Arquidiocese do Rio de Janeiro

29º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Entrai pela porta estreita

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24/08/2019 00:00 - Atualizado em 26/08/2019 17:53

Entrai pela porta estreita 0

24/08/2019 00:00 - Atualizado em 26/08/2019 17:53

Estamos no último domingo do mês vocacional, o 21º Domingo do tempo comum, recordamos a vocação de todos os que aderem a Jesus Cristo, de todos nós, cristãos. De modo especial, recordamos os catequistas, que têm a missão de introduzir crianças, jovens e adultos nesse itinerário da vida cristã. Neste domingo, também podemos avaliar nosso itinerário de fé e nosso seguimento do Messias Jesus, nosso Senhor. E, agradecidos pela generosidade divina na missão, nos preparamos para a Romaria Arquidiocesana em Aparecida, SP, no próximo sábado, dia 31 de agosto.

A primeira leitura (Cf. Is 66,18-21- A) anuncia a promessa da reunião de todos os povos, de todas as nações, para ver a glória de Deus, a manifestação da salvação divina. Essa glória é revelada na vinda de Jesus, mas será plenamente manifestada no fim dos tempos. Todos são convidados a participar do grande banquete escatológico. Isaías, na primeira leitura, fala de Deus que vem ao encontro da humanidade, oferecendo a todos os povos a salvação, pois é próprio de Deus amar, salvar e resgatar. A salvação também é um dos temas centrais do Evangelho de Lucas. Neste domingo, Jesus continua sua caminhada atravessando cidades e povoados ensinando a todos. Ele diz que o Reino é para todos, mas o caminho é exigente.

A segunda leitura (Cf. Hb 12,5-7.11-13) está em sintonia com a segunda leitura do 19º domingo do Tempo Comum, que apresenta uma releitura da história da salvação, demonstrando a fé e a perseverança de seus personagens principais, entre os quais o casal Abraão e Sara. O exemplo dessas pessoas serve para indicar aspectos importantes da vida cristã. O autor tem como interlocutor uma comunidade desanimada por causa de conflitos, dificuldades e perseguições (cf. 12,1.4). Nesse contexto, surge a pergunta: como entender o sofrimento cristão? O autor responde que a única forma é avaliá-lo à luz do mistério pascal. A segunda leitura nos fala de um Deus como um Pai atento à educação de seus filhos e disposto a nos corrigir, porque quer o melhor para nós. Ele está ao nosso lado, especialmente quando o caminho é difícil. As provações e obstáculo os são consequências de uma vida mal construída onde o pecado lançou raízes.

O Evangelho (Cf. Lc 13,22-30) tem como tema principal dessa passagem o critério para o ingresso no Reino definitivo de Deus. Jesus percorre todos os lugares, ensinando, porém, a sua meta é Jerusalém (cf. v. 22), lugar da manifestação do Reino de Deus. Enquanto ensina, eis que surge a pergunta: “Senhor é verdade que são poucos os que se salvam?” (v. 23). Essa era uma questão, debatida pelos diferentes grupos religiosos, sobre a qual não havia consenso. Alguns mestres pensavam que todo o Israel, como povo eleito, se salvaria. Outros grupos sustentavam que poucos seriam salvos. Jesus diz que o caminho da salvação é uma porta estreita. Essa linguagem simbólica tem a finalidade de levar o povo a refletir. É um apelo à conversão, à decisão imediata de atender às exigências do Reino, pois é essa a condição necessária para participar do banquete escatológico. A salvação é para aqueles que constroem o Reino de Deus por meio da prática da justiça e da vivência dos valores evangélicos.

No Evangelho alguém pergunta a Jesus se são poucos que se salvam. Jesus, porém, não fala em quantidades, mas sim no tipo de caminho que leva à salvação. Diz que a porta da salvação, isto é, do Reino de Deus, é estreita, mas está aberta para todos. Isto significa que não há salvação sem esforço e sacrifício. Não é Deus que estreita a porta, é o clima de pecado presente nas relações humanas que vai exigir escolhas nem sempre fáceis no caminho da salvação. A porta é a imagem do Reino de Deus. Entrando por ela nos sentimos seguros, acolhidos e plenamente realizados. Estar na Igreja, “comer e beber com o dono da casa”, especialmente na Mesa da Eucaristia, é uma grande ajuda para aprender a praticar o caminho que nos leva à porta da salvação. Mas essas credenciais são poucas para entrar no convívio de Deus, se não estiverem acompanhadas do amor, da caridade e do serviço aos irmãos. Entra pela porta quem ajuda os outros a entrar e quem zela pela vida do irmão, como bom filho do Pai de todos. Como estou buscando a salvação? Como evangelizadores, catequistas, missionários e anunciadores da Boa-Nova de Jesus, estou zelando pela vida dos irmãos(ãs), ajudando-os a entrar pela porta estreita?

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


 
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24/08/2019 00:00 - Atualizado em 26/08/2019 17:53

Estamos no último domingo do mês vocacional, o 21º Domingo do tempo comum, recordamos a vocação de todos os que aderem a Jesus Cristo, de todos nós, cristãos. De modo especial, recordamos os catequistas, que têm a missão de introduzir crianças, jovens e adultos nesse itinerário da vida cristã. Neste domingo, também podemos avaliar nosso itinerário de fé e nosso seguimento do Messias Jesus, nosso Senhor. E, agradecidos pela generosidade divina na missão, nos preparamos para a Romaria Arquidiocesana em Aparecida, SP, no próximo sábado, dia 31 de agosto.

A primeira leitura (Cf. Is 66,18-21- A) anuncia a promessa da reunião de todos os povos, de todas as nações, para ver a glória de Deus, a manifestação da salvação divina. Essa glória é revelada na vinda de Jesus, mas será plenamente manifestada no fim dos tempos. Todos são convidados a participar do grande banquete escatológico. Isaías, na primeira leitura, fala de Deus que vem ao encontro da humanidade, oferecendo a todos os povos a salvação, pois é próprio de Deus amar, salvar e resgatar. A salvação também é um dos temas centrais do Evangelho de Lucas. Neste domingo, Jesus continua sua caminhada atravessando cidades e povoados ensinando a todos. Ele diz que o Reino é para todos, mas o caminho é exigente.

A segunda leitura (Cf. Hb 12,5-7.11-13) está em sintonia com a segunda leitura do 19º domingo do Tempo Comum, que apresenta uma releitura da história da salvação, demonstrando a fé e a perseverança de seus personagens principais, entre os quais o casal Abraão e Sara. O exemplo dessas pessoas serve para indicar aspectos importantes da vida cristã. O autor tem como interlocutor uma comunidade desanimada por causa de conflitos, dificuldades e perseguições (cf. 12,1.4). Nesse contexto, surge a pergunta: como entender o sofrimento cristão? O autor responde que a única forma é avaliá-lo à luz do mistério pascal. A segunda leitura nos fala de um Deus como um Pai atento à educação de seus filhos e disposto a nos corrigir, porque quer o melhor para nós. Ele está ao nosso lado, especialmente quando o caminho é difícil. As provações e obstáculo os são consequências de uma vida mal construída onde o pecado lançou raízes.

O Evangelho (Cf. Lc 13,22-30) tem como tema principal dessa passagem o critério para o ingresso no Reino definitivo de Deus. Jesus percorre todos os lugares, ensinando, porém, a sua meta é Jerusalém (cf. v. 22), lugar da manifestação do Reino de Deus. Enquanto ensina, eis que surge a pergunta: “Senhor é verdade que são poucos os que se salvam?” (v. 23). Essa era uma questão, debatida pelos diferentes grupos religiosos, sobre a qual não havia consenso. Alguns mestres pensavam que todo o Israel, como povo eleito, se salvaria. Outros grupos sustentavam que poucos seriam salvos. Jesus diz que o caminho da salvação é uma porta estreita. Essa linguagem simbólica tem a finalidade de levar o povo a refletir. É um apelo à conversão, à decisão imediata de atender às exigências do Reino, pois é essa a condição necessária para participar do banquete escatológico. A salvação é para aqueles que constroem o Reino de Deus por meio da prática da justiça e da vivência dos valores evangélicos.

No Evangelho alguém pergunta a Jesus se são poucos que se salvam. Jesus, porém, não fala em quantidades, mas sim no tipo de caminho que leva à salvação. Diz que a porta da salvação, isto é, do Reino de Deus, é estreita, mas está aberta para todos. Isto significa que não há salvação sem esforço e sacrifício. Não é Deus que estreita a porta, é o clima de pecado presente nas relações humanas que vai exigir escolhas nem sempre fáceis no caminho da salvação. A porta é a imagem do Reino de Deus. Entrando por ela nos sentimos seguros, acolhidos e plenamente realizados. Estar na Igreja, “comer e beber com o dono da casa”, especialmente na Mesa da Eucaristia, é uma grande ajuda para aprender a praticar o caminho que nos leva à porta da salvação. Mas essas credenciais são poucas para entrar no convívio de Deus, se não estiverem acompanhadas do amor, da caridade e do serviço aos irmãos. Entra pela porta quem ajuda os outros a entrar e quem zela pela vida do irmão, como bom filho do Pai de todos. Como estou buscando a salvação? Como evangelizadores, catequistas, missionários e anunciadores da Boa-Nova de Jesus, estou zelando pela vida dos irmãos(ãs), ajudando-os a entrar pela porta estreita?

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


 
Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro