Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

A busca do Reino

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A busca do Reino

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27/02/2014 21:45 - Atualizado em 27/02/2014 21:50

A busca do Reino 0

27/02/2014 21:45 - Atualizado em 27/02/2014 21:50

A busca do Reino / Arqrio

O domingo é para nós o principal dia de festa, porque nele recordamos o Mistério da Páscoa do Senhor, fonte de salvação e de vida nova para todos os homens. Ao celebrarmos a Eucaristia fazemos memória do mistério da nossa salvação e, por isso, temos a juventude da nossa alma renovada pelo poder do Espírito que aqui nos reúne e que torna presente no meio de nós, o Cristo, nosso Salvador, Filho Unigênito do Pai de Misericórdia, que ama e cuida do seu povo.

A Palavra de Deus em torno da qual nos congregamos nessa assembleia de culto nos revela o cuidado de Deus para conosco. Deus é Aquele que nos ama sempre e que jamais se esquece do seu povo (1ª leitura); Ele é o Pai amoroso que cuida de todas as necessidades dos seus filhos, assim como faz com as aves do céu e com os lírios do campo (Evangelho).

Vejamos que o evangelho que hoje ouvimos começa com uma advertência: “Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou adiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” Não podemos dividir o espaço do nosso coração com dois senhores. Precisamos fazer uma escolha radical: ou servimos a Deus ou servimos ao dinheiro. Diante de tal radicalidade, que foi vivida por muitos cristãos de maneira intensa no decorrer dos séculos, nos sentimos abalados e nos questionamos sobre a possibilidade de a vivermos realmente. Vejamos meus irmãos que não se trata aqui exclusivamente de abandonar completamente o uso do dinheiro ou dos bens deste mundo, até mesmo porque sabemos que não podemos viver completamente sem posses. Precisamos possuir ao menos o alimento que comemos e a roupa que vestimos. Jesus não está condenando a posse dos bens. Em outras passagens do Evangelho Jesus vai alertar sobre o perigo das riquezas. Mas aqui o assunto é outro. Trata-se de escolher a quem nós queremos servir. O problema aqui é a nossa atitude espiritual diante dos bens; a avareza não está nos bens, mas está na nossa atitude diante dos bens. Nós “servimos” somente a Deus; com relação aos bens nós podemos “nos servir” deles, mas sem deixar que eles nos dominem.

Aqui Jesus quer nos libertar de uma doença espiritual chamada “avareza”. Os Santos monges condensaram na sua sabedoria todos os males humanos em “oito pensamentos malvados”. Esses oito pensamentos seriam como que as raízes de todos os outros pecados que nós percebemos em nós mesmos. É a raiz mais primitiva daquilo o que posteriormente vai se chamar de “sete pecados capitais”. A doença espiritual da avareza faz com que o homem coloque a sua confiança não em Deus e na sua providência, mas nos bens deste mundo. Um santo monge chamado Evágrio Pôntico nos diz o seguinte: “A avareza sugere (ao monge) uma longa velhice, a incapacidade das mãos para o trabalho, a fome que pode padecer, as enfermidades que sobrevirão e as penalidades da pobreza, assim como o vergonhoso ter que receber dos outros o necessário para ele mesmo” 1. A caridade de Cristo com a qual nós comungamos não pode coexistir com a avareza: “Assim como é inadmissível que a vida e a morte aconteçam ao mesmo tempo no mesmo homem, do mesmo modo é impossível que a caridade coexista com a riqueza” 2.

Nós talvez nos perguntemos o porquê da avareza. Nos perguntamos porque nos deixamos dominar pela preocupação com a nossa vida a ponto de, ao invés de nos utilizar dos bens deste mundo, acabamos por deixar que eles nos dominem. São Máximo Confessor nos diz que são três as causas da avareza: São três as causas do amor às riquezas: o amor ao prazer, a vanglória e a falta de fé. Mais grave, porém, que as outras duas, é a falta de fé3. Falando sobre a falta de fé São Máximo diz: O amante do prazer ama o dinheiro para deleitar-se mediante ele; (...) o que não tem fé para escondê-lo e custodiá-lo tendo medo da fome, da velhice, da doença ou do exílio e espera mais nele (no dinheiro) do que em Deus, autor e providência da criação toda, até dos últimos e menores seres vivos” 4. Vemos o quanto é grave essa doença espiritual da avareza. Nós acabamos por esperar mais do dinheiro do que do próprio Deus que nos amou e nos ama e que nos conserva na existência. Aqui meus irmãos é preciso ser adultos para entendermos o que o Senhor nos quer falar. Não se trata de viver uma vida despreocupada no sentido laxo do termo. Não se trata de ficar sentado esperando que tudo caia do céu. Aqui a insinuação diabólica é bem sutil. Deus não quer que fiquemos esperando tudo cair do céu. Devemos estudar, trabalhar, economizar se queremos ter as coisas. Todavia, precisamos, como se costuma dizer, trabalhar como se tudo dependesse de nós, e confiar como se tudo dependesse de Deus, porque de fato depende. De nada adianta o nosso trabalho se Deus não fizer cair o sol e a chuva sobre a terra. Trata-se de trabalhar sim, mas sem perder de vista que Deus é o doador de todos os bens. Importante é saber se utilizar dos bens sem se deixar escravizar por eles e sem colocar a nossa confiança mais nos bens do que em Deus mesmo.

O grande remédio para nos curar desta terrível doença nos é apresentado pelo próprio evangelho que acabamos de ouvir e pela primeira leitura. Cristo nos revela no Evangelho com a imagem das aves do céu e dos lírios do campo que o Pai de amor cuida de nós. Deus não nos criou e nos abandonou a própria sorte. Deus cuida de nós e vela sobre nós. Na primeira leitura o profeta Isaías nos revela que Deus é como uma mãe que não pode esquecer o filho que está no seu ventre. Deus é ainda maior e melhor que essa mãe, porque ainda que a mãe esquecesse do seu filho, Deus jamais se esqueceria de nós. Nós estamos para sempre gravados na memória de Deus. Se Deus cuida de nós porque nos inquietar pelo dia de amanhã? Devemos buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Todas as outras coisas nos serão dadas por acréscimo. A cada dia basta o seu cuidado. Jesus quer nos alertar aqui sobre o perigo de vivermos sempre fora do momento presente. Muitas vezes perdemos a vida por causa disso. Vivemos sempre em função de um amanhã que não sabemos se chegará. Aqui estamos diante de uma outra tentação sutil. Não estamos proibidos de fazer planos ou de sonhar. Mas devemos cuidar para que o amanhã, que ainda virá e que ainda é projeto, não se torne mais real e concreto para nós do que o hoje que estamos vivendo, do que esse agora específico, que é o que há de verdadeiro, concreto e real nas nossas vidas.

Um tema não muito conectado ao da primeira leitura e do Evangelho é o da segunda leitura que ouvimos. Todos nós somos administradores dos mistérios de Deus. Não somente os sacerdotes. Cada um é administrador do mistério que é a sua própria vida. Paulo aqui está falando especificamente do ministério daqueles que devem dirigir as igrejas e pastorear o povo. Ele alerta os Coríntios que só Deus poderá no fim dos tempos fazer o julgamento e que não devemos nos antecipar nessa tarefa. Todavia, penso que podemos ler este trecho também em outro sentido. Cada crente é administrador do mistério de Deus porque recebeu em si pelos sacramentos este mistério. Na liturgia bizantina, o fiel que se aproxima para comungar diz: “Da vossa ceia mística fazei-me participar hoje, ó Filho de Deus. Pois não revelarei o Mistério aos vossos inimigos(...)” Não entregarei teu “mistério aos inimigos”, diz o fiel. Cada um de nós é administrador do mistério da própria existência. Nós não nos pertencemos. Nós somos de Deus. Enquanto estamos aqui nos é dado um tempo para administrarmos a nossa existência. Devemos ser fiéis na nossa administração, para que possamos no final dos tempos dar conta a Cristo da nossa administração. Paulo diz ainda uma frase interessante: “Pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano.” Aqui está uma outra forma de servir a dois senhores. Queremos, às vezes, agradar a todos. Devemos agradar a Deus e servir à verdade. Não devemos faltar com a caridade, mas não podemos ceder à tentação de querer ficar bem com todo mundo, porque podemos estar querendo agradar a Deus e as pessoas e aí estaremos de novo servindo a dois senhores.

Por fim, o salmo de hoje retoma de maneira extraordinária esse desejo de Cristo de que confiemos plenamente no Pai que cuida de nós. O salmo repete insistentemente: “Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a esperança! A minha glória e salvação estão em Deus; o meu refúgio e rocha firme é o Senhor!” Só em Deus temos repouso. Nos cansamos nos nossos trabalhos; mas podemos repousar n’Ele. Nos fadigamos nas nossas expectativas; mas podemos esperar n’Ele. N’Ele está nosso repouso, nossa esperança e nossa salvação. Não coloquemos a nossa esperança, a nossa salvação e a nossa glória nos bens deste mundo. Eles passam, mas o Senhor permanece. Ele é nossa Salvação; n’Ele está nossa esperança e Ele é a nossa glória. Amém!

Liturgia Dominical
1ª Leitura - Is 49,14-15Salmo - 612ª Leitura - 1Cor 4,1-5Evangelho - Mt 6,24-34

Liturgia Semanal

SEGUNDA-FEIRA
Dia 3 de março
2ª Leitura - 1Pd 1,3-9
Salmo - Sl 110
Evangelho - Mc 10,17-27

TERÇA-FEIRA
Dia 4 de março
1ª Leitura - 1Pd 1,10-16
Salmo – Sl 97
Evangelho - Mc 10,28-31

QUARTA-FEIRA
Dia 5 de março
1ª leitura - Jl 2,12-18
Salmo - Sl 50 (51)
Evangelho - Mt 6,1-6.16-18

QUINTA-FEIRA
Dia 6 de março
1ª Leitura - Dt 30,15-20
Salmo – Sl 1
Evangelho - Lc 9,22-25

SEXTA-FEIRA
Dia 7 de março
1ª Leitura - Is 58,1-9a
Salmo - Sl 50
Evangelho - Mt 9,14-15

SÁBADO
Dia 8 de março
1ª Leitura - Is 58,9b-14
Salmo - Sl 85
Evangelho - Lc 5,27-32

 

 

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A busca do Reino / Arqrio

A busca do Reino

27/02/2014 21:45 - Atualizado em 27/02/2014 21:50

O domingo é para nós o principal dia de festa, porque nele recordamos o Mistério da Páscoa do Senhor, fonte de salvação e de vida nova para todos os homens. Ao celebrarmos a Eucaristia fazemos memória do mistério da nossa salvação e, por isso, temos a juventude da nossa alma renovada pelo poder do Espírito que aqui nos reúne e que torna presente no meio de nós, o Cristo, nosso Salvador, Filho Unigênito do Pai de Misericórdia, que ama e cuida do seu povo.

A Palavra de Deus em torno da qual nos congregamos nessa assembleia de culto nos revela o cuidado de Deus para conosco. Deus é Aquele que nos ama sempre e que jamais se esquece do seu povo (1ª leitura); Ele é o Pai amoroso que cuida de todas as necessidades dos seus filhos, assim como faz com as aves do céu e com os lírios do campo (Evangelho).

Vejamos que o evangelho que hoje ouvimos começa com uma advertência: “Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou adiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” Não podemos dividir o espaço do nosso coração com dois senhores. Precisamos fazer uma escolha radical: ou servimos a Deus ou servimos ao dinheiro. Diante de tal radicalidade, que foi vivida por muitos cristãos de maneira intensa no decorrer dos séculos, nos sentimos abalados e nos questionamos sobre a possibilidade de a vivermos realmente. Vejamos meus irmãos que não se trata aqui exclusivamente de abandonar completamente o uso do dinheiro ou dos bens deste mundo, até mesmo porque sabemos que não podemos viver completamente sem posses. Precisamos possuir ao menos o alimento que comemos e a roupa que vestimos. Jesus não está condenando a posse dos bens. Em outras passagens do Evangelho Jesus vai alertar sobre o perigo das riquezas. Mas aqui o assunto é outro. Trata-se de escolher a quem nós queremos servir. O problema aqui é a nossa atitude espiritual diante dos bens; a avareza não está nos bens, mas está na nossa atitude diante dos bens. Nós “servimos” somente a Deus; com relação aos bens nós podemos “nos servir” deles, mas sem deixar que eles nos dominem.

Aqui Jesus quer nos libertar de uma doença espiritual chamada “avareza”. Os Santos monges condensaram na sua sabedoria todos os males humanos em “oito pensamentos malvados”. Esses oito pensamentos seriam como que as raízes de todos os outros pecados que nós percebemos em nós mesmos. É a raiz mais primitiva daquilo o que posteriormente vai se chamar de “sete pecados capitais”. A doença espiritual da avareza faz com que o homem coloque a sua confiança não em Deus e na sua providência, mas nos bens deste mundo. Um santo monge chamado Evágrio Pôntico nos diz o seguinte: “A avareza sugere (ao monge) uma longa velhice, a incapacidade das mãos para o trabalho, a fome que pode padecer, as enfermidades que sobrevirão e as penalidades da pobreza, assim como o vergonhoso ter que receber dos outros o necessário para ele mesmo” 1. A caridade de Cristo com a qual nós comungamos não pode coexistir com a avareza: “Assim como é inadmissível que a vida e a morte aconteçam ao mesmo tempo no mesmo homem, do mesmo modo é impossível que a caridade coexista com a riqueza” 2.

Nós talvez nos perguntemos o porquê da avareza. Nos perguntamos porque nos deixamos dominar pela preocupação com a nossa vida a ponto de, ao invés de nos utilizar dos bens deste mundo, acabamos por deixar que eles nos dominem. São Máximo Confessor nos diz que são três as causas da avareza: São três as causas do amor às riquezas: o amor ao prazer, a vanglória e a falta de fé. Mais grave, porém, que as outras duas, é a falta de fé3. Falando sobre a falta de fé São Máximo diz: O amante do prazer ama o dinheiro para deleitar-se mediante ele; (...) o que não tem fé para escondê-lo e custodiá-lo tendo medo da fome, da velhice, da doença ou do exílio e espera mais nele (no dinheiro) do que em Deus, autor e providência da criação toda, até dos últimos e menores seres vivos” 4. Vemos o quanto é grave essa doença espiritual da avareza. Nós acabamos por esperar mais do dinheiro do que do próprio Deus que nos amou e nos ama e que nos conserva na existência. Aqui meus irmãos é preciso ser adultos para entendermos o que o Senhor nos quer falar. Não se trata de viver uma vida despreocupada no sentido laxo do termo. Não se trata de ficar sentado esperando que tudo caia do céu. Aqui a insinuação diabólica é bem sutil. Deus não quer que fiquemos esperando tudo cair do céu. Devemos estudar, trabalhar, economizar se queremos ter as coisas. Todavia, precisamos, como se costuma dizer, trabalhar como se tudo dependesse de nós, e confiar como se tudo dependesse de Deus, porque de fato depende. De nada adianta o nosso trabalho se Deus não fizer cair o sol e a chuva sobre a terra. Trata-se de trabalhar sim, mas sem perder de vista que Deus é o doador de todos os bens. Importante é saber se utilizar dos bens sem se deixar escravizar por eles e sem colocar a nossa confiança mais nos bens do que em Deus mesmo.

O grande remédio para nos curar desta terrível doença nos é apresentado pelo próprio evangelho que acabamos de ouvir e pela primeira leitura. Cristo nos revela no Evangelho com a imagem das aves do céu e dos lírios do campo que o Pai de amor cuida de nós. Deus não nos criou e nos abandonou a própria sorte. Deus cuida de nós e vela sobre nós. Na primeira leitura o profeta Isaías nos revela que Deus é como uma mãe que não pode esquecer o filho que está no seu ventre. Deus é ainda maior e melhor que essa mãe, porque ainda que a mãe esquecesse do seu filho, Deus jamais se esqueceria de nós. Nós estamos para sempre gravados na memória de Deus. Se Deus cuida de nós porque nos inquietar pelo dia de amanhã? Devemos buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Todas as outras coisas nos serão dadas por acréscimo. A cada dia basta o seu cuidado. Jesus quer nos alertar aqui sobre o perigo de vivermos sempre fora do momento presente. Muitas vezes perdemos a vida por causa disso. Vivemos sempre em função de um amanhã que não sabemos se chegará. Aqui estamos diante de uma outra tentação sutil. Não estamos proibidos de fazer planos ou de sonhar. Mas devemos cuidar para que o amanhã, que ainda virá e que ainda é projeto, não se torne mais real e concreto para nós do que o hoje que estamos vivendo, do que esse agora específico, que é o que há de verdadeiro, concreto e real nas nossas vidas.

Um tema não muito conectado ao da primeira leitura e do Evangelho é o da segunda leitura que ouvimos. Todos nós somos administradores dos mistérios de Deus. Não somente os sacerdotes. Cada um é administrador do mistério que é a sua própria vida. Paulo aqui está falando especificamente do ministério daqueles que devem dirigir as igrejas e pastorear o povo. Ele alerta os Coríntios que só Deus poderá no fim dos tempos fazer o julgamento e que não devemos nos antecipar nessa tarefa. Todavia, penso que podemos ler este trecho também em outro sentido. Cada crente é administrador do mistério de Deus porque recebeu em si pelos sacramentos este mistério. Na liturgia bizantina, o fiel que se aproxima para comungar diz: “Da vossa ceia mística fazei-me participar hoje, ó Filho de Deus. Pois não revelarei o Mistério aos vossos inimigos(...)” Não entregarei teu “mistério aos inimigos”, diz o fiel. Cada um de nós é administrador do mistério da própria existência. Nós não nos pertencemos. Nós somos de Deus. Enquanto estamos aqui nos é dado um tempo para administrarmos a nossa existência. Devemos ser fiéis na nossa administração, para que possamos no final dos tempos dar conta a Cristo da nossa administração. Paulo diz ainda uma frase interessante: “Pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano.” Aqui está uma outra forma de servir a dois senhores. Queremos, às vezes, agradar a todos. Devemos agradar a Deus e servir à verdade. Não devemos faltar com a caridade, mas não podemos ceder à tentação de querer ficar bem com todo mundo, porque podemos estar querendo agradar a Deus e as pessoas e aí estaremos de novo servindo a dois senhores.

Por fim, o salmo de hoje retoma de maneira extraordinária esse desejo de Cristo de que confiemos plenamente no Pai que cuida de nós. O salmo repete insistentemente: “Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a esperança! A minha glória e salvação estão em Deus; o meu refúgio e rocha firme é o Senhor!” Só em Deus temos repouso. Nos cansamos nos nossos trabalhos; mas podemos repousar n’Ele. Nos fadigamos nas nossas expectativas; mas podemos esperar n’Ele. N’Ele está nosso repouso, nossa esperança e nossa salvação. Não coloquemos a nossa esperança, a nossa salvação e a nossa glória nos bens deste mundo. Eles passam, mas o Senhor permanece. Ele é nossa Salvação; n’Ele está nossa esperança e Ele é a nossa glória. Amém!

Liturgia Dominical
1ª Leitura - Is 49,14-15Salmo - 612ª Leitura - 1Cor 4,1-5Evangelho - Mt 6,24-34

Liturgia Semanal

SEGUNDA-FEIRA
Dia 3 de março
2ª Leitura - 1Pd 1,3-9
Salmo - Sl 110
Evangelho - Mc 10,17-27

TERÇA-FEIRA
Dia 4 de março
1ª Leitura - 1Pd 1,10-16
Salmo – Sl 97
Evangelho - Mc 10,28-31

QUARTA-FEIRA
Dia 5 de março
1ª leitura - Jl 2,12-18
Salmo - Sl 50 (51)
Evangelho - Mt 6,1-6.16-18

QUINTA-FEIRA
Dia 6 de março
1ª Leitura - Dt 30,15-20
Salmo – Sl 1
Evangelho - Lc 9,22-25

SEXTA-FEIRA
Dia 7 de março
1ª Leitura - Is 58,1-9a
Salmo - Sl 50
Evangelho - Mt 9,14-15

SÁBADO
Dia 8 de março
1ª Leitura - Is 58,9b-14
Salmo - Sl 85
Evangelho - Lc 5,27-32

 

 

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida