é colocada pelos autores como sendo do período do exílio. Ela traz uma promessa de salvação. Deus virá e salvará o seu povo. O capítulo 40 abre-se com o verbo hebraico consolar. Deus manda ao povo uma palavra de consolação, anunciando-lhe que a salvação está perto. Deus, qual guerreiro Salvador, marcha para salvar o seu povo e, por isso, deve-se abrir para Ele um “caminho no deserto”; os vales devem ser aterrados e as colinas devem ser rebaixadas. Em outras palavras, não deve haver obstáculos para que Deus venha salvar o povo. O v.5 afirma que a “glória de Deus” há de revelar-se e que “toda a carne” o verá.

A segunda parte da primeira leitura, os vv. 9-11, é um convite para que se anuncie às cidades de Judá a alegria da chegada de Deus. Deus virá com “poder”, mas virá também como “pastor”. Ele reunirá os seus cordeiros, carrega-los-á em seu regaço e irá conduzir carinhosamente as ovelhas que amamentam.

Em resposta a essa leitura entoamos o Salmo 84 (85). Desse Salmo chama-nos a atenção, particularmente, o v. 11: “Amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam”. Aqui o salmista personifica, ou seja, dá vida a quatro atributos divinos: o amor, a verdade, a justiça e a paz. O amor e a verdade irão se encontrar; a justiça e a paz irão se “beijar”, segundo o texto hebraico. Ou seja, o tempo novo que Deus irá inaugurar será marcado pelo seu reinado, porque os seus atributos estarão todos juntos, trazendo a felicidade ao coração do homem (cf. Sl 84, 13).

Hoje ouvimos o início do Evangelho de Marcos que é, na verdade, o “Evangelho de Jesus Cristo”, ou o “Evangelho que é o próprio Jesus Cristo”. Aqui João é apresentado como o “mensageiro” do qual falou o profeta Malaquias (cf. Ml 3,1). Ele é também a “voz que clama no deserto” para que os caminhos sejam preparados (cf. Is 40,3). João prega um batismo de conversão, em vista da vinda do Messias e proclama que o Messias virá “mais forte” do que ele (cf. Mc 1,7), para batizar com o “Espírito Santo” (cf. Mc 1,8).

Nesse evangelho poderíamos destacar dois elementos: o mundo, antes da encarnação do Verbo, era como um deserto. João veio como uma voz anunciar a vinda daquele que desde o princípio é a Palavra (cf. Jo 1), a fim de que a vida viesse novamente brilhar e resplandecer no meio do mundo. Sem Cristo, Palavra Eterna do Pai, o mundo permanece um deserto, entregue completamente à morte. Com Cristo, o deserto se torna oásis, porque Ele, a Palavra Eterna do Pai, gera vida no meio do deserto do mundo.

O segundo elemento que poderíamos destacar nesse evangelho é a humildade de João Batista: “Depois de mim vem alguém que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia do seu calçado”. Essa é a frase de João Batista. João podia atrair para si, mas ele sabia que sua função era atrair para o Cristo. Afinal o Cristo é a Palavra, João apenas a voz, que é mero veículo da palavra. A voz, sem a palavra, não é nada. João Batista sabe que sem o Cristo ele não é nada. Por isso, ele reconhece a sua pequenez diante da chegada d’Aquele que é o verdadeiro Senhor. Nós também, como João Batista, devemos ser no meio do mundo uma voz que prepara no deserto dos corações humanos um caminho para o nosso Deus. Mas devemos estar atentos, a fim de sabermos que somos apenas a voz, ou seja, que preparamos o caminho, mas não para nós mesmos, preparamos o caminho para que o Cristo venha e reine no coração dos homens e, também, no nosso próprio coração.


2º Domingo do Advento

Dia 7 de novembro 2014

1ª Leitura Is Is 40,1-5.9-11

Salmo 84

2ª Leitura 2Pd 3,8-14

Evangelho Mc 1,1-8

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Atrair todos a Cristo

07/12/2014 00:00

“O tempo novo que Deus irá inaugurar será marcado pelo seu reinado, porque os seus atributos estarão todos juntos, trazendo a felicidade ao coração do homem (cf. Sl 84, 13)”   

Os primeiros domingos do tempo do Advento, que estamos celebrando, enfatizam para nós o mistério da segunda vinda do Senhor. Cada ano, este tempo litúrgico nos recorda que o Senhor, que veio uma primeira vez revestido da nossa humildade, virá uma segunda e definitiva vez, revestido agora da sua glória, para instaurar definitivamente o seu Reino. Assim nos ensina o Prefácio do Advento I: “Revestido da nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos.”

Nós vivemos nessa perspectiva da segunda vinda do Senhor. Se para alguns pode parecer que a sua segunda vinda está demorando, basta lançar um olhar para a segunda leitura deste domingo. É São Pedro, na sua segunda carta, quem afirma: “para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (cf. 2Pd 3,8). O apóstolo ainda afirma que o Senhor parece demorar, retardando a sua segunda vinda, mas Ele, na verdade, está usando de “paciência” para conosco. É desejo de Cristo voltar para levar a todos e, por isso, ele espera pacientemente o momento certo.

Nós, contudo, precisamos estar vigilantes. Como vimos pouco acima no prefácio do Advento, “ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos”. Devemos estar “vigilantes”, atentos aos nossos sentimentos, pensamentos e ações, para que o Senhor nos encontre preparados, seja por ocasião da sua segunda e definitiva vinda, seja por ocasião da nossa passagem desse mundo para o Pai.

A primeira leitura é o início do chamado Dêutero-Isaías. O livro do profeta Isaías costuma ser dividido em três partes. A primeira compreende os capítulos 1-39 e remonta, embora não na sua totalidade, ao período pré-exílico. A segunda parte do livro compreende os capítulos 40-55 e é colocada pelos autores como sendo do período do exílio. Ela traz uma promessa de salvação. Deus virá e salvará o seu povo. O capítulo 40 abre-se com o verbo hebraico consolar. Deus manda ao povo uma palavra de consolação, anunciando-lhe que a salvação está perto. Deus, qual guerreiro Salvador, marcha para salvar o seu povo e, por isso, deve-se abrir para Ele um “caminho no deserto”; os vales devem ser aterrados e as colinas devem ser rebaixadas. Em outras palavras, não deve haver obstáculos para que Deus venha salvar o povo. O v.5 afirma que a “glória de Deus” há de revelar-se e que “toda a carne” o verá.

A segunda parte da primeira leitura, os vv. 9-11, é um convite para que se anuncie às cidades de Judá a alegria da chegada de Deus. Deus virá com “poder”, mas virá também como “pastor”. Ele reunirá os seus cordeiros, carrega-los-á em seu regaço e irá conduzir carinhosamente as ovelhas que amamentam.

Em resposta a essa leitura entoamos o Salmo 84 (85). Desse Salmo chama-nos a atenção, particularmente, o v. 11: “Amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam”. Aqui o salmista personifica, ou seja, dá vida a quatro atributos divinos: o amor, a verdade, a justiça e a paz. O amor e a verdade irão se encontrar; a justiça e a paz irão se “beijar”, segundo o texto hebraico. Ou seja, o tempo novo que Deus irá inaugurar será marcado pelo seu reinado, porque os seus atributos estarão todos juntos, trazendo a felicidade ao coração do homem (cf. Sl 84, 13).

Hoje ouvimos o início do Evangelho de Marcos que é, na verdade, o “Evangelho de Jesus Cristo”, ou o “Evangelho que é o próprio Jesus Cristo”. Aqui João é apresentado como o “mensageiro” do qual falou o profeta Malaquias (cf. Ml 3,1). Ele é também a “voz que clama no deserto” para que os caminhos sejam preparados (cf. Is 40,3). João prega um batismo de conversão, em vista da vinda do Messias e proclama que o Messias virá “mais forte” do que ele (cf. Mc 1,7), para batizar com o “Espírito Santo” (cf. Mc 1,8).

Nesse evangelho poderíamos destacar dois elementos: o mundo, antes da encarnação do Verbo, era como um deserto. João veio como uma voz anunciar a vinda daquele que desde o princípio é a Palavra (cf. Jo 1), a fim de que a vida viesse novamente brilhar e resplandecer no meio do mundo. Sem Cristo, Palavra Eterna do Pai, o mundo permanece um deserto, entregue completamente à morte. Com Cristo, o deserto se torna oásis, porque Ele, a Palavra Eterna do Pai, gera vida no meio do deserto do mundo.

O segundo elemento que poderíamos destacar nesse evangelho é a humildade de João Batista: “Depois de mim vem alguém que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia do seu calçado”. Essa é a frase de João Batista. João podia atrair para si, mas ele sabia que sua função era atrair para o Cristo. Afinal o Cristo é a Palavra, João apenas a voz, que é mero veículo da palavra. A voz, sem a palavra, não é nada. João Batista sabe que sem o Cristo ele não é nada. Por isso, ele reconhece a sua pequenez diante da chegada d’Aquele que é o verdadeiro Senhor. Nós também, como João Batista, devemos ser no meio do mundo uma voz que prepara no deserto dos corações humanos um caminho para o nosso Deus. Mas devemos estar atentos, a fim de sabermos que somos apenas a voz, ou seja, que preparamos o caminho, mas não para nós mesmos, preparamos o caminho para que o Cristo venha e reine no coração dos homens e, também, no nosso próprio coração.


2º Domingo do Advento

Dia 7 de novembro 2014

1ª Leitura Is Is 40,1-5.9-11

Salmo 84

2ª Leitura 2Pd 3,8-14

Evangelho Mc 1,1-8

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida