Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

A caminho da Segunda Festa da Unidade

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A caminho da Segunda Festa da Unidade

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06/11/2014 00:50 - Atualizado em 06/11/2014 00:50

A caminho da Segunda Festa da Unidade 0

06/11/2014 00:50 - Atualizado em 06/11/2014 00:50

No final deste mês iremos celebrar o final do Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei, dia que comemoramos também o Dia do Cristão Leigo e iniciamos a Campanha pela Evangelização. Em nossa arquidiocese celebramos a Festa da Unidade. Uma ocasião de agradecimento e de compromisso, momento de penitência e de oração, oportunidade de sonhar juntos com o futuro e, com os pés no chão, agradecer pelos passos dados neste Ano Litúrgico que finda. Somos a Igreja de Jesus Cristo que atravessa séculos e situações e continua anunciando,hoje, a Boa Nova da salvação a todos os povos.

Igreja é sujeito e objeto da fé: sujeito enquanto “Povo de Deus”, objeto enquanto “mistério” e “sacramento de salvação”. A sua meta é o Reino de Deus, Reino de justiça e solidariedade, de misericórdia e paz. O anúncio e o advento do Reino colocam a Igreja permanentemente em estado de penitência e missão. A missão da Igreja, que emerge de sua origem e estrutura trinitária, é anunciar a plenitude da vida de todos e a integridade da vida de cada um. Essa luta pela vida que Deus nos deu inclui os espaços particulares e regionais, e, ao mesmo tempo, ultrapassa todas as fronteiras geográficas, étnicas e culturais.

A missão em defesa da vida envolve a imagem de Deus. É a luta por algo absoluto. A missão é universal e urgente como a vida. Esta missão, porém, não envolve somente uma imagem abstrata de Deus, mas um Deus Emanuel que se encarnou no mundo em Jesus de Nazaré. Por isso, a missão é histórica. A inculturação bem-sucedida de ontem, hoje pode representar um peso morto. Quais seriam as estruturas caducas de hoje? A missão estabelece relações novas. A missão é relacional e multidimensional como as pessoas e os grupos sociais. Segundo seus interlocutores, ela muda seu discurso, sua metodologia, suas prioridades. A prática missionária, além de ser universal e contextual, é também sempre específica. A verdade única e eterna deve ser anunciada no “hoje” de nosso tempo.

Uma das propriedades da Igreja é ser una. O que nós lemos na Bíblia a respeito da unidade da Igreja é que Jesus revelou o mistério dessa unidade em algumas parábolas como, por exemplo, a da videira (João 15,1-17); do Reino (Mateus 12, 25-28); do Bom Pastor (João 10,1-18). Todas elas demonstram que Jesus quer que sua Igreja seja una, assim como Ele e o Pai são um. Jesus também orou pela unidade da Igreja na véspera da sua Paixão, como podemos ler no capítulo 17 do Evangelho de São João. A Igreja de Cristo nasce unida, pois tudo o que os primeiros cristãos faziam era em comum, como lemos em Atos dos Apóstolos 2,42: “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações".

Vários são os elementos de unidade da Igreja: uma única fonte (a Trindade); um único modelo (a vida íntima de Deus); um único fundador (Jesus Cristo); e uma só alma (Espírito de Deus). A expressão desta unidade espiritual é visível na própria realidade eclesial, quando todo o corpo apresenta a mesma profissão de fé e de disciplina moral; a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos; e a sucessão apostólica, por meio do Sacramento da Ordem. Aliás, esta última se torna a base das outras, pois ao Colégio Apostólico (e os bispos são os sucessores dos apóstolos), do qual o Papa é o chefe, Jesus confiou todos os bens da Nova Aliança para serem dispensados entre os homens.

A unidade da Igreja, CIC nº 814, se apresenta com uma grande diversidade.Ela se dá, primeiro, pela riqueza de dons, carismas e ministérios que o Espírito Santo dota a Igreja a fim de que ela cumpra sua missão. Uma segunda é o número de culturas que assimilam o Evangelho. Cada povo, com suas próprias peculiaridades, vai acolhendo e iluminando seu jeito de ser pelas palavras de Jesus. A única Igreja se espalha pelo mundo todo e, nas diferentes culturas, testemunha a fé em Jesus, nosso Senhor.

Quanto à unidade da Igreja, esta também se mostra em caráter diocesano, tanto que em várias dioceses se faz a festa da unidade. Em nosso caso, como Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, iremos celebrar a Unidade Arquidiocesana e encerrar o Ano da Caridade (com ênfase na caridade social): toda a Igreja do Rio de Janeiro é convidada a participar da Festa da Unidade. Já em sua segunda edição, o evento será realizado na véspera da Solenidade de Cristo Rei, dia 22 de novembro, sábado, em nossa Catedral de São Sebastião, no Centro.

A programação terá início a partir das 13h e será concluída com a missa às 18h, presidida por mim e concelebrada pelos Bispos Auxiliares e todos os Padres. Haverá testemunhos, reflexões, momento mariano, louvor, pregação, atrações musicais e adoração ao Santíssimo Sacramento.  Se já tínhamos essa necessidade antes, neste ano mais ainda. Temos necessidade de buscar a unidade e fraternidade para “Que Todos Sejam Um”. A Festa da Unidade é realizada na véspera da Solenidade de Cristo Rei por tratar-se do encerramento do Ano Litúrgico, que achamos ser uma boa ocasião para esse evento.

Para a preparação desse bonito encontro, temos como elementos quatro instrumentos de oração e revisão de vida. O primeiro é a ‘Oração da Unidade’; o segundo é ‘Compromisso pela Unidade’; o terceiro é uma ‘Hora Santa’ e ainda temos um texto para ‘celebração penitencial’. Estes instrumentos têm a característica de um uso muito livre pelas paróquias, comunidades, movimentos eclesiais, conforme cada um achar melhor. No caso da oração e do compromisso, o uso pode ser feito individualmente e cada um pode rezar onde estiver. Peço que as Paróquias as rezem em todas as missas. A Hora Santa e a celebração penitencial devem ser feitas em comunidade, buscando rezar e viver a unidade com o perdão mútuo, sempre tão necessário.

O texto da celebração penitencial foi inspirado na exortação apostólica Evangelium Gaudium feita pelo Papa Francisco. O Santo Padre afirma que “o mesmo Espírito Santo que suscita a diversidade, suscita a unidade”. E, por isso, todos são chamados e convidados a participar da celebração da unidade.

Com alegria, convido toda a grande comunidade da Arquidiocese de São Sebastião a estar presente na celebração da Festa da Unidade. Assim, desde já, acolhemos todos na festa da comunhão e que nos faz ser “casa e escola da comunhão para que todos sejam um”!

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A caminho da Segunda Festa da Unidade

06/11/2014 00:50 - Atualizado em 06/11/2014 00:50

No final deste mês iremos celebrar o final do Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei, dia que comemoramos também o Dia do Cristão Leigo e iniciamos a Campanha pela Evangelização. Em nossa arquidiocese celebramos a Festa da Unidade. Uma ocasião de agradecimento e de compromisso, momento de penitência e de oração, oportunidade de sonhar juntos com o futuro e, com os pés no chão, agradecer pelos passos dados neste Ano Litúrgico que finda. Somos a Igreja de Jesus Cristo que atravessa séculos e situações e continua anunciando,hoje, a Boa Nova da salvação a todos os povos.

Igreja é sujeito e objeto da fé: sujeito enquanto “Povo de Deus”, objeto enquanto “mistério” e “sacramento de salvação”. A sua meta é o Reino de Deus, Reino de justiça e solidariedade, de misericórdia e paz. O anúncio e o advento do Reino colocam a Igreja permanentemente em estado de penitência e missão. A missão da Igreja, que emerge de sua origem e estrutura trinitária, é anunciar a plenitude da vida de todos e a integridade da vida de cada um. Essa luta pela vida que Deus nos deu inclui os espaços particulares e regionais, e, ao mesmo tempo, ultrapassa todas as fronteiras geográficas, étnicas e culturais.

A missão em defesa da vida envolve a imagem de Deus. É a luta por algo absoluto. A missão é universal e urgente como a vida. Esta missão, porém, não envolve somente uma imagem abstrata de Deus, mas um Deus Emanuel que se encarnou no mundo em Jesus de Nazaré. Por isso, a missão é histórica. A inculturação bem-sucedida de ontem, hoje pode representar um peso morto. Quais seriam as estruturas caducas de hoje? A missão estabelece relações novas. A missão é relacional e multidimensional como as pessoas e os grupos sociais. Segundo seus interlocutores, ela muda seu discurso, sua metodologia, suas prioridades. A prática missionária, além de ser universal e contextual, é também sempre específica. A verdade única e eterna deve ser anunciada no “hoje” de nosso tempo.

Uma das propriedades da Igreja é ser una. O que nós lemos na Bíblia a respeito da unidade da Igreja é que Jesus revelou o mistério dessa unidade em algumas parábolas como, por exemplo, a da videira (João 15,1-17); do Reino (Mateus 12, 25-28); do Bom Pastor (João 10,1-18). Todas elas demonstram que Jesus quer que sua Igreja seja una, assim como Ele e o Pai são um. Jesus também orou pela unidade da Igreja na véspera da sua Paixão, como podemos ler no capítulo 17 do Evangelho de São João. A Igreja de Cristo nasce unida, pois tudo o que os primeiros cristãos faziam era em comum, como lemos em Atos dos Apóstolos 2,42: “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações".

Vários são os elementos de unidade da Igreja: uma única fonte (a Trindade); um único modelo (a vida íntima de Deus); um único fundador (Jesus Cristo); e uma só alma (Espírito de Deus). A expressão desta unidade espiritual é visível na própria realidade eclesial, quando todo o corpo apresenta a mesma profissão de fé e de disciplina moral; a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos; e a sucessão apostólica, por meio do Sacramento da Ordem. Aliás, esta última se torna a base das outras, pois ao Colégio Apostólico (e os bispos são os sucessores dos apóstolos), do qual o Papa é o chefe, Jesus confiou todos os bens da Nova Aliança para serem dispensados entre os homens.

A unidade da Igreja, CIC nº 814, se apresenta com uma grande diversidade.Ela se dá, primeiro, pela riqueza de dons, carismas e ministérios que o Espírito Santo dota a Igreja a fim de que ela cumpra sua missão. Uma segunda é o número de culturas que assimilam o Evangelho. Cada povo, com suas próprias peculiaridades, vai acolhendo e iluminando seu jeito de ser pelas palavras de Jesus. A única Igreja se espalha pelo mundo todo e, nas diferentes culturas, testemunha a fé em Jesus, nosso Senhor.

Quanto à unidade da Igreja, esta também se mostra em caráter diocesano, tanto que em várias dioceses se faz a festa da unidade. Em nosso caso, como Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, iremos celebrar a Unidade Arquidiocesana e encerrar o Ano da Caridade (com ênfase na caridade social): toda a Igreja do Rio de Janeiro é convidada a participar da Festa da Unidade. Já em sua segunda edição, o evento será realizado na véspera da Solenidade de Cristo Rei, dia 22 de novembro, sábado, em nossa Catedral de São Sebastião, no Centro.

A programação terá início a partir das 13h e será concluída com a missa às 18h, presidida por mim e concelebrada pelos Bispos Auxiliares e todos os Padres. Haverá testemunhos, reflexões, momento mariano, louvor, pregação, atrações musicais e adoração ao Santíssimo Sacramento.  Se já tínhamos essa necessidade antes, neste ano mais ainda. Temos necessidade de buscar a unidade e fraternidade para “Que Todos Sejam Um”. A Festa da Unidade é realizada na véspera da Solenidade de Cristo Rei por tratar-se do encerramento do Ano Litúrgico, que achamos ser uma boa ocasião para esse evento.

Para a preparação desse bonito encontro, temos como elementos quatro instrumentos de oração e revisão de vida. O primeiro é a ‘Oração da Unidade’; o segundo é ‘Compromisso pela Unidade’; o terceiro é uma ‘Hora Santa’ e ainda temos um texto para ‘celebração penitencial’. Estes instrumentos têm a característica de um uso muito livre pelas paróquias, comunidades, movimentos eclesiais, conforme cada um achar melhor. No caso da oração e do compromisso, o uso pode ser feito individualmente e cada um pode rezar onde estiver. Peço que as Paróquias as rezem em todas as missas. A Hora Santa e a celebração penitencial devem ser feitas em comunidade, buscando rezar e viver a unidade com o perdão mútuo, sempre tão necessário.

O texto da celebração penitencial foi inspirado na exortação apostólica Evangelium Gaudium feita pelo Papa Francisco. O Santo Padre afirma que “o mesmo Espírito Santo que suscita a diversidade, suscita a unidade”. E, por isso, todos são chamados e convidados a participar da celebração da unidade.

Com alegria, convido toda a grande comunidade da Arquidiocese de São Sebastião a estar presente na celebração da Festa da Unidade. Assim, desde já, acolhemos todos na festa da comunhão e que nos faz ser “casa e escola da comunhão para que todos sejam um”!

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro