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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

São José, homem de Fé!

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14/03/2021 00:00 - Atualizado em 15/03/2021 15:47

São José, homem de Fé! 0

14/03/2021 00:00 - Atualizado em 15/03/2021 15:47

No dia 19 de março comemoramos a Solenidade do glorioso São José. Estamos no Ano de São José, proclamado pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro passado, comemorando os 150 anos da declaração do patrocínio universal de São José: ele é padroeiro universal da Igreja Católica, presente no mundo inteiro. Por que razão São José se tornou um santo querido e com muita veneração popular? Por que ele foi escolhido pelo Pai Eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: O Filho de Deus e a Virgem Maria. Esta missão ele a cumpriu com muita dedicação e fidelidade.

A majestade Divina entra no mundo através da família de Nazaré, cujo guardião era José. Algumas lições podem ser extraídas da vida de José. A primeira lição é a proximidade com o menino Jesus. José carregou Jesus, Filho de Deus, nos braços! Esta proximidade e intimidade com Jesus, do qual é Pai adotivo, o transformou num grande santo. Hoje, também, devemos carregar, não só nos braços, mas no coração, nos lábios e na cabeça, a pessoa de Jesus.

A segunda lição é do silêncio. José é chamado o santo do silêncio. O Evangelho não registra nenhuma palavra dita por ele. Construiu sua santidade na simplicidade, na humildade e no silêncio de Nazaré. Precisamos, hoje, cultivar a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito. Somos, hoje, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos da vida moderna barulhenta e estressante.

O silêncio de Nazaré ensina-nos o sentido do recolhimento, da interioridade e da disposição para escutar a Deus e aos irmãos. Assim como nos capacitamos para falar bem, devemos, também, nos capacitar para escutar bem as pessoas. É o que nós chamamos de escuta empática: sentir o que o outro sente. São José, o homem do silêncio! O Evangelho só nos diz isto dele: Era um homem justo. Sempre sóbrio em palavras, o Evangelho é ainda mais sóbrio do que de costume ao falar de São José. Dir-se-ia que este homem, envolto em silêncio, inspira silêncio. O silêncio de São José produz silêncio ao redor de São José.

O silêncio é o seu louvor, o seu modo de ser, a sua atmosfera. Onde está José, reina o silêncio. Dizem alguns viajantes que, quando a águia levanta voo, o peregrino sedento adivinha a existência de uma fonte no lugar do deserto onde se projeta a sombra dessa ave; escava então a terra nesse lugar, e eis que a água brota. A águia dissera-o na sua linguagem, ou seja, voando, e dessa forma a beleza se converteu em utilidade: quem sente sede, compreendendo a linguagem da águia, busca a fonte no meio da areia e encontra água.

            A terceira lição é a vida familiar. Notamos em José uma presença atenta, carinhosa e permanente junto de Maria e o Menino Jesus. Era sua missão: proteger e guardar com fidelidade a sagrada família. Foi admirável a coragem de José em deixar tudo e seguir para o Egito a fim de proteger o Menino Jesus. Uma viagem longa e desafiadora. Era, portanto, uma pessoa de muita fé e coragem! A família de Nazaré nos ensina como deve ser uma família hoje: Uma escola de fé e de amor. A maioria dos que enveredam pelas sendas da criminalidade não teve um núcleo familiar aconchegante e digno! 

A quarta lição é o amor ao trabalho. Jesus era conhecido como o “filho do carpinteiro”. A identidade foi o trabalho. Por isso, é patrono dos artesãos e daqueles que ganham o pão com o suor do rosto. Este apelido de José nos lembra de que o trabalho é parte da identidade humana. Somos conhecidos também pelo que fazemos.

O trabalho dignifica o homem e aperfeiçoa a obra criadora de Deus. O amor ao trabalho ajuda a moldar o caráter das pessoas. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou no mundo para ser o senhor da criação e administrá-la com seu trabalho. Neste sentido o trabalho é instrumento de santificação do homem, transformação do mundo e glorificação de Deus. Lembrai-vos de nós, São José, intercedei com orações junto de vosso filho adotivo, para que não faltem postos de trabalho e vida para todos!

São muitos escritos sobre São José que estão surgindo neste ano. Aproveitemos para aprofundar nossa fé. Façamos a Oração de São José: Glorioso São José, digno de ser entre os santos com especialidade venerado, amado e invocado, pelo primor de vossas virtudes, eminência de vossa glória e poder de vossa intercessão, perante a Santíssima Trindade, perante Jesus, vosso Filho adotivo, e perante Maria, vossa castíssima Esposa, minha Mãe terníssima, tomo-vos hoje por meu advogado junto de ambos, por meu protetor e pai, proponho firmemente nunca me esquecer de Vós, honrar-vos todos os dias que Deus me conceder, e fazer quanto em mim estiver, para inspirar vossa devoção aos que estão a meu encargo. Dignai-vos, vo-lo peço, ó pai do meu coração, conceder-me vossa especial proteção e admitir-me entre vossos mais fervorosos servos. Em todas as minhas ações assisti-me, junto de Jesus e Maria favorecei-me, e na hora da morte não me falteis, por piedade. Amém. 
 
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ




 
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São José, homem de Fé!

14/03/2021 00:00 - Atualizado em 15/03/2021 15:47

No dia 19 de março comemoramos a Solenidade do glorioso São José. Estamos no Ano de São José, proclamado pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro passado, comemorando os 150 anos da declaração do patrocínio universal de São José: ele é padroeiro universal da Igreja Católica, presente no mundo inteiro. Por que razão São José se tornou um santo querido e com muita veneração popular? Por que ele foi escolhido pelo Pai Eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: O Filho de Deus e a Virgem Maria. Esta missão ele a cumpriu com muita dedicação e fidelidade.

A majestade Divina entra no mundo através da família de Nazaré, cujo guardião era José. Algumas lições podem ser extraídas da vida de José. A primeira lição é a proximidade com o menino Jesus. José carregou Jesus, Filho de Deus, nos braços! Esta proximidade e intimidade com Jesus, do qual é Pai adotivo, o transformou num grande santo. Hoje, também, devemos carregar, não só nos braços, mas no coração, nos lábios e na cabeça, a pessoa de Jesus.

A segunda lição é do silêncio. José é chamado o santo do silêncio. O Evangelho não registra nenhuma palavra dita por ele. Construiu sua santidade na simplicidade, na humildade e no silêncio de Nazaré. Precisamos, hoje, cultivar a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito. Somos, hoje, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos da vida moderna barulhenta e estressante.

O silêncio de Nazaré ensina-nos o sentido do recolhimento, da interioridade e da disposição para escutar a Deus e aos irmãos. Assim como nos capacitamos para falar bem, devemos, também, nos capacitar para escutar bem as pessoas. É o que nós chamamos de escuta empática: sentir o que o outro sente. São José, o homem do silêncio! O Evangelho só nos diz isto dele: Era um homem justo. Sempre sóbrio em palavras, o Evangelho é ainda mais sóbrio do que de costume ao falar de São José. Dir-se-ia que este homem, envolto em silêncio, inspira silêncio. O silêncio de São José produz silêncio ao redor de São José.

O silêncio é o seu louvor, o seu modo de ser, a sua atmosfera. Onde está José, reina o silêncio. Dizem alguns viajantes que, quando a águia levanta voo, o peregrino sedento adivinha a existência de uma fonte no lugar do deserto onde se projeta a sombra dessa ave; escava então a terra nesse lugar, e eis que a água brota. A águia dissera-o na sua linguagem, ou seja, voando, e dessa forma a beleza se converteu em utilidade: quem sente sede, compreendendo a linguagem da águia, busca a fonte no meio da areia e encontra água.

            A terceira lição é a vida familiar. Notamos em José uma presença atenta, carinhosa e permanente junto de Maria e o Menino Jesus. Era sua missão: proteger e guardar com fidelidade a sagrada família. Foi admirável a coragem de José em deixar tudo e seguir para o Egito a fim de proteger o Menino Jesus. Uma viagem longa e desafiadora. Era, portanto, uma pessoa de muita fé e coragem! A família de Nazaré nos ensina como deve ser uma família hoje: Uma escola de fé e de amor. A maioria dos que enveredam pelas sendas da criminalidade não teve um núcleo familiar aconchegante e digno! 

A quarta lição é o amor ao trabalho. Jesus era conhecido como o “filho do carpinteiro”. A identidade foi o trabalho. Por isso, é patrono dos artesãos e daqueles que ganham o pão com o suor do rosto. Este apelido de José nos lembra de que o trabalho é parte da identidade humana. Somos conhecidos também pelo que fazemos.

O trabalho dignifica o homem e aperfeiçoa a obra criadora de Deus. O amor ao trabalho ajuda a moldar o caráter das pessoas. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou no mundo para ser o senhor da criação e administrá-la com seu trabalho. Neste sentido o trabalho é instrumento de santificação do homem, transformação do mundo e glorificação de Deus. Lembrai-vos de nós, São José, intercedei com orações junto de vosso filho adotivo, para que não faltem postos de trabalho e vida para todos!

São muitos escritos sobre São José que estão surgindo neste ano. Aproveitemos para aprofundar nossa fé. Façamos a Oração de São José: Glorioso São José, digno de ser entre os santos com especialidade venerado, amado e invocado, pelo primor de vossas virtudes, eminência de vossa glória e poder de vossa intercessão, perante a Santíssima Trindade, perante Jesus, vosso Filho adotivo, e perante Maria, vossa castíssima Esposa, minha Mãe terníssima, tomo-vos hoje por meu advogado junto de ambos, por meu protetor e pai, proponho firmemente nunca me esquecer de Vós, honrar-vos todos os dias que Deus me conceder, e fazer quanto em mim estiver, para inspirar vossa devoção aos que estão a meu encargo. Dignai-vos, vo-lo peço, ó pai do meu coração, conceder-me vossa especial proteção e admitir-me entre vossos mais fervorosos servos. Em todas as minhas ações assisti-me, junto de Jesus e Maria favorecei-me, e na hora da morte não me falteis, por piedade. Amém. 
 
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ




 
Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro