Arquidiocese do Rio de Janeiro

34º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.”

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17 de Maio de 2024

“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.”

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18/09/2014 09:14 - Atualizado em 18/09/2014 09:14

“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.” 0

18/09/2014 09:14 - Atualizado em 18/09/2014 09:14

A Palavra de Cristo proclamada hoje para nós, alimento da nossa esperança, é rica e farta. Poderíamos começar juntos a apreciar a bondade de Deus expressa na sua Palavra com este último versículo da segunda leitura que acabamos de ouvir. Paulo afirma: “Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo”. Somos chamados por Deus a viver “à altura do Evangelho”.

O termo que Paulo utiliza significa viver como um “verdadeiro cidadão”. Cristo nos anuncia o seu Reino, que tem como Lei o Evangelho e como cidadãos os cristãos (cf. BJ, p. 2206, nota “m”). Os cristãos devem viver de acordo com a Lei do Reino, de acordo com o Evangelho que Cristo veio nos anunciar. Somos chamados a abrir o nosso coração à Palavra e deixar que uma verdadeira “conversão” aconteça. O termo grego para conversão – metanóia – significa uma mudança de mentalidade, de pensamento. Devemos deixar que aconteça em nós uma conversão, ou seja, que a nossa mentalidade mundanizada seja substituída pela mentalidade cristificada do Evangelho. Isso significa viver de acordo com o Evangelho, viver à altura do Evangelho.

A partir do momento em que nós deixamos que a Palavra de Cristo habite em nós (cf. Cl 3,16) em toda a sua plenitude, uma mudança começa a acontecer em nossa vida. A Palavra que habita em nós desencadeia um processo de conversão, de vida nova, de “cristificação”, a fim de que aconteça em nós o que o mesmo apóstolo Paulo exortava aos Efésios em 4,13: “...até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo.” Vivendo “à altura do Evangelho” chegaremos “à estatura da maturidade de Cristo”.

No Evangelho Jesus faz uma espécie de resumo da história da salvação. Nesta parábola o pai de família é o próprio Deus, nosso Pai, que chamou em primeiro lugar a Israel e com ele fez Aliança. Os empregados da primeira hora representam Israel, chamados em primeiro lugar por Deus, mas não porque Deus quisesse dar a salvação exclusivamente a eles e, sim, porque era da vontade de Deus que eles servissem de modelo para os outros povos, que deveriam também no tempo oportuno conhecer a “salvação de Deus”. Os pagãos, aqueles com quem Jesus frequentemente travava contato, são os empregados da última hora, aqueles que estavam à toa na praça “porque ninguém os havia contratado”. Cristo os chamou para a vinha do seu Pai, o Reino dos Céus. O Pai, na sua infinita bondade, misericórdia e generosidade, que supera a nossa – porque os pensamentos d’Ele não são os nossos e os caminhos d’Ele não são os nossos – quis dar aos pagãos o mesmo pagamento que havia combinado com Israel. O povo de Israel não aceitou isso e não ficou feliz que a salvação fosse dada gratuitamente na mesma medida aos pagãos. Israel de fato trabalhou mais, porque vivia já na fidelidade a Deus. Mas, ao chamar os pagãos na última hora, Deus quis revelar a sua gratuidade e mostrar a todos – pagãos e israelitas – que a salvação não pode ser comprada pelo nosso trabalho, mas que ela é puro dom gratuito de Deus. Não nos esqueçamos que a imagem do denário aqui é apenas simbólica. Na verdade, qual foi o “pagamento” dado por Deus a Israel e aos pagãos? Esse “pagamento” foi a salvação, oferecida gratuitamente a ambos. A fidelidade de Israel e a sua antecipada escolha não podiam conquistar-lhe a salvação. Essa é sempre dom gratuito de Deus que se derrama sobre os homens. Poderíamos considerar ainda uma outra coisa. O fato de Israel ter sido antecipadamente chamado não deveria constituir um peso, ou um trabalho pelo qual se devesse exigir um pagamento. Israel deveria se considerar privilegiado pelo simples fato de ter conhecido antecipadamente a salvação. Deveríamos considerar ainda uma outra coisa. Israel deveria se alegrar com a salvação dos gentios, porque Deus quer que todos os homens se salvem, e nós, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, devemos ter em nós sentimentos semelhante aos d’Ele, e nos “alegrar com a sua alegria”. Israel ainda não havia entendido plenamente aquilo o que tão bem nos expressa o Salmo 144 que rezamos hoje “Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão.”

Esta Palavra também ilumina a vida de nossas comunidades. Muitas vezes corremos o risco de, na Igreja, repetirmos o gesto dos fariseus. Muitos de nós caminhamos com Deus desde o nosso berço; outros foram atingidos pelo Evangelho em idade mais avançada; outros talvez no final da vida. Não importa. Para todos Deus reservou um único e precioso prêmio: a vida eterna. Não nos esqueçamos do refrão do salmo: “O Senhor está perto da pessoa que o invoca!” e ainda da profecia de Joel: “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (cf. Jl 3,5). O Senhor não faz acepção de pessoas e seja qual for a época da nossa vida na qual o tenhamos conhecido a todos está reservada a mesma e única recompensa, o mesmo único e gratuito prêmio: a salvação, o Reino Eterno preparado para nós desde a fundação do mundo. Aqueles que foram chamados antes devem apenas se alegrar por terem tido a oportunidade de servir por mais tempo a tão grande Senhor.

Embora o salmo responsorial que hoje rezamos esteja intimamente ligado, em seu contexto, com a primeira leitura e o evangelho, mostrando que Deus não faz acepção de pessoas e que está sempre perto da pessoa que o invoca, usemo-lo também em todos os momentos da nossa vida meus irmãos e lembremo-nos: “O Senhor está perto da pessoa que o invoca!” Ele sempre está pronto e disposto a ouvir o nosso grito, o nosso clamor, a nossa súplica, porque Ele é pura misericórdia. Ele não se esquece jamais de nós, por isso, quando dúvidas se abaterem sobre nós e quando pensarmos que Deus não nos está ouvindo lembremo-nos que: os caminhos de Deus “não são os nossos” e que os pensamentos de Deus “não são os nossos”. Invoquemos o Senhor e tenhamos confiança: com certeza os pensamentos d’Ele para nós e os caminhos que Ele reserva para nós são melhores e mais altos do que aqueles que nós mesmos projetamos. Invoquemos o Senhor, porque Ele está perto de todo aquele que o invoca!

25º Domingo do Tempo Comum

21.09.2014

Is 55,6-9

Sl 144(145)

Fl 1,20c-24.27a

Mt 20,1-16a

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“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.”

18/09/2014 09:14 - Atualizado em 18/09/2014 09:14

A Palavra de Cristo proclamada hoje para nós, alimento da nossa esperança, é rica e farta. Poderíamos começar juntos a apreciar a bondade de Deus expressa na sua Palavra com este último versículo da segunda leitura que acabamos de ouvir. Paulo afirma: “Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo”. Somos chamados por Deus a viver “à altura do Evangelho”.

O termo que Paulo utiliza significa viver como um “verdadeiro cidadão”. Cristo nos anuncia o seu Reino, que tem como Lei o Evangelho e como cidadãos os cristãos (cf. BJ, p. 2206, nota “m”). Os cristãos devem viver de acordo com a Lei do Reino, de acordo com o Evangelho que Cristo veio nos anunciar. Somos chamados a abrir o nosso coração à Palavra e deixar que uma verdadeira “conversão” aconteça. O termo grego para conversão – metanóia – significa uma mudança de mentalidade, de pensamento. Devemos deixar que aconteça em nós uma conversão, ou seja, que a nossa mentalidade mundanizada seja substituída pela mentalidade cristificada do Evangelho. Isso significa viver de acordo com o Evangelho, viver à altura do Evangelho.

A partir do momento em que nós deixamos que a Palavra de Cristo habite em nós (cf. Cl 3,16) em toda a sua plenitude, uma mudança começa a acontecer em nossa vida. A Palavra que habita em nós desencadeia um processo de conversão, de vida nova, de “cristificação”, a fim de que aconteça em nós o que o mesmo apóstolo Paulo exortava aos Efésios em 4,13: “...até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo.” Vivendo “à altura do Evangelho” chegaremos “à estatura da maturidade de Cristo”.

No Evangelho Jesus faz uma espécie de resumo da história da salvação. Nesta parábola o pai de família é o próprio Deus, nosso Pai, que chamou em primeiro lugar a Israel e com ele fez Aliança. Os empregados da primeira hora representam Israel, chamados em primeiro lugar por Deus, mas não porque Deus quisesse dar a salvação exclusivamente a eles e, sim, porque era da vontade de Deus que eles servissem de modelo para os outros povos, que deveriam também no tempo oportuno conhecer a “salvação de Deus”. Os pagãos, aqueles com quem Jesus frequentemente travava contato, são os empregados da última hora, aqueles que estavam à toa na praça “porque ninguém os havia contratado”. Cristo os chamou para a vinha do seu Pai, o Reino dos Céus. O Pai, na sua infinita bondade, misericórdia e generosidade, que supera a nossa – porque os pensamentos d’Ele não são os nossos e os caminhos d’Ele não são os nossos – quis dar aos pagãos o mesmo pagamento que havia combinado com Israel. O povo de Israel não aceitou isso e não ficou feliz que a salvação fosse dada gratuitamente na mesma medida aos pagãos. Israel de fato trabalhou mais, porque vivia já na fidelidade a Deus. Mas, ao chamar os pagãos na última hora, Deus quis revelar a sua gratuidade e mostrar a todos – pagãos e israelitas – que a salvação não pode ser comprada pelo nosso trabalho, mas que ela é puro dom gratuito de Deus. Não nos esqueçamos que a imagem do denário aqui é apenas simbólica. Na verdade, qual foi o “pagamento” dado por Deus a Israel e aos pagãos? Esse “pagamento” foi a salvação, oferecida gratuitamente a ambos. A fidelidade de Israel e a sua antecipada escolha não podiam conquistar-lhe a salvação. Essa é sempre dom gratuito de Deus que se derrama sobre os homens. Poderíamos considerar ainda uma outra coisa. O fato de Israel ter sido antecipadamente chamado não deveria constituir um peso, ou um trabalho pelo qual se devesse exigir um pagamento. Israel deveria se considerar privilegiado pelo simples fato de ter conhecido antecipadamente a salvação. Deveríamos considerar ainda uma outra coisa. Israel deveria se alegrar com a salvação dos gentios, porque Deus quer que todos os homens se salvem, e nós, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, devemos ter em nós sentimentos semelhante aos d’Ele, e nos “alegrar com a sua alegria”. Israel ainda não havia entendido plenamente aquilo o que tão bem nos expressa o Salmo 144 que rezamos hoje “Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão.”

Esta Palavra também ilumina a vida de nossas comunidades. Muitas vezes corremos o risco de, na Igreja, repetirmos o gesto dos fariseus. Muitos de nós caminhamos com Deus desde o nosso berço; outros foram atingidos pelo Evangelho em idade mais avançada; outros talvez no final da vida. Não importa. Para todos Deus reservou um único e precioso prêmio: a vida eterna. Não nos esqueçamos do refrão do salmo: “O Senhor está perto da pessoa que o invoca!” e ainda da profecia de Joel: “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (cf. Jl 3,5). O Senhor não faz acepção de pessoas e seja qual for a época da nossa vida na qual o tenhamos conhecido a todos está reservada a mesma e única recompensa, o mesmo único e gratuito prêmio: a salvação, o Reino Eterno preparado para nós desde a fundação do mundo. Aqueles que foram chamados antes devem apenas se alegrar por terem tido a oportunidade de servir por mais tempo a tão grande Senhor.

Embora o salmo responsorial que hoje rezamos esteja intimamente ligado, em seu contexto, com a primeira leitura e o evangelho, mostrando que Deus não faz acepção de pessoas e que está sempre perto da pessoa que o invoca, usemo-lo também em todos os momentos da nossa vida meus irmãos e lembremo-nos: “O Senhor está perto da pessoa que o invoca!” Ele sempre está pronto e disposto a ouvir o nosso grito, o nosso clamor, a nossa súplica, porque Ele é pura misericórdia. Ele não se esquece jamais de nós, por isso, quando dúvidas se abaterem sobre nós e quando pensarmos que Deus não nos está ouvindo lembremo-nos que: os caminhos de Deus “não são os nossos” e que os pensamentos de Deus “não são os nossos”. Invoquemos o Senhor e tenhamos confiança: com certeza os pensamentos d’Ele para nós e os caminhos que Ele reserva para nós são melhores e mais altos do que aqueles que nós mesmos projetamos. Invoquemos o Senhor, porque Ele está perto de todo aquele que o invoca!

25º Domingo do Tempo Comum

21.09.2014

Is 55,6-9

Sl 144(145)

Fl 1,20c-24.27a

Mt 20,1-16a

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida