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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Semana Santa 2021

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21/03/2021 00:00 - Atualizado em 25/03/2021 20:06

Semana Santa 2021 0

21/03/2021 00:00 - Atualizado em 25/03/2021 20:06

Semana Santa

A Semana Santa é o momento central do ano litúrgico das comunidades eclesiais, convidando os cristãos à conversão e renovação de vida cristã. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ela culmina com o tríduo pascal.

Domingo de Ramos e da Paixão - A celebração desse dia faz memória da entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje os fiéis carregam ramos, recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir que Jesus é o único mestre e Senhor.

2ª a 4ª feira santa – Nestes dias, a Liturgia apresenta textos bíblicos que enfocam a missão redentora de Cristo. Nesses dias não há nenhuma celebração litúrgica especial, mas nas comunidades paroquiais, é costume, em tempos normais realizarem procissões, vias-sacras, celebrações penitenciais e outras, procurando realçar o sentido da Semana. Nestes tempos de pandemia o melhor é utilizar dos filmes e textos de anos anteriores.

Tríduo Pascal: o ponto alto (ápice) da Semana Santa e do ano litúrgico é o Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da quinta-feira Santa, tem seu centro na Vigília Pascal, no Sábado Santo e encerra-se com as vésperas do Domingo da Ressurreição. Os três dias formam uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas celebrações da quinta-feira santa à noite (que se inicia com o sinal da cruz) e da sexta-feira santa (que não tem o sinal da cruz no início) não se dá a bênção final: ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal (que inicia com a bênção do fogo novo).

Na quinta-feira santa celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. A Eucaristia é o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que se oferece como alimento espiritual. De manhã só há uma celebração, a Missa do Crisma. Nesta Missa do Crisma acontece à bênçãos dos óleos: dos catecúmenos e Enfermos. E tem a consagração do óleo do santo Crisma. Também os padres renovam suas promessas sacerdotais.

Na quinta-feira à noite acontece a celebração solene da Missa, em que se recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. Nessa missa, em tempos normais, realiza-se a cerimônia do lava-pés, em que o celebrante recorda o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus apóstolos. Esse gesto procura transmitir a mensagem de que o cristão deve ser humilde e servidor. Neste ano, em vista da pandemia, esse gesto opcional está supresso.

Nessa celebração também se recorda o mandamento novo que Jesus deixou: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.” Comungar o corpo e sangue de Cristo na Eucaristia implica a vivência do amor fraterno e do serviço. Essa é a lição da celebração.

Na Sexta-feira santa a Igreja contempla o mistério do grande amor de Deus pelos homens. Ela se recolhe no silêncio, na oração e na escuta da palavra divina, procurando entender o significado profundo da morte do Senhor. Neste dia não há missa. À tarde acontece a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, com a proclamação da Palavra, a oração universal, a adoração da cruz e a distribuição da Sagrada Comunhão (que foi consagrada no dia anterior). Na primeira parte, são proclamados: um texto do profeta Isaías sobre o Servo Sofredor, figura de Cristo, e outro da Carta aos Hebreus que ressalta a fidelidade de Jesus ao projeto do Pai. No evangelho lemos o relato da paixão e morte de Cristo segundo o evangelista João. São três textos muito ricos e que se completam, ressaltando a missão salvadora de Jesus Cristo. O segundo momento é a Oração Universal, compreendendo diversas preces pela Igreja e pela humanidade. Aos pés do Redentor imolado, a Igreja faz as suas súplicas confiantes. Neste ano acrescentamos uma especial pelas vítimas da pandemia. Depois segue-se o momento solene e profundo da apresentação da Cruz, convidando todos a adorarem o Salvador nela pregado: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. – Vinde adoremos”. Para evitar contágio faremos a segunda forma, cada um ficando em seu lugar e ajoelhando-se diante da cruz que estará sendo mostrada pelo celebrante. E o quarto momento é a comunhão. Todos revivem a morte do Senhor e querem receber seu corpo e sangue; é a proclamação da fé no Cristo que morreu, mas ressuscitou. Nesse dia a Igreja pede o sacrifício do jejum e da abstinência de carne, como ato de homenagem e gratidão a Cristo, para ajudar-nos a viver mais intensamente esse mistério, e como gesto de solidariedade com tantos irmãos que não têm o necessário para viver. Neste dia temos a coleta pelos lugares santos: um importante costume de partilhar com a minoria de cristãos da terra santa que necessitam cuidar dos lugares santos e também partilhar na questão social e educacional.

Mas a Semana Santa não se encerra com a sexta-feira – somos chamados a celebrar a vitória de Jesus. Só há sentido em celebrar a cruz quando se vive a certeza da ressurreição.

Vigília Pascal: o Sábado Santo é dia de oração e silêncio tendo como textos a liturgia das horas. A Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa, batizado, casamento, ou seja, nenhuma celebração. À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, revivendo a ressurreição de Cristo, a vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a ação de Deus, a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo. Na grande vigília pascal renovaremos as promessas batismais, ponto de chegada de uma quaresma de conversão e ponto de partida de uma vida nova com o ressuscitado.

Vivamos intensamente a Semana Santa. Sabemos que por causa das restrições sanitárias a maioria das celebrações serão com a presença reduzida de fiéis (que poderão acessar as celebrações pelas mídias) ou em outros lugares sem a presença de fiéis. O importante é observar as mídias sociais e acompanhar, ao vivo, as nossas celebrações para aqueles que não podem participar presencialmente. Aproveitemos este tempo Santo da Quaresma e vivamos a conversão e a mudança de vida para celebrarmos com dignidade a Ressurreição do Senhor! Santa Semana para todos!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


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21/03/2021 00:00 - Atualizado em 25/03/2021 20:06

Semana Santa

A Semana Santa é o momento central do ano litúrgico das comunidades eclesiais, convidando os cristãos à conversão e renovação de vida cristã. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ela culmina com o tríduo pascal.

Domingo de Ramos e da Paixão - A celebração desse dia faz memória da entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje os fiéis carregam ramos, recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir que Jesus é o único mestre e Senhor.

2ª a 4ª feira santa – Nestes dias, a Liturgia apresenta textos bíblicos que enfocam a missão redentora de Cristo. Nesses dias não há nenhuma celebração litúrgica especial, mas nas comunidades paroquiais, é costume, em tempos normais realizarem procissões, vias-sacras, celebrações penitenciais e outras, procurando realçar o sentido da Semana. Nestes tempos de pandemia o melhor é utilizar dos filmes e textos de anos anteriores.

Tríduo Pascal: o ponto alto (ápice) da Semana Santa e do ano litúrgico é o Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da quinta-feira Santa, tem seu centro na Vigília Pascal, no Sábado Santo e encerra-se com as vésperas do Domingo da Ressurreição. Os três dias formam uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas celebrações da quinta-feira santa à noite (que se inicia com o sinal da cruz) e da sexta-feira santa (que não tem o sinal da cruz no início) não se dá a bênção final: ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal (que inicia com a bênção do fogo novo).

Na quinta-feira santa celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. A Eucaristia é o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que se oferece como alimento espiritual. De manhã só há uma celebração, a Missa do Crisma. Nesta Missa do Crisma acontece à bênçãos dos óleos: dos catecúmenos e Enfermos. E tem a consagração do óleo do santo Crisma. Também os padres renovam suas promessas sacerdotais.

Na quinta-feira à noite acontece a celebração solene da Missa, em que se recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. Nessa missa, em tempos normais, realiza-se a cerimônia do lava-pés, em que o celebrante recorda o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus apóstolos. Esse gesto procura transmitir a mensagem de que o cristão deve ser humilde e servidor. Neste ano, em vista da pandemia, esse gesto opcional está supresso.

Nessa celebração também se recorda o mandamento novo que Jesus deixou: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.” Comungar o corpo e sangue de Cristo na Eucaristia implica a vivência do amor fraterno e do serviço. Essa é a lição da celebração.

Na Sexta-feira santa a Igreja contempla o mistério do grande amor de Deus pelos homens. Ela se recolhe no silêncio, na oração e na escuta da palavra divina, procurando entender o significado profundo da morte do Senhor. Neste dia não há missa. À tarde acontece a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, com a proclamação da Palavra, a oração universal, a adoração da cruz e a distribuição da Sagrada Comunhão (que foi consagrada no dia anterior). Na primeira parte, são proclamados: um texto do profeta Isaías sobre o Servo Sofredor, figura de Cristo, e outro da Carta aos Hebreus que ressalta a fidelidade de Jesus ao projeto do Pai. No evangelho lemos o relato da paixão e morte de Cristo segundo o evangelista João. São três textos muito ricos e que se completam, ressaltando a missão salvadora de Jesus Cristo. O segundo momento é a Oração Universal, compreendendo diversas preces pela Igreja e pela humanidade. Aos pés do Redentor imolado, a Igreja faz as suas súplicas confiantes. Neste ano acrescentamos uma especial pelas vítimas da pandemia. Depois segue-se o momento solene e profundo da apresentação da Cruz, convidando todos a adorarem o Salvador nela pregado: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. – Vinde adoremos”. Para evitar contágio faremos a segunda forma, cada um ficando em seu lugar e ajoelhando-se diante da cruz que estará sendo mostrada pelo celebrante. E o quarto momento é a comunhão. Todos revivem a morte do Senhor e querem receber seu corpo e sangue; é a proclamação da fé no Cristo que morreu, mas ressuscitou. Nesse dia a Igreja pede o sacrifício do jejum e da abstinência de carne, como ato de homenagem e gratidão a Cristo, para ajudar-nos a viver mais intensamente esse mistério, e como gesto de solidariedade com tantos irmãos que não têm o necessário para viver. Neste dia temos a coleta pelos lugares santos: um importante costume de partilhar com a minoria de cristãos da terra santa que necessitam cuidar dos lugares santos e também partilhar na questão social e educacional.

Mas a Semana Santa não se encerra com a sexta-feira – somos chamados a celebrar a vitória de Jesus. Só há sentido em celebrar a cruz quando se vive a certeza da ressurreição.

Vigília Pascal: o Sábado Santo é dia de oração e silêncio tendo como textos a liturgia das horas. A Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa, batizado, casamento, ou seja, nenhuma celebração. À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, revivendo a ressurreição de Cristo, a vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a ação de Deus, a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo. Na grande vigília pascal renovaremos as promessas batismais, ponto de chegada de uma quaresma de conversão e ponto de partida de uma vida nova com o ressuscitado.

Vivamos intensamente a Semana Santa. Sabemos que por causa das restrições sanitárias a maioria das celebrações serão com a presença reduzida de fiéis (que poderão acessar as celebrações pelas mídias) ou em outros lugares sem a presença de fiéis. O importante é observar as mídias sociais e acompanhar, ao vivo, as nossas celebrações para aqueles que não podem participar presencialmente. Aproveitemos este tempo Santo da Quaresma e vivamos a conversão e a mudança de vida para celebrarmos com dignidade a Ressurreição do Senhor! Santa Semana para todos!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Cardeal Orani João Tempesta
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Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro