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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Santíssima Trindade

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Santíssima Trindade

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Santíssima Trindade 0

17/06/2019 13:19

Deus, na plenitude dos tempos, revelou-se aos homens na pessoa de
seu Filho Jesus, elevando assim a compreensão humana do próprio Deus e
dos seus desígnios para com a humanidade. E, o desígnio de Deus é que o
homem sacie sua sede na Fonte que jorra água viva, onde toda limitação é
dissipada pelo infinito amor do Pai que, presenteia a humanidade com a
doação de seu Filho na ação do Espírito. Deus chama o homem para viver a
sua vida. No evento Pascal, Deus se revela Trindade. O Mistério Pascal é a
revelação histórica concreta de Deus – Amor - Trindade. Porque Deus é
Trindade, cria e destina o homem a participar da comunhão divina.
O Novo Testamento aceita sem discussão a revelação do monoteísmo.
“O Senhor nosso Deus é um só (cf. Mc 12,29), ‘O Deus único e verdadeiro’ (cf. Jo 17,3).
Deus é um só (cf. Gl 3,20); há um só Deus (cf.
Ef 4,6; 1Tm 2,5) (LADARIA, 1998).

É a partir de Jesus Cristo que se tem a revelação do mistério trinitário
mais explicitado. Jesus Cristo é, com efeito, o revelador do mistério da
Santíssima Trindade em Deus. Ele é o verdadeiro autor de uma teologia
trinitária. Jamais devemos esquecer que o principal fundamento da teologia
é a Palavra de Deus e, que esta alcança seu acabamento no Senhor Jesus
como Mediador e plenitude de toda a Revelação (cf. Hb 1,1-4). (LADARIA, 1998).
Deus, Pai, é a fonte, a origem sem princípio. É aquele que assegura a
unidade da Trindade sendo a única fonte da divindade. Seu ser está
empenhado e se esgota na geração do Filho, uma vez que Deus faz habitar
nele toda a plenitude de sua divindade. Também Cristo só existe nessa
geração. A paternidade de um é absoluta, e a filiação do outro, é total (DURRWELL, 1990).

Deus gera pelo Espírito, que é amor. Ele é Pai pelo amor que tem ao
Filho. Sua paternidade é mistério insondável: Ele, em seu infinito amor,
gera o Filho por toda a eternidade e, a relação de amor do Pai para com o
Filho, e, do Filho para com o Pai, expira o Espírito Santo que, é igual ao
Pai e ao Filho em divindade. Eles são de uma única substância ou essência,
não há contradição entre Eles, o que um é, os outros também são, é uma
profunda relação de amor e unidade (DURRWELL, 1990).

A geração do Filho, que é a origem da criação, é também seu futuro:
“tudo foi criado na direção dele” (cf. Cl 1,16). A atividade do Pai tem por
termo sempre o Filho; portanto, Deus cria o mundo encaminhando-o na
direção de Cristo. O mundo nasce num movimento que o leva na direção
do Filho em seu eterno nascimento. Em seu eterno nascimento, Cristo é o
alfa e o ômega da criação (cf. Ap 21,6); o alfa do qual surgem as criaturas,
e o ômega que as chama e plenifica. É assim que, em sua vida terrestre, o
próprio Jesus partia de seu eterno nascimento filial e ia à direção dele (LADARIA, 1998).

Jesus é o Filho que sai do Pai (cf. Jo 13,3). Sua vinda a este mundo é
um prolongamento de sua eterna saída. Em sua glorificação junto do Pai
(cf. Jo 17,5), ele está assentado à direita do Pai (cf. Mt 26,64), plenamente
assumido na condição divina como Verbo eterno: “Verbo de Deus” é seu
nome (cf. Ap 19,13). Em seu mistério de morte e glória, ele revela sua
identidade de Filho eterno que nasce de Deus no Espírito Santo. O Pai gera
o Filho no Espírito que é amor. Ele o gera amando-o. E, é no mesmo amor
que o Filho desempenha sua missão: mediador da graça filial (LADARIA,
1998).

Mediador da graça filial, Jesus é a porta pela qual Deus convida os
homens a entrar, a fim de tomarem parte no banquete trinitário. E, o título
de Filho (de Deus), mais do que qualquer outro, indica a identidade última
de Jesus, já que ele supõe em evidência a unicidade de sua relação com o
Pai. Existe uma íntima conexão entre a relação de Jesus com Deus (Pai), e
sua condição de salvador dos homens e mediador da graça filial. A
atividade do Filho é a que o Pai lhe confia para exercer; a reconciliação é,
em primeiro lugar, obra do Pai. Sendo Deus o Pai essencial, seu papel, na
redenção como em todas as suas obras no mundo, é o de gerar o Filho (LADARIA, 1998).

O mistério da salvação se recobre com o da encarnação. Mediante
sua vida e sua morte, Jesus se deixa gerar pelo Pai. Com efeito, como o
papel de Deus é o de ser Pai, o de Jesus é o de ser Filho. O drama da
salvação se joga na relação mútua entre o Pai e o homem Jesus, Filho de
Deus. Sendo paterna e filial, a obra da redenção é cheia do Espírito Santo (LADARIA, 1998).

O mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo se interioriza no
mundo, para levá-lo à sua eterna realização, isto é, sua salvação. Em seu
amor aos homens, Deus entrega seu Filho, gerando-o neste mundo. Deus
não podia agir de outro modo. Seu ser se identifica com sua paternidade, e
toda sua atividade se empenha na geração do Filho (LADARIA, 1998).

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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Santíssima Trindade

17/06/2019 13:19

Deus, na plenitude dos tempos, revelou-se aos homens na pessoa de
seu Filho Jesus, elevando assim a compreensão humana do próprio Deus e
dos seus desígnios para com a humanidade. E, o desígnio de Deus é que o
homem sacie sua sede na Fonte que jorra água viva, onde toda limitação é
dissipada pelo infinito amor do Pai que, presenteia a humanidade com a
doação de seu Filho na ação do Espírito. Deus chama o homem para viver a
sua vida. No evento Pascal, Deus se revela Trindade. O Mistério Pascal é a
revelação histórica concreta de Deus – Amor - Trindade. Porque Deus é
Trindade, cria e destina o homem a participar da comunhão divina.
O Novo Testamento aceita sem discussão a revelação do monoteísmo.
“O Senhor nosso Deus é um só (cf. Mc 12,29), ‘O Deus único e verdadeiro’ (cf. Jo 17,3).
Deus é um só (cf. Gl 3,20); há um só Deus (cf.
Ef 4,6; 1Tm 2,5) (LADARIA, 1998).

É a partir de Jesus Cristo que se tem a revelação do mistério trinitário
mais explicitado. Jesus Cristo é, com efeito, o revelador do mistério da
Santíssima Trindade em Deus. Ele é o verdadeiro autor de uma teologia
trinitária. Jamais devemos esquecer que o principal fundamento da teologia
é a Palavra de Deus e, que esta alcança seu acabamento no Senhor Jesus
como Mediador e plenitude de toda a Revelação (cf. Hb 1,1-4). (LADARIA, 1998).
Deus, Pai, é a fonte, a origem sem princípio. É aquele que assegura a
unidade da Trindade sendo a única fonte da divindade. Seu ser está
empenhado e se esgota na geração do Filho, uma vez que Deus faz habitar
nele toda a plenitude de sua divindade. Também Cristo só existe nessa
geração. A paternidade de um é absoluta, e a filiação do outro, é total (DURRWELL, 1990).

Deus gera pelo Espírito, que é amor. Ele é Pai pelo amor que tem ao
Filho. Sua paternidade é mistério insondável: Ele, em seu infinito amor,
gera o Filho por toda a eternidade e, a relação de amor do Pai para com o
Filho, e, do Filho para com o Pai, expira o Espírito Santo que, é igual ao
Pai e ao Filho em divindade. Eles são de uma única substância ou essência,
não há contradição entre Eles, o que um é, os outros também são, é uma
profunda relação de amor e unidade (DURRWELL, 1990).

A geração do Filho, que é a origem da criação, é também seu futuro:
“tudo foi criado na direção dele” (cf. Cl 1,16). A atividade do Pai tem por
termo sempre o Filho; portanto, Deus cria o mundo encaminhando-o na
direção de Cristo. O mundo nasce num movimento que o leva na direção
do Filho em seu eterno nascimento. Em seu eterno nascimento, Cristo é o
alfa e o ômega da criação (cf. Ap 21,6); o alfa do qual surgem as criaturas,
e o ômega que as chama e plenifica. É assim que, em sua vida terrestre, o
próprio Jesus partia de seu eterno nascimento filial e ia à direção dele (LADARIA, 1998).

Jesus é o Filho que sai do Pai (cf. Jo 13,3). Sua vinda a este mundo é
um prolongamento de sua eterna saída. Em sua glorificação junto do Pai
(cf. Jo 17,5), ele está assentado à direita do Pai (cf. Mt 26,64), plenamente
assumido na condição divina como Verbo eterno: “Verbo de Deus” é seu
nome (cf. Ap 19,13). Em seu mistério de morte e glória, ele revela sua
identidade de Filho eterno que nasce de Deus no Espírito Santo. O Pai gera
o Filho no Espírito que é amor. Ele o gera amando-o. E, é no mesmo amor
que o Filho desempenha sua missão: mediador da graça filial (LADARIA,
1998).

Mediador da graça filial, Jesus é a porta pela qual Deus convida os
homens a entrar, a fim de tomarem parte no banquete trinitário. E, o título
de Filho (de Deus), mais do que qualquer outro, indica a identidade última
de Jesus, já que ele supõe em evidência a unicidade de sua relação com o
Pai. Existe uma íntima conexão entre a relação de Jesus com Deus (Pai), e
sua condição de salvador dos homens e mediador da graça filial. A
atividade do Filho é a que o Pai lhe confia para exercer; a reconciliação é,
em primeiro lugar, obra do Pai. Sendo Deus o Pai essencial, seu papel, na
redenção como em todas as suas obras no mundo, é o de gerar o Filho (LADARIA, 1998).

O mistério da salvação se recobre com o da encarnação. Mediante
sua vida e sua morte, Jesus se deixa gerar pelo Pai. Com efeito, como o
papel de Deus é o de ser Pai, o de Jesus é o de ser Filho. O drama da
salvação se joga na relação mútua entre o Pai e o homem Jesus, Filho de
Deus. Sendo paterna e filial, a obra da redenção é cheia do Espírito Santo (LADARIA, 1998).

O mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo se interioriza no
mundo, para levá-lo à sua eterna realização, isto é, sua salvação. Em seu
amor aos homens, Deus entrega seu Filho, gerando-o neste mundo. Deus
não podia agir de outro modo. Seu ser se identifica com sua paternidade, e
toda sua atividade se empenha na geração do Filho (LADARIA, 1998).

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro