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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 19/05/2024

19 de Maio de 2024

Um Cardeal para a Cidade Maravilhosa

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Um Cardeal para a Cidade Maravilhosa

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14/01/2014 20:12 - Atualizado em 14/01/2014 20:12

Um Cardeal para a Cidade Maravilhosa 0

14/01/2014 20:12 - Atualizado em 14/01/2014 20:12

A história do novo cardeal do Rio, Dom Orani João Tempesta, em sua entrega a Deus tem raízes distantes, mas fundamentais na configuração de seu perfil.  Há que buscá-las em sua vocação contemplativa que o fez um dia, ainda bem jovem, bater às portas do mosteiro cisterciense para servir a Deus na oração contemplativa, na liturgia comunitária e no louvor incessante.

As necessidades eclesiais que demandavam um pastor o fizeram sair do mosteiro para ser bispo.  É assim que antes de vir para o Rio de Janeiro, Dom Orani teve uma passagem importante por Belém do Pará, que marcou seu coração para sempre a ponto de dizer, em sua despedida: “Vou para o Rio, mas levo comigo Belém, o Pará, o calor desse Estado e a simpatia desse povo”.

Entre os inúmeros admiradores que deixou na capital paraense, Dom Orani conta com o afeto da grande intérprete Fafá de Belém, que já cantou em várias ocasiões na festa do Círio de Nazaré quando ele governava a diocese.

Uma vez bispo, ocupou, com sucesso e eficiência, a coordenação do setor de comunicação da CNBB. Este interesse e valorização da comunicação permitiram que, uma vez nomeado arcebispo do Rio, tenha sabido capitalizar para a cidade onde se encontra sua diocese uma série de eventos importantes, que muito valorizaram a presença do Rio na Igreja do Brasil.

Ao chegar à Cidade Maravilhosa, encontrou uma situação delicada.  O Rio era o estado menos católico do Brasil, perdia fiéis de forma acelerada para as igrejas pentecostais.  Os meios que pôs em prática para enfrentar este problema foram eficazes e criativos: apostou e investiu em uma assessoria de boa qualidade, motivando muito a adesão e o voluntariado jovem, usando seus dotes para a comunicação.

É assim que, hoje, os católicos do Rio de Janeiro veem sua pastoral  transformada.  A Igreja local fervilha de iniciativas positivas, que integram e valorizam o privilegiado quadro natural de beleza no qual

está situada.  Dom Orani potencializou ainda mais o Cristo Redentor – principal monumento da cidade - que durante seu governo foi declarado Maravilha do mundo.  Ali botou um padre responsável pelo santuário e são frequentes as celebrações que naquele lugar acontecem.

Alguns encontros que tive com ele reforçam este perfil que sempre demonstrou a mim, de uma simplicidade profunda unida a uma prática ancorada em uma  intensa espiritualidade.  O primeiro foi na PUC do Rio, da qual é grão chanceler. Quando foi nomeado arcebispo da diocese, o reitor da Universidade queria organizar uma visita oficial do novo bispo a fim de apresentá-lo à comunidade acadêmica.  A agenda do novo arcebispo estava cheia e a data marcada ficava um tanto  longínqua.  Não havendo outra possibilidade, foi confirmada.

Muito antes daquele dia, fui convidada pelo Departamento de Comunicação Social a assistir aos filmes que concorriam à Margarida de Prata, prêmio da CNBB ao filme brasileiro que mais defende os direitos humanos.  Encaminhei-me à sala de projeção, que já se encontrava de luz apagada.  Vislumbrei outra pessoa na sala, já sentada e atenta ao filme que começava.  Qual não foi minha surpresa ao ver que era Dom Orani.

Discretamente, entrou na universidade muito antes da data oficial marcada para sua “primeira” visita e passou pelo campus como um de tantos, sem anunciar sua presença.  Celebrei com ele assistindo filmes essa sua primeira visita extra oficial à nossa universidade.

De outra vez, eu estava fora do Rio, em Petrópolis, quando meu celular tocou às 7h da manhã.  Surpreendi-me com a voz do outro lado, que se identificou simplesmente: É Dom Orani.  Assustei-me, devo confessar. Àquela hora, o bispo ligar para minha casa... O que podia ter acontecido? Pensei que era uma notícia ruim.  Ele riu e disse que era uma coisa boa.  E efetivamente, passou o aparelho a Monsenhor Scoti, presidente da Associação Josef Ratzinger, que me convidou a apresentar o livro do Papa Bento XVI sobre a Infância de Jesus em Roma.  Emocionada, aceitei.  Quando fui agradecer a Dom Orani, me disse que depois contasse minha experiência. Foi o que fiz em um evento organizado então pela própria diocese sobre o livro emquestão.

Esta é minha experiência com Dom Orani: um homem profundo e simples, direto e próximo.  Uma presença apostólica forte e uma visão larga e positiva à frente da Igreja do Rio de Janeiro.

E agora, essa mesma Igreja do Rio celebra alegremente sua recente nomeação como cardeal pelo Papa Francisco.  Já estiveram juntos no grande sucesso que foi a Jornada Mundial da Juventude. Agora trabalharão mais próximos ainda.  Enquanto a Igreja Universal vive como um sopro de esperança o pontificado de Francisco, a Igreja da Cidade Maravilhosa cumprimenta feliz seu novo arcebispo, agora cardeal.  Que o Espírito Santo fecunde abundantemente sua missão, é o que desejamos todos!

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Um Cardeal para a Cidade Maravilhosa

14/01/2014 20:12 - Atualizado em 14/01/2014 20:12

A história do novo cardeal do Rio, Dom Orani João Tempesta, em sua entrega a Deus tem raízes distantes, mas fundamentais na configuração de seu perfil.  Há que buscá-las em sua vocação contemplativa que o fez um dia, ainda bem jovem, bater às portas do mosteiro cisterciense para servir a Deus na oração contemplativa, na liturgia comunitária e no louvor incessante.

As necessidades eclesiais que demandavam um pastor o fizeram sair do mosteiro para ser bispo.  É assim que antes de vir para o Rio de Janeiro, Dom Orani teve uma passagem importante por Belém do Pará, que marcou seu coração para sempre a ponto de dizer, em sua despedida: “Vou para o Rio, mas levo comigo Belém, o Pará, o calor desse Estado e a simpatia desse povo”.

Entre os inúmeros admiradores que deixou na capital paraense, Dom Orani conta com o afeto da grande intérprete Fafá de Belém, que já cantou em várias ocasiões na festa do Círio de Nazaré quando ele governava a diocese.

Uma vez bispo, ocupou, com sucesso e eficiência, a coordenação do setor de comunicação da CNBB. Este interesse e valorização da comunicação permitiram que, uma vez nomeado arcebispo do Rio, tenha sabido capitalizar para a cidade onde se encontra sua diocese uma série de eventos importantes, que muito valorizaram a presença do Rio na Igreja do Brasil.

Ao chegar à Cidade Maravilhosa, encontrou uma situação delicada.  O Rio era o estado menos católico do Brasil, perdia fiéis de forma acelerada para as igrejas pentecostais.  Os meios que pôs em prática para enfrentar este problema foram eficazes e criativos: apostou e investiu em uma assessoria de boa qualidade, motivando muito a adesão e o voluntariado jovem, usando seus dotes para a comunicação.

É assim que, hoje, os católicos do Rio de Janeiro veem sua pastoral  transformada.  A Igreja local fervilha de iniciativas positivas, que integram e valorizam o privilegiado quadro natural de beleza no qual

está situada.  Dom Orani potencializou ainda mais o Cristo Redentor – principal monumento da cidade - que durante seu governo foi declarado Maravilha do mundo.  Ali botou um padre responsável pelo santuário e são frequentes as celebrações que naquele lugar acontecem.

Alguns encontros que tive com ele reforçam este perfil que sempre demonstrou a mim, de uma simplicidade profunda unida a uma prática ancorada em uma  intensa espiritualidade.  O primeiro foi na PUC do Rio, da qual é grão chanceler. Quando foi nomeado arcebispo da diocese, o reitor da Universidade queria organizar uma visita oficial do novo bispo a fim de apresentá-lo à comunidade acadêmica.  A agenda do novo arcebispo estava cheia e a data marcada ficava um tanto  longínqua.  Não havendo outra possibilidade, foi confirmada.

Muito antes daquele dia, fui convidada pelo Departamento de Comunicação Social a assistir aos filmes que concorriam à Margarida de Prata, prêmio da CNBB ao filme brasileiro que mais defende os direitos humanos.  Encaminhei-me à sala de projeção, que já se encontrava de luz apagada.  Vislumbrei outra pessoa na sala, já sentada e atenta ao filme que começava.  Qual não foi minha surpresa ao ver que era Dom Orani.

Discretamente, entrou na universidade muito antes da data oficial marcada para sua “primeira” visita e passou pelo campus como um de tantos, sem anunciar sua presença.  Celebrei com ele assistindo filmes essa sua primeira visita extra oficial à nossa universidade.

De outra vez, eu estava fora do Rio, em Petrópolis, quando meu celular tocou às 7h da manhã.  Surpreendi-me com a voz do outro lado, que se identificou simplesmente: É Dom Orani.  Assustei-me, devo confessar. Àquela hora, o bispo ligar para minha casa... O que podia ter acontecido? Pensei que era uma notícia ruim.  Ele riu e disse que era uma coisa boa.  E efetivamente, passou o aparelho a Monsenhor Scoti, presidente da Associação Josef Ratzinger, que me convidou a apresentar o livro do Papa Bento XVI sobre a Infância de Jesus em Roma.  Emocionada, aceitei.  Quando fui agradecer a Dom Orani, me disse que depois contasse minha experiência. Foi o que fiz em um evento organizado então pela própria diocese sobre o livro emquestão.

Esta é minha experiência com Dom Orani: um homem profundo e simples, direto e próximo.  Uma presença apostólica forte e uma visão larga e positiva à frente da Igreja do Rio de Janeiro.

E agora, essa mesma Igreja do Rio celebra alegremente sua recente nomeação como cardeal pelo Papa Francisco.  Já estiveram juntos no grande sucesso que foi a Jornada Mundial da Juventude. Agora trabalharão mais próximos ainda.  Enquanto a Igreja Universal vive como um sopro de esperança o pontificado de Francisco, a Igreja da Cidade Maravilhosa cumprimenta feliz seu novo arcebispo, agora cardeal.  Que o Espírito Santo fecunde abundantemente sua missão, é o que desejamos todos!

Maria Clara Lucchetti Bingemer
Autor

Maria Clara Lucchetti Bingemer

Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio